AddThis Website Tools

O que é aterosclerose?

A aterosclerose é caracterizada pela formação de placas de gordura e tecido fibroso nas paredes internas das artérias, causando obstruções que impedem o fluxo sanguíneo. Trata-se da principal causa de infartos, acidentes vasculares e doença arterial periférica.

Capaz de afetar qualquer artéria do corpo, a condição tem início durante a infância/juventude e piora com o tempo. É assintomática durante a maior parte do seu desenvolvimento e muitas vezes só é descoberta após o surgimento de alguma complicação. Além disso, homens têm um risco maior de sofrer do problema do que as mulheres. No entanto, após a menopausa, o risco para mulheres se iguala ao dos homens.

Também conhecida como “endurecimento das artérias”, a doença traz complicações sérias uma vez que o conteúdo das placas pode se soltar e formar um trombo (coágulo) na corrente sanguínea, que pode obstruir a passagem do sangue em artérias de calibre menor. Com isso, órgãos e tecidos param de receber oxigênio e podem morrer (necrose).

Na 9ª edição do Código Internacional de Doenças (CID-9), a aterosclerose é encontrada pelos códigos 440 e 414.0.

Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é aterosclerose?
  2. Diferença entre arteriosclerose e aterosclerose
  3. Como a aterosclerose se desenvolve
  4. Causas e fatores de risco
  5. Sintomas
  6. Como é feito o diagnóstico da aterosclerose?
  7. Aterosclerose tem cura? Qual o tratamento?
  8. Como reverter a aterosclerose?
  9. Complicações e consequências
  10. Aterosclerose mata?
  11. Convivendo: o que esperar no futuro?
  12. Como prevenir a aterosclerose?

Diferença entre arteriosclerose e aterosclerose

A aterosclerose é, na verdade, um subtipo da arteriosclerose, condição na qual as paredes dos vasos sofrem espessamento e endurecimento, perdendo a elasticidade e prejudicando o fluxo sanguíneo.

Trata-se de uma condição muito comum na idade avançada por conta de processos fisiológicos naturais, porém a principal característica da arteriosclerose é que ela se dá mesmo sem o depósito de placas de gordura nas paredes arteriais.

Como a aterosclerose se desenvolve

Imagens: MSD Manuals (http://www.msdmanuals.com)


As paredes internas das artérias são formadas por diversas camadas, sendo que a camada mais interior, na qual o sangue tem contato, é lisa, regular e ininterrupta. Essa camada é chamada endotélio.

Quando ocorre alguma lesão ou doença no endotélio, células de proteção do sangue denominadas monócitos e células T entram em ação para repará-lo. Elas penetram essa parede e se tornam células espumosas (chamadas macrófagos) que absorvem os lipídeos da corrente sanguínea, em especial o colesterol de baixa densidade (LDL).

Nesse processo, ocorre uma inflamação na parede do vaso sanguíneo, que faz com que células do músculo liso entrem nessa camada intermediária, numa tentativa de criar um revestimento para proteção. Ali, as células se multiplicam, ao mesmo tempo em que as gorduras se acumulam nessa região. Além disso, outras substâncias passam a se acumular ali dentro: cristais de colesterol, detritos de células e cálcio, gerando uma placa fibrosa.
Esse acúmulo de substâncias é denominado ateroma ou placa aterosclerótica. Quando essas placas se tornam muito grandes, expandem as paredes internas da artéria, diminuindo o espaço para o sangue fluir. Essas paredes também perdem a sua elasticidade e se tornam mais endurecidas.

Os ateromas podem ser classificados da seguinte maneira:

  • Estáveis: são placas que regridem, permanecem estáticas ou aumentam muito lentamente, sendo perigosas apenas quando crescem o bastante para causar uma obstrução da artéria;
  • Instáveis: são placas mais vulneráveis, que são facilmente quebradas e se soltam dentro da corrente sanguínea, fazendo com que o sangue forme um coágulo (trombo), que pode obstruir o fluxo em qualquer lugar do sistema circulatório.

