Os pets também podem sofrer com algumas doenças, como a cinomose. O quadro gera preocupação entre os donos e donas pois o vírus causador é altamente transmissível.
Além disso, a falta de sintomas claros e perceptíveis faz com que o bichinho demore para ser diagnosticado. A doença é bastante debilitante e há poucas chances de cura.
Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
A cinomose é uma doença infecciosa, com alta capacidade de contágio sobretudo entre os cães mais novos. São os filhotes (menores de 1 ano) que apresentam maiores incidências, mas cachorros mais velhos, sobretudo os que não foram devidamente vacinados, também estão em risco.
A doença é mais conhecida nos cães, podendo ocorrer em outros animais silvestres como furões, doninhas, guaxinins, gambás, mas há também um tipo de cinomose felina (panleucopenia felina) que, apesar do mesmo nome, não tem nenhuma relação com a infecção dos cachorros.
A transmissão é feita quando o animalzinho entra em contato com o vírus da família paramixovirirdae, também chamado de CDV (Canine Distemper Virus), que pode ser diretamente através do cão infectado, pelo ar ou por superfícies contaminadas.
É importante ressaltar que não se trata de uma zoonose, ou seja, os humanos não são contagiados pelo vírus.
É possível que o cãozinho não manifeste sintomas, mas seja portador do vírus. Ou seja, apesar de não parecer doente, o seu bichinho pode transmitir a doença. Mas quando se manifestam, os sintomas tendem a ser bastante agressivos, com um alto índice de mortalidade.
Cerca de 15% dos cachorros conseguem sobreviver, mas geralmente com alto comprometimento da saúde e qualidade de vida, sendo geralmente necessário sacrificá-lo.
Entre os gatos, a taxa de sobrevivência é ainda menor, sendo que apenas 10% dos infectados se recupera.
Devido ao risco de morte, o veterinário deve ser acionado imediatamente após a suspeita de cinomose.
O melhor modo de prevenir e cuidar da saúde dos bichinhos, evitando os riscos de cinomose, é através da vacinação.
A primeira manifestação de cinomose ocorreu na Espanha, em 1761. Alguns anos depois, o médico britânico Edward Jenner detalhou a doença em 1809. Contudo, foi só no ano de 1905, que o veterinário francês Henri Carré determinou qual era a causa.
As alegações de Carré foram questionadas por investigadores na Inglaterra até o ano de 1926, até serem comprovadas por Patrick Laidlaw e GW Dunkin.
Já a vacina contra a doença foi criada pelo italiano Puntoni. Em 1923 e 1924, foram publicados dois artigos por ele, tendo como base o uso de formol no tecido cerebral dos cães infectados.
A vacina comercial foi produzida em 1950, mas em razão da sua utilização restrita, o vírus seguiu agindo em diferentes espécies.
A cinomose é originada pelo Vírus da Cinomose Canina (CDV), também conhecido como vírus da Esgana Canina. É um vírus RNA pertencente ao grupo Paramyxoviridae, da família Morbillivirus.
Considerado um vírus oportunista, o CDV atinge com mais facilidade cães com a imunidade baixa ou fragilizada, como os filhotes, os idosos ou os que possuam alguma doença.
Se o organismo apresentar boas condições de imunidade, é possível que se consiga combater a infecção, eliminar o agente e evitar a doença.
O Vírus da Cinomose Canina (CDV) é transmitida de um cão para outros animais por meio da saliva, urina ou sangue, através do contato direto entre os animais ou, ainda, pelo ambiente.
Por exemplo, potes de água, casinhas de cachorro, roupas, caminhas, fezes e urina, saliva ou o próprio ar infectado podem provocar a transmissão da doença.
Mesmo quando tratados, os cães podem passar para outros animais até quatro meses depois da melhora da doença.
Como o vírus geralmente fica incubado (ou seja, está no organismo, mas não manifesta sintomas), mesmo que o cachorro infectado não apresente sintomas, ele pode ser um transmissor da cinomose. Em média, o período de incubação é entre 14 e 18 dias.
Todos os cães, de todas as idades e raças, podem contrair cinomose. Contudo, os filhotes e os que não foram vacinados são mais propensos à doença. O risco de infecções graves também aumenta nestas condições.
