A tricotilomania (CID-10 F63.3) é um transtorno psicológico caracterizado pelo comportamento obsessivo em que os pacientes arrancam os fios de cabelo do próprio corpo.
Esses fios podem ser de qualquer área do corpo, como cílios, sobrancelhas, barba, axilas, abdômen e pelos pubianos, por exemplo. No entanto, é mais comum que os pacientes puxem os fios do couro cabeludo.
A causa da doença ainda é incerta, mas está normalmente associada a quadros de ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), traumas ou histórico familiar. Além disso, ela é mais comum em mulheres e se manifesta com maior frequência durante o início da adolescência.
Os tratamentos frequentemente usados envolvem a terapia cognitivo-comportamental e o uso de medicamentos. Contudo, em alguns casos, o dano provocado é tão grande que tratamentos dermatológicos e estéticos, como implante ou prótese capilar, são necessários.
Também é possível que alguns pacientes nesta condição desenvolvam o hábito compulsivo de engolir os fios, o que é chamado de tricotilofagia, ou de roer unhas e morder os lábios.
Para saber mais sobre a tricotilomania, o que causa, os sintomas e tratamentos, continue acompanhando o artigo!
Índice — Neste artigo, você encontrará:
Ainda não se sabe qual a causa da tricotilomania. No entanto, acredita-se que a condição possa ser resultado de fatores genéticos e ambientais, pois muitos casos têm relação com distúrbios psicológicos, de movimento, controle de impulsos e formação de hábitos.
Por isso, muitos pacientes com a condição podem apresentar o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e de espectro autista, como síndrome de Asperger.
Além disso, situações de estresse, casos de depressão e ansiedade, traumas, problemas familiares, mudanças ou qualquer fator psíquico semelhante podem ser gatilhos para o desenvolvimento da tricotilomania.
Existem muitos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da condição. Entre eles estão:
O nosso corpo, em determinadas situações, responde com sintomas físicos e psicológicos por conta do estresse. Essa é uma resposta natural, mas em algumas pessoas os efeitos podem ser mais graves.
Ainda que pacientes de tricotilomania apresentem algum transtorno de ansiedade, a depressão também se mostra como um dos principais fatores de risco. A distimia, uma forma de depressão mais leve e prolongada, é um dos tipos de depressão com maior incidência entre os(as) pacientes.
O TOC é um transtorno psiquiátrico no qual pacientes apresentam comportamentos repetitivos e obsessivos que são prejudiciais, negativos e atrapalham o cotidiano.
Além de comportamentos compulsivos, pessoas que sofrem com TOC apresentam pensamentos obsessivos e, na tentativa de aliviar esses pensamentos, podem desenvolver novos rituais e manias.
Apesar de não ser considerada como TOC, a tricotilomania pode ser um risco maior para esses pacientes, pois os sintomas e sinais que antecedem a compulsão são semelhantes.
Nesse transtorno, as pessoas sofrem de uma ansiedade excessiva e contínua. As crises não são desencadeadas por estarem em situações específicas, pois o contexto não interfere nos sintomas.
Por conta dessas características, a condição interfere negativamente o dia a dia, dificultando atividades simples e contribuindo, em alguns casos, para o ecodesenvolvimento de tricotilomania.
Não há estudos conclusivos sobre, contudo, sabe-se que pessoas que apresentam algum caso da doença na família tem mais chances de desenvolver a condição.
A tricotilomania, de modo geral, começa a se manifestar ainda durante a infância e começo da adolescência, tendo maior prevalência em meninas. Com os períodos de mudanças, é possível observar a frequência em que se puxa os fios de cabelo.
As meninas, especificamente, demonstram um descontentamento maior com o possível surgimento de fios mais grossos, de cores diferentes, mais ondulados, etc.
O principal sintoma da tricotilomania é a ação impulsiva de arrancar fios de cabelo do corpo, no entanto, existem outros sinais implícitos. Assim, os pacientes seguem determinado padrão de comportamento, demonstrando os seguintes sentimentos e ações:
Além disso, a tricotilomania pode surgir ao mesmo tempo com outras manias, como a de morder os lábios ou roer as unhas. Esses detalhes são sinais importantes a serem observados pelo(a) paciente ou pessoas próximas.
Por vergonha da condição, muitos(as) tentam esconder o problema. Por isso, podem optar por usar boné, touca, chapéu, cílios postiços, cachecóis e pintar as sobrancelhas para camuflar o problema.
Por fim, a partir do comportamento de engolir os fios, os seguintes sintomas se manifestam:
Se você se identificou com os sintomas e situações descritas acima, não deixe de buscar ajuda médica e psiquiátrica quanto antes!
