As cores também são uma forma de alertar sobre os cuidados com a prevenção de doenças e manutenção da saúde.
Visando aumentar a circulação de informações sobre as hepatites virais, foi criado o Julho Amarelo, campanha dedicada ao combate, prevenção e promoção da saúde em relação às doenças.
No artigo a seguir você descobre mais sobre as hepatites virais, como surgiu e o que é a campanha do julho amarelo. Confira!
Índice - Neste artigo, você vai encontrar:
Como o nome indica, hepatites virais são um grupo de doenças causadas por vírus que provocam inflamações no fígado e, se não tratadas, levam a complicações irreversíveis.
Existem 5 tipos ou classes do agente infeccioso — A, B, C, D (Delta) e E — que estão presentes em todo o mundo. Mesmo assim, algumas localidades costumam ter maior prevalência de um tipo. No Brasil, por exemplo, os mais comuns são os tipos A, B e C.
Muitas vezes, o (a) paciente não sabe que é portador da doença, pois mesmo infectado, o organismo pode não manifestar sintomas (quadro assintomático).
Devido a isso, é possível que a doença permaneça silenciosa por vários anos até começar a desenvolver complicações graves, como a cirrose e o câncer hepático.
Descubra um pouco mais a respeito dos 5 tipos de hepatite viral existentes no Brasil a seguir:
A hepatite A (CID 10 - B15), popularmente conhecida como hepatite infecciosa, é causada pelo vírus HAV. Sua transmissão ocorre por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados com partículas fecais contendo o vírus, ou seja, a sua via de transmissão é fecal-oral.
Geralmente, a condição não apresenta sintomas mas, quando ocorrem, o (a) paciente pode apresentar cansaço, febre, dores abdominais, vômitos, diarreia, pele e olhos amarelados (icterícia), além de alteração na cor das fezes e da urina.
Para detectar a condição, basta um exame de sangue para verificar a presença de anticorpos contra a condição.
Não há tratamento específico para essa forma da doença, porém, o (a) médico (a) costuma prescrever medicamentos para o alívio dos sintomas e para a recuperação de líquidos perdidos no vômito e diarreia.
Leia mais em: O que é hepatite A, transmissão, sintomas, vacina, tem cura?
O tipo B da hepatite (CID 10 - B16) tem como agente infeccioso o vírus HBV. A transmissão pode ocorrer durante a gestação (de mãe para o filho), no parto, no compartilhamento de objetos pessoais (lâminas, alicates de cutícula, seringas), além da transfusão de sangue e da relação sexual sem proteção.
Assim como acontece na hepatite A, o quadro é, geralmente, assintomático. Porém, quando há a presença de sintomas, os mais comuns são cansaço, vômitos, febre, pele e olhos amarelados (icterícia).
O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue e para o tratamento são receitados medicamentos antivirais.
Leia mais em: Hepatite B: sintomas, contágio, anti-HBS, vacina, tem cura?
Já o tipo C (CID 10 - B17.1: hepatite viral aguda C e CID 10 - B18.2: hepatite viral crônica C) é causado pelo vírus HCV.
O vírus é transmitido pelo compartilhamento de objetos pessoais, como lâminas de barbear, agulhas, escovas de dente, alicates de cutícula ou outros objetos usados para perfuração (como agulhas de tatuagem e piercing).
Ainda que pouco comum, a transmissão também pode ocorrer de mãe para filho na gravidez (transmissão vertical) e por meio de relações sexuais sem proteção.
Os quadros tendem a ser assintomáticos, mas alguns (as) pacientes podem manifestar sintomas como cansaço, febre, vômitos e pele e olhos amarelos (icterícia).
Além disso, os exames para a detecção da doença podem ser feitos gratuitamente em unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Ademais, o tratamento depende do quadro e estágio da doença, bem como do genótipo (tipo) do vírus.
Leia mais em: Hepatite C: tem cura? Veja sintomas, transmissão, tratamento
A hepatite D, também conhecida como hepatite delta, só ocorre em conjunto com a hepatite B pois seu agente causador, o vírus HDV, precisa do vírus HBV para se disseminar pelo organismo.
Consequentemente, a transmissão ocorre da mesma forma que o vírus do tipo B, ou seja, pelo compartilhamento de itens de uso pessoal, verticalmente — da mãe grávida para o bebê e por meio de relações sexuais sem proteção.
Além disso, a infecção pode ser uma coinfecção (CID 10 - B18.0), quando o (a) paciente é infectado simultaneamente pelos vírus HDV e HBV, ou uma superinfecção (CID 10 - B17.0), quando um (a) paciente com hepatite B crônica é infectado pelo vírus do tipo D.
