Saúde

Asma: o que é, sintomas, tratamento, remédios, tem cura?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 13/11/2018Última atualização: 16/10/2020
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 13/11/2018Última atualização: 16/10/2020
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De acordo com dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS), a asma é a 4ª maior causa de internações no Brasil, sendo que em todo o mundo há cerca de 150 milhões de pessoas sofrendo com a doença.

Mais de 2 milhões de consultas ao pediatra, a cada ano, são em decorrência da asma.

E, considerando adultos e crianças, 12% da população convive com o risco de crises.

Saiba mais sobre a doença!

O que é asma?

Asma, também chamada de asma brônquica, é uma doença inflamatória crônica bastante comum — junto dela, a doença pulmonar obstrutiva crônica e a rinite alérgica são as mais recorrentes.

Sua origem decorre de fatores genéticos e/ou ambientais.

Na verdade, há uma ocorrência conjunta de fatores genéticos — como o histórico familiar de asma ou rinite ou predisposição — além da exposição do paciente aos elementos alergênicos — como poeira, fungos, ácaros, infecções virais.

Quando se manifesta, a crise de asma causa dificuldade de respirar, tosse, aperto no peito e um barulho semelhante ao chiado quando o paciente inspira.

O mecanismo da asma consiste em uma resposta exagerada do organismo, ou hiperresponsividade das vias aéreas inferiores, causando a redução do fluxo de ar que chega aos pulmões.

Por isso, é comum que haja uma aceleração da respiração em meio à crise, fazendo com que ainda assim o paciente sinta que o ar inspirado não basta.

A condição é comum e impactante à saúde pública, sendo importante ressaltar que a inflamação das vias respiratórias é crônica, mas as crises ocorrem por episódios.

Ou seja, só acontecem quando há desencadeantes.

Ainda que haja riscos à vida — estima-se que entre 5% e 10% dos óbitos por condições respiratórias decorram de crises de asma — os episódios podem ser amenizados, tratados e evitados, garantindo mais saúde e bem-estar.

No CID-10, a doença está listada sob os códigos:

  • J45.0: Asma predominantemente alérgica;
  • J45.1: Asma não alérgica;
  • J45.8: Asma mista.
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O que são brônquios?

Os brônquios fazem parte do trata respiratório e são tubos flexíveis que conduzem ar da traqueia até os pulmões. A traqueia compreende um único tubo na região da garganta.

Dela, se ramificam o brônquio direito e o esquerdo (chamado de primários ou de primeira ordem).

Essa parte primária dá origem aos brônquios lobares ou de segunda ordem, que suprem as necessidades respiratórias de cada pulmões (esquerdo e direto).

Os brônquios são revestidos por musculatura lisa e, por isso, podem se contrair. Ou seja, quando o paciente com asma está em crise, são essas partes musculares as responsáveis pelo bloqueio ou obstrução do ar.

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O que é uma crise de asma?

A crise ou episódio de asma ocorre quando o paciente é exposto a um agente alergênico e ocorre a inflamação das vias respiratórias.

Com ela, os sintomas característicos se manifestam, como o estreitamento das vias aéreas, a redução da passagem de ar, tosse e chiado ao inalar.

Isso significa que as crises ocorrem com intervalos de tempo diversos (podem ser frequentes ou bastante raros) e compreendem aqueles momentos em que o paciente está sintomático.

Após controlar o quadro, a crise cessa.

Fisiopatologia da asma

O mecanismo de manifestação da asma decorre da hipersensibilidade dos brônquios na presença de agentes alergênicos ou condições desencadeantes.

Quando o paciente inala ou entra em contato com substâncias alergênicas ou não (como os vírus ou gases tóxicos), ocorre a liberação de células mediadoras na superfície das vias aéreas, que provoca alterações de permeabilidade.

Como o tecido se torna infiltrável (a permeabilidade diminui), os agentes irritantes chegam mais facilmente aos tecidos mais internos das vias aéreas.

Ao mesmo tempo, ocorre uma série de ativações e respostas imunes, fazendo com que o organismo comece a produzir anticorpos do tipo IgE.

Devido à invasão dos agentes às mucosas internas, o corpo se protege promovendo a contração muscular e secretando muco.

Ou seja, há uma constrição ou estreitamento das vias respiratórias, fazendo com que a respiração seja afetada.

Nesse momento, o corpo apresenta redução das taxas de oxigênio e aumento do gás carbônico, fazendo com que o paciente se sinta asfixiado e acelere a respiração.

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Como identificar um ataque de asma?

