Saúde

Marburg: o que se sabe sobre o vírus ‘primo’ do Ebola

Publicado em: 29/07/2022Última atualização: 12/08/2022
Publicado em: 29/07/2022Última atualização: 12/08/2022
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Em 2022, casos reportados do vírus de Marburg em Gana acenderam o alerta de cientistas ao redor do mundo. A rara e perigosa doença teve seu primeiro surto reportado em 1967 nas cidades de Marburg (local do qual a condição recebe seu nome) e em Frankfurt, ambas na Alemanha, e em Belgrado, na Sérvia. 

Ao longo dos anos, foram registrados casos da doença na África do Sul, Quênia, Rússia, Uganda, Estados Unidos, Holanda e Guiné, além de surtos na República Democrática do Congo (1999-2000) e em Angola (2004-2005). 

Com isso em mente, o Minuto Saudável preparou um conteúdo completo sobre a doença para você tirar suas principais dúvidas a respeito dela. Confira! 

O que é e o que causa o Marburg?

A doença de Marburg, antigamente conhecida como febre hemorrágica de Marburg, é uma condição altamente infecciosa causada pelo vírus que recebe o mesmo nome. 

A condição é uma zoonose, ou seja, afeta e é transmissível entre humanos e primatas não-humanos. Ainda, a doença tem incidência rara, porém, há histórico de surtos com altas taxas de mortalidade. 

O tempo de incubação (período entre a exposição ao vírus e o primeiro aparecimento de sintomas) do vírus varia entre 2 a 21 dias.

A condição é causada por um vírus.
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Como acontece a transmissão?

A transmissão da doença acontece quando há  contato com  morcegos infectados da espécie Rousettus aegyptiacus, considerados hospedeiros da doença. A condição se prolifera entre os humanos por meio do contato direto com substâncias infectadas como:

  • Sangue;
  • Secreções;
  • Fluídos corporais;
  • Superfícies;
  • Materiais como roupas de cama e roupas.
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Grupos de risco

Os grupos considerados de risco para a infecção pelo vírus Marburg são:

  • Indivíduos que trabalham em cavernas ou minas;
  • Pessoas que visitaram ou irão visitar países onde os morcegos hospedeiros da doença têm seu habitat;
  • Veterinários;
  • Pessoas que entraram em contato com um indivíduo infectado;
  • Profissionais da saúde;
  • Indivíduos que trabalham em laboratórios.  

Taxa de mortalidade

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao longo dos anos, os surtos da doença tiveram taxas de mortalidade que variaram entre 24% e 88%, variando de acordo com a cepa do vírus e o tratamento empregado em cada caso. 

O primeiro caso registrado da doença em 1967, por exemplo, teve taxa de mortalidade de 23%. Enquanto o surto registrado no Congo entre 1999 e 2000, teve taxa de cerca de 70%. Portanto, a taxa de mortalidade média da condição é de 50%.

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Marburg e ebola: qual a diferença?

O Marburg e o ebola são doenças clinicamente semelhantes que são transmitidas da mesma maneira. Ambas têm taxa de mortalidade média de 50%, podem causar febre hemorrágica e levar à morte.

Os vírus causadores de ambas as doenças pertencem à mesma família, que recebe o nome de Filoviridae (filovírus), porém, são dois vírus diferentes

Enquanto há vacina aprovada para o vírus ebola em diversos países, o vírus Marburg ainda não possui imunizantes.

Outra diferença entre as duas condições é o fato de que a infecção pelo vírus Marburg é mais rara do que pelo ebola. 

Leia também: Varíola dos macacos: o que é e como acontece a transmissão? 

Dipirona e Marburg

Circula na internet algumas fakenews a respeito do medicamento analgésico dipirona. O boato indica que o medicamento é importado da Venezuela e contém o vírus Marburg. 

A informação é falsa e foi desmentida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, é importante ressaltar que para serem comercializados no Brasil, os medicamentos vendidos aqui passam por pesquisas extensas a respeito de sua segurança e eficácia. 

Ademais, quando os fármacos comercializados apresentam algum problema, a agência reguladora os retira de circulação.

Sintomas

Após o período de incubação do vírus Marburg, os sintomas da condição iniciam repentinamente e incluem:

Após 5 a 7 dias, os (as) pacientes também começam a apresentar sintomas hemorrágicos graves. 

Diagnóstico

O diagnóstico de Marburg é considerado difícil devido ao fato de que a doença pode ser confundida com outras condições como febre tifóide, malária, dengue e meningite

Entre os exames laboratoriais realizados para a confirmação do diagnóstico estão o ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA), o exame de proteína C-reativa (PCR) e testes de antígeno.

Além disso, caso o diagnóstico seja confirmado, é necessário alertar as autoridades sanitárias imediatamente para que medidas sejam tomadas o quanto antes e para evitar a disseminação da doença. 

Tratamento

Não há um tratamento específico para a condição, no entanto, é realizado tratamento de suporte que consiste na melhora e no controle dos sintomas, hidratação, terapia de oxigênio e manejo da pressão arterial. 

O (a) paciente infectado deve ficar em isolamento e o contato de profissionais da saúde com ele (a) só pode ser feito com objetos de proteção. 

A doença não tem tratamento específico, portanto, é realizado tratamento de suporte.

Como prevenir o Marburg?

A melhor maneira de prevenir a infecção pelo vírus Marburg é evitar locais como minas, cavernas e outros habitat de morcegos. Após a confirmação da doença, é necessário isolar o (a) paciente e equipar adequadamente os (as) profissionais da saúde que irão entrar em contato com ele (a) com máscaras, luvas e aventais médicos descartáveis. A higienização das mãos e das superfícies com as quais o (a) infectado entrou em contato também é muito importante. 

É necessário também fazer o descarte correto de objetos utilizados no tratamento do (a) paciente, como seringas e outros equipamentos médicos. 

Além disso, para prevenir novos surtos da doença, pesquisadores realizam testes para o desenvolvimento de vacinas, terapias imunológicas, medicamentos e produtos sanguíneos. 

____________________

Apesar de extremamente perigosa, a infecção pelo vírus Marburg é rara. Além disso, as autoridades de saúde se mantêm atentas a novos casos, pesquisando a melhor maneira de manejá-los e controlar possíveis surtos. 

Por isso, é importante se manter atento às informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por outras fontes confiáveis.  

Gostou do conteúdo? Então continue acompanhando o site e as redes sociais do Minuto Saudável para mais conteúdos sobre saúde, doenças, sintomas e tratamentos. 

Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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