O que é colesterol alto?
O colesterol alto, também conhecido por hipercolesterolemia, é uma condição em que o organismo apresenta níveis elevados do colesterol LDL, o colesterol popularmente conhecido como o colesterol “ruim”.
Quando os níveis de colesterol LDL estão altos, o risco de doenças cardiovasculares são muito maiores. O colesterol alto no sangue pode provocar um entupimento das artérias e provocar doenças como aterosclerose e infarto.
O conhecimento dos fatores de risco é fundamental, uma vez que o colesterol alto não apresenta sintomas. No entanto, a causa está associada a fatores genéticos e a um estilo de vida pouco saudável.
Continue a leitura para saber como se prevenir dessa condição e entenda quando o colesterol é uma ameaça à saúde.
Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:
- O que é colesterol alto?
- O que é colesterol?
- Tipos
- Causas
- Fatores de risco
- Sintomas
- Diagnóstico
- Níveis de colesterol
- Colesterol alto tem cura?
- Tratamentos
- Alimentos que ajudam a reduzir o colesterol alto
- Alimentos que devem ser evitados
- Medicamentos para colesterol alto
- Prognóstico
- Complicações
- Como prevenir o colesterol alto
- Perguntas frequentes
O que é colesterol?
É um composto químico produzido por nosso corpo que integra a membrana das células, onde é sintetizado pelo fígado. 70% do colesterol é de origem endógena (fígado) e 30% é absorvido pela alimentação.
Sua presença, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, não é algo ruim. Somente faz mal a saúde quando em excesso.
O colesterol é uma gordura que não se mistura ao sangue. Para que possa se deslocar pelo organismo, se une a determinadas proteínas para ir de “carona” para onde precisar. Essas combinações de colesterol e proteínas formam as lipoproteínas.
Como lipoproteínas, o colesterol percorre a corrente sanguínea em seus três tipos: o HDL, VLDL e o LDL.
Ao contrário do que diz sua fama, o colesterol não é um vilão. Nosso organismo precisa dele e justamente por isso o produz. Ele se torna uma ameaça quando os níveis são altos ou baixos demais.
O colesterol tem um importante papel realizado nas membranas das células, onde controle o que entra e sai delas. Também é importante para o metabolismo dos hormônios sexuais.
Ele está presente nas estruturas celulares do cérebro, nervos, músculos, pele, intestino, fígado e coração e é importante para o bom funcionamento de todas essas células.
Também tem papel na formação de hormônios de vitamina D e ácidos biliares, que auxiliam na digestão.
Tipos de colesterol
Existem duas fontes de colesterol. Uma delas é produzida por nosso organismo e a outra é adquirida pela alimentação:
Colesterol alimentar
O colesterol alimentar ou dietético é o que obtemos através do consumo de alimentos de origem animal. Está presente em maior quantidade em alimentos como a gema do ovo, queijo e carnes gordurosas.
Colesterol sérico ou colesterol no sangue
Esse tipo de colesterol é produzido pelo fígado. Ele transita pela corrente sanguínea ao se unir a outras proteínas, formando as lipoproteínas.
O corpo humano utiliza o colesterol para a digestão de alimentos gordurosos e na produção de hormônios específicos.
Entre o colesterol sérico existem três classificações, eles se dividem de acordo com sua densidade, sendo de alta, baixa ou muito baixa densidade.
Essa classificação acontece de acordo com a proporção de gordura e proteína em cada uma.
Colesterol LDL
O colesterol LDL ou Lipoproteínas de Baixa Densidade, traduzido da sigla em inglês, é o tipo de colesterol conhecido como colesterol ruim, pois é o que se aloja na parede das artérias, causando aterosclerose.
Quando maior for esse acúmulo de colesterol LDL nas artérias, maior é o risco de uma doença cardiovascular.
Colesterol HDL
Esse tipo de colesterol tem ação oposta ao LDL. As lipoproteínas de alta densidade (HDL) são responsáveis pela limpeza das artérias. Dessa forma, quanto maior os níveis desse colesterol, o risco de doenças cardiovasculares é menor. Popularmente, o HDL é conhecido como colesterol bom.