O próprio paciente pode fazer alguns testes simples para avaliar se os sintomas de asma estão começando a se manifestar:

  • Verificar se a temperatura corporal está elevada;
  • Verificar se os batimentos cardíacos estão mais acelerados;
  • Tentar falar uma frase inteira sem se sentir ofegante ou precisar inalar oxigênio.

Esses pequenos testes podem indicar que o episódio vai se agravar.

Pessoas próximas devem ficar atentas se o paciente apresentar determinados comportamentos, como:

  • Respiração acelerada e curta;
  • Empalidecimento ou cianose (pele azulada);
  • Tontura ou dificuldade em manter o equilíbrio;
  • Dificuldade em falar;
  • Contração intensa dos músculos do abdômen para inalar ar.

O que é hiperresponsividade brônquica?

Quando um elemento externo, irritante ou alergênico entra em contato com o organismo, há uma resposta natural e esperada de defesa.

No entanto, os pacientes com asma têm a região brônquica bastante sensível e quando substâncias irritantes atingem a região, ocorre uma resposta exagerada — que é o mesmo mecanismo de qualquer alergia, em que o corpo gera uma ação muito maior do que deveria.

A reação do organismo gera lesões e alterações na mucosa dos brônquios (tecido epitelial), fazendo com que o tônus e o controle normal sejam modificados.

Começam a ocorrer secreção aumentada de muco e alterações na permeabilidade dos tecidos. A passagem de ar é reduzida e os sintomas começam a se manifestar com mais intensidade.

Tipos de asma

Não há um consenso entre os tipos de asma, pois foram várias as tentativas de padronizar ou definir uma forma de classificar as manifestações.

Autores e profissionais podem utilizar os fatores desencadeantes, o mecanismo de manifestação, o grau de acometimento do paciente e até o tipo de terapia empregada para tipificar a asma.

No entanto, entre as classificações mais aceitas ou usadas está a que separa a doença entre asma extrínseca e intrínseca.

Alguns profissionais ainda utilizam categorias mais específicas para classificar a asma não-alérgica. Ou seja, todas as manifestações que decorrem de hipersensibilidade aos alergênicos comuns (poeira, ácaros, pólen) são considerados também como asma alérgica ou intrínseca.

Asma alérgica (extrínseca)

O paciente apresenta fatores ou predisposição genética, em que a exposição aos fatores alergênicos desencadeiam respostas do organismo — chamadas de resposta do tipo I ou de hipersensibilidade imediata.

Nesse caso, o agente desencadeador da alergia varia em cada paciente, sendo que são inúmeros os agentes alergênicos ambientais — produtos químicos, poeiras ou fungos.

É o tipo mais comum e geralmente começa na infância. O histórico familiar ou a presença de outras patologias é comum (como rinite alérgica, eczema ou alergias).

Asma intrínseca (criptogenética)

Também chamada de asma criptogenética, o tipo não-alérgico ou intrínseco não é desencadeado por substâncias presentes no ambiente, mas geralmente por condições como as mudanças climáticas (tempo seco, frio), fatores emocionais (estresse, ansiedade) e condições do organismo (resposta aos exercícios físicos).

Portanto, ao realizar exames de sangue, por exemplo, o paciente não apresenta alteração nas taxas normais de anticorpos específicos (ou seja, não é uma alergia).

A condição é, em geral, mais comum na fase adulta, se manifestando após os 25 anos de idade.

Asma profissional

As crises decorrem da exposição constante a determinados produtos, como farinhas, químicos, tintas ou pelos de animais.

Em geral, a asma ocorre quando a pessoas fica constantemente exposta aos agentes e desenvolve tardiamente a hiperreação.

O tipo é bastante comum entre as queixas relacionadas à saúde do trabalhador, sendo que até 25% dos pacientes adultos com asma podem ter desenvolvido a condição devido à exposição frequente aos produtos e substâncias do meio em que trabalham.

Asma por medicamentos

As crises asmáticas ocorrem após a ingestão de determinados princípios ativos, como aspirina ou anti-inflamatórios.

Asma induzida pelo exercício

Ocorre após a prática moderada ou intensa de atividades físicas, manifestando os sintomas comuns da asma.

Asma pelo clima

Variações climáticas, sobretudo ar seco e frio, podem desencadear os sintomas da asma.

Causas ou gatilhos

A causa da asma é uma associação entre a predisposição do organismo e a exposição ao agente desencadeador.