Filhotes com menos de 7 semanas de vida e com mães não imunizadas, são ainda mais suscetíveis à infecção, devido ao sistema imunológico ainda fragilizado, expondo-o a infecções secundárias, como a pneumonia.
Alguns fatores e condições podem deixar o cãozinho mais vulnerável, como:
O tempo estimado entre a infecção e a doença varia de 14 a 18 dias (tempo de incubação). Os sinais iniciais da cinomose canina compreendem febre aguda, níveis baixos de plaquetas e glóbulos brancos, podendo ser seguidos por anorexia, corrimento nasal e ocular.
Normalmente, a doença se manifesta em fases, apresentando sintomas mais característicos em cada uma, mas não é uma regra. Assim, o cãozinho pode ter sintomas diversos conjuntamente. Conheça os principais sintomas das fases respiratória e ocular:
As alterações respiratórias geralmente são parte da primeira fase da doença e incluem:
A desconfiança de cinomose aumenta devido ao avanço da pneumonia, agravamento dos sinais após 2 semanas de tratamento ou pelo surgimento de outros sinais e sintomas.
Esses são sinais tido como incomuns, mas quando percebidos juntamente com os outros sinais, reforçam a hipótese de cinomose.
Além das fases respiratória e ocular, outros sinais podem se manifestar em intensidades e frequência distintas. Mas são, geralmente, graves e bastante comprometedores da saúde canina. Entre eles:
Normalmente, eles aparecem cerca de 1 a 3 semanas após os demais sinais, podendo se desenvolver simultaneamente apenas meses mais tarde.
Como os sintomas iniciais tendem a ser bastante abrangentes e comuns (sonolência e tosse, por exemplo), nem sempre há suspeita de doenças graves.
Por isso, sempre que o seu animalzinho apresentar qualquer alteração de comportamento ou mal-estar, o veterinário deve ser consultado para evitar atrasos no diagnóstico.
Quando o animal apresentar alguns dos sinais, leve-o imediatamente ao veterinário. Os exames realizados para confirmação de cinomose incluem:
O vírus RNA é detectado por meio de secreções respiratórias, líquido cefalorraquidiano (fluido corporal localizado no cérebro e medula espinhal), fezes ou urina.
Mesmo se o resultado for negativo, a doença não deve ser descartada, ainda mais quando as amostras são recolhidas quando a cinomose já está avançada. Falsos positivos podem ocorrer em torno de 1 a 3 semanas após a vacinação.
A imunofluorescência permite que antígenos da cinomose sejam detectados. Falsos negativos são muito recorrentes neste teste. Sua precisão funciona melhor no início da contração da doença.
Amostras de urina e bexiga podem dar resultado positivo nas 3 primeiras semanas iniciais de infecção. O vírus existente no sistema nervoso central (SNC) perdura por, no mínimo, 60 dias.
São coletadas amostras de sangue do cão e enviadas para análises laboratoriais. Nelas, são avaliadas as hemácias e os leucócitos que permitem indicar alterações nas taxas normais do sangue.
Órgãos, como baço, estômago, bexiga e cérebro, devem ser analisados por um patologista a fim de identificar a cinomose, que pode atingir diversos tecidos. Geralmente, o exame é solicitado para avaliar qual o grau de acometimento do animal.
É coletada uma amostra de secreção do animal, que pode ser pela urina, olhos, saliva ou ainda secreções nasais. Se houver a presença de antígenos na amostra, o diagnóstico é confirmado.
Sim, cinomose tem cura, porém as chances são, em geral, baixas. Se diagnosticada e tratada no início da infecção, junto com um sistema imune eficaz do animal, é possível pensar na cura da doença.
No momento, não há tratamento destinado à cinomose em si. A maior parte dos cães pode receber auxílio veterinário em problemas secundários, oriundos do vírus. Ou seja, o bichinho pode usar remédios e receber terapias que capazes de amenizar sintomas secundários.
Entre os tratamentos estão:
Portanto, o objetivo do tratamento é amenizar o mal-estar do cãozinho e fortalecer o sistema imunológico.
