As doenças do fígado são a 8ª causa de morte no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia.
Entre uma de suas complicações está a cirrose, que pode ser considerada o estágio final de uma lesão hepática crônica.
Por ser uma condição que não tem cura, é importante estar com os exames médicos sempre em dia, a fim de identificar qualquer anormalidade.
Alguns fatores podem agravar a cirrose.
Para saber mais, basta conferir o artigo!
Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
A cirrose é classificada como um dos estágios finais de uma doença no fígado, sendo uma alteração irreversível. A condição é decorrente de inflamações e lesões anteriores, em que ocorre uma substituição do tecido hepático por nódulos regenerativos.
Considerada uma das principais alterações crônicas do fígado, a condição pode estar relacionada a outros fatores, como infecções e alterações de metabolismo.
As maiores causas relacionadas a cirrose são as hepatites virais (B e C), doença hepática gordurosa e abuso de álcool.
Por isso, é importante manter uma rotina de exames frequente, a fim de diagnosticar precocemente quaisquer alterações no fígado, antes que evoluam para uma cirrose.
A condição pode ser encontrada no CID-10 através dos códigos:
O fígado representa cerca de 5% de todo nosso peso corporal. É um órgão que desempenha funções essenciais para o organismo, como armazenamento, reserva e regeneração de substâncias.
Ele fica localizado na parte interna do abdômen e é considerado a maior glândula do organismo. É o responsável por excretar as substâncias que não fazem bem para o nosso corpo.
Ao desenvolvermos distúrbios hepáticos, o fígado acaba perdendo algumas capacidades de funcionamento, se tornando menos capaz de processar essas substâncias.
Como consequência, toxinas se acumulam na corrente sanguínea, prejudicando o funcionamento de todo o organismo.
Quando o fígado está no estágio da cirrose, sua estrutura é modificada, surgindo nódulos comumente associados ao consumo excessivo de álcool ou a hepatites virais. O fígado perde sua aparência lisa, que é substituída por um aspecto rugoso.
Não. A cirrose é uma condição responsável pela substituição das células do fígado por tecido cicatricial. Porém, essas alterações fisiológicas podem evoluir para formação de nódulos e acarretar no desenvolvimento de um câncer no fígado.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 50% dos casos de hepatocarcinoma (tipo mais comum de câncer no fígado) apresentam também cirrose hepática.
Dessa forma, fica evidente a relação entre as condições. Ou seja, em alguns casos, as alterações decorrentes da cirrose podem ser malignas para o paciente.
E quando falamos sobre os tipos de câncer, podemos classificá-los como primários ou secundários. A diferenciação entre eles se dá na forma como o tumor foi desenvolvido.
Os casos primários são aqueles que começam no próprio fígado, ou seja, em decorrência de alguma condição no órgão.
Já os tipos secundários são aqueles decorrentes da evolução de alguma outra condição, sendo mais frequente em detrimento de tumores do intestino grosso ou do reto.
No caso da cirrose, o risco é aumentado para o câncer de fígado primário.
A cirrose é uma condição que pode ter variações de acordo com a causa e com a maneira como se manifesta no organismo. A condição possui alguns tipos específicos, que explicaremos melhor a seguir:
Condição com a maior ocorrência, a cirrose hepática é ocasionada pela lesão das células do fígado, que são substituídas por tecido cicatricial. Pode ser compreendida como o estágio final da fibrose do fígado, em que a maior parte dos casos é irreversível.
Para tentar combater essas células, o organismo começa a se reproduzir de forma anormal, causando nódulos no fígado.
A cirrose pode ter diversas causas, como o consumo excessivo de álcool e gorduras, alguns medicamentos, vírus e doenças hepáticas.
A cirrose alcoólica é uma condição decorrente do uso excessivo de bebidas alcoólicas. Pode ser entendida como o estágio avançado da doença hepática alcoólica, representada pelo surgimento de fibrose difusa e nódulos regenerativos.