Não se sabe, ao certo, o que torna o paciente suscetível à inflamação, mas entre os agentes ambientais e externos, os mais comuns são:

Alérgenos

São aqueles elementos bastante relacionados às alergias comuns, como poeira, pólen, pelos de animais, fungos, insetos, alimentos, drogas ou medicamentos.

Ocupacional

Nesse grupo entram produtos que, em geral, não estão presentes no dia a dia da maioria das pessoas. Entre eles:

  • Poeiras orgânicas;
  • Aldeídos;
  • Isocianatos;
  • Anidridos;
  • Corantes;
  • Resinas;
  • Soldas e madeiras;
  • Pesticidas;
  • Plásticos;
  • Tintas;
  • Látex;
  • Metais;
  • Farinhas e grãos.

Drogas

Entre os medicamentos mais comuns estão:

  • Propranolol e outros beta-bloqueadores;
  • Metacolina;
  • Metabólitos do isoproterenol;
  • Reserpina;
  • Narcóticos;
  • Anti-inflamatórios;
  • Inibidores de ECA;
  • Aditivos alimentares (metabissulfito, tartrazina e glutamato monossódico).

Exercícios físicos

Em geral, os pacientes com asma não-alérgica devido ao exercícios apresentam crises quando praticam atividade moderada ou intensa, como esportes, decorrentes da hiperventilação.

Irritantes

Elementos como fumaça e odores químicos, poluentes (monóxido de carbono ou ozônio), fumaça de cigarro, ar frio, perfumes, poeiras, cosméticos e mudanças climáticas podem desencadear as crises.

Infecções

Vírus, como o influenza, rinovírus e sincicial respiratório, e bactérias, como a Chlamydia pneumoniae e Staphylococcus, estão associados às crises asmáticas.

Psicogênica

Fatores emocionais pontuais ou prolongados podem desencadear as crises.

Ou seja, se o paciente está passando por problemas emocionais (ansiedade ou depressão) ou situações específicas (agitação, estresse, fadiga aguda), quadros asmáticos podem ocorrer.

Condições simultâneas

Há, ainda condições que estão associadas e podem favorecer ou desencadear os episódios de asma, como períodos pré-menstruais, sinusites, obesidade e desregulação da tireoide.

Fatores de risco

Os fatores de risco para desenvolver quadros de asma são variados, incluindo aspectos genéticos e ambientais. Ou seja, herdados e adquiridos, respectivamente.

Sexo

Meninos, de acordo com os estudos, apresentam maiores riscos em relação à manifestação da asma, devido à constituição anatômica dos pulmões, em que há, no geral, menor fluxo aéreo e maior musculatura brônquica, favorecendo o bloqueio da passagem de ar.

Comportamento materno

Filhos de mães que fumaram durante a gestação estão mais suscetíveis à asma, sobretudo até o 1º ano de vida.

Em geral, podem ocorrer processos inflamatórios ainda no desenvolvimento intrauterino da criança, afetando a capacidade respiratória após o nascimento.

Histórico familiar

Pessoas que têm parentes próximos com asma ou doenças relacionadas ao trato respiratório (doenças pulmonar crônica e rinite alérgica) apresentam maiores probabilidades de também serem acometidas pela asma.

Exposição aos agentes alergênicos

Crianças expostas aos agentes irritantes, alergênicos ou relacionados às crises de asma podem apresentar maiores riscos de sofrer com a doença futuramente.

Em geral, os elementos mais associados ao desenvolvimento da doença são as infecções virais (vírus respiratório sincicial e Chlamydia pneumoniae) e os poluentes.

Obesidade

Pessoas com obesidade têm índices elevados de gordura, fazendo com que o organismo sofra com constantes processos inflamatórios e facilite ou favoreça a ocorrência de crises ou do desenvolvimento de asma.

Bebês prematuros ou com baixo peso

Ainda que não haja completo consenso entre o baixo peso do bebê, há estudos que relacionam o nascimento prematuro ou a má nutrição durante o desenvolvimento intrauterino como agente de risco à asma.

Refluxo gastroesofágico

O refluxo ou doença do refluxo gastroesofágico se caracteriza pelo retorno do conteúdo estomacal em direção ao esôfago e boca. Como esse reflexo é bastante ácido, devido ao processo digestivo, as mucosas sofrem irritação.

Se houver aspiração, o refluxo pode atingir os pulmões e provocar danos aos tecidos dos órgãos, causando asma, pneumonias e bronquites.

Sintomas de asma

A asma manifesta sintomas, em geral, durante as crises, que podem ser controladas e prevenidas.