Vale ressaltar que os ateromas podem se formar em qualquer artéria de calibre médio ou grande e são distribuídos irregularmente, ou seja, não se formam em apenas um lugar. No entanto, nota-se uma maior incidência nas ramificações das artérias, provavelmente por conta da maior probabilidade de lesões nessas áreas, assim como uma certa disfunção endotelial que prejudica o processo anti-inflamatório, responsável por prevenir maiores problemas dentro do vaso sanguíneo.

Causas e fatores de risco da aterosclerose

Acredita-se que as lesões nas paredes dos vasos são causadas por fatores como colesterol alto e hipertensão, em especial onde há bifurcações e o sangue sofre um turbilhão durante a passagem. Mesmo assim, não se tem claramente o porquê da formação de ateromas.

Existem, no entanto, alguns fatores de risco que aumentam as possibilidades da formação de placas, mas muitas pessoas sofrem com a doença sem nem mesmo ter qualquer um desses fatores.

Vê-se que muitos desses fatores de risco estão intimamente ligados e podem ser prevenidos. Assim, é possível focar em eliminar um dos fatores de risco e acabar eliminando vários. Isso é importante porque a melhor medida contra a aterosclerose é a prevenção.

Os principais fatores de risco são:

Colesterol elevado

Os níveis de colesterol no sangue têm um papel importante na aterosclerose, uma vez que as placas ateroscleróticas são formadas, em parte, por cristais de colesterol. Vale lembrar, no entanto, que certo nível de colesterol é saudável, pois ele tem funções importantes no corpo.

O colesterol não se dissolve no sangue e, por isso, deve ser transportado por lipoproteínas, denominadas LDL, VLDL e HDL. Entenda:

  • Lipoproteína de baixa densidade (LDL): leva o colesterol para os tecidos, sendo popularmente conhecida como “colesterol ruim”;
  • Lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL): leva triglicerídeos e colesterol para os tecidos, também é chamada de “colesterol ruim”, embora muitas pessoas não saibam de sua existência;
  • Lipoproteína de alta densidade (HDL): conhecida como “colesterol bom”, a HDL é a lipoproteína que faz o transporte inverso, tirando o excesso de colesterol dos tecidos e levando-o para o fígado, evitando o acúmulo de colesterol ruim nos órgãos.

Valores altos de VLDL e LDL são prejudiciais à saúde pois fazem com que mais gordura se acumule nos tecidos, incluindo as artérias, aumentando as possibilidades de formação de placas ateroscleróticas. Enquanto isso, valores altos de HDL fazem o contrário: retiram as gorduras de onde há excesso, estabelecendo o equilíbrio.

O tipo de lipoproteína é determinado pelas gorduras que ela deve carregar. Gorduras saturadas e trans aumentam os níveis de LDL, enquanto gorduras poli e monoinsaturadas elevam o HDL.

Idade

A idade é um grande fator de risco pois sabe-se que, com o tempo, o nível de colesterol no sangue tende a aumentar, assim como as artérias sofrem processos fisiológicos que levam ao endurecimento de suas paredes (arteriosclerose), criando um cenário propício para a formação de ateromas.

Hipertensão

A pressão arterial acima de 110/75mmHg aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, quando já se tem aterosclerose, a hipertensão eleva as chances de complicações como ataque cardíaco a acidente vascular cerebral.

Em pessoas com diabetes ou doença renal, o ideal é que a pressão esteja abaixo de 130/80mmHg, a fim de evitar as complicações da doença.

Diabetes

Sabe-se que pessoas com diabetes, tanto tipo 1 quanto 2, tendem a desenvolver a aterosclerose em artérias grandes, além de apresentar essa doença em idade mais precoce. Outro problema é que pessoas com diabetes mellitus (tipo 1) podem desenvolver uma doença que afeta pequenas artérias, como as dos olhos, nervos e rins, o que pode levar a problemas como perda de visão, lesão nos nervos e insuficiência renal.

O risco do desenvolvimento de aterosclerose em diabéticos é de 2 a 6 vezes maior do que em pessoas saudáveis, em especial nas mulheres, mesmo antes da menopausa.

