Ter uma relação saudável com a comida vai muito além de apenas escolher alimentos bons para a saúde, como aqueles naturais e nutritivos. Isso envolve também aspectos sociais e afetivos com o ato de comer.

E cuidar disso é fundamental para que o corpo todo seja beneficiado nesse momento fundamental para a vida: a alimentação.

Índice — neste artigo você vai encontrar:

  1. O que é uma relação saudável com a comida?
  2. Qual a importância da boa alimentação?
  3. Quais os problemas psicológicos relacionados à comida?
  4. Qual o impacto na saúde física, mental e social que a má relação com a comida pode trazer?
  5. Como saber se tenho um problema com a comida?

O que é uma relação saudável com a comida?

Uma relação saudável com a comida é caracterizada pela compreensão de que não existem alimentos bons ou maus e que a alimentação depende do contexto em que cada pessoa está inserida. Além disso, de forma geral, a pessoa vê o alimento pelo que ele é, não pelo seu valor nutricional.

O ser humano não se alimenta apenas para sobreviver. A relação que temos com a comida é permeada de afetos, tendo uma alta significância social. Isso quer dizer que, muitas vezes, a alimentação se dá em um contexto social e não de sobrevivência.

Isso fica claro quando pensamos em eventos como o almoço de domingo com a família, sair para um jantar romântico, convidar um amigo para tomar um café, festas de aniversário, churrascos, entre outras ocasiões sociais nas quais a comida é parte central do evento.

Dietas restritivas

Contudo, vivemos também em uma sociedade na qual o padrão de beleza é pautado em um corpo magro. A consequência disso é uma grande parte das pessoas preocupando-se exageradamente com os valores nutricionais dos alimentos, esquecendo-se de aproveitar o momento da refeição.

Para alcançar o corpo desejado, frequentemente são propostas dietas com grandes restrições, o que leva a pessoa a estabelecer uma relação complicada com a comida — não consegue mais comer sem contar as calorias, evita certos eventos sociais ou, se participa, leva sua própria refeição, entre outros.


Certos alimentos passam a ser vistos como inimigos que devem ser evitados a todo custo, enquanto outros são endeusados como se fossem capazes de suprir todos os nutrientes necessários para sobreviver.

Por exemplo, o problema do bolo não é o bolo em si, mas em que contexto ele é ingerido. Se fosse em uma festa de aniversário, estranho seria ter apenas frutas e legumes. Agora, no horário de almoço do dia a dia, comer uma fatia de bolo diariamente não é muito saudável.

Não é preciso ir muito fundo para ver que preocupar-se demasiadamente com o que está sendo ingerido, independente de contexto, indica uma relação totalmente disfuncional com a comida.

A chave para uma relação saudável com a comida está em compreender que uma alimentação adequado é pautada no equilíbrio e na diversidade, eliminando a ideia de alimentos “bons” ou “maus”, bem como alimentar-se de maneira condizente com o contexto social e cultural.

Qual a importância da boa alimentação?

Uma boa alimentação é importante por diversos motivos, dentre eles, a saúde física e mental. Ingerir quantidades adequadas de carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais diariamente é importante para um bom funcionamento do organismo.

A alimentação influencia em tudo: desde aparência da pele, disposição para aguentar a rotina, até mesmo o humor. A falta de glicose no sangue, por exemplo, pode deixar as pessoas irritadas, o que fica bem evidente naquele mau humor matinal muito comum antes do café da manhã.

Além disso, a sintetização de certos compostos no nosso organismo depende dos nutrientes que são absorvidos a partir da alimentação.

A serotonina, por exemplo, é um neurotransmissor muito importante para a regulação do humor (sendo um dos principais neurotransmissores usados no combate à depressão), e maior parte é sintetizada no intestino.

Um intestino com uma microbiota não saudável, por exemplo, pode produzir pouca serotonina ou alterar a qualidade da serotonina produzida, o que ajuda a manter os sintomas depressivos.