Os(as) pacientes podem recorrer a médicos clínicos gerais, dermatologistas e psiquiatras para um diagnóstico preciso. No entanto, não existem exames específicos para confirmar a tricotilomania, pois, diferente de outras doenças, não é possível diagnosticá-la com tomografias ou exames de sangue, por exemplo.
Sendo assim, o médico deve se basear na análise dos sintomas físicos e nos relatos. A partir disso, será avaliada a quantidade de perda de cabelo e investigado se não há outra doença física envolvida na perda de cabelo.
Alguns critérios utilizados para confirmar o diagnóstico são descritos o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) da seguinte maneira:
Em algumas situações, somente o ato de arrancar os cabelos não significa que o paciente tem tricotilomania. Nesses casos, o hábito pode ser uma resposta de outros estímulos. Entenda algumas circunstâncias que podem ser confundidas com a doença, mas que não recebem o diagnóstico:
Algumas pessoas possuem o hábito de enrolar ou manusear os cabelos constantemente. Em alguns casos, se arranca alguns fios para ficar esteticamente melhor, conforme o que julgam mais bonito.
Por exemplo, pessoas que arrancam fios que estão frizz ou quando encontraram apenas um fio branco e preferem retirá-lo. Há também pessoas que mordem os fios no lugar de arrancá-los, e isso não se caracteriza como tricotilomania.
Contudo, a longo prazo, esse hábito pode, sim, se tornar uma preocupação. Portanto, é importante prestar atenção e perceber se esses hábitos estão prejudicando o seu dia a dia e tomar cuidado para que não se tornem obsessivos.
Apesar do TOC e de outros transtornos psiquiátricos estarem associados a fatores de risco, em alguns casos, a compulsão por arrancar os fios não está relacionada a tricotilomania, pois se trata de uma característica do próprio transtorno.
Já pacientes que apresentam extrema preocupação com simetria, o ato de arrancar os cabelos pode ser parte desse rito. No entanto, mesmo nessas condições, esse comportamento ainda pode não se caracterizar como tricotilomania.
Em casos de dismorfofobia ou transtorno dismórfico, no qual o(a) paciente apresenta obsessão por sua aparência e pelos defeitos que acredita ter, arrancar os fios de cabelo pode ser um dos sintomas da doença, mas isso não quer dizer que se trate da condição
Arrancar os próprios cabelos pode ser um comportamento estimulado, em determinados casos, por substâncias como drogas estimulantes. Contudo, isso não significa que essas substâncias sejam a causa primária do ato de puxar os fios.
No entanto, quando o ato de arrancar de cabelos ocorre dentro dessa condição e não se enquadra nos critérios de diagnóstico, não é considerada tricotilomania.
Os quadros psicóticos, condição patológica em que o paciente apresenta perda de conexão com a realidade, não se enquadram no que é estabelecido como diagnóstico para a tricotilomania.
Os transtornos psicóticos podem provocar nos pacientes alterações da personalidade, delírios, alucinações e prejuízos na realização de atividades cotidianas.
Transtorno de neurodesenvolvimento, segundo o que se é estabelecido no manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM), é um termo que abrange transtornos como:
Esses transtornos surgem período de desenvolvimento da criança e, normalmente, causam prejuízos no desempenho pessoal, social, profissional e acadêmico.
A tricotilomania é um transtorno psicológico que apresenta sintomas semelhantes aos de um vício. Com base nisso, é necessário buscar formas de controlar os impulsos obsessivos de arrancar os fios de cabelo.
Afirmar que existe uma cura é incerto, mas é possível tratar e conviver com a doença, assim como recuperar os danos provocados por ela.
O tratamento de tricotilomania varia de acordo com o quadro de cada paciente. Durante esse processo, a intenção é controlar os impulsos, lidar com os sentimentos negativos e encontrar formas de evitar a obsessão.
Para pessoas que tiveram grande perda capilar, é possível recorrer a tratamentospara recuperar a área acometida pela compulsão.
Entenda os principais tipos de tratamento e mais detalhes a seguir:
A Terapia de Aceitação e Compromisso, em inglês Acceptance and Commitment Therapy (ACT), é um tipo de terapia cognitivo-comportamental cujo objetivo é mostrar ao paciente o que não está dentro do seu controle pessoal.
Nesse contexto, o(a) terapeuta contribui ao mostrar ao paciente formas de lidar com seus sentimentos e pensamentos por meio da prática de atenção plena, ou mindfulness.