Obesidade

A obesidade, em especial a abdominal, aumenta a chance de desenvolver outros fatores de risco para a aterosclerose, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e níveis elevados de colesterol. Por isso, ela se torna, também, um fator de risco para a doença.

Tabagismo

O consumo de tabaco, seja por meio do cigarro ou tabaco de mascar, aumenta os riscos de qualquer doença relacionada ao sistema cardiovascular, em especial a aterosclerose. Isso porque o tabaco diminui a quantidade de colesterol bom (HDL) e aumenta o colesterol ruim (LDL) no sangue. Além disso, o fumo aumenta os níveis de monóxido de carbono no sangue, o que eleva o risco de lesões nas paredes dos vasos sanguíneos.

O tabagismo traz, ainda, mais problemas para o coração e as artérias. Fumar faz com que as artérias se contraiam, piorando o fluxo do sangue para os tecidos, além de aumentar a tendência de coagulação no sangue, o que pode gerar trombos na corrente sanguínea.

Abuso do álcool

Por um lado, o álcool aumenta os níveis de HDL da corrente sanguínea e diminui as chances de formar coágulos (trombos). Por isso, seu consumo pode parecer uma boa alternativa para a prevenção. No entanto, o consumo acima do moderado aumentam os riscos de doenças hepáticas, o que pode prejudicar os níveis de colesterol e elevar as chances de desenvolver aterosclerose.

Recomenda-se que homens não ultrapassem mais do que 14 doses por semana e, para mulheres, esse número cai para 9 doses. Pessoas que bebem mais do que isso devem diminuir o consumo, enquanto pessoas que não bebem devem permanecer assim.

Sedentarismo

O sedentarismo está ligado ao desenvolvimento de diversas doenças cardiovasculares, em especial a aterosclerose. Mesmo que em grau moderado, a prática de exercícios físicos regular reduz os riscos, pois ajuda a perder peso (previne a obesidade), reduz a pressão arterial, os níveis de colesterol e a resistência à insulina.

Hipercolesterolemia familiar

A hipercolesterolemia familiar é uma condição na qual o indivíduo tem níveis altos de colesterol no sangue naturalmente, sem que esse colesterol tenha sido adquirido por meio de alimentação.

Hiper-homocisteinemia

A hiper-homocisteinemia é caracterizada por altos níveis de homocisteína (um aminoácido) no sangue. Geralmente, essa condição é causada por um distúrbio hereditário. A homocisteína em excesso pode ferir diretamente as paredes internas das artérias, aumentando as chances de formação das placas ateroscleróticas. Além disso, ela também auxilia na formação de coágulos no sangue, elevando o risco de outros problemas relacionados.

Sintomas

Até certo ponto, a aterosclerose é assintomática e o portador só desconfia que tem algo errado quando a obstrução na artéria já é grande o bastante para que haja dificuldade em levar oxigênio para os outros órgãos e células.

Como os ateromas podem se formar em qualquer parte de qualquer artéria, os sintomas dependem muito das áreas afetadas. O mais comum é que as placas se formem nas artérias carótidas (que levam sangue até o cérebro), coronárias (que nutrem o próprio coração), femoral, poplítea e tibial (levam sangue às pernas) e renais.

Artérias carótidas

São as artérias responsáveis por conduzir o sangue até o cérebro. Quando há placas em algum ponto delas, há um risco muito grande de acidente vascular cerebral (AVC) e os principais sintomas aos quais se deve prestar atenção são:

  • Dor de cabeça;
  • Falta de ar;
  • Fraqueza/dormência nos membros;
  • Dificuldade em falar;
  • Confusão mental;
  • Paralisia facial;
  • Perda temporária da visão em um olho.

Artérias coronárias

Quando há obstruções nas artérias que irrigam o próprio coração, as consequências podem ser graves. Deve-se ficar atento aos seguintes sintomas:

  • Dor no peito;
  • Sensação de desmaio;
  • Tosse;
  • Ânsia e vômito.

Artérias femoral, poplítea e tibial

Se a obstrução é nas artérias que irrigam as pernas, é possível que haja claudicação intermitente, um tipo de dor dos membros inferiores que se faz presente ao caminhar e durante exercícios, indicando a falta de oxigênio.

