Em 2022, casos reportados do vírus de Marburg em Gana acenderam o alerta de cientistas ao redor do mundo. A rara e perigosa doença teve seu primeiro surto reportado em 1967 nas cidades de Marburg (local do qual a condição recebe seu nome) e em Frankfurt, ambas na Alemanha, e em Belgrado, na Sérvia.
Ao longo dos anos, foram registrados casos da doença na África do Sul, Quênia, Rússia, Uganda, Estados Unidos, Holanda e Guiné, além de surtos na República Democrática do Congo (1999-2000) e em Angola (2004-2005).
Com isso em mente, o Minuto Saudável preparou um conteúdo completo sobre a doença para você tirar suas principais dúvidas a respeito dela. Confira!
A doença de Marburg, antigamente conhecida como febre hemorrágica de Marburg, é uma condição altamente infecciosa causada pelo vírus que recebe o mesmo nome.
A condição é uma zoonose, ou seja, afeta e é transmissível entre humanos e primatas não-humanos. Ainda, a doença tem incidência rara, porém, há histórico de surtos com altas taxas de mortalidade.
O tempo de incubação (período entre a exposição ao vírus e o primeiro aparecimento de sintomas) do vírus varia entre 2 a 21 dias.
A transmissão da doença acontece quando há contato com morcegos infectados da espécie Rousettus aegyptiacus, considerados hospedeiros da doença. A condição se prolifera entre os humanos por meio do contato direto com substâncias infectadas como:
Os grupos considerados de risco para a infecção pelo vírus Marburg são:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao longo dos anos, os surtos da doença tiveram taxas de mortalidade que variaram entre 24% e 88%, variando de acordo com a cepa do vírus e o tratamento empregado em cada caso.
O primeiro caso registrado da doença em 1967, por exemplo, teve taxa de mortalidade de 23%. Enquanto o surto registrado no Congo entre 1999 e 2000, teve taxa de cerca de 70%. Portanto, a taxa de mortalidade média da condição é de 50%.
O Marburg e o ebola são doenças clinicamente semelhantes que são transmitidas da mesma maneira. Ambas têm taxa de mortalidade média de 50%, podem causar febre hemorrágica e levar à morte.
Os vírus causadores de ambas as doenças pertencem à mesma família, que recebe o nome de Filoviridae (filovírus), porém, são dois vírus diferentes.
Enquanto há vacina aprovada para o vírus ebola em diversos países, o vírus Marburg ainda não possui imunizantes.
Outra diferença entre as duas condições é o fato de que a infecção pelo vírus Marburg é mais rara do que pelo ebola.
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Circula na internet algumas fakenews a respeito do medicamento analgésico dipirona. O boato indica que o medicamento é importado da Venezuela e contém o vírus Marburg.
A informação é falsa e foi desmentida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, é importante ressaltar que para serem comercializados no Brasil, os medicamentos vendidos aqui passam por pesquisas extensas a respeito de sua segurança e eficácia.
Ademais, quando os fármacos comercializados apresentam algum problema, a agência reguladora os retira de circulação.
Após o período de incubação do vírus Marburg, os sintomas da condição iniciam repentinamente e incluem:
Após 5 a 7 dias, os (as) pacientes também começam a apresentar sintomas hemorrágicos graves.
O diagnóstico de Marburg é considerado difícil devido ao fato de que a doença pode ser confundida com outras condições como febre tifóide, malária, dengue e meningite.
Entre os exames laboratoriais realizados para a confirmação do diagnóstico estão o ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA), o exame de proteína C-reativa (PCR) e testes de antígeno.
Além disso, caso o diagnóstico seja confirmado, é necessário alertar as autoridades sanitárias imediatamente para que medidas sejam tomadas o quanto antes e para evitar a disseminação da doença.
Não há um tratamento específico para a condição, no entanto, é realizado tratamento de suporte que consiste na melhora e no controle dos sintomas, hidratação, terapia de oxigênio e manejo da pressão arterial.
O (a) paciente infectado deve ficar em isolamento e o contato de profissionais da saúde com ele (a) só pode ser feito com objetos de proteção.
A melhor maneira de prevenir a infecção pelo vírus Marburg é evitar locais como minas, cavernas e outros habitat de morcegos. Após a confirmação da doença, é necessário isolar o (a) paciente e equipar adequadamente os (as) profissionais da saúde que irão entrar em contato com ele (a) com máscaras, luvas e aventais médicos descartáveis. A higienização das mãos e das superfícies com as quais o (a) infectado entrou em contato também é muito importante.
É necessário também fazer o descarte correto de objetos utilizados no tratamento do (a) paciente, como seringas e outros equipamentos médicos.
Além disso, para prevenir novos surtos da doença, pesquisadores realizam testes para o desenvolvimento de vacinas, terapias imunológicas, medicamentos e produtos sanguíneos.
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Apesar de extremamente perigosa, a infecção pelo vírus Marburg é rara. Além disso, as autoridades de saúde se mantêm atentas a novos casos, pesquisando a melhor maneira de manejá-los e controlar possíveis surtos.
Por isso, é importante se manter atento às informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por outras fontes confiáveis.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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