Saúde

O que é Molusco Contagioso, tratamento, remédios e sintomas

Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 02/07/2019
Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 02/07/2019
Foto de capa do artigo
Publicidade
Publicidade

O que é molusco contagioso?

Molusco contagioso é uma infecção viral relativamente comum da pele, caracterizada por pequenas bolhas rosadas ou brancas, que podem variar de tamanho e, muitas vezes, serem confundidas com pequenas verrugas.

Embora seja mais comum em crianças, devido o sistema imunológico ainda não estar totalmente desenvolvido, também pode afetar adultos, principalmente aqueles que têm o sistema imunológico enfraquecido com certas doenças, como a AIDS, ou que passaram por algum transplante. A doença geralmente se desenvolve onde a pele é mais fina.

É conhecido pela classificação internacional das doenças (CID) pelo código: 10:B0B1.

Índice neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é Molusco contagioso?
  2. Transmissão
  3. Grupos de risco
  4. Sintomas
  5. Diagnóstico
  6. Tratamento e Cura
  7. Complicações
  8. Prevenção
Publicidade
Publicidade

Transmissão

O molusco contagioso é causado por um membro do vírus da família Poxvírus. Esse vírus se desenvolve em climas muito quentes ou úmidos, e a infecção pode ocorrer de diferentes maneiras.

Você pode obter o vírus tocando as lesões na pele de uma pessoa infectada ou algum objeto que também tenha sido utilizado por essa pessoa. Alguns exemplos desses objetos são:

  • Roupas de cama;
  • Toalhas
  • Brinquedos;
  • Roupas.

O vírus também pode ser contraído através de água que esteja infectada, como no caso de piscinas e hidromassagens.

Também é possível que ocorra uma contaminação através de relações sexuais. As lesões na genitália costumam ter o mesmo aspecto de outras doenças contagiosas, como herpes, ou até mesmo de pequenas verrugas. Isso pode acabar dificultando o tratamento e diagnóstico do molusco contagioso, pelo fato das pessoas não buscarem ajuda médica por acreditarem não ser nada grave.

Publicidade
Publicidade

Grupos de risco

Todas as pessoas correm o risco de contrair molusco contagioso, porém alguns grupos são mais propensos do que outros.

Esses grupos são:

  • Crianças com idade entre 1 e 10 anos;
  • Pessoas que vivem em climas tropicais;
  • Pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, causado por HIV, transplantes ou tratamento para câncer;
  • Pessoas que tem dermatite atópica;
  • Pessoas que participam de esportes que tem muito contato.

Sintomas

Quando o vírus infecta a pele, existe um período de incubação que dura em torno de 2 a 8 semanas e, após isso, os sintomas vão começar a aparecer.

Por ser uma doença da pele, o sintoma mais comum são as pequenas protuberâncias com algumas características específicas:

  • São pequenas, tem em torno de 2 a 5 milímetros de diâmetro;
  • Tem uma covinha no centro;
  • São inicialmente firmes, em forma de cúpula e com cor de carne;
  • Geralmente são indolores, mas podem vir a coçar;
  • Pode se tornar vermelho e acabar com uma inflamação.

É importante ressaltar também que as pequenas protuberâncias podem ser facilmente removidas quando arranhadas e/ou esfregadas, facilitando a contaminação em outras partes do corpo. Algumas delas podem conter pus, o que acaba tornando-as mais doloridas e altamente infecciosas.

O molusco contagioso pode se desenvolver em grandes quantidades e na mesma  ou em diferentes partes do corpo. Os lugares mais comuns de acontecer em crianças são:

  • Mãos;
  • Braços;
  • Rosto;
  • Pescoço;
  • Peito;
  • Região do estômago e abdômen.
Em adultos que mantêm uma vida sexualmente ativa, quando contaminados, os lugares mais propensos, são:
  • Virilha, espalhando-se para cima, na região do abdômen;
  • Órgãos genitais;
  • Parte interna das coxas.

Em alguns casos raros, a doença pode se desenvolver em outros lugares, como:

  • Palmas das mãos;
  • Solas dos pés;
  • Interior da boca;
  • Em torno da pálpebra.

É possível que algumas pessoas possam desenvolver eczema em torno das bolhas, isso acontece devido a sensibilidade de suas peles. Crianças com eczema atópico, onde a pele é particularmente mais sensível a substâncias como ácaro ou pólen, são mais vulneráveis a desenvolver esse sintoma adicional.