Artérias renais

Nas artérias renais, a obstrução pode causar insuficiência renal. Assim, sintomas que aparecem com frequência nesses casos são:

  • Inchaço nas extremidades;
  • Hipertensão;
  • Dificuldade de concentração;
  • Perda do apetite.

Como é feito o diagnóstico da aterosclerose?

Em muitos casos, o diagnóstico só é feito quando já houve alguma complicação, como, por exemplo, após um infarto. No entanto, o diagnóstico pode ser feito muito antes disso, com exames simples como o lipidograma.

O médico, geralmente um cardiologista, pode solicitar uma bateria de exames para se certificar de que não há outras condições causando os sintomas. A escolha dos exames vai depender do local dos sintomas, que é a principal pista para se saber onde está a obstrução.

Saiba mais sobre cada um dos exames:

Exame físico

Durante um exame físico feito dentro do consultório, o médico pode buscar por sinais de que as artérias estão estreitas e endurecidas, como:

  • Pulso enfraquecido;
  • Hipotensão nos membros inferiores;
  • Por meio de um estetoscópio, procurar sons diferentes nas artérias.

Glicemia em jejum

O exame de glicemia em jejum consiste na retirada de uma amostra de sangue do paciente após 12 horas de jejum, a fim de medir os níveis de glicose (açúcar) na corrente sanguínea. Valores muito altos ou muito baixos podem indicar diabetes mal controlada, que é um fator de risco para a aterosclerose.

Lipidograma

O lipidograma é um exame que analisa a quantidade de gorduras na corrente sanguínea, feito com a retirada de uma amostra de sangue, também em jejum. Esse exame mostra a quantidade de gorduras totais, HDL, LDL e triglicerídeos.

O ideal é que os níveis de gorduras totais esteja entre 140 e 200mg/dL. Quando o nível de LDL está abaixo de 130mg/dL e de HDL acima de 40mg/dL, há diminuição do risco de ataque cardíaco e doenças relacionadas ao aumento de colesterol na corrente sanguínea.

Valores altos do LDL podem indicar a aterosclerose, uma vez que é um dos fatores de risco da doença. Esse resultado pode, também, apontar uma hipercolesterolemia familiar, condição na qual o indivíduo naturalmente possui mais colesterol de baixa densidade na corrente sanguínea.

Ultrassom com Doppler

No ultrassom com Doppler, mede-se a pressão sanguínea em diferentes pontos das artérias e veias. Através desse exame, o médico pode determinar a severidade de possíveis obstruções, assim como verificar a velocidade do sangue nas artérias.

Índice Tornozelo Braquial (ITB)

Nesse exame, mede-se a pressão sanguínea de ambos os braços e tornozelos, a fim de detectar uma diferença entre elas. Uma alteração nessas medições é um forte indício de que há alguma obstrução no caminho.

Angiografia por ressonância magnética (MRA)

Por meio da aplicação de um contraste na circulação sanguínea, a MRA é capaz de criar imagens claras dos vasos sanguíneos. Ao analisar essas imagens, o médico pode detectar alterações na espessura das artérias, assim como ver partes onde o fluxo sanguíneo é menor por conta de obstruções.

Cateterismo cardíaco

Quando se suspeita que a obstrução é no coração, um cateterismo cardíaco ajuda a encontrar exatamente o local do ateroma. Nesse exame, um cateter é colocado em um vaso sanguíneo periférico no braço, coxa ou pescoço, e é guiado até o coração.

Esse cateter deposita um contraste nos vasos sanguíneos para que eles fiquem mais visíveis em radiografias. Através desse contraste, é possível observar se há placas ateroscleróticas nas artérias coronárias.

Aterosclerose tem cura? Qual o tratamento?

O melhor tratamento para a aterosclerose é a prevenção, uma vez que não há cura. Ao constatar os fatores de risco, o paciente deve buscar ter um estilo de vida com hábitos saudáveis para que possa evitar a formação de placas nos vasos.

