Com origem no século XVII, na Inglaterra, a cinoterapia com pacientes psiquiátricos se mostrou eficaz no tratamento de condições psicológicas, sociais e pedagógicas após da utilização de cães e outros animais durante as sessões terapêuticas.
Essa terapia é composta por uma equipe multidisciplinar, responsável por avaliar o(a) paciente e o animal. Por isso, possibilita que seja estabelecida a comunicação recíproca entre ambos, com atividades que estimulam a criatividade e melhorem a autoestima.
Além disso, esse método proporciona sensação de bem-estar e felicidade, porque o contato com os cães estimula a liberação de substâncias como a endorfina e a adrenalina, responsáveis inibir o estresse e a irritação.
Para saber mais sobre os objetivos, benefícios, recomendações e contraindicações da cinoterapia, continue acompanhando o artigo!
Índice — Neste artigo, você encontrará:
O objetivo da cinoterapia é ser um tratamento complementar. Com o contato entre o animal e o paciente, são desenvolvidas atividades e, a partir disso, se proporciona bem-estar e estímulo a algumas áreas, sendo elas:
Os cachorros são ótimos co-terapeutas no tratamento psicológico e físico dos pacientes. Isso porque eles costumam ter facilidade de formar vínculo, são brincalhões e dóceis e, por isso, são os mais utilizados justamentepor promoverem bem-estar e alegria.
Leia mais: A importância da terapia na infância: quando é necessária?
Os benefícios são não somente em fazer terapia com animais, mas também em proporcionar a redução do estresse, auxiliar no tratamento de doenças e proporcionar bem-estar. Outros benefícios que podemos destacar são:
Em casos de tratamentos de doenças como o câncer, a cinoterapia pode ser uma dose de alívio. Os cachorros, criaturas dóceis e amigáveis, possibilitam que pacientes desviem o foco da doença por um momento.
Para os idosos, a técnica proporciona o resgate da autoestima e estimula a responsabilidade de cuidar dos animais, além de se tornar uma forma de entretenimento, lazer e recreação.
Além disso, a técnica é ótima para exercer a memória, pois os(as) pacientes acabam se atentando com os horários de visita, estimulando a memória pelo simples fato de lembrarem dos horários de visita ou do nome dos cães.
Há um ganho muito grande das crianças quando estão em contato com animais: elas conseguem estabelecer uma relação de amizade, companheirismo, respeito com a comunicação recíproca.
Diante disso, a criança pode trabalhar sua autoestima e autonomia, deixando de lado a doença e aproveitando da alegria que o animal pode proporcionar. Portanto, esse tipo de técnica é eficiente no tratamento de diversas condições, como em paralisia cerebral, síndrome de Down e autismo.
De modo geral, todos os pacientes podem receber visita ou realizar a cinoterapia com animais, pois ela é eficaz em diversas condições, auxilia na comunicação, proporciona momentos de bem-estar, leveza e felicidade para todos os pacientes.
Dentre essas condições, estão:
Apesar de ser altamente funcional, a abordagem não substitui um acompanhamento médico ou o uso de medicamentos. Somente em algumas circunstâncias a cinoterapia não pode ser aplicada, como:
Existem alguns requisitos necessários que devem ser seguidos pelos pacientes, cães e equipe hospital. Veja o que é necessário:
Os cães de qualquer raça podem ser co-terapeutas, mesmo aqueles sem raça definida. Contudo, em algumas ocasiões, certas raças se sobressaem, como nos cães de assistência, que precisam de características específicas para conseguirem auxiliar o dono.
Algumas das raças mais comuns dentro dessa terapia são o Labrador e Golden-retriever, pois são considerados cães de temperamento e sociabilidade de excelência. As condições para ser um cão co-terapeuta são as seguintes:
Quem realiza essa avaliação dos cães é um(a) médico(a) veterinário(a) especialista em comportamento animal, que analisa questões comportamentais e clínicas do cachorro, a fim de saber como ele reage sobre estresse, diante de barulhos e outras situações adversas.
