As sequelas causadas pela Covid-19, conhecidas como Síndrome pós-Covid, são e serão motivo de grande preocupação nos próximos anos. Isso porque, desde o início da pandemia de Coronavírus, que se iniciou em março de 2020, os médicos vêm notando que, mesmo depois da cura da doença causada pelo vírus Sars-Cov–2, vários pacientes continuam apresentando sintomas que acometem diversos processos e órgãos.
Uma revisão publicada na Nature em agosto de 2021, que contou com a análise de diversos outros estudos publicados sobre as sequelas pós-covid, aponta que, dos 47.910 pacientes analisados (entre 17 e 87 anos), 80% dos recuperados apresentam algum sintoma ou sequela relacionada à infecção por Coronavírus.
O estudo identificou 50 complicações diferentes nesse grupo de pacientes analisados. Ao longo da pandemia, também notou-se que essas mesmas sequelas a longo prazo podem acometer tanto pacientes com quadros leves quanto moderados e graves.
Para entender como essa consequência acontece, que tipos de sequelas são comumente relatadas e por quanto tempo elas perduram, continue acompanhando o artigo.
A reação inflamatória em excesso do organismo quando entra em contato com o vírus Sars-CoV-2 é a principal resposta para essa questão. Essa reação, que é conhecida como tempestade de citocinas ou inflamatória, exige demais do sistema imunológico e desencadeia um aumento da produção plasmática de ferritina e de IL-6.
Ou seja, nesse cenário de resposta exagerada do corpo ao corpo estranho, o organismo do (a) infectado (a) fica mais debilitado e vulnerável à ação do vírus, levando assim a pessoa a desenvolver um quadro agravado.
Outra questão é que, diferentemente dos vírus respiratórios que temos conhecimento, como a Influenza, o Sars-CoV-2 atinge as vias respiratórias inferiores, o que expõe a corrente sanguínea e diversos órgãos, como coração e rins. Com essa exposição, portanto, o organismo também fica mais vulnerável a diversas complicações.
As sequelas desencadeadas pela infecção por Coronavírus podem ser detectadas em diversos órgãos e comprometem a saúde física e mental do (a) paciente. Além da fadiga, relatada por 58% dos pacientes, e dores de cabeça, citada por 44%, outras complicações também são apontadas. São elas:
A fibrose pulmonar, caracterizada pela lesão e cicatrização do pulmão, que causa o endurecimento dos alvéolos do órgão e, consequentemente, obstrui a passagem de oxigênio para todo o organismo, é uma das sequelas.
A condição está ligada à falta de ar, dificuldade para respirar e má circulação sanguínea, sintomas característicos em diagnosticados e com sequelas de Covid-19.
Algumas das sequelas ligadas ao trato intestinal são:
Já nos rins, o comprometimento de seu funcionamento, chamado de insuficiência renal, e dificuldade para urinar são citadas.
Diversas complicações cardiovasculares estão associadas à infecção por Coronavírus. Entre as já relatadas estão:
Olhos vermelhos, conjuntivite e conjuntivite hemorrágica, obstrução sanguínea da retina são as complicações ligadas às sequelas da Covid-19 nos olhos.
Já na pele, queda de cabelo, bolhas e coceiras na pele também são relatados.
Desenvolvimento de diabetes tipo 1, hiperglicemia em previamente diagnosticados com diabetes e distúrbios na tireoide também são relatados.
Além das complicações citadas acima, dores em regiões diversas, comprometimento da mobilidade e perda de peso também são relatados, mesmo que em menor proporção, por parte dos (as) pacientes.
Vale lembrar que nem todos os sintomas e complicações citadas acima podem acometer uma única pessoa. Os mesmos se manifestam ou aparecem de acordo com a debilitação do (a) paciente, em casos de doenças prévias ou carga viral recebida.
Leia também: Por que vacinados contra a Covid-19 ainda podem se infectar?
Os sintomas manifestados por pacientes com quadros leves, moderados e graves podem perdurar por meses. Em estudo publicado pela Universidade de São Paulo (USP), alguns pacientes acompanhados pela instituição manifestaram sintomas por até 1 ano após a alta do hospital. Segundo os condutores da pesquisa, esse tipo de complicação é incomum em doenças respiratórias virais que conhecemos e isso surpreende os pesquisadores.
O que se sabe é que, quanto mais grave o quadro do (a) paciente, mais graves serão os sintomas e a necessidade de cuidados e acompanhamento médico. Mas até mesmo casos leves e moderados podem causar sintomas a longo prazo ou desenvolver alguma sequela.
A única forma de prevenir as sequelas da Covid-19 é não contraindo a doença. Vale reforçar que nem todas as pessoas podem desenvolver complicações mais graves, isso depende, como vimos anteriormente, de diversos fatores como idade, complicações prévias e condição de saúde da pessoa no momento em que ela contraiu a doença.
Portanto, mantenha os cuidados recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde, que são:
Grande parte das complicações podem ser amenizadas e tratadas com ajuda médica e diversos hospitais, inclusive públicos, já possuem atendimento especializado para pacientes com diversos tipos de sequelas causadas pela Covid-19. Para mais informações sobre esse atendimento, visite o site ou entre em contato com a secretaria de saúde da sua cidade para mais informações.
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Apesar de ainda serem estudadas, as sequelas causadas pela Covid-19 mostram que é preciso ainda ter cautela, mesmo com o avanço da vacinação. Enquanto grande parte da população não for completamente imunizada e continuarem surgindo novas variantes, ainda corremos riscos.
Para mais informações sobre saúde, continue acessando as redes sociais e o site do Minuto Saudável.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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