Entretanto, quando já existe um diagnóstico, o tratamento pode ser feito tanto com medicamentos quanto com mudanças no estilo de vida, a fim de evitar o aumento das placas. O tratamento, nesses casos, é bastante focado nas complicações da doença. Em último caso, pode-se recorrer a alguns tipos de cirurgia.

Mudanças no estilo de vida

A fim de evitar uma piora da condição, o paciente deve ter hábitos saudáveis como alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos frequentes que, por sua vez, combatem o sobrepeso. Além disso, é recomendável livrar-se de vícios nocivos como o tabagismo e o álcool.

Exercícios físicos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as pessoas pratiquem entre 75 e 150 minutos de exercícios físicos por semana, dependendo da intensidade. Para atingir esse objetivo, pode-se planejar da seguinte maneira:

  • 150 minutos (2h30min) de caminhada ou pedalada durante a semana e exercícios de força — como levantamento de pesos — duas ou mais vezes, para trabalhar os principais músculos;
  • 75 minutos (1h15min) de corrida ou pular corda durante a semana e exercícios de força duas ou mais vezes;
  • Misto de atividades moderadas e intensas, como 60 minutos de corrida e 30 de caminhada, por exemplo, além de exercícios de força duas ou mais vezes.

Dieta

A dieta é um dos principais fatores para prevenir depósitos de gordura nas paredes arteriais. Uma alimentação balanceada é aquela que garante os nutrientes necessários sem haver aumento de substâncias nocivas no organismo, como é o caso do colesterol de baixa densidade.

Sabe-se que as gorduras saturadas e trans são responsáveis por maior produção de LDL, o que aumenta a quantidade de colesterol nos tecidos. Enquanto isso, as gorduras poli e monoinsaturadas auxiliam o aumento de HDL. Por isso, as pessoas devem dar preferências por alimentos com mais gorduras insaturadas e menos gorduras saturadas e trans.

Vale lembrar que gorduras líquidas (óleos e algumas margarinas) possuem mais gorduras poli e monoinsaturadas, enquanto gorduras sólidas (manteiga e banha) possuem maior quantidade de gorduras saturadas e trans. Além disso, duas gorduras poli-insaturadas bastante importantes são ômega 3 e 6, encontrada em peixes, óleo de canola e cártamo, girassol e milho.

Recomenda-se evitar os seguintes tipos de alimentos:

  • Carnes gordurosas e processadas, como salsichas e linguiças;
  • Fast food;
  • Manteiga;
  • Creme;
  • Queijos;
  • Biscoitos e bolos;
  • Óleo de coco e de palma.

Já alimentos que devem ser ingeridos com mais frequência são:

  • Óleo de peixe;
  • Abacate;
  • Sementes, cereais, castanhas e nozes;
  • Óleo de girassol, canola, cártamo, colza e oliva.

Cessar o tabagismo e diminuir a ingestão de álcool

Parar de fumar não é uma tarefa fácil, mas com a ajuda de um médico e tratamento psicológico, isso é totalmente possível. O risco de desenvolver aterosclerose diminui pela metade em ex-fumantes, independente de terem parado de fumar há meses ou anos.

No que tange a ingestão de álcool, a recomendação é de ingerir, no máximo, 1 drink por dia, no caso das mulheres, ou 2, no caso dos homens.

Tratamento medicamentoso

Não existe um medicamento específico para a aterosclerose, assim como nenhum medicamento seria capaz de reduzir as placas ateroscleróticas já formadas. No entanto, os médicos costumam receitar medicamentos que combatem as complicações da doença.

Os principais medicamentos indicados pelos médicos são vasodilatadores, anticoagulantes, estatinas (ajudam a reduzir os níveis de LDL) e diuréticos.

Cirurgias

Em último caso, existem algumas cirurgias que podem ser feitas para melhorar a qualidade de vida do paciente. No entanto, vale ressaltar que nenhuma delas é capaz de curar a aterosclerose.

Angioplastia com stent

Na angioplastia com stent, um cateter é conduzido até o local da placa aterosclerótica, onde deixa um tubo de metal em forma de malha expansível que empurra a placa, expandindo o calibre da artéria e permitindo a passagem do sangue.