VLDL
O VLDL é um tipo de colesterol mais próximo ao LDL, com densidade inferior, mais gordura e menos proteínas. Também é considerado um colesterol ruim em níveis altos.
A função do VLDL é a de transportar os triglicerídeos pela corrente sanguínea. Os triglicerídeos também são um tipo de gordura que representa um risco para a saúde cardíaca.
Causas
O colesterol alto está associado a vários fatores, no entanto, as causas mais frequentes estão relacionadas a ausência de hábitos saudáveis em combinação com uma predisposição genética herdada dos pais.
Também pode ser provocado por outras complicações médicas e medicamentos, no entanto, é menos comum que aconteça por esses motivos.
Conheça alguns hábitos que contribuem para o aumento dos níveis de colesterol e outros fatores desencadeantes:
Fatores genéticos
O colesterol acontece também por fatores genéticos. Pessoas que apresentam histórico familiar dessa condição possuem maior chance de sofrerem com a doença.
Após percorrer a corrente sanguínea, o colesterol precisa ser removido pelo fígado. Esse processo acontece e resulta na formação da bile. Dessa forma, os níveis de colesterol dependem do desempenho do fígado.
Maus hábitos alimentares
O consumo exagerado de gordura saturada favorece o aumento nos níveis do colesterol ruim (LDL). Pessoas que mantém uma dieta rica em gorduras apresentam maior risco de sofrer com essa condição.
Tabagismo
O tabagismo é uma das causas mais frequentes quando se trata de aumento do colesterol e, consequentemente, doenças cardíacas. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), um terço de todas as mortes provocadas por uma doença cardiovascular tem como gatilho o hábito de fumar.
Fatores de risco
Os fatores de risco do colesterol alto estão muito próximos das causas. No entanto, além de hábitos pouco saudáveis, outras condições se mostram preocupantes.
Obesidade
Estar acima do peso é um dos fatores que contribuem para o colesterol alto. Pessoas que apresentam IMC acima de 30 devem realizar o exame para checar os níveis de colesterol, além de procurar uma mudança nos hábitos como prática de exercícios e uma reeducação alimentar.
Histórico familiar
Casos de colesterol alto na família pode representar um risco maior de se desenvolver essa condição. Se o colesterol alto tem como causa herança genética, o paciente deve acompanhar os níveis de colesterol desde a infância.
Sedentarismo
A falta de atividade física contribui para o aumento dos níveis de colesterol no sangue, estando associado a diversas complicações cardiovasculares.
Alimentação
Manter uma dieta pouco saudável é um alerta para quem teme o colesterol alto. O consumo excessivo de gordura trans, gordura saturada e açúcar está associado ao aumento do LDL e dos níveis de triglicerídeos.
Bebidas alcoólicas e cigarro
O consumo de bebidas alcoólicas é um fator de risco e está associado a diversas complicações, tais como a hipertensão, interferência no ritmo cardíaco e no aumento do peso. Assim como o álcool, o cigarro também é uma ameaça para a saúde cardíaca.
Fumar é um hábito que danifica as paredes arteriais, o que pode torná-las mais suscetíveis ao acúmulo do colesterol ruim (LDL). Além disso, o tabagismo também pode prejudicar os níveis de colesterol HDL, o colesterol bom para o nosso sistema sanguínea.
Idade e sexo
O colesterol alto apresenta um risco maior para as pessoas à medida que vão envelhecendo. No entanto, antes de passarem pela menopausa, as mulheres normalmente apresentam níveis mais elevados do HDL (bom) e níveis mais baixos para o LDL (mau) do que os homens.
Após a menopausa, podem apresentar níveis mais elevados de LDL, aumentando as chances de doenças cardiovasculares.
Diabetes mellitus
Pacientes com diabetes mellitus estão mais propensos ao colesterol alto, uma vez que apresentam um prejuízo maior nas paredes arteriais, devido ao açúcar elevado.
Esse é um fator de risco que contribui para que o colesterol HDL fique prejudicado e que os níveis de LDL aumentem.
Sintomas
O colesterol alto não costuma provocar sintomas, sendo uma doença silenciosa. A maioria das pessoas que possuem essa condição não sabem até que façam um exame de sangue de rotina ou, no pior dos casos, quando sofrem alguma complicação mais grave como consequência.
