A glicose é um carboidrato simples que é importante para o corpo humano, pois é umas das principais fontes de energia para o organismo. Mas seu excesso ou falta pode trazer problemas à saúde.
Para saber se você está no nível normal da glicose é possível fazer exame de glicemia, que pode ser indicado por médico(a).
Entenda o que é a glicose, o índice glicêmico e como ele pode ajudar no controle dos níveis de glicose no sangue.
A glicose é um carboidrato simples (monossacarídeo). Assim como a frutose, ribose, galactose entre outros carboidratos, tem a função de abastecer as células com energia, sendo importante para o bom funcionamento do corpo.
Praticamente todo alimento consumido é transformado em glicose, que é a unidade mais simples de carboidrato. Por isso, os carboidratos ingeridos são degradados até virarem monossacarídeos.
Eles são enviados para a corrente sanguínea para serem absorvidos pelas células. Esse processo acontece com ajuda do hormônio produzido pelo pâncreas, a insulina, que auxilia a glicose no sangue entrar nas células para serem usadas como energia.
O órgão que consome mais glicose em seu funcionamento é o cérebro, pois os neurônios a usam para fazer as sinapses (conexões dos neurônios), consumindo 19% da glicose gerada após a quebra dos carboidratos.
Quando o corpo funciona adequadamente, o hormônio insulina supre a demanda e consegue manter as taxas de açúcar no sangue reguladas. Porém, algumas condições podem fazer com que a glicose não seja enviada para dentro das células.
Assim, as moléculas ficam circulando livremente pela corrente sanguínea, o que faz com que a glicemia seja alterada.
A abaixo de 70mg/dL significa que o nível de glicose está baixo no sangue, já sendo chamada de hipoglicemia.
No início da manhã ou depois de longas horas sem comer, ou ainda atividade física intensa, é normal que a glicose esteja em um valor mais baixo, pois o carboidrato foi consumido pelo organismo. Por isso, nessa hora, o ideal é que o resultado fique entre 70mg/dL e 99mg/dL.
Já logo após uma refeição, é esperado que o valor fique um pouco mais elevado, podendo chegar a 110mg/dL para pessoas sem diabetes.
A pessoa que está com hipoglicemia (nível de glicose baixo) pode apresentar sinais de mal-estar, tremores, confusão mental, fome e tontura, entre outros sintomas que são causados por este distúrbio.
As reações ao nível baixo podem aparecer de forma súbita, mas o nível glicêmico pode ser corrigido e as reações diminuídas com a ingestão de um alimento doce ou rico em carboidrato, estabilizando o nível dentro de, em média, 15 minutos.
A queda da glicose pode acontecer de forma extrema, indo abaixo de 40mg/dL — porém, é menos frequente em pessoas sem diabetes ou outros distúrbios no pâncreas.
Em situações de níveis glicêmicos extremamente baixos, a pessoa pode ter reações graves como perda de consciência ou crises convulsivas, sendo necessárias medidas imediatas (e auxílio de outra pessoa) para o retorno no índice normal (acima de 70mg/dL).
As medidas que podem ser tomadas imediatamente são primeiramente acionar a emergência médica e receber orientação por telefone, enquanto o atendimento de paramédicos presencial está a caminho.
Pessoas com diabetes ou casos de hipoglicemia severa frequente podem receber orientação média de ter em casa uma injeção chamada glucagon, que age rapidamente na correção da hipoglicemia.
Se não houver acesso à aplicação, em casos de diabetes ou não, basta dar alguma bebida doce à pessoa, caso ela esteja acordada.
Se acontecer desmaios ou convulsões, é possível colocar açúcar debaixo da língua, e nunca oferecer líquidos, por causa do risco de afogamento.
Os valores do índice que indicam um nível saudável de glicose no sangue são entre 70 mg/dL e 99 mg/dL, já pessoas portadoras de diabetes podem ter esses valores alterados para acima dessa faixa (em jejum até 115 mg/dL).