Essa condição pode ser subdividida em primária e secundária, sendo decorrente de uma anormalidade no sistema imunológico, que ocasiona inflamações e a destruição de alguns ductos biliares (estruturas ao longo da bile).
A bile é um fluido produzido pelo fígado, responsável por participar do processo de digestão de gorduras e absorção de nutrientes.
Na cirrose biliar, o fluxo normal da bile para o intestino é bloqueado.
Como o próprio nome apresenta, essa condição está relacionada com a necrose (morte das células) de partes do fígado, muitas vezes em decorrência do uso de drogas ou exposição a bactérias.
Além disso, uma das principais causas do desenvolvimento da cirrose pós-necrótica é a infecção por hepatites virais (B e C).
A cirrose pode ser classificada em estágios, compreendidos como:
A cirrose é uma condição lenta, que se desenvolve ao longo do tempo. Dessa forma, é preciso ficar atento aos possíveis fatores que causam o desenvolvimento da condição, entre os quais podemos citar:
O álcool é uma substância que, se consumida em excesso, causa inchaço do fígado. Após anos de consumo da substância, a consequência pode ser o desenvolvimento de uma cirrose.
As hepatites por si só já se configuram como uma inflamação no fígado, o que significa que as chances de ocorrer algum tipo de complicação é maior, pois o órgão já vai estar sendo atingido.
A condição é silenciosa e sem o tratamento adequado, pode evoluir para uma cirrose.
O acúmulo de gordura no fígado dificulta a metabolização dos alimentos ingeridos. Caso não seja tratado por meio de dieta e perda de peso, essa gordura poderá desenvolver uma cirrose.
O fígado é responsável pelo armazenamento, reserva e regeneração de todas as substâncias ingeridas e processadas pelo organismo.
Dessa forma, alguns tipos e quantidades de medicamentos podem acabar causando uma sobrecarga desse órgão, que como consequência, desencadeia uma cirrose.
Em alguns casos, o surgimento da cirrose pode ser devido a:
A cirrose é uma condição que pode apresentar diversos fatores de risco, como diabetes e dislipidemia (aumento do colesterol no organismo), que são os mais frequentes.
Entre os outros fatores podemos citar:
A cirrose é conhecida por ser uma condição silenciosa, ou seja, os sintomas só são percebidos quando já existe um dano hepático extenso.
Nos estágios iniciais é possível que a pessoa apresente: palma das mãos vermelhas e manchadas, enjoo e náuseas, sensibilidade e dor na região do fígado, além de angiomas (pequenas pintas vermelhas) localizadas acima da cintura.
Também é possível que o paciente perceba os seguintes sintomas:
A perda de peso e de apetite acontecem devido a dificuldade do fígado em absorver gorduras e vitaminas, uma vez que o órgão não está desempenhando suas funções corretamente.
Acomete mais da metade dos pessoas que possuem cirrose, porém, é um sintoma presente ainda no início da condição. A sua explicação ainda não é comprovada, mas esse é um sintoma bastante observado em pacientes com doenças do fígado.
Esse é considerado um sintoma comum entre pacientes no início da cirrose. Isso porque a cirrose é uma condição que está associada à apneia obstrutiva do sono, ou seja, a pessoa tem suas vias respiratórias obstruídas, levando a dificuldades e até mesmo paradas de respiração enquanto dorme.
Além desses, é possível ainda apresentar sintomas que representam um desgaste maior do fígado, já em um estágio um pouco mais avançado da condição, como é o caso de:
No estágio mais avançado da condição, o fígado já não consegue desenvolver suas funções de maneira adequada. As complicações mais frequentes são:
Essa condição pode ser entendida como um acúmulo de líquido na cavidade abdominal.
Isso ocorre em decorrência da pressão na veia porta, que como consequência causa um inchaço na região do abdômen.
A ascite pode ocasionar a incapacidade do fígado de produzir determinadas substâncias, como por exemplo a albumina.
