Remédio tradicionalmente indicado pelos médicos para o tratamento de Hepatite C foi testado e teve sua eficácia comprovada no tratamento de pacientes com a doença chikungunya.
O remédio antiviral sofosbuvir teve resultados 3 vezes melhores do que o medicamento normalmente usado para aliviar os sintomas da doença, a ribavirina.
A descoberta foi feita por diversos pesquisadores brasileiros, entre eles estavam cientistas do Instituto Oswaldo Cruz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outros laboratórios.
O estudo foi publicado no American Society Microbiology e, de acordo com os pesquisadores, o estudo é o primeiro a comprovar que o sofosbuvir é capaz de impedir a replicação do vírus.
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Os testes, ainda realizados em camundongos, demonstraram que a substância foi capaz de reduzir em até 3 vezes a replicação do CHIKV (vírus da doença), efeitos mais promissores dos que aqueles promovidos pela ribavirina, medicamento usado para diminuir as dores nas juntas, sintoma comum da doença.
Através da descoberta é possível encontrar novas opções terapêuticas para os pacientes que foram infectados por chikungunya, pois a doença ainda não tem cura e também não tem um tratamento específico.
As únicas medidas a serem tomadas pelo doente são os chamados tratamentos paliativos, que se resumem em diminuir os sintomas mais comuns e promover maior bem-estar.
O sofosbuvir também se mostrou 25% menos tóxico para as células do corpo nos exames comparativos com o outro remédio.
Além disso, os estudos indicam que o medicamento pode ter ação efetiva contra outras doenças causadas por diferentes vírus.
No entanto, métodos de prevenção e combate ao mosquito ainda são a principal medida a ser intensificada. Os cuidados com a proliferação dos vetores evita casos da doença, ainda mais nessa época do ano, em que as altas temperaturas promovem um aumento total no número de mosquitos.
Junto com a dengue e zika, a febre chikungunya também é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Por isso, o combate ao vetor é o melhor método de prevenir.
Fonte: Fiocruz