O valor da glicose normal também pode variar ao longo do dia, pois depende se a medição do índice foi feita em jejum ou após refeições.
O valor ideal da glicose em jejum é de até 100mg/dL, para pessoas sem diabetes ou que estejam realizando o tratamento. Mas, conforme apontam as Diretrizes de Diabetes de 2019/2010, da Sociedade Brasileira de Diabetes, a OMS considera aceitável valores até 110mg/dL como normais.
O jejum é caracterizado como um período igual ou maior de 6 horas sem ingestão de nenhum tipo de alimento, assim sem interferência no resultado da medição.
A medição feita após 2 horas de uma refeição apresenta valores normais se:
De acordo com as Diretrizes de Diabetes de 2019/2020, os valores saudáveis de glicose durante a gravidez são:
É importante estar atenta(o) aos fatores de risco que influenciam no desenvolvimento da diabetes, como ganho de peso excessivo durante a gestação, histórico anterior de diabetes gestacional, idade materna (acima de 35 anos), entre outros.
O acompanhamento médico antes, durante e depois da gestação auxilia a mãe e bebê a se manterem saudáveis, e pode evitar o desenvolvimento de diabetes gestacional.
Quando o exame de índice de glicose é feito em jejum e apresenta 126 mg/dL, é constatado quadro de diabetes tipo 1.
Pacientes com resultados que indicam pré-diabetes (entre 100mg/dL e 125mg/dL) e com outros indicativos, como histórico familiar ou sobrepeso, devem ser avaliados para os casos de diabetes tipo 2.
Em todos os casos, o médico(a) fará análise do exame e provavelmente solicitará um novo exame, porque alguns fatores (ingestão de álcool e exercícios físicos de alta intensidade) podem afetar o índice temporariamente.
Um segundo exame de hemoglobina glicada é geralmente solicitado para a confirmação do diagnóstico.
Quando os valores do exame estiverem entre 100 mg/dL e 125 mg/dL e foram realizados em jejum, pode ser indício de pré-diabetes.
Nesse caso, é recomendado o tratamento para que as taxas sejam reguladas e a diabetes não se desenvolva. Isso é feito com mudanças nos hábitos alimentares e a inclusão de prática de exercícios físicos.
Focar em uma alimentação com alimentos de baixo e médio índice glicêmico (IG) pode ser uma boa opção para manter a glicose no nível considerado normal para quem tem predisposição ao diabetes ou pré-diabetes.
O índice glicêmico mostra a velocidade que um alimento, após ser dirigido, libera glicose na corrente sanguínea. Alimentos com alto índice causam picos de glicose — ou seja, elevam rapidamente as taxas de açúcar no sangue.
Eles podem ser separados em alto, médio e baixo IG. E com uma boa orientação nutricional, é possível fazer escolhas balanceadas e evitar os picos glicêmicos.
Para isso, pode-se apostar na ingestão de fibras, gordura boa, proteína magra e carboidratos de baixo/médio índice glicêmico.
Vale ressaltar que o modo de preparo do alimento também pode influenciar no índice glicêmico do alimento. Por exemplo, a batata tem o IG maior se for frita invés de assada.
Outro exemplo é a laranja, o consumo da fruta com bagaço tem IG baixo, pois contém fibras. Já o suco feito com laranjas espremidas tem maior IG — isso ocorre porque são necessárias muitas laranjas para 1 copo de suco, além disso, o bagaço é descartado, o que retira as fibras da fruta.
O índice glicêmico dos alimentos são separados em alto, médio e baixo, nos seguintes valores:
Confira abaixo uma lista com alimentos com baixo/médio índice glicêmico que podem ajudar a manter a glicose no nível normal:
A glicose faz parte do funcionamento de nosso organismo, por isso, é importante verificar o seu índice através de exames e manter uma alimentação saudável, mesmo não apresentando risco de desenvolvimento de diabetes.
Confira o Minuto Saudável e fique informado(a) sobre como você manter a saúde em dia!
Diretrizes de Diabetes 2019/2020, Sociedade Brasileira de Diabetes.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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