Em resumo, o organismo como um todo depende de uma boa alimentação para funcionar adequadamente. Por isso, é importante seguir hábitos de alimentação saudáveis, que proporcionem as quantidades necessárias de nutrientes que o corpo precisa.

Vale lembrar, contudo, que essas quantidades variam de pessoa para pessoa. Nenhum organismo é igual ao outro. Fatores como metabolismo, peso, proporção de gordura e músculo, por exemplo, influenciam no que seria uma alimentação adequada para cada pessoa.

Por isso, ao buscar manter uma boa alimentação, é recomendado ir ao(à) nutricionista, para que seja indicada uma dieta equilibrada a partir das necessidades individuais.

Quais os problemas psicológicos relacionados à comida?

No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), existem transtornos psiquiátricos classificados como transtornos alimentares. São transtornos mentais que afetam o comportamento da pessoa em relação à própria alimentação. Eles são:

Anorexia

A anorexia é caracterizada por uma preocupação excessiva com o peso, que faz com que a pessoa deixe de se alimentar por dias ou até mesmo semanas, a fim de manter um corpo magro. Frequentemente, a anorexia leva a problemas de saúde graves, como a desnutrição.

Bulimia

A bulimia também é outro transtorno alimentar presente no DSM. Nesse transtorno, a pessoa se sente culpada após comer — especialmente após comer alimentos tidos como “ruins”, como doces, bolos, entre outros — e busca eliminar o que foi ingerido, provocando vômito ou até mesmo utilizando laxantes.

Compulsão alimentar

Outro transtorno presente no DSM é a compulsão alimentar, caracterizada por episódios nos quais o indivíduo come quantidades muito acima do necessário. Em geral, a compulsão alimentar está relacionada a uma relação disfuncional com a comida.

Qual o impacto na saúde física, mental e social que a má relação com a comida pode trazer?

Uma má relação com a comida pode trazer uma série de prejuízos para o indivíduo. Em primeiro lugar, a saúde física pode sofrer muito, tendo em vista que a falta dos nutrientes adequados ou a comida em demasia podem causar problemas sérios.

A saúde mental também pode ser prejudicada. Isso porque uma dieta adequada é muito importante para combater sintomas de diversos transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade.

Quando se refere ao social, uma má relação com a comida pode afetar significativamente também. Isso porque muitas das atividades sociais envolvem comer, como almoços em família, jantares românticos, churrascos, cafés coloniais, entre outros.

Pessoas que tem uma má relação com a comida podem acabar deixando de participar dessas atividades, ou levar seu próprio alimento, o que pode ser mal visto pelos outros nesses contextos.

Como saber se tenho um problema com a comida?

Alguns sinais de que você pode estar sofrendo com algum problema na sua relação com a comida são:

  • Alimentação inadequada com o contexto, como por exemplo comer uma bandeja de doces no horário do almoço em vez de uma refeição completa;
  • Sentir culpa após ingerir alimentos que gosta;
  • Consumir um determinado alimento em demasia;
  • Ter dificuldade para variar os alimentos no dia a dia;
  • Preocupar-se exageradamente com nutrientes;
  • Tentar eliminar o que foi ingerido depois de comer;
  • Ter preocupação exagerada com o peso, contar as calorias ingeridas para tentar gastá-las após comer.

Se você desconfia que tem algum problema relacionado a alimentação, não se esqueça de entrar em contato com um profissional da saúde de confiança para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.


Apostar em uma relação saudável com a comida é uma maneira de cuidar da saúde em geral, tanto física quanto mental. Mas isso nem sempre é fácil, pois há uma série de relações complexas entrelaçadas.

Portanto, ter informações referentes ao que é uma boa prática alimentar, e saber quando é necessário buscar ajuda, é indispensável. O Minuto Saudável te ajuda com informações e dicas para cuidar de si!


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