Essa condição pode ser percebida na alteração da coloração da pele e dos olhos, que ficam com aspecto amarelado. Isso ocorre porque quando o fígado está prejudicado, não consegue eliminar a quantidade suficiente de bilirrubina, uma substância presente na bile.
A cirrose é uma condição que causa alteração na estrutura do fígado, comprometendo suas funções. Isso faz com que, ao tentar levar o sangue do intestino para o fígado, ocorra uma pressão exagerada na capacidade sanguínea da veia porta. Em consequência, surge a hipertensão portal.
A encefalopatia é caracterizada por alterações neuropsiquiátricas. Quando o fígado está prejudicado, a eliminação de toxinas pelo organismo não consegue ser ideal. Essas substâncias ficam acumuladas no cérebro, causando alterações de humor e confusão mental.
Por ser, nos estágios iniciais, assintomática, a cirrose é uma condição que costuma ter seu diagnóstico feito por meio de um exame de sangue.
Além disso, pode ser que o seu hepatologista ache necessário realizar alguns exames de imagem, como explicaremos a seguir:
Estes exames visam detectar alguma alteração no funcionamento do fígado, como o excesso de bilirrubina. Eles podem incluir testes AST, ALT, fosfatase alcalina, GGT, albumina, bilirrubinas total etc.
Por meio dos resultados será possível diagnosticar as causas por trás da cirrose, bem como a gravidade da condição.
Os testes de imagem muitas vezes não detectam a depreciação do fígado, porém, podem ser utilizados a fim de identificar possíveis complicações decorrentes da cirrose.
Entre eles, o mais utilizado é a elastografia por ressonância magnética (MRE). Também é possível que o médico solicite uma tomografia computadorizada ou ultrassonografia.
Esse exame tem como objetivo verificar a existência ou o desenvolvimento de varizes no esôfago ou estômago. O procedimento é realizado com o auxílio de uma mini câmera (endoscópio).
A biópsia trata-se da retirada de um pedaço do fígado para análises clínicas. O procedimento é realizado com uma pequena agulha que atravessa a pele, até atingir o fígado e coletar a amostra para testes.
Não. A cirrose é uma condição que lesiona o fígado permanentemente. Os tratamentos disponíveis buscam apenas evitar sua progressão e tratar as causas subjacentes. Porém, existe a possibilidade, dependendo do caso, de realizar um transplante de fígado. Assim, o paciente tem chances de ter sua saúde recuperada.
Por não possuir uma cura específica, a opção mais efetiva de tratamento acaba sendo o próprio transplante hepático.
Porém, é possível tratar os sintomas e as causas, como uma maneira de controlá-los e consequentemente, combater a evolução dessa condição:
Os medicamentos utilizados no tratamento da cirrose são voltados para alívio dos sintomas, como fadiga e desconforto, ou para tratar uma condição subjacente, como a hepatite. Ou seja, eles não são indicados para a cirrose em si.
É importante conversar com o médico responsável pelo tratamento e verificar a possibilidade de fazer uso de algum fármaco.
Os pacientes com cirrose devem interromper o consumo de álcool permanentemente. Em alguns casos, pode ser que o médico ache necessário encaminhar o paciente para um grupo de apoio, a fim de melhorar o controle da dependência.
A veia responsável pelo fornecimento de sangue para o fígado é conhecida como veia porta. Em alguns casos, o sangue pode recuar e com isso, causando pressão alta na região. Alguns medicamentos são indicados para diminuir e corrigir essas alterações.
A fim de conter os possíveis sangramentos ocasionados pela veia porta, uma endoscopia é realizada, injetando uma substância que forma um coágulo de sangue, com o intuito de controlar os sangramentos.
Em alguns casos, o médico pode sentir a necessidade de realizar uma bateria de exames, tanto de sangue como de imagem, a fim de controlar e rastrear um possível desenvolvimento de câncer de fígado.