A condição tem diagnóstico laboratorial que é feito por meio de exames de sangue e não tem tratamento específico.
O tipo E (CID 10 - B17.2) é causado pelo vírus HEV e tem meio de transmissão fecal-oral, podendo ser transmitido por meio do consumo de água contaminada, carne e outros derivados de animais infectados e da gestante para o bebê.
A infecção pode ter resultados graves e ser fulminante se contraída por grávidas a partir do segundo trimestre da gestação.
Assim como nas outras hepatites virais, grande parte dos casos do tipo E são assintomáticos e o diagnóstico é feito por meio de exames de sangue.
A prevenção é a maior aliada contra as hepatites visto que, ao contrário de algumas doenças que são rapidamente identificáveis pois manifestam sintomas bem característicos, as hepatites não têm esse mesmo curso.
Dos 3 tipos mais comuns no Brasil (A, B e C), somente o tipo A não tem potencial para tornar-se crônico, ou seja, persistir por mais de 6 meses.
Há vacinas disponíveis para os as hepatites dos tipos A e B e ambas são indicadas para todas as pessoas e são a principal forma de prevenção para esses tipos da doença.
Além disso, a vacina contra a hepatite B também é a principal forma de prevenção da hepatite D, visto que, como mencionado anteriormente, o vírus HDV não infecta uma pessoa sem o vírus HBV.
Ademais, cada um dos tipos de hepatite viral tem meios de prevenção distintos que incluem:
Entre as ações que visam reduzir as transmissões e a circulação do vírus da hepatite está a política de redução de danos.
Como o compartilhamento de seringas ou acessórios para o consumo de drogas é uma das vias de transmissão, a disposição de produtos descartáveis é essencial para maior proteção da população.
Ainda que seja menos comum, é possível haver transmissão da hepatite B para o bebê durante a gestação ou no parto, conhecida como transmissão vertical.
Por isso, gestantes devem ser testadas para a doença e, caso o resultado seja positivo para hepatite B crônica, a paciente deve receber a profilaxia, que é um tratamento preventivo.
Em alguns casos, o (a) médico pode julgar necessário administrar o tratamento profilático também ao bebê após o nascimento.
As ações de educação em saúde incentivam o uso de preservativos em toda a relação sexual, como meio de prevenir as hepatites e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Nas unidades e postos de saúde é possível retirar preservativos gratuitamente todos os dias. Além disso, em campanhas de rua, ações e mobilizações também ocorre a distribuição de camisinhas masculinas e femininas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece testes gratuitos para diversas doenças, entre elas, as hepatites. Há 2 tipos, os testes rápidos (que levam apenas 30 minutos para o diagnóstico) e os laboratoriais.
Os testes devem ser realizados principalmente se o (a) paciente teve exposição aos fatores de risco. O diagnóstico dos tipos B e C só pode ser feito depois de, pelo menos, 60 dias da exposição ao vírus.
Sancionada e publicada no dia 11 de janeiro de 2019 no Diário Oficial da União, a Lei 13.802 institui Julho como o mês de combate às hepatites virais. Com isso, o mês ganha tons amarelos para reforçar a importância dos cuidados e prevenção dessas doenças.
Mas mesmo antes disso, o 7º mês do ano já recebia as cores amarelas e buscava levar informações e esclarecimentos sobre a doença à população. Isso porque, em 2010, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 28 de julho como o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais.
Foi durante a 63ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada em maio de 2010, que entidades de saúde alertaram sobre os perigos e a necessidade de divulgar mais informações sobre as hepatites virais. Por muito tempo, esses esforços haviam sido negligenciados, consequentemente afetando a qualidade de vida das populações e a saúde pública como um todo.
Todos os anos, as entidades de saúde se mobilizam para levar informações aos pacientes, familiares e população em geral, sobre as hepatites virais.
Entre as propostas da ação, estão ações nacionais durante todo o mês de julho para a vacinação, realização de exames periódicos, tratamento adequado e, é claro, a divulgação de informações.
Em 2002, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Hepatites Virais que iniciou campanhas e ações de atenção à saúde. Com ele, foram criadas políticas como:
Para apoiar a campanha do Julho Amarelo basta compartilhar materiais, artigos e outras informações de fontes confiáveis a respeito das hepatites virais com familiares, amigos e nas redes sociais.
Mantenha as medidas de prevenção e a carteira de vacinação atualizada e caso tenha se exposto a fatores de risco, procure auxílio médico para o diagnóstico e tratamento correto.
Continue acompanhando o Minuto Saudável para descobrir mais sobre campanhas e iniciativas de saúde, além de como ter uma vida mais equilibrada.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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