O vírus da doença é altamente contagioso, por isso, caso a pessoa infectada venha a encostar em outras partes do corpo, a doença pode se desenvolver novamente.

O molusco contagioso desaparece após um período de 12 a 18 meses e, embora não deixe grandes cicatrizes, pode ocorrer de algumas partes da pele ficarem mais claras ou com uma pequena marca sem caroço.

Publicidade
Publicidade

Diagnóstico

Os médicos que conseguem diagnosticar a doença são os clinico gerais, dermatologistas e infectologistas.

Geralmente, o diagnóstico é feito de maneira rápida e o médico pode saber o que é apenas de olhar para as pequenas bolhas no corpo, pelo fato de serem fáceis de reconhecer. Porém, caso ainda exista alguma dúvida, ele pode fazer uma curetagem da pele na área infectada e levar para biópsia, que irá confirmar o resultado.

A maioria dos casos de molusco contagioso não precisa ser encaminhada para um especialista, porém se você atende algum desses quesitos, o médico pode te encaminhar para um especialista.

  • Caso seja HIV positivo e seus sintoma sejam graves;
  • Caso você esteja com seu sistema imunológico enfraquecido devido a quimioterapias;
  • Caso possua bolhas doloridas em suas pálpebras ou perto dos olhos.

Tratamento e Cura

Existem alguns tratamentos disponíveis para que a infecção cure mais rapidamente, porém, muitos médicos não os recomendam, especialmente em crianças, porque:

  • A infecção some em torno de 6 a 12 meses por conta própria, sem deixar cicatrizes;
  • A infecção não costuma causar qualquer tipo de sintoma a não ser as pequenas bolhas, por isso, não afeta as atividades diárias;
  • O tratamento pode ser dolorido e pode deixar cicatrizes.

O tratamento só é recomendado para adultos e crianças mais velhas em que a doença esteja afetando a qualidade de vida do paciente.

Tratamentos tópicos

Existem vários tratamentos tópicos (cremes, loções e pomadas) que podem ser usados para tratar o molusco contagioso. Esses tratamentos geralmente são acompanhados por um dermatologista.

Hidróxido de Potássio

Esse tipo de tratamento funciona quebrando as células da pele em torno do vírus, permitindo que o sistema imune responda ao tratamento. O líquido é aplicado duas vezes ao dia em cada lesão, durante cerca de 4 a 6 dias e, antes da desaparecerem, as lesões vão obter um aspecto inflamado.

A cura acontece em torno de 1 a 5 semanas.

Os efeitos adversos desse tratamento podem ser:

  • Endurecimento e descamação da pele;
  • Inchaço na pele;
  • Sensação de queimação ou coceira após a aplicação do creme.

Esses efeitos secundários são geralmente rápidos e grande parte está relacionada com o processo de inflamação necessário para iniciar o processo de cicatrização. Porém, é preciso consultar um médico caso os efeitos se tornem demasiadamente incômodos.

Podofilotoxina

Podofilotoxina vem em forma líquida e envenena as células das bolhas causadas pelo molusco contagioso. Uma seringa é utilizada para obter a dosagem correta do medicamento que, então, é pingada sobre cada bolha.

O tratamento é realizado através de ciclos, sendo que o primeiro envolve a aplicação da medicação duas vezes por dia, durante três dias, seguida de uma pausa de quatro dias.

Grande parte das pessoas necessita de quatro a cinco ciclos para obter uma melhora da doença.

Imiquimode

Esse creme pode ser utilizado para tratar um grande conjunto de bolhas que estão muito próximas umas das outras. Ele funciona estimulando o sistema imunológico para atacar o vírus da doença.

A aplicação deve ser feita de 6 a 10 horas antes de lavar a região e realizada pelo menos três vezes na semana. Pode levar várias semanas antes de você notar a melhora dos sintomas.

Os efeitos adversos deste medicamento podem incluir:

  • Endurecimento e descamação da pele;
  • Inchaço da pele;
  • Sensação de queimação ou coceira após a aplicação do creme;
  • Dor de cabeça.

Peróxido de benzoíla

Este medicamento pode estar disponível em duas apresentações, gel e creme, e deve ser utilizado em todas as áreas do corpo que estão afetadas pelo vírus, duas vezes por dia.