No início da crise, o paciente pode sentir uma dificuldade em inalar que se agrava, como se aspirar o ar não bastasse para conduzi-lo até o pulmão.

Os sintomas incluem:

  • Dificuldade em respirar;
  • Chiado ao respirar;
  • Tosse;
  • Respiração curta e acelerada (dispneia);
  • Pulsação rápida;
  • Dor no peito e na região do tórax;
  • Agitação;

Sintomas de crises graves de asma

Nas crises graves, os pacientes com asma podem apresentar alguns sintomas mais intensos e com maior risco à vida, como:

  • Lábios arroxeados ou azulados;
  • Euforia e crises de ansiedade;
  • Suor intenso e frio;
  • Tontura e perda da consciência;
  • Confusão mental, dificuldade em se localizar ou se comunicar.

Como é feito o diagnóstico da asma?

O diagnóstico da asma consiste na avaliação dos sintomas e do histórico familiar do paciente. Os médicos mais habilitados para avaliar, acompanhar e tratar a asma são o clínico geral, o pediatra e o pneumologista.

Para o diagnóstico clínico, o profissional deve levantar suspeitas de asma quando há presença de pelo menos um destes sintomas:

  • Dispneia (falta de ar);
  • Tosse crônica;
  • Aperto ou desconforto no peito e tórax, de modo continuado.

Ou seja, mesmo quando não há crises de asma, o paciente apresenta algum desses sinais.

Além disso, há as manifestações episódicas, em que a dificuldade em respirar é acentuada, sobretudo em presença de agentes alergênicos (animais, mudanças climáticas ou poeira).

Exames

Para confirmar o diagnóstico de asma, o profissional pode solicitar exames como:

Espirometria

O exame consiste na avaliação da chegada do ar aos pulmões através dos volumes respiratórios. O exame é rápido e não invasivo, durando aproximadamente 20 minutos.

Para o exame, o paciente deve soprar, com a maior força possível, um aparelho ligado à computadores e medidores.

Pode ser solicitado a repetição do teste após determinadas condições, como o uso de medicamentos que facilitem a passagem de ar (broncodilatadores).

Em geral, a recomendação é que o paciente não fume horas antes do exame, não beba por, ao menos, 24 horas da realização e não faça refeições pesadas antes do exame.

Os resultados demonstram o volume expiratório forçado (VEF1 ou FEV1), que se refere à quantidade de ar expirada por segundo, e a capacidade vital forçada (VCF ou FVC), que é o total de ar expirado (solto) em determinado tempo.

Pico de fluxo expiratório (PFE)

O exame é utilizado tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento do paciente, sendo bastante semelhante ao exame de espirometria.

A principal diferença é o medidor utilizado no PFE, que é mais compacto e portátil, semelhante a um bafômetro, possibilitando que o paciente tenha em casa e possa acompanhar a evolução do tratamento.

Teste de alergia

Os testes de alergia são auxiliares ao tratamento, pois permitem, em alguns casos, identificar o agente desencadeante das crises.

Em geral, o paciente é exposto a pequenos fragmentos ou partículas dos agentes alérgenos, sendo avaliado em seguida.

Se o fator gerar manifestações cutâneas ou sintomáticas, fica mais fácil do paciente se precaver das crises, pois pode eliminar ou reduzir o contato com a substância.

Raio-X torácico

Os exames de imagem são também auxiliares ao diagnóstico e permitem identificar se há alguma alteração anatômica pulmonar que possa causar ou agravar a asma.

Dosagem de IgE

O exame que mede os anticorpos IgE, ou a imunoglobulina E, são recomendados geralmente apenas como controle da doença, sendo utilizadas coletas comuns de sangue.

Os valores são afetados quando há reações alérgicas ocorrendo no organismo e servem para auxiliar na adequação de medicamentos, sobretudo em pacientes que têm difícil controle das crises asmáticas.

Ergoespirometria

Também chamado de teste cardiopulmonar, a ergoespirometria é uma associação entre o exame de medição da capacidade pulmonar e o teste de esforço convencional.

O paciente, para isso, realiza atividades físicas indicadas pelo profissional responsável para que a quantidade de ar expirado, o consumo de oxigênio, a produção de gás carbônico, a frequência respiratória e a ventilação pulmonar sejam avaliadas.

Asma tem cura?

Não. O paciente com asma vai conviver com a doença por toda a vida, ainda que os sintomas não se manifestem mais.

É importante ressaltar que há diferentes intensidades e frequência de sintomas, fazendo com que, em alguns casos, os tratamentos consistiam apenas em evitar o contato com determinado substância.