A terapia de reversão de hábitos é um tratamento pioneiro de ajuda aos pacientes diagnosticados com a condição. Ela consiste na união de princípios que visam estimular o paciente a perceber os gatilhos que o fazem arrancar os fios, a ter uma ideia mais preventiva e a promover a autoconsciência e monitoria.
O mindfulness é uma técnica que ajuda a aliviar as sensações desagradáveis por meio da promoção de atenção, consciência das sensações físicas e dos arredores. Basicamente, ela foca no aqui-e-agora.
Em um primeiro momento, o indivíduo deve prestar atenção nas suas próprias sensações corporais e aceitá-las. Em momentos de estresse, aceitar os sintomas da ansiedade é justamente uma maneira de combatê-los. Portanto, tomar consciência dos mesmos e focar no presente faz com que se foque na experiência atual e não no fluxo de pensamentos.
Dessa forma, o corpo tende a voltar ao normal, uma vez que a mente não está mais tomada pelas preocupações, e sim pelo momento presente.
Os(as) pacientes com tricotilomania têm como principal forma de tratamento a abordagem psicológica, sendo a terapia cognitivo-comportamental a mais utilizada e que apresenta melhores resultados.
Nessa terapia, o paciente é estimulado a compreender seus padrões de pensamento e comportamentos. No caso da tricotilomania, é preciso entender o momento em que o ato de puxar os fios acontece, há quanto tempo convive com esse hábito e os sentimentos que antecedem e procedem.
Essa análise ajudará a construir diferentes formas de tratar essa compulsão, substituindo-a por hábitos mais saudáveis.
Além disso, diferente de outros tipos de terapia, o foco não é necessariamente no porquê o transtorno acontece, mas sim em como acontece. Portanto, a intenção é mais objetiva e tem como intuito de modificar esses comportamentos específicos e ajudar a controlar os impulsos
Por fim, é necessário paciência com o processo terapêutico. Por isso, persista e converse com seu(a) médico(a) sobre como está se sentindo diante do tratamento.
Em paralelo com o tratamento psicológico, pacientes com tricotilomania podem precisar de apoio de medicamentos para conseguirem um melhor prognóstico.
Portanto, os que apresentam algum transtorno psicológico associado a tricotilomania, como depressão e ansiedade, devem procurar orientação médica para o tratamento dessas doenças.
Feito isso, é possível que o(a) psiquiatra prescreva antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos dependendo do quadro.
Contudo, vale lembrar que, apesar dos medicamentos serem benéficos em muitos casos, é fundamental que se tenha um acompanhamento adequado do uso a fim de evitar efeitos colaterais ou dependência.
Para alguns pacientes, pode ser interessante ter como opção grupos de apoio. Apesar de não ser o método mais eficaz para reverter o quadro, essa abordagem pode ser benéfica quando aliada a outros tratamentos.
Em casos de pessoas que apresentam maior resistência ou vergonha de admitir o problema, ouvir relatos de outras pessoas que passam pelo mesmo pode ser positivo para a evolução do tratamento.
A prótese capilar é recomendado para quadros de tricotilomania com grandes perdas de cabelo. Em muitos casos, o prejuízo provocado pelo ato de puxar os fios é tão grande que os cabelos não crescem novamente.
Para recuperar a autoestima e também como um incentivo para não haver desistência dos outros tratamentos, pode ser muito benéfico recorrer a esse recurso. Assim, o(a) paciente consegue, de alguma forma, recuperar a imagem que tinha de si mesmo.
Os fios da prótese podem ser colocados individualmente no couro cabeludo ou em pequenos grupos sob uma tela, ou película que simula a pele humana. Além disso, ela pode ser usada temporariamente ou de forma semipermanente.
A duração varia entre 6 meses a 2 anos. Já o custo pode variar conforme o tamanho, modelo e qualidade, mas ainda tem um custo inferior ao do implante capilar, que é geralmente indicado para quem desenvolveu calvície por contra da condição.
Os medicamentos mais utilizados para tratar esse transtorno são os antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS). Estes não são medicamentos específicos para a tricotilomania, mas podem ajudar a reduzir os sintomas e contribuir com o tratamento psicoterapêutico.
Os ansiolíticos, utilizados para tratar diferentes tipos de transtorno de ansiedade, podem ser utilizados quando o(a) paciente apresenta ambas as condições.
Além disso, os antipsicóticos podem ser usados em alguns casos em combinação com os medicamentos ISRS ou sozinhos.
Por fim, para tratar os danos causados ao couro cabeludo ou outra partes do corpo, é possível que os médicos receitam medicamentos para ajudar na recuperação dos fios da área afetada.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem consultar um médico antes. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico.