Além disso, para estar apto, o cão precisa ter a carteira de vacinação em dia e receber o laudo do veterinário responsável, afirmando não haver riscos em relação ao seu comportamento e nem a possibilidade de transmissão de doenças.
Os pacientes devem concordar em receber a visita dos animais. É importante explicar para eles como funciona a dinâmica da terapia e quais serão as atividades. No caso de pacientes menores de idade, os hospitais precisam de autorização dos pais ou responsáveis.
Existem algumas recomendações para os profissionais de saúde e para os locais que recebem a cinoterapia.
Primeiramente, as equipes são de projetos de organização sem fins lucrativos — que precisam da autorização do corpo clínico responsável pelo local ou unidade hospitalar.
Além disso, os profissionais de saúde precisam ter conhecimento sobre as orientações e contraindicações em relação à saúde do paciente e ao bem-estar do animal.
Sabendo disso, algumas orientações mais específicas incluem:
Antes de entrarem em contato com os pacientes, os cães passam por um processo bem rigoroso de higienização. Normalmente, acompanhados de profissionais como o(a) terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo(a) e o(a) tutor(a) do animal.
Os cuidados que esses animais recebem incluem:
Assim, completamente limpos, cheirosos e bem cuidados, os cães estão prontos para os pacientes. Além disso, todas as pessoas que participam da terapia devem ter as mãos bem limpas, antes e após o contato com os cachorros.
Simultaneamente, os tutores e terapeutas precisam estar atentos para que o animal não entre em contato com secreções como fezes, vômitos, urina ou feridas dos pacientes.
Leia também: Com que frequência devo levar meu pet ao veterinário?
As sessões variam conforme os pacientes e os animais que fazem parte do projeto. Normalmente, a terapia acontece com a presença dos cães e, por isso, descreveremos o processo tendo como base os pets.
A terapia tem duração de 1 hora, em média, e esse tempo é definido para atender também às necessidades dos cães.
Existem três tipos principais de metodologias, elas são divididas conforme o(a) profissional que realiza as atividades, que podem ser semelhantes, mas com denominações diferentea. São elas:
É realizada por um profissional da saúde que precisa ter, pelo menos, curso básico sobre intervenções assistidas por animais.
Quando o(a) profissional que realiza as atividades não têm formação na área da saúde, mas possui o curso de cinoterapia.
A educação assistida por animais se refere às atividades ministradas por profissionais da educação, como professores e pedagogos.
As atividades variam segundo a metodologia adotada, mas envolvem ações semelhantes, tais como:
Assim como os pacientes, os cães precisam de cuidado e descanso. Por não serem projetos muito comuns, os grupos que os realizam, às vezes, precisam atender um número muito grande de hospitais e asilos.
Portanto, para os cães não fiquem cansados, o terapeuta deve realizar uma espécie de rodízio com os cães, fazendo com que os animais “trabalhem em escala” para conseguirem descansar.
É importante que a equipe que acompanha esses animais também saiba reconhecer seus limites. Quando completam 10 anos, os cães são “aposentados” dessa função. Isso é feito gradualmente, pois o animal também sente falta da rotina com os pacientes e pode ficar depressivo se for retirado bruscamente.
No Brasil, a abordagem pode ser adotada por todos os hospitais. A maioria dos projetos são de Organizações Não Governamentais (ONGs), que vão até os hospitais, casas de repouso, casas de reabilitações, associações e outros que tenham interesse nesse tipo de terapia.
Antes dos hospitais receberem a visita desses coterapeutas, são necessários alguns procedimentos para avaliar a possibilidade deste serviço, como uma avaliação prévia de equipes de comissão no controle de infecção hospitalar.
Algumas associações oferecem esse tipo de atividade para os participantes. Geralmente, são as próprias ONGs que entram em contato com os hospitais ou profissionais da área, que em seguida vão até essas organizações e proporcionam esse tipo de terapia complementar.