De acordo com um relatório de caso produzido pelo Centro Médico Veterinário da Universidade da Flórida, do ano de 2013, a toxina botulínica tipo A (botox) pode ser administrada para tratar a mioclonia de um cão que possa ter cinomose.
A substância foi inserida nos músculos afetados. A melhora do problema foi percebida em 5 horas. Foi preciso repetir o processo 18 dias depois. O estudo aponta que não houve efeitos colaterais a longo prazo.
Os cães recém tratados devem ser mantidos isolados de outros animais, especialmente dos filhotes e de cães não vacinados, visto que seu sistema imunológico está comprometido.
O tempo deste isolamento gira em torno de 4 meses ou até a verificação do resultado negativo do exame RT-PCR. Por isso, é importante manter uma rotina de consultas com o veterinário.
Como na maioria das vezes o ato de isolar o animal não é possível, a análise de RT-PCR serve para verificar se o cão ainda está com o vírus.
As amostras de material nasal e retal devem ser colhidas por vários dias dentro de um período de 2 semanas depois da reabilitação.
Nesse período, o ideal é cuidar do bem-estar do seu animalzinho, dando atenção à troca regular de água, limpeza dos potes e cama, banhos periódicos e higienização do ambiente como um todo.
Dar atenção e carinho ao cão é fundamental, pois assim como os humanos, os animais se sentem debilitados, tristes e fragilizados.
Cuidar com o horário dos medicamentos e promover conforto são medidas que auxiliam na recuperação e evitam pioras em outros aspectos da saúde canina.
Vale lembrar que a doença não é uma zoonose e, por isso, não há riscos para o dono do animal.
Quando o prognóstico é positivo, ainda assim, geralmente permanecem resquícios ou sequelas da doença, como o espaçamento ou aumento das almofadas das patas e a hipoplasia do esmalte dentário, que é percebida principalmente em filhotes.
Nela, o vírus tende a atacar as células que produzem o esmalte dos dentes, resultando na deterioração muito rápida da superfície dental.
Quando o cão manifesta alterações neurológicas, o prognóstico tende a ser menos favorável, pois as lesões normalmente são irreversíveis e provocam grande comprometimento da saúde do bichinho.
Grande parte dos casos, cerca de 85% não sobrevive devido ao diagnóstico tardio e severo agravamento da cinomose. Entre os outros 15%, há a necessidade de se avaliar a condição do animal, pois muitas vezes é preciso recorrer à eutanásia.
Além disso, o prognóstico depende de fatores como a imunidade do animal, a idade, a qualidade de vida e de saúde, e a rapidez com que é realizado o diagnóstico.
Cães recuperados podem apresentar convulsões ou outros problemas relacionados ao sistema nervoso central. Os distúrbios podem surgir anos depois, inclusive em uma idade mais avançada.
Falhas cerebrais e nervosos podem ser duradouros e também se desenvolver muito tempo depois.
Com o decorrer do tempo, o cão passa a apresentar convulsões intensas, paralisia, redução da visão e problemas de coordenação. Os que possuem estes distúrbios sentem muita dor e têm um severo comprometimento da qualidade de vida. Por isso, normalmente eles são sacrificados.
Ainda assim, é baixo o índice de sobrevivência, fazendo com que a cinomose canina resulte no falecimento do animal.
A principal forma de prevenção de cinomose é a vacina. Estima-se que a falta da imunização eleva as chances de infecção em até 100 vezes.
A dose da vacina é recomendada até as 12 semanas de vida do cão, pois é até essa idade que, em geral, eles perdem todos os anticorpos maternos.
O CDV pode ser eliminado do ambiente através de limpeza com desinfetantes, detergentes e secagem. Ele não resiste em temperatura ambiente (20ºC a 25ºC).
Contudo, em locais com sombra ou temperatura pouco baixa, o vírus pode durar algumas semanas. Resíduos de soro e tecido aumentam ainda mais seu período de vida.
A ameaça de transmissão diminui quando:
Além disso, mesmo vacinado, é importante cuidar da saúde do bichinho através de alimentação equilibrada (recomendada pelo veterinário), calendário de vacinação em dia, prática de atividades físicas, baixos níveis de estresse e consultas regulares.
Essas fatores ajudam a manter a imunidade do cão mais elevada, combatendo infecções diversas.
