Usar medicamentos conscientemente e não se automedicar são práticas amplamente recomendadas. Na gravidez, porém, esse cuidado precisa ser redobrado, pois o uso inadequado de remédios pode causar prejuízos à saúde da pessoa gestante e do feto.
Alguns medicamentos bastante conhecidos, como aspirina (ácido acetilsalicílico), paracetamol e dipirona são alguns dos mais conhecidos quando o assunto é tratar sintomas de dor e febre. Durante a gravidez, no entanto, surgem as dúvidas: quais antitérmicos e analgésicos podem ser usados?
Informações mais antigas indicavam que era seguro o uso de paracetamol durante a gestação, mas pesquisas mais recentes mostraram que a substância pode estar associada a casos de malformação fetal.
Para saber mais sobre o uso desse medicamento na gravidez, continue acompanhando o artigo!
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
O uso de paracetamol, quando prescrito para adultos, bebês ou crianças, é indicado para a redução de febre e alívio de dores leves a moderadas, tais como dor de cabeça, dor no corpo, dores musculares, dores leves relacionadas a artrite ou aquelas causadas por quadros de gripe e resfriados, inflamação na garganta ou problemas odontológicos.
O paracetamol é um medicamento com ação antitérmica. A substância ajuda a reduzir a febre agindo sobre o hipotálamo, região cerebral responsável por regular a temperatura do organismo.
Mais especificamente, esse princípio ativo inibe a ação da enzima cicloxigenase, conhecida também como COX, um dos mediadores de inflamação do organismo. A inibição dessa substância ajuda no controle de sintomas como febre e dor.
Seu efeito analgésico, portanto, ocorre devido à atuação direta do medicamento no sistema nervoso central, fazendo com que a percepção da dor seja reduzida em todo o corpo.
Na gestação, porém, é preciso lembrar que existem dois organismos na equação. Embora doses terapêuticas de paracetamol possam ser inofensivas para a pessoa gestante, a substância precisa ser consumida com precaução, porque este é um medicamento que consegue ultrapassar a placenta, chegando até o feto.
Pesquisas publicadas na Nature entre 2021 e 2022, no entanto, levantaram dúvidas sobre a segurança do uso de paracetamol na gravidez e, atualmente, é bastante recomendado que gestantes não se automediquem, mesmo diante de uma simples febre ou dor de cabeça.
O ideal é conversar com um(a) especialista médico(a) ou farmacêutico(a), avaliando os riscos e benefícios do uso de um medicamento durante a gravidez.
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Depende. O uso desse tipo de analgésico só é seguro quando tomado de forma adequada, ou seja, sob orientação médica e em doses consideradas seguras.
Como todo medicamento, o paracetamol possui algumas reações adversas e, no caso das gestantes, essas reações podem interferir também na saúde do bebê, uma vez que a substância pode ultrapassar a barreira da placenta.
Além disso, é preciso pensar o desenvolvimento do feto, pois os medicamentos também são considerados mais ou menos seguros de acordo com o período da gestação. O mais aconselhado é que gestantes evitem o uso de medicamentos por conta própria.
Para aliviar sintomas como dores e febre, o ideal é seguir a orientação médica e manter um diálogo aberto com o(a) obstetra para entender e avaliar as vantagens e desvantagens que envolvem o consumo de qualquer fármaco indicado.
De acordo com a classificação dos medicamentos na gravidez, estabelecida pela agência Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, são cinco categorias de risco que as gestantes devem se atentar, sendo elas divididas em A, B, C, D e X.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) utiliza uma classificação semelhante, com o paracetamol sendo enquadrado na categoria B de risco na gravidez.
Com isso, a agência nacional alerta que “os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados em mulheres grávidas”.
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Todo medicamento, quando tomado de forma inadequada, pode trazer riscos à saúde. Apesar de ser considerado um dos analgésicos mais seguros para gestantes, os estudos ainda não têm um consenso acerca da segurança para o feto.
Atualmente, as pesquisas ainda tentam definir se o paracetamol interfere ou não na formação do sistema nervoso central (SNC) do bebê.
Enquanto estudos conclusivos não surgem, a forma mais segura de consumir um medicamento é levando em consideração os riscos e benefícios dos seus princípios ativos, o que precisa ser avaliado caso a caso, no diálogo entre médicos e pacientes.
O paracetamol é considerado um medicamento relativamente seguro para o tratamento de dor e febre na gestação, desde que utilizado segundo a recomendação médica e respeitando as doses consideradas seguras.
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Dra. Francielle Mathias
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