O transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) (CID 10 – N94.3) é caracterizado pela sensibilidade aumentada, comportamento choroso e triste antes do ciclo menstrual. Na condição, há a presença de humor deprimido acentuado, além de desesperança e prensamentos ruins contra si.
Com prevalência de 1,8 a 5,8% entre mulheres que menstruam, 1,3% desses casos apresentam prejuízos nas atividades cotidianas.
Contudo, existem estudos que apontam que, ao se aproximarem da menopausa, muitas mulheres apresentam piora dos sintomas e, após esse período, cessam.
Vale ressaltar que para ser considerado TDPM, é importante que os sintomas apareçam em 2 ciclos menstruais consecutivos.
Além disso, existem alguns sintomas que geralmente devem estar presentes para o diagnóstico, que deve ser realizado por um(a) profissional ginecologista ou psiquiatra. Entre eles estão instabilidade emocional, sentimentos depressivos, aumento da irritabilidade e ansiedade elevada.
Para saber mais sobre o TDPM, o que causa, os fatores de risco e sintomas, continue acompanhando o artigo!
Índice — neste artigo você vai encontrar:
Sim. O Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) é uma versão grave e intensificada da tradicional Tensão pré-menstrual (TPM). De maneira geral, é possível dizer que a grande diferença entre as duas condições está na intensidade e forma de manifestação dos sintomas.
Na TPM, os sintomas são predominantemente físicos, como dores de cabeça, inchaço do corpo, dor nas mamas e cólicas e leve irritabilidade. Porém, o quadro não costuma afetar significativamente a vida e seus relacionamentos interpessoais.
Vale lembrar também que o T da sigla TPM é de “tensão pré-menstrual’, ou seja, não é considerado um transtorno e, por isso, geralmente não precisa de tratamento específico. Simples mudanças de hábitos como uma alimentação mais balanceada e a prática de exercícios físicos costumam ser eficazes e suficientes para o alívio dos sintomas.
Já nos casos de TDPM, o problema é de fato um transtorno, manifestado principalmente em sintomas psicológicos que podem incluir quadros depressivos e grande instabilidade emocional.
Portanto, isso causa um sofrimento significativo tanto psicológico quanto físico, podendo prejudicar suas relações no trabalho, escola ou com as pessoas que convivem em sua casa.
Ainda não se sabe quais as causas da TDPM. Acredita-se que o problema tenha relação com as alterações hormonais comuns do ciclo menstrual.
Tanto a progesterona quanto o estrogênio (hormônios femininos) sofrem grande oscilação, com quedas em alguns momentos e aumento em outros.
Durante o primeiro dia antes da ovulação, geralmente ocorre o pico de estrogênio, período em que surgem os sintomas da TDPM. Quando há a menstruação, os níveis de estrogênio diminuem, reduzindo as manifestações do problema.
Uma das possibilidades estudadas é que essas alterações interferem de maneira intensa nos níveis de neurotransmissores (substâncias que atuam na regulação do humor) de algumas mulheres, provocando os sintomas da TDPM.
Leia mais: Depressão: o que é, sintomas, sinais, remédio, tratamento, tem cura?
Os fatores de risco são ambientais, genéticos e fisiológicos, além de modificadores de curso. Confira um pouco mais sobre cada um abaixo:
Os fatores ambientais envolvem situações de estresse, traumas interpessoais, mudanças sazonais e socioculturais do comportamento feminino.
Há estimativa de que cerca de 50% das mulheres com esse transtorno tenham casos na família.
Quando há o uso de contraceptivo (anticoncepcional) oral, podem haver poucas queixas pré-menstruais em comparação com as mulheres que não utilizam.
Os sintomas da TDPM se manifestam durante os dias que antecedem o ciclo menstrual, geralmente entre o 3° a 10° dias. De maneira geral, as manifestações desaparecem após o início do fluxo sanguíneo, retornando apenas nos dias anteriores do próximo ciclo. Confira os mais comuns abaixo:
O diagnóstico é realizado por meio de levantamento de informações pertinentes, como:
Avaliação laboratorial, por exames de sangue e bioquímicos, sendo eles:
São levantados quais medicamentos a paciente usa, como:
O tratamento da TDPM varia conforme a intensidade dos sintomas de cada mulher. Em geral, ele consiste em, primeiramente, recursos naturais e não farmacológicos, como a realização de exercícios físicos, melhora da alimentação e administração de suplementos vitamínicos.
Essas ações visam aumentar os níveis de serotonina no organismo, um dos hormônios responsáveis pelo bem-estar.
Além disso, em muitos casos, é necessário realizar a administração de medicamentos, geralmente antidepressivos. Sessões de psicoterapia também são indicadas, já que podem ajudar a mulher a compreender suas emoções.
A prática de exercícios físicos pode ser uma grande aliada no combate aos sintomas da TDPM. Pois, ao fazer uma atividade física, o organismo libera endorfina, um dos hormônios que proporcionam sensação de prazer e bem-estar.
Ao liberar essa substância, além de provocar a sensação de felicidade, em geral, há também o alívio de sintomas como o estresse e a ansiedade.
A realização contínua de terapia é um dos recursos que podem ser empregados como auxílio no combate aos sintomas do transtorno.
Da mesma forma que para outras condições psicológicas, os(as) profissionais da área da psicologia têm técnicas que podem ajudar a minimizar os efeitos mentais provocados pelo problema.
Os antidepressivos são os medicamentos mais utilizados em casos de TDPM. Como o problema é classificado como transtorno depressivo, a administração desse tipo de fármaco ajuda no alívio de sentimentos de tristeza e falta de ânimo e pode ser benéfico no combate da ansiedade.
O uso da pílula anticoncepcional no tratamento de TDPM visa regular os hormônios produzidos durante o ciclo menstrual.
A alteração hormonal que ocorre durante o período é responsável pela manifestação de sintomas. Com a diminuição e equilíbrio das alterações, há também a redução dos efeitos provocados durante o ciclo.
A convivência com a TDPM pode não ser fácil, porém, com o tratamento adequado, é possível controlar o transtorno, os sintomas e viver normalmente.
Muitas mulheres apresentam conflitos em suas relações interpessoais durante os dias que antecedem a menstruação. Por isso, uma das orientações é que, durante esse período, as pessoas que convivem com quem sofre do problema tenham paciência e compreensão.
É importante que os familiares e amigos tentem minimizar as possibilidades de discussões e deem espaço para a mulher, caso seja solicitado. Vale compreender que, em um momento de crise, a paciente não está em sua condição normal e pode falar e ter ações que não teria normalmente.
O transtorno disfórico pré-menstrual é um problema pouco conhecido e por isso muitas mulheres não sabem que estão com a condição. Em geral, elas acreditam ser apenas sintomas de TPM ou desconfiam estar com depressão.
Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais, procure ajuda de um(a) profissional ginecologista ou psiquiatra!
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Esp. Thayna Rose
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