Recentemente, a varíola dos macacos virou um assunto muito buscado devido ao surgimento de novos casos da doença na Europa e nos Estados Unidos. Mas o que é, como se transmite e qual o tratamento para a doença?
Em meio a tantas dúvidas, o Minuto Saudável preparou um conteúdo completo sobre a varíola dos macacos para você entender melhor sobre a condição. Então, confira!
Índice – neste artigo você vai encontrar:
- O que é a varíola dos macacos?
- Qual a diferença de varíola para varíola dos macacos?
- Quais os sintomas da varíola dos macacos?
- Como acontece a transmissão?
- Diagnóstico e tratamento
- Tem cura?
- Prevenção e vacina para a varíola dos macacos
O que é a varíola dos macacos?
Causada pelo Ortopoxvirus símio, um vírus parecido com o da varíola humana (Ortopoxvirus variolae), a varíola dos macacos é uma doença viral leve, ou seja, sem altas taxas de mortalidade.
A transmissão acontece pelo contato prolongado com secreções de animais ou humanos infectados, mas não é tão alta quanto a da varíola comum, doença erradicada mundialmente desde 1977.
Vale ressaltar que não é a primeira vez que a varíola símia, mais conhecida como varíola dos macacos, registra casos em outros países. Em 2003, os Estados Unidos tiveram uma epidemia com 35 casos confirmados e 35 suspeitos, mas sem mortes.
Além disso, alguns outros países registraram casos eventuais em diferentes momentos, mas nada como tem acontecido agora. Neste mês*, cerca de 16 países registraram casos da doença, mesmo sem relação com visita aos lugares em que o vírus circula.
*Maio de 2022.
Qual a diferença de varíola para varíola dos macacos?
Uma das doenças mais mortais da história, a varíola humana foi erradicada por em 1977 após uma campanha de vacinação global mobilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A varíola dos macacos é uma doença mais branda, que apresenta sintomas parecidos aos da doença humana, mas com índices bem menores de intensidade, nível de transmissão e taxa de mortalidade.
Além disso, ela causa linfadenopatia, que é o inchaço dos nódulos linfáticos presentes em nosso organismo (principalmente no pescoço, axilas e virilha), e pode ocasionar também infecções bacterianas secundárias na pele e nos pulmões.
Quais os sintomas da varíola dos macacos?
A incubação do vírus dura até três semanas e após esse período a pessoa passa a apresentar os sintomas por, aproximadamente, duas a quatro semanas.
De acordo com a OMS, são sintomas da varíola dos macacos:
- Dores nas costas e musculares;
- Febre;
- Lesões na pele, com erupções extensas bem características;
- Inchaço nos linfonodos;
- Dor de cabeça intensa;
- Falta de energia.
Como acontece a transmissão da varíola dos macacos?
Basicamente, a transmissão do vírus pode acontecer com diferentes formas de contato. Para isso, é preciso que secreções infectadas entrem de alguma forma no corpo da outra pessoa, por exemplo:
Casquinhas das lesões, secreções de tosses e espirros, troca de saliva em beijo ou objetos como toalhas e itens pessoais infectados que podem entrar em contato com lesões na pele ou pelo sistema respiratório da pessoa.
Durante o período de incubação, que varia entre 5 e 21 dias e é a fase em que a pessoa não apresenta sintomas mesmo já tendo contraído o vírus, não ocorre a transmissão.
Diagnóstico e tratamento
Não há um tratamento específico e comprovadamente seguro para a varíola dos macacos em humanos. Os medicamentos e o tratamento visam apenas aliviar os sintomas e diminuir a possibilidade de complicações da doença.
Podem ser receitados, por exemplo, antivirais, analgésicos, antitérmicos, entre outros, de acordo com o quadro de cada paciente.
Além do exame clínico, o diagnóstico pode incluir exames como o imuno-histoquímico, PCR ou por análise microscópica eletrônica.
Varíola dos macacos tem cura?
Sim, a varíola dos macacos é uma infecção viral que costuma durar cerca de duas a três semanas em sua fase sintomática. Após esse período, o corpo tende a criar defesa contra o vírus.
Prevenção e vacina para a varíola dos macacos
Apesar de ainda não haver casos confirmados da doença no Brasil, é importante saber o que é possível fazer para prevenir o quadro. Por exemplo, a vacina que protege da varíola comum também garante alta proteção contra a dos macacos, já que os vírus são parecidos. Mas como a doença foi erradicada há mais de 40 anos e a vacina traz diversos efeitos colaterais, ela não faz mais parte do esquema vacinal básico. Pessoas vacinadas até 1977 ainda podem ter imunidade contra o vírus.
Outras medidas possíveis de proteção envolvem:
- Não ingerir carnes sem o devido cozimento;
- Evitar contato com pessoas e animais infectados, bem como a circulação por regiões endêmicas ou com casos confirmados;
- Caso não possa evitar o contato, utilize luvas, roupas e equipamentos de proteção.
Além disso, crianças, gestantes e pessoas com o sistema imunológico comprometido são mais suscetíveis a quadros graves da doença, por isso devem reforçar as medidas necessárias para fortalecer a imunidade.
Alimentação adequada, exames e consultas médicas regulares, além de hábitos saudáveis de vida são as melhores formas de cuidar da saúde, prevenindo doenças e/ou identificando precocemente possíveis alterações para tratar antes do quadro se agravar.
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A varíola dos macacos é uma zoonose (doença transmitida de animais para seres humanos) presente em áreas remotas da África, mas que tem se espalhado para outras regiões do mundo, mesmo sem o contato com as áreas endêmicas, o que trouxe o alerta às autoridades de saúde.
Ainda é cedo para afirmar alguma teoria sobre a transmissão da doença e o que fazer para tratá-la ou preveni-la. Portanto, precisamos acompanhar a Organização Mundial da Saúde, evitando propagar informações erradas e alarmantes.
Siga acompanhando o Minuto Saudável para mais informações sobre saúde e bem-estar.
Fontes consultadas:
- Com 92 casos confirmados, OMS monitora surto de varíola dos macacos — Organização das Nações Unidas, ONU News;
- Varíola do macaco – Doenças infecciosas — Manuais MSD;
- Varíola dos macacos: o que é a doença, seus sintomas e por que ela afeta humanos — Instituto Butantan;
- Casos de Ortopoxvirose símia humanos em Kasai, Zaire (1996-1997) — Eurosurveillance;
- A erradicação da varíola no mundo — Biblioteca Digital Instituto Butantan.