As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Em adultos e adolescentes, a estimativa de prevalência da doença por mais de 1 ano é de 1% a 2%, sendo o sexo feminino mais acometido do que o masculino.
Essa diferença entre o número de casos de tricotilomania entre os dois gêneros, no entanto, é considerado um reflexo de uma cultura em que as mulheres buscam mais ajuda médica do que os homens.
Quando a tricotilomania acomete em crianças, ambos os gêneros são afetados igualmente, o que reforça a hipótese de que os números mostram apenas quem mais procura ajuda médica, uma vez que são os responsáveis pelas crianças que os levam até um especialista.
A evolução da patologia é pouco conhecida e é variável para cada paciente. Estudos realizados com tricotilomaníacos mostram que boa parte desses pacientes apresentam condição crônica.
Portanto, um prognóstico positivo ou negativo dependerá muito da idade em que a doença começou a se manifestar e do quadro de comorbidade associada.
O número de pesquisas existentes sobre tricotilomania ainda são relativamente limitados, mas demonstram uma maior consciência em relação aos sintomas e ocorrência, o que se acreditava ser pouco comum.
Por fim, pesquisas internacionais mostram que as taxas de tricotilomania representavam cerca de 1%, o que agora somam entre 2% a 3% de pacientes com a doença. No Brasil, há registros de mais de 150 mil casos por ano.
A tricotilomania é uma doença que afeta emocional e fisicamente a vida dos(as) pacientes. Arrancar os fios compulsivamente pode levar a diversos danos estéticos, além de problemas de saúde. Veja algumas complicações comuns da doença a seguir:
É muito comum que pacientes com tricotilomania tenham como complicação baixa autoestima.
Além de sentirem vergonha da doença e esconderem das pessoas a condição, se sentem mal com os danos físicos que a doença provocou, tais como falhas na sobrancelha, barba e no cabelo. Muitos evitam, até mesmo, se olharem no espelho por não se aceitarem.
Pessoas com tricotilomania que apresentam baixa autoestima podem evitar interações sociais e sair de casa, por exemplo, o que prejudica severamente sua vida social e profissional.
Além disso, também costumam evitar ambientes de superexposição, como praias, piscinas ou qualquer atividade em que as falhas dos cabelos ou pelos podem ser vistas.
Em casos extremos, os danos de arrancar os fios são irreversíveis. Dessa forma, o(a) paciente acaba apresentando como complicação a calvície, precisando recorrer a tratamentos estéticos para recuperar a área danificada, como vimos acima.
Arrancar os fios de cabelo nas diferentes áreas do corpo pode levar a possíveis infecções e provocar danos à pele.
Pacientes que sofrem com tricotilomania acompanhada da tricotilofagia, transtorno em que a pessoa engole fios de cabelo, podem ter como complicação a formação de bezoares.
Eles são resultados de anos de acúmulo de cabelo no sistema gastrointestinal que acabam formando um emaranhado de cabelo no organismo do indivíduo. Essas bolas de cabelo, a longo prazo, trazem diversos danos à saúde, como perda de peso, vômito, dores abdominais, sangramento interno e obstrução intestinal.
Em alguns casos, é necessário intervenção cirúrgica para retirada dos bezoares, pois, quando não tratado, pode levar o paciente a morte.
Não há uma forma exata de prevenção da tricotilomania, pois até mesmo a sua causa é desconhecida. No entanto, alguns cuidados com a saúde podem ser praticados:
A tricotilomania está muito associada a quadros de estresse, um dos principais fatores de risco. Ainda que não seja diretamente a causa, ter um controle sobre esse problema é fundamental para uma vida com mais qualidade.
Estamos acostumados com recomendações de saúde no que diz respeito a nossa condição física, com boas dicas de alimentação, qualidade de sono e exercícios físicos.
Certamente, manter essas recomendações é fundamental, mas não podemos deixar de lado a importância de nossa saúde mental.
Se você sofre de algum transtorno, como depressão e ansiedade, procure ajuda psicológica, busque um tratamento adequado e converse com pessoas próximas a fim de explicar pelo que está passando, pois não há motivos para se envergonhar ou esconder o problema.
Se informar é uma forma de prevenção, portanto, estar atento aos sintomas pode ser uma forma de diagnosticar a condição precocemente.
Muitas vezes, o ato de arrancar os fios é inconsciente ou automática, o que, em alguns casos, pode ser mais fácil de identificar a “mania”.
Nesses casos, é importante conversar com os pacientes e orientá-los a procurar ajuda, incentivando e ajudando a entender que esse ato pode ser uma doença.
