Saúde

TDAH: o que é, tratamento, sintomas, TDAH na escola e mais

Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 13/10/2020
Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 13/10/2020
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Primeiramente é necessário esclarecer que o TDAH não é uma doença, e sim um transtorno, portanto não há cura para o problema mas tem tratamento. O TDAH é o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. E o DDA é apenas o déficit de atenção.

Há três tipos de TDAH: o desatento, o hiperativo/compulsivo e também o combinado. O problema pode surgir por diversas causas, entre elas a hereditariedade.

É sabido que de 3 a 5% das crianças sofrem com o problema em diversas regiões em que o transtorno foi estudado. Na maioria das vezes o problema costuma ocorrer depois da infância, apesar de os sintomas diminuírem com o avanço da idade.

Há dúvidas se o transtorno é mesmo reconhecido ou não. O problema não só existe, como é reconhecido nos Estados Unidos e protegido pela lei para que os alunos com TDAH recebam tratamento diferenciado.

O que muitas pessoas costumam dizer é que o transtorno é inventado e que ele é apenas uma "frescura", mas quando dizem, não apresentam laudos, nem publicações em revistas científicas ou congressos sobre o assunto. São apenas "achismos" que podem ser causados pela inocência ou até mesmo a má fé.

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um transtorno característico pela hiperatividade, distração, agitação, desorganização, esquecimento, impulsividade e outras características específicas do transtorno.

As pessoas que sofrem do transtorno, na maioria das vezes são criativas, intuitivas e inteligentes, mas por conta do transtorno, não conseguem atingir seus objetivos. Tirar notas baixas, não conseguir ficar parado muito tempo no mesmo lugar, ter dificuldade para se concentrar, não conseguir terminar atividades e desorganização são características muito comuns das pessoas que sofrem com o problema.

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Quais são os tipos e sintomas do TDAH?

Há três tipos de TDAH: a do tipo desatento, a do tipo hiperativo e a combinada, que é a junção dos dois citados anteriormente. Para conferir os sintomas de cada um deles, continue lendo este tópico.

TDAH (DDA) tipo desatento

  • Dificuldade para manter a concentração durante muito tempo sobre determinado assunto (a não ser que haja muito interesse).
  • Cometer diversos erros por falta de atenção. Distração com o próprio devaneio.
  • Não querer começar atividades que necessitam esforço mental.
  • Esquecer o que ia falar, dar "branco".
  • Dificuldade em se organizar com o planejamento de tempo e também com os objetos (gavetas, mesas, papéis).
  • Não ouvir quando o chamam, parecendo ser desinteressado ou egoísta.

TDAH (DDA) tipo hiperativo/impulsivo

  • Inquietude, não conseguir ficar parado. Mexem mãos e/ou pés quando estão sentados e não conseguem ficar sentados em um lugar por muito tempo.
  • Possui tendência ao vício: jogos, álcool, drogas, internet.
  • Não sabe lidar com frustrações, não possui tolerância.
  • Tem um temperamento explosivo.
  • Fazem mudanças de planos inesperadamente.
  • Fazem muitas coisas ao mesmo tempo, não gostam de tédio.
  • É visto como imaturo.
  • Muitas vezes pode ocorrer a dificuldade em se expressar, a fala não acompanha a velocidade da mente.

TDAH (DDA) tipo combinado

É necessário que a pessoa tenha a combinação de várias características para que seja diagnosticado com o tipo combinado, que é a soma de desatento com a hiperatividade.

Crianças com menos de 7 anos podem sofrer com a desatenção e com a hiperatividade. Um dos maiores problemas das pessoas que possuem TDAH é que elas parecem prestar atenção ao que lhe é dito, mas as informações não são absorvidas.

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Como o TDAH se manifesta nas diferentes fases da vida

Crianças com TDAH se sentem impacientes, elas preferem trabalhar com coisas imediatas e recompensas menores, porém também imediatas, do que algo que dê trabalho para ser concluído e que a recompensa seja melhor que a outra oferecida.