Grau de asma

Avaliar o grau da asma é fundamental para determinar o tratamento medicamentoso e controlar efetivamente a doença.

Em geral, cerca de 60% dos pacientes se enquadram em casos de asma intermitente ou persistente leve, entre 25% e 30% em quadros moderados e entre 5% e 10% em casos graves.

Confira os graus abaixo:

Asma intermitente

Sintomas de falta de ar, chiado no peito e tosse ocorrem 1 vez por semana, sem gerar grande prejuízos à rotina (necessidade de faltar ao trabalho ou à escola).

Quando as crises ocorrem, são normalmente leves e podem ser controladas com o uso de broncodilatadores, sem necessidade de ir ao hospital.

Podem ocorrer crises noturnas, em que o paciente desperta durante à noite devido à tosse ou chiado, mas são raras (geralmente menos de 2 vezes por mês).

Os medicamentos broncodilatadores são usados 1 vez por semana ou menos.

Resumidamente, as características da asma intermitente incluem:

  • Sintomas de 1 a 2 vezes por semana;
  • Despertares noturnos até 2 vezes por mês;
  • Uso de beta-2 adrenérgico no máximo 2 vezes por mês;
  • Limitação de atividades inexistente.

Persistente leve

Os sintomas mais característicos, como tosse e chiado, costumam ocorrer entre 1 e 7 vezes por semana (1 crise por dia), sendo que as atividades e rotina do paciente são mais comprometidas.

As crises asmáticas costumam ser mais intensas, mas ainda são frequentes — pode ser necessário o uso de corticoides para amenizá-las.

Os sintomas noturnos podem ocorrer entre 2 e 4 vezes por mês (ou seja, no máximo 1 vez por semana).

O paciente utiliza broncodilatadores para aliviar os sintomas pelo menos 2 vezes na semana.

Resumidamente, as características da asma persistente leve incluem:

  • Sintomas de 2 a 7 vezes por semana;
  • Despertares noturnos de 2 a 4 vezes por mês;
  • Uso de beta-2 adrenérgico de até 2 vezes por semana;
  • Limitação de atividades pequena.

Persistente moderada

Os sintomas característicos são diários, mas não se apresentam continuamente. As atividades sofrem um abalo grande, sendo comprometidas a rotina e a execução de tarefas profissionais ou de lazer.

Nesses casos, pequenas caminhadas ou subidas de escada podem gerar desgaste e falta de ar. As crises asmáticas são mais frequentes, necessitando em alguns casos atendimento emergencial.

Os sintomas noturnos ocorrem cerca de 1 vez por semana e o uso de broncodilatadores fica entre 2 e 14 usos por semana.

Resumidamente, as características da asma persistente moderada incluem:

  • Sintomas diários;
  • Despertares noturnos até 1 vez por semana;
  • Uso de beta-2 adrenérgico de 2 a 14 vezes por semana;
  • Limitação de atividades moderada à alta.

Persistente grave

Os sintomas são contínuos e diários, sendo que o paciente tem tosse, chiados e falta de ar constantemente.

Por isso, há um alto impacto na rotina e nas atividades, interferindo na execução de diversas demandas do dia a dia, como ir à escola, caminhar em linha reta.

As crises são frequentes e, muitas vezes, graves, sendo preciso o uso de corticoides de modo sistêmico e hospitalizações.

Os episódio noturnos ocorrem intensamente, chegando a se tornarem quase diários, e o uso de broncodilatadores é superior a 2 vezes ao dia.

Resumidamente, as características da asma persistente grave incluem:

  • Sintomas diários e contínuos;
  • Despertares noturnos quase diários;
  • Uso de beta-2 adrenérgico frequente e diário;
  • Limitação de atividades alta.

Qual o tratamento para asma?

O tratamento da asma consiste em controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, através da estabilização da rotina.

A condução terapêutica depende da manifestação dos sintomas e visa o controle sistemático da doença.

Tratamento não medicamentoso

O paciente deve evitar fatores alergênicos capazes de desencadear ou agravar as crises de asma.

Nem sempre é possível identificar o agente causador, por isso, medidas para a precaução alérgica incluem cuidados com a redução máxima de facilitadores do episódios.

Tratamento medicamentoso

O paciente pode fazer uso de medicamentos anti-inflamatórios, corticoides inalatórios e broncodilatadores que podem ser recomendados de forma contínua ou em casos de crise.

É importante que todos os pacientes tenham, de forma acessível, os medicamentos para episódios agudos dos sintomas, mesmo se eles forem pouco frequentes.