A vacina contra a cinomose em cachorros com menos de 16 semanas deve ser administrada em 3 doses. Os filhotes devem ser vacinados com 6 a 16 semanas de idade.
Já em cães adultos (acima de 16 semanas), a vacina precisa ser dada em 2 doses, com 3 a 4 semanas de intervalo.
Os filhotes devem receber reforço 1 ano após a primeira vacina e todos os cachorros devem receber reforço a cada 3 anos ou ainda com menos tempo.
No geral, a vacina é bastante segura e não apresenta reações adversas, mas se o cão for muito filhote, idoso ou estiver com a imunidade baixa, pode ocorrer um quadro de encefalite em até 2 semanas após a aplicação.
Se o animal for exposto ao vírus durante esses primeiros dias após a vacina, ele ainda pode contrair a cinomose. Mas, no geral, os quadros são mais amenos e tendem a ter boa recuperação.
Cães com 4 a 6 semanas de vida ou mais, precisam ser vacinados contra a cinomose logo após receberem uma vacina modificada, usada como recurso em casos de surto ou quando o animal está sujeito a um alto risco de exposição.
Há ainda uma vacina recombinante que também é eficiente e oferece uma proteção ainda maior que os anticorpos maternos.
Embora apresente bons resultados, a vacina não proporciona defesa rápida contra infecções.
Uma parcela de cães ainda, podem não reagir à vacina. Entre os possíveis motivos, os filhotes com menos de 5 meses de idade geralmente possuem anticorpos passados da mãe que podem inibir o funcionamento da vacina.
A durabilidade desses anticorpos varia para cada cachorro, por isso há a necessidade de reforços da vacina.
O nome da infecção é o mesmo, mas a doença é bastante diferente. A cinomose felina, chamada de panleucopenia felina, é também bastante contagiosa e com alta taxa de mortalidade.
Gatos saudáveis são expostos ao vírus através de fezes, urina, sangue ou secreções nasais de outros animais infectados.
Fora do corpo, o vírus é bastante resistente, podendo sobreviver por alguns meses se as condições forem favoráveis. Entre os sintomas mais recorrentes estão o cansaço, as alterações de humor, os vômitos, a febre, a redução do apetite e a diarreia (podendo ter sangue).
Quando se agrava, a cinomose felina pode causar convulsões, episódios em que o animal ataca a si mesmo e ocasionar a morte. A prevenção se dá por meio da vacinação.
Assim como na doença canina, a cinomose em gatos não tem tratamento específico e a medicação visa apenas combater os sintomas decorrentes da infecção.
Não. Mesmo cães não vacinados podem ter resistência ao vírus e, por isso, conseguem eliminá-lo. Além disso, cães filhotes podem manter células de defesa da mãe por algumas semanas após o nascimento, tornando-os mais imunes à infecção.
A probabilidade de contração depende de condição imunológica e o histórico de vacinas do animal, da rotina de limpeza do lugar e se há contato com outro animal infectado.
Depende. Não há um tratamento específico para cinomose, por isso, os medicamentos administrados e as intervenções feitas são para combater infecções secundárias e aliviar sintomas.
A duração do tratamento depende, também, do sistema imune do cão. Assim, pode ser que a recuperação seja mais lenta ou mais demorada.
Não. A cinomose não é caracterizada como zoonose e, por isso, não pode ser transmitida aos humanos.
Não. O objetivo da vacina é fazer o sistema imune entrar em contato com um vírus atenuado (enfraquecido), para que, se houver contágio, o corpo já possuam anticorpos capazes de combatê-lo. Se o animal já estiver doente, a vacina não surtirá efeitos.
São raros os casos, mas sim. Se a mãe não tiver sido vacinada e for contaminada, os filhos podem receber o vírus e começar a manifestar a doença entre a 4ª e 6ª semanas de vida.
Cinomose é uma doença canina, mas que também pode afetar outros animais. Provocada por um vírus e altamente contagiosa, a patologia pode causar várias sequelas e até mesmo a morte do animal.
Por isso, fique atento aos sinais apresentados pelo seu bichinho de estimação. Consulte o veterinário imediatamente após a suspeita de cinomose.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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