Existem também sintomas específicos em cada fase da vida. Bebês possuem características diferentes dos adultos, por exemplo. Pensando nisso, separamos por fases os principais sintomas, confira abaixo:

Bebês

Possuem mais cólicas, são raivosos, são difíceis de serem consolados, tem dificuldades para dormir e também para se alimentar.

Primeira infância

São crianças desobedientes, inquietas, agitadas, se irritam facilmente e quase nunca estão satisfeitas.

Segunda infância

As crianças se distraem muito facilmente, há muita variação no desempenho escolar, há dificuldade de concentração e muito comumente esse tipo de criança se envolve em brigas.

Adolescência

Pessoas nessa fase da vida com TDAH costumam ser inquietas, não conseguem manter o foco, tem problemas de memorização, são impulsivas e há grandes chances de que haja abuso de substâncias.

Adultos

Costumam cometer muitos erros em atividades que necessitam concentração, são impacientes e desastrados, perdem prazos, compromissos, se distraem facilmente, perdem o interesse em determinado assunto muito facilmente e são inquietos.

TDAH na escola e em adultos

Crianças e adolescentes que possuem o transtorno muitas vezes são prejudicadas na escola. Seja por conta da dificuldade de concentração nas aulas e consequentemente a queda das notas. Além disso, essas crianças e adolescentes são rejeitados pelos colegas por conta das suas características. Quando há acompanhamento e tratamento por profissionais, as crianças conseguem se comportar igual aos colegas melhorando o convívio.

Os adultos com o transtorno costumam sofrer no local de trabalho e também em suas relações com amigos, cônjuges e parentes. A instabilidade profissional, o rendimento abaixo do esperado, a dificuldade de seguir rotinas e a procrastinação são características comuns que complicam o relacionamento e o rendimento profissional do paciente com TDAH.

Existem algumas dicas para que os adultos com o transtorno consigam se organizar melhor. Praticar exercícios, se alimentar da maneira correta, dormir as horas necessárias diariamente, administrar o seu tempo, ter uma agenda para que haja organização dos compromissos, chegar cedo em seus compromissos são algumas dicas. Indica-se começar criando uma rotina curta, com poucos itens, e ao dominá-la, aumentar o número de itens.

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Quais são as causas?

Estudos indicam que o TDAH causa alterações no cérebro. Há mudanças na região frontal e suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal é responsável pela capacidade de prestar atenção, organização, planejamento, memória e autocontrole.

A parte alterada das pessoas que possuem o transtorno é no funcionamento dos neurotransmissores, substâncias químicas que passam informações entre os neurônios.

Muitas pessoas costumavam acreditar que as causas eram culturais, em como os pais criaram e educaram seus filhos, mas isso caiu por terra quando estudos comprovaram que há prevalência de TDAH em diferentes regiões do mundo inteiro.

Hereditariedade

Outro fator que pode causar o TDAH é a hereditariedade. Crianças que tem pais que possuem o transtorno possuem de 2 a 10 vezes mais chances de também ter o problema do que o resto da população. Isso é conhecido como recorrência familial.

Isso também se deve às influências ambientais. Aquilo que a criança aprende em casa ela repete se comportando da mesma forma. Se os pais são desatentos, ela também se torna. Foi necessário comprovação de que a recorrência familial é uma predisposição genética e não somente algo comportamental com relação ao ambiente.

Exposição ao chumbo

Crianças que sofreram exposição ao chumbo podem sofrer com o TDAH. É possível identificar somente com o histórico clínico, não é necessário fazer nenhum exame de sangue para comprovar que há alteração no nível de chumbo no corpo.

Substâncias ingeridas durante a gestação

O álcool e a nicotina podem causar alterações no cérebro do recém-nascido. Mães que tem problemas com o álcool possuem mais chances de terem filhos com problemas de atenção e hiperatividade.

Sofrimento fetal

Mulheres que tiveram problemas e complicações durante o parto, causando sofrimento ao feto também possuem mais chances de terem filhos com TDAH.