De acordo com os Protocolos Clínicos adotados pelo Ministério da Saúde, os medicamentos para controle incluem:

  • Corticosteroides inalatórios (CI): anti-inflamatórios bastante empregados para os pacientes com asma crônica, sejam adultos ou crianças;
  • Corticosteroides sistêmicos (CS): empregados, em geral, para casos de asma grave e são usados por tempo limitado;
  • Agonistas beta-2 adrenérgicos de longa ação (B2LA): com efeito broncodilatador, a ação do medicamento pode durar por até 12 horas.

A medicação de alívio, segundo as diretrizes do Ministério da Saúde para o manejo da asma inclui Antagonistas beta-2 adrenérgicos de curta duração (B2CA).

Nos casos de crise asmática, os Beta-2 são capazes de reverter rapidamente os espasmos dos brônquios. O uso é por meio da inalação (aerossol ou nebulização).

Medicamentos para asma

Entre os remédios corticosteroides, adrenocorticoides e glucocorticoides inalados estão:

As opções orais incluem:

Já os medicamentos com efeito broncodilatador (inalados ou comprimidos) mais comuns são:

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

O que são as bombinhas?

Em geral, uma das primeiras coisas que as pessoas pensam quando ouvem sobre asma são as bombinhas, que se referem aos medicamentos inalatórios usados no controle da doença.

A bombinha, em si, é o dispositivo ou aparelhinho que o paciente utiliza para inalar o medicamento.

Atualmente, os médicos e profissionais da saúde preferem empregar o termo “dispositivo”, “inalador” ou “equipamento”, pois o emprego de “Bombinha”, por vezes, remete a aspectos negativos em relação à asma, fazendo com que algumas ideias antiquadas persistam e atrapalhem a compreensão da doença.

Bombinha vicia?

Não. Muitas concepções — um tanto erradas — fazem parte da ideia da bombinha, como um possível vício ao utilizá-las.

Ocorre que muitos pacientes não fazem o tratamento correto da doença e recorrem aos medicamento inalantes somente nas crises.

Apesar de serem, em geral, bastante eficazes para aliviar os sintomas e controlar a crise, alguns desses pacientes necessitam de um tratamento continuado, fora dos episódios asmáticos.

Como não há utilização de medicamentos de manutenção, as crises se tornam mais frequentes, podendo inclusive se agravarem. Assim, o paciente recorre cada vez mais à bombinha.

Bombinha afeta o coração?

Não. O mito de que o uso dos dispositivos pode causar danos ao coração possivelmente vem dos efeitos colaterais experimentados pelos pacientes antigamente.

Isso porque, em geral, os broncodilatadores usados nos inaladores causavam aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia), fazendo com que o desconforto fosse associado a danos ao coração.

Com o passar dos anos, medicamentos mais modernos e mais seguros passaram a ser empregados no tratamento, fazendo com que muitos efeitos colaterais fossem eliminados ou, ao menos, significativamente reduzidos.

Hoje, em geral, os broncodilatadores quase não apresentam mais efeitos incômodos desde que usados nas dosagens corretas, prescritas pelo médico.

Convivendo com a asma

A maioria dos pacientes com asma tem uma rotina normal, sem grandes impactos às atividades físicas ou comportamentais (como trabalho ou escola).

Mas a partir do diagnóstico da asma, é importante que o paciente tenha em mente que os cuidados com a saúde são maneiras de reduzir os riscos de crises e auxiliar a saúde em geral. Algumas medidas incluem:

Reduza os gatilhos

Manter-se afastados dos agentes desencadeadores é a principal forma de conviver melhor com a asma, mesmo que o paciente não saiba exatamente qual o fator alergênico.

Poeira, cigarro, pelos de animais, pólen, fumaças poluentes, perfumes e produtos químicos são alguns dos produtos mais associados às crises.

Ainda que nem todos possam ser absolutamente evitados, reduzir o contato ou usar medidas de proteção é o ideal. Para isso é importante:

  • Utilizar máscaras de proteção ao limpar a casa e manejar produtos de limpeza;
  • Evitar o acúmulo de pó nos cômodos da casa;
  • Manter os ambientes bem arejados;
  • Evitar locais com odores fortes;
  • Limpar a cada evitando mofos e ácaros.

Faça acompanhamento médico

Em alguns casos, os pacientes diagnosticados com asma abandonam o tratamento ou não fazem o acompanhamento correto.

Assim como qualquer condição de saúde, a asma necessita de consultas regulares ao médico e avaliação constante da efetividade do tratamento.