Como vimos, a tricotilomania pode ser uma condição mais recorrente em pessoas que apresentam casos da doença na família. Portanto, investigar se já ocorreu algum caso da doença anteriormente pode ser uma forma de tratá-la de forma precoce caso ela evolua.
Leia também: Skin picking (transtorno de escoriação): o que é e como tratar
A tricotilomania é uma condição difícil e o tratamento exige um esforço não só físico, mas principalmente emocional. Dessa forma, conviver com a condição torna-se um exercício diário. A seguir, você confere algumas dicas de como lidar com essa doença e tornar o dia a dia mais confortável:
Algumas pessoas que sofrem com esta doença apresentam um padrão entre os fios arrancados. Por não gostar deles, por exemplo, podem continuar mantendo essa compulsão em tirá-los a todo custo.
Entre os possíveis padrões estão a obsessão em arrancar fios brancos ou muito diferentes dos outros, como fios mais crespos ou pontas duplas.
É importante entender onde começa esse comportamento, para o diagnóstico, tratamento e também para conseguir conviver.
Quando o(a) paciente entende como acontece o seu processo, utilizando como estratégia seguir os três princípios de perceber, interromper e escolher um método, desenvolver um plano para driblar essa obsessão pode ajudar ainda mais no tratamento.
Portanto, ao saber dos sentimentos que antecedem a necessidade de puxar os cabelos, é possível pensar em formas de interromper esses sentimentos, como manter uma repetição de pensamentos positivos.
Realizar outras atividades que ocupem sua cabeça e suas mãos, como desenvolver o hábito de escrever em um diário, desenhar, pintar ou fazer algum tipo de artesanato, podem ser muito úteis.
Durante o tratamento, é importante buscar expressar suas emoções para conseguir controlar a obsessão de arrancar os fios de cabelo.
Não é necessário criar grandes novos desafios, pois atividades simples já podem ajudar. Ter um caderno para desenhar ou ficar rabiscando, leu um livro ou ouvir uma música que goste pode te ajudar a se manter distraído(a).
Nem sempre será fácil eliminar ou se distanciar dos gatilhos, mas é importante percebê-los e tentar, de alguma forma, diminuir o contato com esses fatores.
Muitas vezes, situações de estresse são provocadas por um ambiente de trabalho esgotante, rotinas de estudo muito puxadas, relacionamentos conturbados e abusivos, traumas familiares e luto, por exemplo.
É compreensível que, em muitas dessas situações, seja difícil se distanciar dos gatilhos. Nesses casos, é preciso que o(a) paciente avalie se essas relações estão valendo a pena para sua saúde mental.
Por isso, é fundamental buscar ajuda psicológica para saber como lidar com esses momentos de estresse e para melhorar sua autoaceitação.
Aprender a se amar e se aceitar é fundamental para pacientes com tricotilomania. Por ser uma condição que transforma a aparência, isso pode deixar a autoestima abalada.
É comum que essas pessoas tenham vergonha de conversar com outras pessoas sobre o problema, pois acreditam que se trata de atitude que deve ser escondida e reprovada.
A tricotilomania é um transtorno pouco comentando e,por isso, levanta algumas dúvidas. Confira algumas delas abaixo:
A recuperação depende de diversos fatores, como da área do corpo onde foram arrancados e do quanto foram arrancados.
Em quadros mais avançados da doença, o dano ao couro cabelo (ou a outras áreas do corpo) pode ter sido tão agressivo que os fios não voltam a crescer.
Felizmente, há tratamentos estéticos e produtos que ajudam a estimular o crescimento dos fios. Em casos em que a perda é irreversível, existe a possibilidade de utilizar prótese ou implante capilar.
Sim, existem casos em que pacientes de tricotilomania também sentem necessidade de arrancar fios de cabelo de pessoas próximas, como os de seus parceiros ou familiares.
É importante que essas pessoas orientem o paciente a procurar ajuda médica, buscando compreender que se trata de um transtorno. Responder de forma retaliatória ou incentivar o comportamento, não são atitudes aconselhadas.
A tricotilofagia também é um transtorno compulsivo e uma complicação da tricotilomania, caracterizada pelo hábito de comer seu próprio cabelo e/ou unhas.
Portanto, a condição é considerada grave, pois os fios engolidos podem formar bolos de cabelos (bezoares) no sistema digestivo. A longo prazo, pode ser necessária uma cirurgia para retirada dos fios.
A tricotilomania é uma condição em que a pessoa tem comportamentos compulsivos de arrancar pelos e cabelos do corpo.
Se você ou alguém que você conhece apresentam um desses sintomas ou sinais, não deixe de buscar ajuda médica!
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Dr. Emerson Barbosa
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