Dependendo do estágio em que a condição se encontra, pode ser que os médicos achem necessário recorrer a um transplante de fígado. Neste procedimento, o fígado danificado é substituído por um “novo”, proveniente de um doador saudável.
Esta opção costuma ser indicada apenas quando o paciente está com a vida em risco, em que comumente existe diagnóstico de doença hepática terminal.
O importante para as pessoas que convivem com essa condição é estar alerta a qualquer sintomas e seguir um estilo de vida saudável.
Isso inclui praticar exercícios, evitar o consumo de álcool e manter uma alimentação balanceada, uma vez que o consumo exagerado de gorduras pode prejudicar ainda mais o fígado.
Além disso, é super importante manter uma rotina médica, sempre monitorando o desenvolvimento ou surgimento de novas complicações decorrentes da cirrose. Outro fator que pode ajudar também é se proteger de resfriados e gripes, mantendo sempre a vacinação em dia.
A cirrose é uma condição irreversível e progressiva. Porém, com tratamento adequado e diagnóstico precoce é possível que o paciente tenha uma boa qualidade de vida e a progressão da condição seja até mesmo interrompida.
Contudo, nos estágios mais avançados, em que as funções do fígado já estão bastante comprometidas, existem riscos à vida do paciente.
Dessa forma, o prognóstico irá depender muito da causa subjacente e do estágio em que a cirrose se encontra.
Atualmente existem várias maneiras de determinar a expectativa de vida de uma pessoa. A cirrose é uma condição que pode ser determinada a partir de um escore para doenças hepáticas.
Esses escores são definidos de acordo com a classificação da condição individual de cada pessoa. Eles podem envolver métodos como a Pontuação de Child-Turcotte-Pugh (CTP) e Escala MELD.
Reforçamos que essas classificações são feitas por um especialista, após avaliação clínica.
As principais causas de morte por cirrose são em decorrência da insuficiência hepática ou de hemorragias internas, também conhecidas como varizes, que acontecem devido a hipertensão portal.
Estima-se que 48% das mortes de cirrose se dão devido ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Porém, o mesmo estudo, realizado pela Revista Brasileira de Epidemiologia, também apontou uma redução nas taxas de mortalidade por cirrose, (de 11,4 para 9,5), além de uma estabilização na quantidade de casos de câncer no fígado (1,5 a 1,9) entre os anos 1990 e 2015.
Recomenda-se que pessoas com tendência a desenvolver cirrose e hepatites virais, sigam alguns hábitos, como:
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode fazer com que o fígado não consiga metabolizar a quantidade ingerida, alterando ou, em alguns casos, até destruindo as células hepáticas.
Por isso, o ideal é evitar a bebida, ou pelo menos diminuir o consumo. Caso seja portador de alguma doença de fígado, o recomendado é não ingerir álcool.
Fazer um acompanhamento médico regular com um hepatologista é importante. Caso seja diagnosticada alguma condição, ela estará em seu estágio inicial ainda, facilitando o processo de tratamento.
Algumas condições como hepatite B podem ser transmitidas por meio de troca de fluidos com uma pessoa contaminada.
Ou seja, ao compartilhar agulhas e seringas, por exemplo, as chances de você contrair essa condição aumentam significativamente.
Outra medida importante e significativa é manter as vacinas em dia para evitar contrair infecções virais. As hepatites A e B possuem vacina.
Algumas condições, em específico as hepatites virais, podem ser contraídas por meio de relações sexuais. Além disso, existe o risco de contrair DSTs. Por isso, sempre use camisinha.
A cirrose é uma alteração crônica irreversível, em que o tecido hepático é substituído por nódulos regenerativos anormais. Porém, é uma condição que pode amenizada e controlada por meio de hábitos saudáveis.
Então, se você conhece alguém que tem cirrose e está precisando se cuidar melhor, compartilhe esse texto para que mais pessoas possam saber como agir frente a essa condição!
Publicado originalmente em: 30/06/2017 | Última atualização: 02/04/2019
Rafaela Sarturi Sitiniki
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