O peróxido de benzoíla deve ser utilizado com cuidado, pois, se  utilizado excessivamente, pode provocar danos à sua pele. Esse ativo torna a pele mais sensível à luz solar, por isso, é necessário que você evite a exposição durante a utilização do medicamento ou faça o uso de protetor solar.

O medicamento pode causar manchas, por isso, evite tocar em objetos enquanto estiver utilizando-o, além de lavar bem as mãos depois de aplicá-lo.

Os efeitos colaterais do creme podem incluir:

  • Pele seca;
  • Ardor, prurido;
  • Vermelhidão e descamação da pele.

Outros tratamentos

Estes tratamentos podem ser doloridos e, muitas vezes, não são indicados para crianças. Eles devem ser realizados por um médico especializado dermatologista ou clínico geral e nunca devem ser realizados em casa.

Crioterapia

Esse tipo de tratamento envolve o congelamento da bolha com nitrogênio líquido para que seja possível removê-la.

Você pode necessitar de várias sessões antes de cada bolha do vírus sumir completamente e é necessário dar uma pausa de duas a três semanas entre as sessões.

Diatermia

Depois de utilizar um anestésico local para amortecer a área a ser tratada, esse tratamento utiliza o calor para remover as bolhas causadas pela doença. O médico, ou enfermeiro, irá utilizar um dispositivo elétrico aquecido para queimá-las.

Curetagem

Esse tratamento remove as manchas através de uma raspagem na pele, realizada por um instrumento de metal fino. O seu médico pode fazer o uso de anestésicos locais para diminuir a dor da curetagem.

Tratamentos caseiros

Existem também alguns tratamentos caseiros para a cura do molusco contagioso, são eles:

Alho

Devido a presença da alicina, o alho é um alimento que apresenta propriedades antivirais e antifúngicas. Por esse motivo, pode ser favorável no combate ao vírus do molusco contagioso.

Durante a manhã, amasse o alho até que ele pegue uma consistência de pasta, depois aplique em cima da zona que foi infectada e coloque o curativo. Durante o banho remova e lave bem. Repita esse processo durante alguns dias e você irá sentir uma melhora nos sintomas.

É importante ressaltar que o excesso de tempo do alho na pele pode causar vermelhidão, ardência, irritação ou queimaduras. Por este motivo, antes de adotar esta e qualquer outra medida caseira, consulte seu dermatologista.

Óleo de limão australiano murta

Faça uma mistura de óleo de limão e azeite de oliva e mexa até ficar uma substância uniforme. Aplique sobre a pele, uma vez ao dia, com o auxílio de algodão.

Óleo de tea tree

O óleo de tea tree possui propriedades antibacterianas e antissépticas que conseguem combater o vírus da doença. Pode ser aplicado diretamente nas bolhas, o que irá diminuir o tamanho da secreção, ou utilizado na hora do banho.

Vinagre de cidra de maçã

É conhecido por combater as bactérias e acabar naturalmente com os moluscos. Deve ser aplicado antes de dormir em toda a área afetada com um algodão e depois um curativo em cada bolha deve ser colocado.

Tratamento para pessoas imunodeprimidas

Grande parte dos tratamentos também serve de maneira eficaz para os pacientes que têm o sistema imunológico enfraquecido, porém, os pacientes que são soropositivos podem não responder aos tratamentos tradicionais. Além disso, esses tratamentos são ineficazes no controle a longo prazo nos pacientes com HIV. Até o momento, as terapias que estimulam o sistema imunitário provaram ser mais eficazes no tratamento do molusco contagioso nesses pacientes.

Existe, ainda, uma proteína chamada Interferon, que é produzida pelos leucócitos e fibroblastos, e é utilizada para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores. Ela auxilia, também, na estimulação das células de defesa do corpo, porém as reações adversas desse tipo de tratamento podem ser desagradáveis, pois pode ser que o paciente desenvolva sintomas semelhantes aos da gripe, depressão e letargia.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Cuidados após o tratamento

Após o tratamento, o paciente deverá voltar ao médico em um período de 15 dias a 2 meses, para ter a garantia de que o tratamento foi eficaz e as lesões foram devidamente eliminadas.

É possível que a doença apareça após o tratamento?

