Saúde

Vaginose bacteriana: como diferenciar da Candidíase?

Publicado em: 19/08/2021Última atualização: 19/08/2021
Publicado em: 19/08/2021Última atualização: 19/08/2021
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A vaginose bacteriana refere-se a uma infecção vaginal decorrente do desequilíbrio na região íntima feminina, levando ao excesso de bactérias prejudiciais no canal vaginal, provocando sintomas incômodos como coceira intensa e dor ao urinar. 

Embora seja comum, é necessário tratar adequadamente para que a infecção não prejudique ainda mais o equilíbrio do pH e flora vaginal, deixando a região mais favorável a outras doenças. 

Por isso, é importante detectar a vaginose bacteriana e buscar orientação médica para acabar com o problema. Além disso, é válido distinguir a doença de outra alteração muito comum na vagina, a candidíase. Confira!  

Como saber se tenho vaginose bacteriana?

Mulher com suspeita de vaginose bacteriana olhando a sua região intima.
Muitas vezes a infecção pode ser assintomática.

A vaginose bacteriana, também chamada de vaginite não específica, é caracterizada por ser uma infecção vulvovaginal (afeta a vulva e a vaginal) que, em geral, não apresenta inflamação, sendo necessário perceber os sintomas. Os mais comuns são: 

  • Secreção branca/acinzentada, espumoso e que tem odor fétido (normalmente mais abundante do corrimento vaginal);
  • Coceira na vulva e vagina;
  • Inchaço da vulva;
  • Desconforto ao urinar (sensação de queimação);
  • Dor durante a relação sexual.

Normalmente, o odor desagradável que a vaginose bacteriana causa, fica mais forte no período menstrual, pois a ação das bactérias responsáveis pela doença aumentam.

Dentre os microrganismos que podem causar a vaginose bacteriana estão: Gardnerella vaginalis, Prevotella sp, Porphyromonas sp, Bacteroides sp, Peptostreptococcus sp, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum e Mobiluncus sp.

Vale ressaltar que a presença de bactérias na vagina é normal e saudável, um tipo chamado de lactobacilo tem o papel de auxiliar a manter a acidez vaginal adequada, ajudando na prevenção da proliferação de determinadas bactérias que provocam doenças. 

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É contagiosa?

A vaginose bacteriana não é uma doença transmitida sexualmente, no entanto, mulheres predispostas podem desenvolver a infecção devido ao contato do sêmen. Por isso, é recomendado sempre utilizar preservativo durante a relação sexual. 

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Diagnóstico 

De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção Primária à Saúde (BVS APS), o diagnóstico da vaginose bacteriana ocorre por meio da verificação do pH vaginal, sendo maior que 4,5, o valor que determina a existência da infecção.

Ademais, a detecção da presença de “cluecells” ou células-alvo no fluído ou esfregaços vaginais também contribui para o diagnóstico preciso da vaginose bacteriana. 

A realização do exame citologia cérvico-vaginal pode ser solicitado à paciente, pois mesmo que não seja a escolha mais frequente para avaliação da microbiota vaginal, este exame tem sensibilidade de 92% (probabilidade de um teste dar positivo em quem realmente está doente) e especificidade de 97% (probabilidade de um teste dar negativo em quem realmente não possui a doença) para detecção de vaginose bacteriana.

Qual a diferença entre vaginose bacteriana e candidíase? 

Apesar da vaginose bacteriana e a candidíase terem origem no desequilíbrio do pH e flora vaginal (o que faz com que a mulher tenha dificuldade para distingui-las), elas são causadas por bactérias diferentes, sendo assim, tratadas de maneiras distintas. 

Para saber qual é o tipo de infecção que está afetando a região íntima é preciso prestar atenção nos sintomas. 

Enquanto a vaginose bacteriana é caracterizada pelo surgimento de um odor forte, seguido de corrimento meio acinzentado com textura granulosa, a candidíase, por sua vez, não provoca odor intenso e dasagradavel, e tem como sinais a coceira vaginal e o corrimento branco e espesso. 

Porém, isso não é uma regra! É necessário consultar um especialista para saber o diagnóstico correto e preciso.  

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Como tratar a vaginose bacteriana?

Na maior parte dos casos, a vaginose bacteriana é tratada com o uso de antibióticos pela paciente, os mais prescritos são metronidazol e clindamicina, o tinidazol também pode ser indicado pelo médico (a) ginecologista. Os medicamentos podem ser administrados por via oral ou tópico.

Em geral, a vaginose bacteriana é resolvida em poucos dias, porém tem grandes chances de voltar a ocorrer. Caso se repita muitas vezes, o uso do antibiótico pode ser prolongado. 

É válido salientar que mesmo não sendo considerada uma infecção grave, a vaginose bacteriana, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), pode motivar as seguintes complicações:

  • Infecção do útero e das trompas de falópio (Doença Inflamatória Pélvica);
  • Aumento da probabilidade de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), HIV/Aids, em casos de exposição ao vírus;
  • Aumento da probabilidade da mulher ser infectada por outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia e gonorreia.

Dessa forma, é importante que a mulher visite o (a) ginecologista habitualmente, pois muitas vezes a vaginose bacteriana não manifesta sintomas. 

Como prevenir a vaginose bacteriana?

Mulher segurando um card com carinha feliz na frente de sua região intima.
 Às vezes, o uso indevido, ou em excesso, de higienizadores pode ser um fator para o surgimento da infecção.

Estima-se que a mulher em idade reprodutiva irá apresentar a vaginose bacteriana pelo menos uma vez na vida, visto que a infecção é comum e não tem relação com a higiene íntima da mulher. 

No entanto, em virtude da infecção ser uma “brecha” para que outras doenças tidas como mais prejudiciais para a saúde da genital feminina, é importante ter alguns cuidados no dia a dia para evitar o desequilíbrio no pH vaginal, dificultando que a vaginose bacteriana aconteça.

Portanto, as principais formas de cuidado para adotar na rotina são:

  • Evitar duchas vaginais (pois a higienização em excesso altera a proteção natural da vagina);
  • Não utilizar perfumes na área externa (vulva);
  • Usar com menos frequência calcinhas fio dental, roupas justas e de material sintético;
  • De vez em quando dormir sem calcinha para deixar a região íntima “respirar”;
  • Optar por sabonetes especiais para a limpeza íntima.

Além de tomar essas precauções, optar por um método contraceptivo que não propicie o desenvolvimento da doença também é importante (converse com o seu ginecologista).


Infelizmente, devido aos mitos e tabus, muitas mulheres não buscam ajuda profissional para resolver problemas ligados à saúde íntima, o que pode levar ao comprometimento da qualidade de vida e bem-estar feminino. Por isso, quando se trata de saúde, é necessário deixar qualquer vergonha de lado e buscar orientação médica para resolver o problema.

Para saber mais informações a respeito da saúde da mulher, continue acompanhando os artigos postados diariamente aqui no blog!

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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