No entanto, o excesso de colesterol pode acabar provocando um depósito de gordura no fígado e, a partir disto, alguns sinais surgirem, tais como:
- O surgimento de bolinhas de gordura na pele (xantelasma);
- Inchaço na região do abdômen;
- Sensibilidade na região da barriga.
Conforme o aumento nos níveis de colesterol, outros sinais podem se manifestar, indicando a presença deste problema. São eles:
- Mau hálito;
- Inflamação nas articulações;
- Indigestão ou sensação de estômago pesado;
- Agitação;
- Alteração nos olhos, como a presença de um arco opaco esbranquiçado no olho;
- Intestino preso;
- Enjoos;
- Perda de equilíbrio;
- Dor no peito;
- Visão embaçada;
- Dor de cabeça;
- Intolerância alimentar;
- Urticária e outras alergias de pele;
- Fadiga;
- Fraqueza.
Além do conhecimento dos fatores de risco que podem levar ao aumento do colesterol ruim, é fundamental que, pessoas que apresentam algum desses sintomas, procurem ajuda médica para investigar a causa.
Diagnóstico
O colesterol alto não é uma doença que dá sinais claros de sua presença. Portanto, o diagnóstico é feito quando o paciente realiza um exame para checar se os seus níveis de colesterol estão normais.
O exame a ser feito é o de perfil lipídico, o que antigamente era conhecido por lipidograma. Para o exame, a pessoa deve ficar em jejum por 9h a 12h.
O perfil lipídico traz informações mais detalhadas sobre todos os tipos de colesterol, indicando os níveis de colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos, outro tipo de gordura presente no organismo.
Também é possível realizar o exame de sangue apenas para medir o colesterol total e o HDL. Para esse exame não é necessário jejuar.
A frequência em que esse exame deve ser feito varia de acordo com a idade da pessoa, fatores de risco e histórico familiar. De um modo geral, as recomendações são as seguintes:
Pessoas com 19 anos ou menos
Os exames para controle dos níveis de colesterol podem ser feitos ainda na infância, a partir dos 9 e 11 anos. A frequência recomendada é de que os testes sejam realizados a cada 5 anos.
Quando se há histórico familiar de colesterol, AVC e doenças cardiovasculares, a criança pode realizar o teste ainda mais cedo, a partir dos 2 anos.
Pessoas com 20 anos ou mais
A frequência do exame sanguíneo para investigar o colesterol alto deve continuar sendo feito de 5 em 5 anos, dos 20 até os 45 anos para homens e dos 20 até os 55 anos em mulheres.
Após os 45 anos, para os homens, e 55 anos para as mulheres, o exame deve ser feito com intervalos de 1 a 2 anos.
Níveis de colesterol
O exame de sangue feito para diagnosticar o colesterol alto indica os níveis de colesterol. O resultado revela alguns números, de acordo com idade e sexo do paciente. Ele deve apontar os níveis do HDL, LDL, Não-HDL (colesterol total sem o HDL) e colesterol total. Entenda como funciona:
Pessoas com 19 anos ou menos
Dentro dessa faixa etária, os níveis de colesterol são interpretados de forma igual para homens e mulheres. Os níveis são considerados saudáveis quando se encontram dentro dos limites estabelecidos abaixo:
- HDL: acima de 45mg/dL;
- LDL: inferior a 100mg/dL;
- Não-HDL: inferior a 120mg/dl;
- Colesterol total: inferior a 170mg/dL.
Homens com 20 anos ou mais
Após os 20 anos, os homens devem se atentar aos seguintes níveis de colesterol:
- HDL: 40mg/dL ou mais;
- LDL: inferior a 100mg/dL;
- Não-HDL: inferior a 130mg/dL;
- Colesterol total: 125mg/dL a 200mg/dL.
Mulheres com 20 anos ou mais
Os níveis de colesterol para mulheres acima dos 20 anos é semelhante ao níveis de colesterol para os homens, a principal diferença está nos níveis do HDL, o colesterol bom.
- HDL: 50mg/dL ou mais;
- LDL: inferior a 100mg/dL;
- Não-HDL: inferior a 130mg/dL;
- Colesterol total: 125mg/dL a 200mg/dL.