É importante sempre avaliar a eficácia dos medicamentos e a necessidade de modificar o tratamento.

Muitas vezes, o uso continuado dos remédios é preciso, mas somente o médico poderá avaliar.

Carregue os medicamentos sempre

Não é possível prever quando uma crise vai ocorrer, por isso, o ideal é sempre manter por perto os dispositivos de inalação.

As crises de asma podem ser bastante severas e de evolução rápida se não houver administração medicamentosa.

Além disso, é importante que pessoas próximas e que fazem parte da convivência saibam sobre a asma e como deve ser o manejo durante uma crise.

Controle o emocional

A asma não é causada por fatores emocionais, mas pode ser agravada ou desencadeada por eles. Situações de estresse, ansiedade, tristeza ou euforia intensa podem desencadear manifestações asmáticas.

Por isso, para conseguir um controle mais efetivo da doença é preciso controlar também o emocional.

Diminuir o ritmo da rotina, dar atenção ao cansaço exagerado ou à insatisfação com a rotina são importantes para auxiliar no tratamento.

Pequenas mudanças na vida auxiliam na manutenção da saúde mental, como atividades relaxantes, leituras, exercícios físicos, terapias integradas e naturais.

Cuide da alimentação

Os hábitos alimentares estão relacionados à saúde e bem-estar. Por isso, manter os cuidados com a alimentação é essencial para que o organismo desempenhe corretamente suas funções e reaja da melhor maneira possível aos tratamentos.

Em geral, são aqueles alimentos naturalmente antioxidantes e com propriedades anti-inflamatórias que devem ser mais consumidos, como os peixes, a linhaça (ricos em ômega 3), o alho e a cebola (com propriedades anti-inflamatórias).

Ainda que não haja restrições alimentares específicas, há alguns grupos de alimentos que podem ser evitados ou ter o consumo reduzido para amenizar os sintomas ou as crises.

Os que devem ser reduzidos incluem os leites e derivados, os açúcares, as frituras e os alimentos processados, logo que estimulam a produção de muco e podem obstruir a passagem de ar.

Além disso, um estudo publicado pela plataforma científica European Respiratory Journal, em 2018, aponta que uma alimentação ricas em fibras de frutas, verduras, vegetais e grãos auxilia no controle dos sintomas da asma.

Pratique atividades físicas

As atividades físicas geralmente são temidas por quem tem asma. A falta de ar decorrente do esforço corporal é, geralmente, associada aos fatores desencadeantes das crises.

Mas, na verdade, praticar algum exercício aeróbico com frequência (3 vezes por semana, aproximadamente) pode ser bastante eficiente para melhorar os sintomas e reduzir as crises.

Isso porque as atividades promovem o fortalecimento muscular do tórax e fazem com que a ventilação pulmonar seja mais eficiente.

O ideal é sempre buscar indicação médica e de um profissional de educação física, iniciando as atividades adequadamente e elevando a frequência gradualmente.

Prognóstico

O prognóstico da asma depende muito do grau de manifestação e da condução terapêutica adotada.

Em geral, pacientes que realizam o tratamento e o acompanhamento adequados têm bons resultados e convivem com a asma sem grandes impactos ou limitações.

Quanto aos medicamentos, as opções atuais costumam apresentar bons resultados, sendo que os efeitos colaterais são cada vez menores e a eficácia da ação costuma ser muito boa, em que poucos pacientes não respondem ao tratamento medicamentoso estipulado.

Complicações

As complicações estão relacionadas sobretudo aos casos em que o tratamento não é devidamente realizado, podendo gerar danos ao sistema respiratório e à saúde como um todo. Podem ocorrer:

  • Infecção respiratória;
  • Desidratação;
  • Obstruções pulmonares por excesso de muco;
  • Tosse persistente e intensa;
  • Alterações permanentes no funcionamento pulmonar;
  • Alterações no funcionamento cardíaco (cor pulmonale agudo);
  • Pneumotórax (infiltração de ar entre os tecidos do pulmão);
  • Insuficiência respiratória;
  • Queda na oxigenação sanguínea (hipoxemia);
  • Parada cardiorrespiratória e óbito.

Como prevenir a asma

Não há modos de prevenir a manifestação da asma, logo que a doença é decorrente de uma soma de fatores genéticos e ambientais. Em geral, são as medidas preventivas que auxiliam na saúde como um todo.