Outras causas

Há também algumas causas que antes eram aceitas mas hoje em dia já foram descartadas. Elas são:

  • Problemas familiares;
  • Luz artificial;
  • Deficiência hormonal;
  • Aspartame;
  • Deficiências vitamínicas na dieta.

Diagnóstico

O diagnóstico de crianças é feito com a colaboração dos pais, professores e profissionais especializados. O diagnóstico de adultos pode ser feito com a ajuda de profissionais juntamente com o auxílio de familiares ou do parceiro.

Os profissionais capacitados para tratar de pessoas que possuem o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade são: neuropediatras, neurologistas, psicólogos, oftalmologistas, fonoaudiólogos, psicomotricistas, otorrinolaringologistas, psicopedagogos, psiquiatras e pedagogos.

Comportamentos comuns em adultos que possuem o TDAH:

  • Procrastinação (distrair-se com assuntos não tão importantes deixando o principal para última hora).
  • Apesar de dominar o assunto, cometer erros bobos por falta de atenção.
  • Ser desorganizado e sempre estar atrasado.
  • Estar ansioso, estressado e irritado.
  • Não conseguir se controlar, ter comportamentos inadequados podendo gerar conflitos no local de trabalho, na família ou no grupo social.
  • Oscilação de humor.

Comorbidade (coexistência de transtornos ou doenças) em adultos também pode ocorrer. Alguns dos transtornos são:

TDAH com TOC (transtorno obsessivo-compulsivo)

Se o paciente se preocupar muito com coisas que estão fora do lugar, futuros erros por conta da distração, pensamentos repetitivos, obsessões e outras coisas, podem desenvolver o TOC. Os sintomas variam muito, como, obsessão por contaminação, religião, simetria, ordem, sexual, agressividade e até mesmo, armazenamento.

TDAH com fobia

Como há muita desatenção, os pacientes com TDAH tem medo de serem criticados, zoados e ridicularizados podendo desenvolver fobia social. As fobias também podem ser desenvolvidas por situações ou objetos, medo de tempestades, elevador, avião, sangue, animais e outros.

Comportamentos comuns em crianças e adolescentes que possuem o TDAH:

  • Dificuldade no aprendizado.
  • Apesar de dominar o assunto, cometer erros bobos por falta de atenção.
  • Dificuldade no relacionamento interpessoal.
  • Desorganização.
  • Alteração no peso.

A presença de outros distúrbios associados ao TDAH em crianças e adolescentes pode ocorrer em 50% dos casos.

TDAH com transtorno de conduta (TC)

As crianças com esse problema costumam mentir, fugir da escola ou de casa, ser cruéis com animais, pessoas e até mesmo roubar ou matar. Há grandes chances dessas pessoas serem obcecadas por sexo. Podem ter sido vítimas de estupro.

TDAH com transtorno desafiador opositor (TDO)

É a comorbidade mais comum entre o TDAH. Quase 65% dos casos podem sofrer com esse problema. É caracterizado pelo comportamento desafiador com relação aos pais e professores. Desobedecer e enfrentar são características comuns nesse tipo de crianças e adolescentes. Eles se sentem injustiçados por tanta cobrança e punições, causando agressividade, baixa auto-estima e transtornos anti-sociais.

TDAH com distúrbio de sono

A falta de sono das pessoas que sofrem desse distúrbios podem ocorrer por conta do grande número de pensamento que passa na cabeça das pessoas com TDAH. Assim, o cérebro não consegue descansar causando ansiedade. Com a falta de sono, o dia seguinte se torna um pesadelo. Acordar e assistir às aulas se tornam missão impossível.

Realizar atividades físicas, dormir de lado e desligar o computador 1 hora antes de dormir, no mínimo, podem auxiliar em uma melhor noite. Pessoas que utilizam cigarro, bebidas alcoólicas e cafeína devem eliminar esses produtos.

TDAH com depressão

Crianças menores podem manifestar depressão por conta da diminuição no crescimento e pelo aumento de peso. Adolescentes deprimidos buscam alternativas com o abuso do álcool e drogas.