Colesterol alto tem cura?
Quando se trata de colesterol alto não se tem um tratamento focado na cura, pois não existe uma cura sem o cuidado permanente.
Após o diagnóstico, o paciente deve saber que terá de se adaptar aos tratamentos, que incluem uma mudança nos hábitos.
O colesterol alto pode ser considerado uma doença crônica, que pode durar anos ou toda uma vida.
Tratamentos
O tratamento para controle do colesterol alto é feito a partir de duas medidas principais: mudança de hábitos para um estilo de vida mais saudável e medicamentos, quando apenas as mudanças não são capazes de diminuir os níveis de colesterol.
Hábitos mais saudáveis
Uma vida pouco saudável e os fatores de risco para o colesterol alto caminham junto. Sendo assim, o paciente que apresenta essa condição precisará de algumas mudanças no dia a dia para que consiga normalizar o colesterol, evitando doenças cardiovasculares que podem levá-lo a morte.
Alimentação mais saudável e redução do consumo de álcool
Manter uma dieta saudável e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas ajuda a manter os níveis de colesterol LDL controlados. Os pacientes devem evitar alimentos ricos em gordura trans, gordura saturada e açúcar. Procure um nutricionista para entender qual a melhor dieta a ser seguida.
Prática de exercícios físicos
Para uma vida mais saudável, recomenda-se a prática de atividades físicas regularmente. A média é de que as pessoas pratiquem 30 minutos diariamente, se possível, todos os dias.
Controle do estresse
O estresse crônico pode aumentar o colesterol LDL e diminuir o HDL. Conseguir um controle sobre essa condição é positivo para pacientes com colesterol alto.
Parar de fumar
Como visto, o tabagismo é um dos fatores de risco para o desenvolvimento do colesterol alto. Portanto, uma das medidas durante o tratamento é de que o paciente busque parar com esse hábito.
Medicamentos
Para alguns pacientes, apenas a mudança de estilo de vida não basta para que o colesterol retorne para níveis mais saudáveis. Por isso, pode ser necessário o uso de medicamentos.
No entanto, mesmo com o uso de remédios, o paciente não deve abandonar os hábitos saudáveis.
Para saber qual o medicamento mais indicado para cada caso, o paciente deve procurar ajuda médica.
Alimentos que ajudam a reduzir o colesterol alto
Alguns alimentos são recomendados para que os níveis de colesterol se mantenham saudáveis. Além de auxiliarem na redução do colesterol alto, proporcionam outros benefícios para a saúde.
Carnes magras e peixes
O consumo de carnes vermelhas deve ser feito com moderação, sendo um complemento de outros alimentos e não como prato principal.
A preferência deve ser dada a carnes brancas magras, como aves (sem pele) e peixes. O consumo pode ser feito de 3 a 4 vezes por semana, são benéficos por serem ricos em ômega 3.
Algumas opções são:
- Peixes: atum, dourado, traíra, pintado, garoupa; pescadinha, pargo, namorado, corvina, ostras;
- Carnes: coxão mole, coxão duro, patinho, lagarto, alcatra, filé, paleta bovina, músculo;
- Aves: frango, peru e chester (sem pele).
Aveia e outros grãos integrais
O consumo de aveia e outros grãos integrais como a cevada, centeio, arroz integral, trigo sarraceno e outros tipos são importantes para uma dieta para controle do colesterol alto pois são alimentos ricos em fibra.
Chocolate amargo
O chocolate amargo, para quem não consegue se desprender de um doce mesmo em dieta, é a opção mais saudável. Devido a presença de flavonoides, substância que ajuda a diminuir o LDL, ele pode ser introduzido a dieta de pessoas com colesterol alto. A quantidade recomendada é de 30g diárias.
Azeite
O azeite é uma alternativa mais saudável para substituir óleos vegetais ruins para o colesterol, pois auxilia na proteção contra doenças cardíacas. Além de regular as taxas de colesterol, o azeite também é benéfico no controle de diabetes tipo 2, pois reduz a taxa glicêmica.
Chá verde
O consumo do chá verde é importante para a prevenção da inflamação dos tecidos. Pela presença de substâncias como os flavonoides, este chá atua como uma proteção contra a formação de coágulos, que podem causar ataques cardíacas.