Endarterectomia

A endarterectomia consiste na abertura da artéria a fim de remover a placa aterosclerótica de sua parede interna. Costuma ser feita na artéria carótida, a fim de evitar acidentes vasculares cerebrais (AVCs), sendo chamada de endarterectomia carotídea.

Terapia fibrinolítica

Quando há a formação de trombos, uma alternativa é a terapia fibrinolítica, que visa dissolver esses coágulos. Os fibrinolíticos são substâncias capazes ativar uma enzima que degrada a fibrina, responsável pela formação dos trombos. A administração desses fármacos é feita diretamente na corrente sanguínea, em ambiente hospitalar, e apresenta eficácia muito alta nas primeiras 24 hora após os primeiros sintomas.

Algumas das substâncias usadas para a terapia fibrinolítica são estreptoquinase, uroquinase rt-PA, juntamente com fármacos anticoagulantes como a heparina. Os maiores riscos dessa terapia são choque anafilático (principalmente com estreptoquinase) e hemorragia interna.

Bypass vascular

Também conhecida como bypass arterial, a bypass vascular é um tipo de cirurgia na qual se constrói um novo caminho para o fluxo do sangue. O procedimento consiste em pegar um enxerto de uma veia (geralmente da perna, tórax ou braço) ou um tubo sintético e conectá-lo à artéria onde há o bloqueio, contornando-o e gerando um desvio para o curso do sangue. Deste modo, o sangue chega aos tecidos sem maiores dificuldades.

Essa cirurgia pode ser feita em diversas artérias, porém a forma mais conhecida da operação é a Ponte de Safena, na qual uma parte da veia safena (da perna) é conectada a uma artéria coronária, evitando infartos.

Terapia alternativa

Há diversos alimentos e suplementos que podem ajudar no tratamento contra a aterosclerose. No entanto, é preciso ressaltar que não há comprovação científica da eficácia dessas substâncias, além de haver a possibilidade de interação medicamentosa/alimentar, o que pode por em risco a saúde do paciente.

Recomenda-se sempre conversar com o médico antes de iniciar qualquer tipo de tratamento alternativo, além de se certificar de não abandonar o tratamento clínico, uma vez que as duas modalidades de tratamento apenas se complementam, sem poder substituir uma a outra.

Alguns exemplos de suplementos e alimentos utilizados para a aterosclerose são:

  • Ácido alfa-linolênico;
  • Cevada;
  • Beta-sitosterol;
  • Chá preto e chá verde;
  • Plantago ovata;
  • Cálcio;
  • Cacau;
  • Óleo de fígado de bacalhau;
  • Óleo de peixe;
  • Ubiquinona (Coenzima Q10);
  • Ácido fólico;
  • Alho;
  • Farelo de aveia;
  • Sitostanol;
  • Vitamina C.

Como reverter a aterosclerose?

Infelizmente, não existe uma maneira de reverter a aterosclerose, apenas meios de torná-la menos perigosa para a saúde do paciente. O tratamento medicamentoso, juntamente com a dieta equilibrada, é capaz de impedir que as placas ateroscleróticas se tornem maiores, porém não são o bastante para que elas diminuam de tamanho ou que os vasos recuperem sua elasticidade.

Alguns medicamentos são capazes de diminuir o nível de colesterol ruim (LDL) no sangue por meio de um bloqueio da função do fígado na síntese dessa substância. No entanto, isso apenas impede maiores depósitos de colesterol nas placas, sem haver garantia de que outras substâncias não se juntem ao ateroma e o tornem maior. Por isso a importância de, mesmo com o tratamento medicamentoso, manter-se ativo fisicamente e ter uma dieta equilibrada.

Complicações e consequências da aterosclerose

Por se tratar de uma doença vascular, a aterosclerose pode ter consequências muito graves e inclusive levar à morte. Entenda melhor sobre cada uma das consequências da aterosclerose:

Doença arterial coronária

Ocorre quando a aterosclerose causa o estreitamento das artérias coronárias, responsáveis pela irrigação do próprio coração. Essa doença, em si, tem diversas complicações graves, como a angina e o infarto agudo do miocárdio.