Entre elas, as gestantes devem:

  • Evitar fumar ou ficarem expostas à fumaça, químicos ou poluição intensa;
  • Manter uma alimentação adequada e seguir o pré-natal, para que o bebê se desenvolva adequadamente;
  • Evitar contato prolongado a produtos irritantes e químicos que possam afetar o desenvolvimento gestacional.

Outros métodos de prevenção incluem:

Hábitos alimentares adequados

Uma boa alimentação garante que todo o organismo funcione adequadamente.

É importante lembrar que uma dieta balanceada e natural auxilia na prevenção de diversas doenças, fortalece a imunidade e reduz os riscos de alergia devido aos químicos.

Além disso, alguns alimentos têm propriedades anti-inflamatórias e podem auxiliar a reduzir riscos à saúde.

Manter a hidratação adequada

É indicado beber pelo menos 2 litros de água por dia para manter o bom funcionamento do organismo. A falta de hidratação pode ser bastante prejudicial, fazendo com que as dietas mais equilibradas não surtam efeito.

Dar atenção ao peso e à saúde em geral

A asma pode estar relacionada à obesidade, fazendo com que o excesso de peso se torne um fator de risco ou um agravante para a saúde do trato respiratório.

Além da relação direta, manter o controle da balança e ficar de olho na saúde do organismo em geral é fundamental.

Praticar atividades físicas

Manter um rotina adequada e frequente de exercícios auxilia no funcionamento dos sistemas do organismo, traz mais bem-estar, promove o controle ou redução de peso, além de proporcionar benefícios à saúde mental.

Limpar o ambiente

Manter os ambientes bem arejados e limpos, evitando o acúmulo de poeira, ácaros e ocorrência de mofo, ajuda a eliminar agentes desencadeantes.

Vale lembrar que mesmo as pessoas sem asma devem usar equipamentos de proteção e evitar exposição a produtos químicos, reduzindo a agressão às vias aéreas.

Evitar animais domésticos ou mantê-los no quintal

Os animais de estimação podem causar alergias e irritações, mas nem sempre é possível ou necessário evitar o contato com eles.

Pessoas sem o diagnóstico de asma podem usufruir da companhia dos bichinhos, mas devem preferencialmente mantê-los nas áreas externas da casa e sempre manter banhos regulares e as idas ao veterinário.

Mas vale lembrar que dependendo do grau de asma, o mais recomendado é restringir o contato com o animal.

Manter a vacinação em dia

A vacinação ajuda o organismo a se defender de diversas doenças. Como algumas pessoas podem apresentar crises asmáticas perante uma infecção, ter o organismo imune pode evitar a reação.

Além disso, vale lembrar que as vacinas são seguras e reduzem riscos de diversas doenças.

Não fumar

O cigarro contém centenas de substâncias prejudiciais à saúde e está associado à uma série de malefícios. Não fumar e não conviver com a fumaça dos cigarros (fumante passivo) reduz os riscos de desconfortos e alterações do trato aéreo.

Tratar outros problemas de saúde ou doenças

Para manter o organismo fortalecido, seja quem tem asma ou não, manter a saúde em dia é fundamental.

Vale lembrar que o organismo é um sistema conjunto e que, por isso, uma doença ou condição não tratada pode afetar no funcionamento dos outros sistemas.

Pessoas alérgicas, com restrição alimentar, com doenças crônicas ou que necessitam de qualquer tipo de acompanhamento médico precisam manter em dia os cuidados.

Usar adequadamente equipamentos de proteção ao manusear químicos

Limpar a casa é fundamental, mas é necessário sempre estar atento ao uso de máscaras e luvas. Assim, evita-se irritação da pele, mucosas e intoxicações.

É importante sempre ler os rótulos das embalagens e seguir a recomendação de uso para todos os produtos, mesmo aqueles estéticos (como tintas de cabelo), que também podem provocar alergias.

Empresas devem sempre fornecer equipamentos adequados aos profissionais, reduzindo os riscos de alergias, por exemplo.


A asma é uma das doenças respiratórias mais comuns e que podem trazer grandes impactos à vida e à saúde do paciente.

O diagnóstico precoce auxilia no tratamento que, se realizado corretamente, tem excelente prognóstico, evitando que ocorram limitações aos pacientes.

Para mais informações sobre saúde, acompanhe o Minuto Saudável!

Publicado originalmente em: 29/06/2017 | Última atualização: 13/11/2018

Fontes consultadas

Imagem do profissional Paulo Caproni
Este artigo foi escrito por:

Dr. Paulo Caproni

CRM/PR: 27679CompletarLeia mais artigos de Dr. Paulo
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