Apesar de gerar dúvidas, sobretudo por ser um produto industrializado, o adoçante não faz mal. Mesmo os artificiais não têm nenhuma comprovação científica de que causem danos à saúde, desde que sejam consumidos dentro das recomendações de ingestão máxima diária. E isso vale para os supostos malefícios imediatos, como azia, ou em longo prazo, como diabetes.
Há uma orientação para a ingestão diária aceitável (IDA) de diferentes substâncias, que estabelece limites para o consumo diário delas de modo seguro. Ou seja, respeitando os valores indicados, é possível usar o adoçante sem causar danos ao organismo.
Apesar disso, a orientação é que adoçantes sejam consumidos por quem realmente precisa, como pessoas com diabetes ou em restrição calórica.
Se respeitada a ingestão máxima diária, não há comprovação de que os adoçantes possam causar problemas mais sérios. É possível que haja quadros de sensibilidade a determinada substância, fazendo com que o consumo, mesmo em quantidades recomendadas, gere quadros de dor de cabeça ou diarreia, por exemplo.
Em relação a possíveis efeitos adversos, a endocrinologista Daniele Zaninelli orienta que quem precisa fazer uso dos adoçantes siga as recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes, alternando entre os adoçantes disponíveis no mercado para que não haja exposição contínua à mesma substância por longos períodos.
A médica ainda aponta que os adoçantes são adicionados a alimentos industrializados, ultraprocessados, que podem ser agressivos ao trato gastrointestinal, sobretudo se já houver algum problema antecedente.
No entanto, fica sempre a orientação do consumo moderado e de bons hábitos alimentares.
Os rins, muitas vezes, são mencionados como órgãos possivelmente afetados pelo consumo de adoçantes.
Entidades de saúde consideram que pessoas sem alterações renais e que precisem adotar os adoçantes na alimentação podem fazer uso, dentro dos limites diários adequados, sem grandes preocupações.
A atenção, na verdade, fica no sódio, presente em alguns tipos de adoçante, como o ciclamato de sódio.
Por isso, quem tem pressão alta ou restrição à ingestão da substância deve dar atenção à quantidade de adoçante e ao tipo escolhido.
Os adoçantes são indicados, majoritariamente, para pessoas com diabetes ou em dietas com restrição calórica. O intuito é trocar o açúcar por um produto igualmente doce, mas que não eleve a glicemia ou forneça tantas calorias.
Cada produto pode ter efeitos diferentes no organismo, pois há substâncias diferentes na composição — uns são artificiais, outros naturais.
Mas a endocrinologista Daniele Zaninelli aponta que nenhum deles afeta negativamente o controle glicêmico de pacientes que fazem o uso adequado.
Mais do que o tipo — ou qual adoçante — não faz mal à saúde, é necessário pensar na quantidade segura de ingestão. Isso porque é preciso lembrar que todo produto liberado para o consumo passa por testes e avaliação de segurança.
Os adoçantes disponíveis no mercado são, portanto, seguros, desde que respeitadas as dosagens máximas diárias, como aponta a médica Daniele Zaninelli.
Também é possível adotar o rodízio sugerido pela Sociedade Brasileira de Diabetes. Assim, evita-se ingerir por muito tempo uma mesma substância.
A dica, então, é saber qual a ingestão diária aceitável (IDA) e ficar de olho no consumo:
Assim, fica fácil observar que o consumo de algumas gotinhas no café - ou de produtos diet, light ou zero - é seguro e dificilmente ultrapassado dentro de uma alimentação saudável.
Por exemplo, um refrigerante diet, adoçado com sacarina sódica, tem em média 40mg em cada latinha.
Para uma pessoa de 60kg, a IDA do adoçante fica em 300mg, o que significa que o limite diário equivale a aproximadamente 7 latas.
Assim, se a dieta for balanceada e saudável, com acompanhamento médico e nutricional, o consumo de adoçantes é seguro.
O uso de adoçantes pode ser considerado como uma estratégia para reduzir a ingestão de calorias e açúcares, podendo ser indicado para pessoas com restrições dietéticas.
O consumo, dentro das determinações nutricionais, é seguro e não confere riscos imediatos ou em longo prazo à saúde.
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(CRM/PR 16876)
Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), da Sociedade Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) e da Endocrine Society.
Dra. Daniele Zaninelli
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