TDAH com transtorno de ansiedade

Esse transtorno acontece quando a preocupação e medos passam a ser excessivos causando prejuízos no convívio acadêmico, pessoal e até mesmo familiar. Esse tipo de pessoa sempre está preocupado com o próprio desempenho. Se o problema não for tratado pode ser transformado em depressão.

TDAH com desordem de comunicação

As desordens de comunicações podem ser divididas em três categorias nos pacientes com TDAH:

  • Dislexia: problemas na compreensão e produção de enunciados. O vocabulário é limitado e há dificuldade no aprendizado de leitura e escrita.
  • Disafasia: caracterizada pela dificuldade no controle motor da fala, há alterações articulatórias, fala acelerada e modulação na voz.
  • Disgrafia: a caligrafia costuma ser ruim. Há a falta de coordenação motora, má organização espacial e dificuldade no traçado.

Testes

Para que o diagnóstico seja dado com precisão, questionários, testes e avaliações são feitas com os pacientes, familiares e até mesmo com os professores deles. Há questionários prontos em que se sinaliza alguns sintomas do paciente e também se ele contém características do distúrbio.

Mas é necessário entender que não é somente o questionário que certifica se há ou não o transtorno. É necessário em média 6 meses de conversas, análises, testes e consultas para que o diagnóstico seja feito pelos profissionais capacitados.

As perguntas dos questionários e testes podem variar de acordo com a faixa etária do paciente com as características que ele possui.

É necessário sempre estar trabalhando com algum profissional que entenda do assunto, para que não haja desperdício de tempo e para que os resultados surjam mais rápidos trazendo uma qualidade de vida ao paciente, professores e familiares.

Como é feito o tratamento para TDAH e quais são os profissionais especializados?

Após algum profissional dar o diagnóstico, é necessário tratamento de psicoterapia estrutural e organizadora, coaching, ginástica cerebral e biofeedback na criança ou no adulto, envolvendo a família e muitas vezes o uso de medicamento.

Medicamentos indicados para TDAH

Os medicamentos indicados no tratamento do transtorno necessitam de receita, pois a maioria possui tarja preta. Os medicamentos mais conhecidos e indicados pelos médicos são:

É necessário deixar os pacientes cientes de que alguns pacientes sofrem com efeitos colaterais, como náuseas, falta de apetite e não conseguir realizar duas atividades ao mesmo tempo. Também é possível que ocorra irritação durante o período em que o medicamento esteja fazendo efeito no corpo do paciente.

Atenção! 

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Como conviver com quem tem TDAH

É necessário paciência com os pacientes de TDAH, pois muito possivelmente ele esquecerá de algumas coisas ou então não conseguirá ficar muito tempo realizando a mesma atividade.

As crianças que sofrem do problema, algumas vezes necessitam de reforço escolar e acompanhamento diferenciado na escola. Os pais devem colocar limites e regras em casa.

É muito importante também elogiar para que a autoestima aumente e a criança se sinta confiante para realizar suas atividades. Da mesma forma que as críticas devem ser analisadas antes de serem proferidas aos pacientes de TDAH, pois a autoestima pode ser abalada.

Prevenção

Não há como evitar o transtorno, pois muitas vezes ele é hereditário. O que pode ser feito é se cuidar durante a gestação e não passar em locais que possuem grande incidência de chumbo.

Complicações

A complicação só costuma surgir em pacientes que não são diagnosticados e nem tratados do transtorno. Para eles, a autoestima pode ficar em baixa por tempo indeterminado, pois eles não conseguirão realizar suas atividades, se sentindo cada vez mais fracassados, sejam adultos ou crianças/adolescentes.

Além disso, uma outra complicação já citado acima são os efeitos colaterais dos medicamentos.


O TDAH é um transtorno muito conhecido de uns anos para cá e que possui tratamento. É necessário sempre da consulta com alguém especializado e acompanhamento que pode durar anos com psicopedagogo ou psiquiatra. Há casos em que o especialista dá alta ao paciente e mostra que ele pode conviver com o problema sem a ajuda de medicamentos.

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Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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