Castanhas, nozes e amêndoas
As oleaginosas como a castanha, nozes e amêndoas contribuem para a saúde cardíaca por terem ação vasodilatadora. São alimentos importantes para quem quer prevenir e tratar o colesterol alto. 2 nozes ao dia já se mostra eficiente para reduzir o LDL em até 5%.
Feijão
O feijão é um dos alimentos que o paciente com essa condição pode consumir sem medo. Por ser rico em proteína e fibra, ajuda a manter os níveis de colesterol saudáveis. Além disso, é um alimento que proporciona saciedade, o que contribui para o controle do peso e emagrecimento.
Soja
A soja e alimentos a base de soja, como o leite de soja e o tofu, são alimentos benéficos para o controle do LDL. O consumo de 25 gramas de proteína de soja, diariamente, pode levar a redução de 5% a 6% do colesterol ruim.
Óleos vegetais
A substituição de óleos vegetais para o preparo dos alimentos pode deixar a alimentação ainda mais saudável e contribuir ainda mais para um estilo de vida melhor.
No lugar do uso de manteiga ou gordura animal, opte por óleos vegetais líquidos de canola, girassol e cártamo, por exemplo.
Frutas
O consumo de frutas é vantajoso em qualquer alimentação. Para pessoas com o colesterol alto, também. Frutas como maçãs, morangos, uvas e frutas cítricas ajudam a reduzir o colesterol LDL por apresentarem boas quantidades de fibra.
Leites e derivados
Leites e derivados não precisam ser excluídos da dieta de pacientes com colesterol alto. No entanto, é recomendado o consumo de opções mais saudáveis, tais como queijo branco, ricota, cottage, leite e iogurte desnatados.
Alcachofra
O consumo de alcachofra é indicado por ser um alimento com boas quantidades de fibras. Além de auxiliar no controle do colesterol alto, a alcachofra ajuda no controle de triglicerídeos, da diabetes e na prevenção da obesidade. Dessa forma, diminui os riscos de doenças cardiovasculares.
Vinho
Uma das recomendações para a redução do colesterol alto é o consumo reduzido de bebidas alcoólicas. No entanto, no caso do vinho tinto, quando ingerido moderadamente, faz bem para o colesterol.
Tem-se que, o consumo de uma a duas doses diárias, é capaz de promover a elevação dos níveis de HDL em até 12%.
Esse efeito acontece devido a presença dos flavonoides. Outros benefícios do vinho tinto incluem sua ação antioxidante, vasodilatador e anticoagulante.
Açaí
Apesar de ser um alimento com teor de gordura considerado alto, o açaí é um alimento que contribui para baixar os níveis do colesterol ruim. Isso porque as gorduras que possui são consideradas benéficas para a saúde.
Recomenda-se o consumo do açaí sem adições de outros ingredientes muito calóricos ou pouco nutritivos, pois o açaí já é um alimento calórico quando consumido puro.
Alimentos que devem ser evitados
Além da introdução de alimentos bons para a redução do colesterol no dia a dia, também é fundamental que os pacientes evitem os alimentos que contribuem para o aumento do colesterol LDL.
Pela grande quantidade de gordura trans, gordura saturada ou açúcar, vários itens devem ser consumidos moderadamente.
- Carnes vermelhas gordurosas e embutidas (salsicha, presunto, mortadela etc);
- Óleos vegetais processados como óleo de soja, de palma, de canola, óleo de milho;
- Sal;
- Alimentos industrializados e embalados (salgadinhos, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, temperos);
- Produtos lácteos convencionais não orgânicos, homogeneizados e pasteurizados;
- Açúcar.
Medicamentos para colesterol alto
Existem alguns tipos de medicamentos que visam diminuir os níveis do colesterol LDL (mau) e aumentar o colesterol HDL (bom). Eles devem ser utilizados apenas com orientação médica, tendo um acompanhamento adequado do quadro durante o tratamento.
Os medicamentos devem ser usados como complemento. O paciente deve continuar com as mudanças no estilo de vida para que os remédios possam ajudar de forma eficaz.