Doença arterial carotídea

Quando acomete as artérias carótidas, que levam o sangue até o cérebro, a aterosclerose pode facilmente causar um ataque isquêmico transitório (Mini-AVC) e até mesmo o acidente vascular cerebral propriamente dito.

Doença arterial periférica

Ao afetar as artérias dos membros superiores e/ou inferiores, a aterosclerose causa problemas circulatórios nos braços e pernas. Esses problemas podem levar a menor sensibilidade ao calor ou frio, o que pode aumentar chances de se queimar ou congelar (frostbite).

Em casos mais graves, pode ocorrer a necrose dos tecidos (gangrena).

Aneurisma

O aneurisma é uma dilatação anormal de um vaso sanguíneo com as paredes enfraquecidas. Ele pode ocorrer em qualquer parte do corpo e, em geral,  não provoca grandes problemas.

No entanto, esses vasos podem se romper, provocando muita dor e caracterizando uma emergência médica, pois resulta em hemorragia interna e isquemia (falta de fornecimento de sangue aos tecidos).

Quando se encontra no cérebro, o aneurisma também pode resultar em acidente vascular cerebral, em especial do tipo hemorrágico.

Trombose

Quando o conteúdo de uma placa aterosclerótica vaza para fora da parede interna, forma-se um coágulo, denominado trombo.

Quando fica alojado, esse trombo piora a obstrução, mas pode piorar ainda mais a situação quando se solta e percorre todo o caminho do sangue pelos vasos. Isso se dá porque ele pode obstruir artérias e veias de calibres menores e, em situações extremas, provocar uma embolia pulmonar.

Insuficiência renal crônica

Quando as artérias renais são afetadas, a falta de sangue nos rins impossibilita que este seja filtrado adequadamente. Isso faz com que substâncias nocivas continuem circulando na corrente sanguínea que, por sua vez, aumenta as chances de problemas cardiovasculares, hemorragias e infecções.

Aterosclerose mata?

Se a aterosclerose pode matar ou não depende muito de onde a placa aterosclerótica se forma. Isso porque ela leva ao óbito através de suas complicações, como as doenças arteriais coronária e carotídea.

Em geral, a aterosclerose é a principal causa de infartos e acidentes vasculares, condições que podem matar rapidamente.

Convivendo: o que esperar no futuro?

Receber o diagnóstico da aterosclerose pode ser bem desconcertante, uma vez que a doença está ligada a diversas condições fatais. No entanto, com o tratamento e mudanças no estilo de vida, é possível prevenir uma piora da doença.

É de extrema importância que o paciente siga o tratamento adequadamente e esteja sempre em contato com seu médico para evitar possíveis complicações. Outra questão importante é manter os fatores de risco sob controle, pois eles podem ajudar a desencadear complicações.

Caso necessário, o paciente pode procurar ajuda psiquiátrica/psicológica para tratar problemas como depressão e ansiedade, que podem surgir após um diagnóstico tão complicado.

Como prevenir a aterosclerose?

A prevenção da aterosclerose é feita da mesma maneira que a prevenção de qualquer doença cardiovascular: com atividade física e alimentação equilibrada. Além disso, algumas outras dicas para prevenir são:

  • Cessar o tabagismo e diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas;
  • Controlar fatores de risco como obesidade, colesterol alto, hipertensão e diabetes;
  • Monitorar o colesterol fazendo exames periódicos a partir dos 40 anos de idade;
  • Praticar técnicas de relaxamento, como yoga e meditação, pois ajudam a manter a pressão sanguínea equilibrada.

Por ser uma das principais doenças capazes de levar a um infarto ou AVC, existe uma maior necessidade de medidas preventivas da aterosclerose. Compartilhe este texto com os amigos e familiares para que todos conheçam a doença e saibam como se prevenir.

Caso haja qualquer dúvida, pode perguntar que nós respondemos!


Minuto Saudável: Somos um time de especialistas em conteúdo para marketing digital, dispostos a falar sobre saúde, beleza e bem-estar de maneira clara e responsável.