Sim, é possível que haja um novo surto da doença, mesmo que você já tenha sido tratado. Porém, caso as lesões sejam diagnosticadas de maneira rápida num próximo acontecimento, a facilidade de controle é maior.

Complicações

O vírus da doença geralmente some por conta própria, sem necessidade de tratamento, e raramente provoca outros problemas. Porém, ocasionalmente, podem ocorrer complicações caso você esteja com seu sistema imunológico debilitado.

As três complicações mais comuns que podem ocorrer são:

  • Bolhas maiores do que o normal maior do que 5mm de diâmetro;
  • Ter mais bolhas que o normal, em alguns casos mais do que 100;
  • Ter mais partes do corpo afetadas pelo vírus, como peito, braços e rosto.

Infecção

Em alguns casos, pode ocorrer das pequenas verrugas causadas pela doença serem infectadas por bactérias, embora isso seja mais provável de acontecer com pessoas que tenham eczema atópico ou o sistema imunológico enfraquecido.

Nesse caso, será necessária a utilização de antibióticos para tratar a infecção, como por exemplo: Eritromicina, Claritromicina, Azitromicina.

Cicatriz

É possível que pequenas manchas fiquem na sua pele depois de o molusco contagioso ser curado. Isso é mais provável de acontecer em regiões do corpo onde há mais tecido adiposo, como, por exemplo, nas coxas.

Problemas oculares

Se a região dos seus olhos também foi afetada pelo vírus da doença, pode ser que você desenvolva alguns problemas oculares, como, por exemplo, ceratite e conjuntivite.

Prevenção

Apesar do vírus do molusco contagioso ser altamente transmissível, grande parte das pessoas é resistente ao mesmo e não está suscetível a desenvolvê-lo. Porém, para ajudar a prevenir a propagação da doença, você pode tomar alguns cuidados, como:

  • Não compartilhe itens pessoais: Isso inclui roupas, toalhas, escovas de cabelo e outros itens.
  • Lave suas mãos: Mantenha suas mãos sempre limpas, isso pode ajudar na prevenção do vírus.
  • Evite tocar nas partes infectadas: Ao tocar nas partes infectadas e, logo em seguida, tocar em outras partes do corpo que estão limpas, pode ser que o vírus se espalhe ainda mais.
  • Evite manter relações sexuais: Se você tiver a doença perto das regiões íntimas, procure abster-se das relações sexuais por um período até a doença sumir. Caso resolva fazer, é importante lembrar que o preservativo pode não cobrir toda a área afetada pelo vírus.
  • Cubra os lugares onde existem os moluscos: Use esparadrapos ou outros curativos para cobrir as áreas afetadas pelo vírus, caso outra pessoa vá entrar em contato com sua pele. Porém, deixe a área descoberta quando não estiver mais exposto ao contato.
  • Prevenção nas piscinas: evite compartilhar objetos pessoais, como toalhas, brinquedos ou demais equipamentos utilizados para a natação. Caso vá a alguma piscina e já esteja infectado com o vírus, cubra todas as lesões com esparadrapos.
  • Prevenção no esporte: caso esteja infectado, não participe de esportes que necessitem de contato, como o basquete e futebol.Também evite compartilhar seus equipamentos, como capacetes, luvas e bolas.

O molusco contagioso é uma doença de pele, causada por um vírus, e geralmente é indolor e facilmente confundida com outras doenças. Por isso, compartilhe esse artigo com seus amigos para que eles saibam identificar de maneira correta a doença!

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
Publicidade
Publicidade

Compartilhe

Publicidade
Publicidade
Sobre o Minuto Saudável

Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.

Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.
Banner anuncie em nosso site
Banner anuncie em nosso site
Nos acompanhe nas redes sociais:
Atenção: O conteúdo do site Minuto Saudável, como textos, gráficos, imagens e outros materiais são apenas para fins informativos e não substitui o conselho médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Se você acha que pode ter uma emergência médica, ligue para o seu médico ou 192 imediatamente. Minuto Saudável não recomenda ou endossa quaisquer testes específicos, médicos (profissionais de saúde), produtos, procedimentos, opiniões, ou outras informações que podem ser mencionados no site. A confiança em qualquer informação contida no site é exclusivamente por sua conta e risco. Se persistirem os sintomas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico. Leia a bula.

Minuto Saudável © 2024 Blog de Saúde, Beleza e Bem-estar
Política de Privacidade
Publicidade
Publicidade