Alguns remédios utilizados são:
Estatinas
As estatinas são medicamentos que atuam como bloqueadores da enzima responsável por controlar a quantidade de colesterol que o organismo produz. Pode ajudar na redução de 20% a 55% dos níveis de LDL. Também pode contribuir para o tratamento dos níveis altos de triglicerídeos e aumentar os níveis do colesterol HDL.
Fibratos
São medicamentos mais utilizados para o tratamento dos níveis altos de triglicerídeos e para o aumento do HDL. Podem ajudar no tratamento do colesterol alto por ajudar no aumento do colesterol bom.
Esteróis vegetais
Atuam como bloqueadores, impedindo a absorção do colesterol pelo intestino. Pode reduzir os níveis do colesterol LDL em cerca de 5% a 15%.
Ezetimiba
É um medicamento que ajuda a reduzir a absorção do colesterol pelo intestino, reduzindo os níveis de colesterol alto em cerca de 18%. A ezetimiba utilizada em combinação com doses baixas de estatinas pode reduzir em até 51% o LDL.
Niacina
A niacina é uma vitamina B lipossolúvel que ajuda a elevar o HDL. Possui uma ação menos eficiente sob o LDL, mas que juntamente ao um estilo de vida saudável, pode ajudar a controlar a condição.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Prognóstico
O colesterol alto é uma condição silenciosa e perigosa. Por não apresentar sintomas claros, o paciente que não mantém uma rotina de exames preventivos pode demorar para descobrir esse problema.
Esse cuidado com os níveis de colesterol são fundamentais para a saúde cardiovascular das pessoas, pois as doenças provocadas pelo colesterol podem levar o paciente a morte.
Felizmente, o prognóstico de quadros de colesterol alto podem ser revertidos com mudanças no cotidiano, como reeducação alimentar, perda de peso e prática de exercícios físicos.
Além disso, os medicamentos disponíveis se mostram eficientes em casos onde esse estilo de vida não é o suficiente.
Complicações
O colesterol alto está associado a complicações cardiovasculares graves. As principais doenças que podem ocorrer como consequência dessa condição são:
Aterosclerose
Na aterosclerose acontece uma obstrução das artérias pela formação de placas de gordura. Essa doença é a principal causa de infartos, doença arterial periférica e acidentes vasculares.
O colesterol alto é um dos principais motivos para que a aterosclerose ocorra. Assim como no colesterol alto, na aterosclerose o paciente não apresenta sinais da doença.
Infarto
O infarto, ou ataque cardíaco, é o resultado de uma insuficiência de sangue oxigenado na região do coração. Isso acontece por causa de uma obstrução (aterosclerose).
Por causa desse entupimento que as artérias sofrem, o sangue não consegue circular e o músculo entra em um processo de necrose. É uma complicação grave, pois o paciente pode não sobreviver a um infarto.
AVC
O Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido pela sigla AVC, é uma condição em que o fluxo sanguíneo que vai para o cérebro se rompe. Quando isso acontece, o cérebro para de funcionar normalmente. Sem o oxigênio presente no sangue, as células do cérebro começam a morrer.
As sequelas de um AVC podem ser graves ou até mesmo levar o paciente a morte. Uma das causas que levam a essa obstrução é o colesterol alto.
Diabetes
Pacientes com diabetes mellitus estão mais suscetíveis a sofrerem com níveis baixos de colesterol HDL, o colesterol benéfico para nossa saúde. Essas duas condições tornam ainda mais agravante a condição desses indivíduos.
Complicações como hipertensão, infarto, aterosclerose e outras doenças estão associadas a pacientes com diabetes que possuem colesterol alto.
Dificuldades hepáticas e biliares
O aumento do colesterol ruim está diretamente ligado a função do fígado e a produção da bile. Quando ocorre uma desordem nesses níveis, distúrbios hepáticos e biliares podem acontecer.