Para quem tem vontade de trabalhar como esse tipo de terapia, existem cursos técnicos que ensinam a dinâmica. Qualquer pessoa que tenha interesse pode realizá-lo.
Além disso, dependendo da formação acadêmica, o título do curso é diferente. Profissionais da área da saúde humana que realizam o curso, podem ser chamados de cinoterapeutas.
O curso é rápido, tendo duração de alguns dias. Alguns tópicos abordados pela terapeuta incluem:
Os cães podem exercer a função de cão de assistência e, apesar de não serem duas atividades ligadas, ambas proporcionam benefícios para os pacientes. Eles são treinados para ajudar, trazendo mais autonomia e companhia para o dia a dia.
Estes cães são treinados para estarem sempre ao lado do paciente e possuem acesso a locais públicos que outros animais não têm. Além disso, seguem comandos específicos para ajudar o seu dono/paciente, além dos básicos como “deita”, “senta” e “fica”. Conheça alguns tipos de cães de assistência a seguir:
Os cães ouvintes auxiliam as pessoas com deficiência auditiva. Eles são treinados para emitirem sinais que ajudem na percepção de alerta importantes, como o barulho de uma campainha, quando alguém bate na porta, quando o telefone toca, alarmes de incêndio ou de um bebê chorando.
Os cães-guias foram os primeiros a serem treinados no país e, por isso, se tornaram mais populares. São responsáveis por auxiliar as pessoas com deficiência visual a se locomover com maior autonomia, evitando que seus donos se acidentem.
Os animais escolhidos para serem cão-guia devem ter algumas características, tais como ser forte, dócil e saudável. As raças mais comuns de cães-guia são o Golden Retriever, Pastor Alemão e Labrador.
Os cães de serviço são um tipo mais específico de cães de assistência. São preparados para atender necessidades mais particulares do paciente, como:
Os cães aprendem formas de auxiliar os cadeirantes a terem maior mobilidade e autonomia no dia a dia.
Algumas das técnicas envolvem o aprendizado de acender luzes, buscar objetos, chamar o elevador, abrir portas, abrir gavetas e armários ou até ajudar a pessoa a se despedir.
Esses cães recebem um tratamento focado na identificação por meio do olfato para perceberem quando o paciente de diabetes tipo 1 tem uma queda de glicose no sangue.
Os cães de assistência são ensinados a identificar quando uma crise começa. A partir disso, o cão sinaliza para os familiares ou pessoas próximas sobre o episódio.
Em alguns casos de pacientes com epilepsia que adotaram o cão de assistência, percebeu-se uma redução no número de crises convulsivas.
Os cães de assistência são verdadeiros companheiros de pessoas com autismo. Eles são treinados para ajudá-las nas atividades que apresentam dificuldade, assim como também fazem parte da família.
Além de auxiliarem os pais com as condutas de oposição e fugas da criança, eles também colaboram para regular o sono, pois fazem companhia na hora de dormir. A presença deles diminui o isolamento, desenvolve a afetividade e socialização com as outras crianças.
Os cachorros, ocupam o espaço silencioso das bibliotecas. Dessa forma, as crianças associam o hábito da leitura a uma atividade prazerosa, o que os estimulam a ler cada vez mais.
As sessões de leitura promovidas pela ONG são curtas, em uma área tranquila. A criança escolhe um livro que gostaria de ler, se senta ao lado do cachorro e do ajudante para começar.
Assim, além da interação com os animais e todos os benefícios que esse convívio proporciona, a criança adentra ao mundo da leitura, estimulando sua imaginação e suas habilidades.
A cinoterapia é um método que visa deixar a vida dos pacientes muito mais leve e feliz. Portanto, a terapia assistida por animais é uma forma mais humanizada de encarar esse momento.
Para mais conteúdos sobre saúde mental, continue acompanhando o site e redes sociais do Minuto Saudável!
Esp. Thayna Rose
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.