Como prevenir o colesterol alto
O colesterol alto pode ser prevenido com algumas mudanças no estilo de vida. Por ser uma condição sem sintomas, é necessário atentar-se aos riscos. Veja o que fazer:
- Evite o sedentarismo e pratique exercícios físicos regularmente;
- Consuma bebidas alcoólicas moderadamente;
- Evite o tabagismo;
- Busque uma reeducação alimentar e adicione alimentos mais saudáveis ao dia a dia, como os alimentos ricos em ômega 3 e fibras;
- Evite o consumo excessivo de gordura trans, gordura saturada e açúcar;
- Evite frituras e utilize pouco óleo no preparo dos alimentos. Escolha, se possível, o consumo de assados, grelhados e ensopados;
- Realize, no mínimo, 3 refeições ao dia;
- Tenha um controle do seu peso;
- Investigue se há casos de colesterol alto em familiares próximos;
- Realize exames de rotina e tenha controle sobre os seus níveis de colesterol.
Perguntas frequentes
Conheça algumas das dúvidas frequentes sobre o colesterol alto:
Pessoas magras podem ter colesterol alto?
Sim. Apesar do excesso de peso ser um fator de risco, estar acima do peso não é sinônimo de colesterol alto. Da mesma forma que estar dentro do que é tido como peso ideal não elimina a possibilidade de pessoas magras terem colesterol alto.
O colesterol alto é uma doença que acontece também por uma questão genética. Além disso, os níveis de colesterol no sangue são dependentes da taxa de remoção do colesterol pelo fígado. Isto significa que nem todo trabalho de controle de colesterol é feito apenas com alimentação saudável e exercícios.
Pessoas que apresentam parentes próximos com colesterol alto possuem maior chance de ser acometidas pela doença.
Triglicerídeos são um tipo de colesterol?
Não, os triglicerídeos são um tipo diferente de gordura. Eles são comumente mencionados quando o assunto é colesterol alto pois o comportamento dos triglicerídeos, quando em níveis altos, se assemelham a ação do colesterol.
Da mesma forma que o colesterol LDL deve ser mantido sob controle, os triglicerídeos também devem, pois eles estão podem provocar doenças cardíacas.
Colesterol alto é hereditário?
O colesterol alto é hereditário quando o paciente apresenta essa condição devido a uma deficiência na produção do HDL pelo fígado. Esse processo ocorre devido a uma mutação genética.
Quando o colesterol alto é hereditário, alguns sintomas são atribuídos, tais como
- A presença de algum familiar de 1º ou 2º grau sofre com a doença ou outra condição cardíaca;
- Quando os níveis de colesterol são superiores a 310mg/dL no colesterol total ou acima de 190mg/dL em colesterol LDL;
- Presença de nódulos de gorduras depositados nos tendões, como nos do tornozelos e dedos;
- Alteração nos olhos, como um arco opaco esbranquiçado no olho;
- Bolinhas de gordura na pele, comum nas pálpebras;
- Quando acontece antes dos 55 anos.
O colesterol alto é uma condição séria e silenciosa. Para prevenir, é preciso conhecer os fatores de risco e levar uma vida mais saudável.
Algumas mudanças no dia a dia, como a escolha por alimentos com menos gorduras ruins, prática de exercícios, redução do consumo de bebidas e do tabagismo já contribui para que o colesterol LDL se mantenha em níveis normais.
Além de pensar no LDL, considerado um vilão, é preciso um olhar atento para o HDL, que ajuda nosso organismo a se manter saudável e impede as ações obstrutivas do LDL em nosso sistema sanguínea.
Nesse artigo discutimos o que é o colesterol e quando ele faz mal para nosso organismo. Compartilhe com seus amigos e familiares essas informações e contribua para mais corações sadios. Obrigada pela leitura!
Referências
https://www.einstein.br/especialidades/cardiologia/doencas-sintomas/colesterol
https://www.cdc.gov/cholesterol/about.htm
https://www.webmd.com/cholesterol-management/
https://medlineplus.gov/cholesterol.html
https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/what-should-you-eat/fats-and-cholesterol/
https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/high-blood-cholesterol https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/high-blood-cholesterol
https://www.heartfoundation.org.au/images/uploads/publications/NAHU-Cholesterol.pdf
Lottenberg, A. (2009). Importância da gordura alimentar na prevenção e no controle de distúrbios metabólicos e da doença cardiovascular. Arquivos Brasileiros De Endocrinologia & Metabologia, 53(5), 595-607. doi: 10.1590/s0004-27302009000500012