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Imbruvica: quais as indicações da bula e efeitos colaterais?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 11/12/2019Última atualização: 20/09/2021
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 11/12/2019Última atualização: 20/09/2021
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Muitas doenças graves necessitam de medicamentos de alto custo para o tratamento. Os Medicamentos de Alto Custo apresentam valores elevados e, muitas vezes, o custo é ainda maior por serem de uso prolongado. Além disso, muitos medicamentos são de difícil acesso.

Um exemplo desses medicamentos é o Imbruvica, indicado para o tratamento contra alguns tipos de câncer no sangue.

O que é o medicamento Imbruvica?

O Imbruvica é um medicamento quimioterápico, sob a forma de cápsula gelatinosa dura, utilizado no tratamento contra o câncer. Trata-se de uma substância terapêutica relativamente nova no Brasil.

Ele contém a substância ativa ibrutinibe, aprovada pela Food and Drug Administration (Estados Unidos) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil).

Sua ação inibe a tirosina quinase de Bruton (BKT), uma proteína que maximiza o desenvolvimento das células cancerígenas. Com isso, o Imbruvica pode reduzir e até eliminar essas células, retardando a disseminação do câncer.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os remédios utilizados na quimioterapia têm a função de destruir as células doentes. Assim, impedem que elas se espalhem, sendo misturados com o sangue e levados a todas as partes do corpo.

Segundo o Manual de Oncologia do Brasil, a substância ativa Ibrutinibe tem se mostrado altamente eficaz em linfomas de baixo grau, incluindo o linfoma das células do manto e leucemia linfocítica crônica.

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Para que serve Imbruvica?

O Imbruvica serve para bloquear a enzima que permite que as células cancerosas cresçam e se multipliquem. Ele é utilizado no tratamento dos seguintes tipos de câncer do sangue em adultos:

Linfoma de Célula do Manto (LCM)

É um tipo de câncer que afeta os linfonodos, que são os responsáveis pela defesa do organismo e produção de anticorpos. O Imbruvica pode ser indicado para pacientes que receberam no mínimo um tratamento anterior contendo o anticorpo rituximabe e que não tiveram bons resultados.

Leucemia linfocítica crônica (LLC) e Linfoma linfocítico de pequenas células (LLPC)

É um tipo de câncer causado pelas células brancas chamadas linfócitos, que se multiplicam de forma desordenada no sangue ou nos linfonodos. Trata-se de uma doença rara no sangue e na medula óssea que costuma agravar-se ao longo do tempo de forma lenta.

Macroglobulinemia de Waldenström

É um tipo de câncer que afeta as células brancas do sangue (linfócitos). O Imbruvica pode ser considerado para pacientes que receberam ao menos um tratamento anterior contra a doença e não houve resultados.

Linfoma de Zona Marginal (LZM)

É um tipo de câncer que afeta as células brancas do sangue (linfócitos). Nesses casos, o Imbruvica é indicado para pacientes que já receberam um tratamento anterior contendo rituximabe e não apresentaram melhora.

Doença do enxerto contra hospedeiro crônica (DECHc)

É uma condição em que células transplantadas de outra pessoa doadora atacam o corpo receptor e causa danos aos órgãos.

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É liberado pela Anvisa?

O Imbruvica, do fabricante Janssen-Cilag Farmacêutica LTDA, foi aprovado e registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2015, tornando-se um medicamento liberado nacionalmente.

Quais os efeitos colaterais do Imbruvica?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os efeitos colaterais de um medicamento são reações indesejáveis e não intencionais do organismo em resposta ao uso de alguma substância farmacológica.

Como todos os medicamentos, o Imbruvica pode causar alguns efeitos colaterais dependendo da doença e organismo do(a) paciente. Confira a seguir quais são esses efeitos:

Hemorragia (sangramento)

Podem surgir, durante o tratamento com Imbruvica, reações como equimose (manchas vermelho-arroxeadas na pele) ou sangramentos nasais. 

Em casos raros, podem ocorrer sangramentos internos graves no estômago, intestino ou cérebro, podendo levar o(a) paciente a óbito. 

Nos casos em que a pessoa faz uso de outros medicamentos ou suplementos que aumentam o risco de sangramentos, é necessário buscar orientação médica e informar o uso de tais substâncias.

Leucostase 

Leucostase é a dificuldade na circulação sanguínea devido ao aumento do número de células brancas no sangue. 

Em casos raros, esse aumento pode ser severo e dificultar o fluxo do sangue nos vasos sanguíneos. É necessário fazer um monitoramento da contagem sanguínea.

Infecções

Podem surgir infecções virais, bacterianas ou fúngicas durante o tratamento com Imbruvica.

Se apresentados sintomas como febre, calafrios, fraqueza, confusão, dores no corpo, frio ou sintomas de resfriado, cansaço e falta de ar, é indicado buscar orientação médica, pois esses podem ser sinais de uma infecção.

Redução na contagem de células do sangue

O uso de Imbruvica pode diminuir o número de células vermelhas do sangue, bem como de células brancas (neutrófilo) e plaquetas (células que ajudam o sangue a coagular).

Recomenda-se que seja feita regularmente a contagem de células para verificação e acompanhamento.

Problemas no ritmo cardíaco

Podem surgir problemas no ritmo cardíaco como aceleração e irregularidade dos batimentos, vertigem, tontura, falta de ar e desconforto no peito. Na presença de qualquer sintoma, o(a) paciente deve buscar orientação médica.

Doença Pulmonar Intersticial

A DPI, ou Doença Pulmonar Intersticial, é na verdade um grupo de diferentes doenças respiratórias, levando a danos à respiração. O termo intersticial se refere ao espaço entre as membranas do endotélio e epitélio. 

De modo geral, ocorrem processos inflamatórios nos pulmões, desencadeando cicatrizações progressivas, chamadas de fibrose. Isso leva ao comprometimento respiratório.

Síndrome de lise tumoral

Essa síndrome pode acontecer durante o tratamento com Imbruvica e se caracteriza pela destruição em massa de células malignas, liberando, dessa forma, o conteúdo dessas células no espaço extracelular.

Apesar de haver a possibilidade de ocorrer de modo espontâneo, a síndrome de lise tumoral costuma aparecer logo após o início do tratamento quimioterápico contra o câncer.

Isso pode ocasionar alterações na função dos rins, batimentos cardíacos anormais ou convulsões. Para checar a síndrome de lise tumoral, podem ser realizados exames de sangue regularmente.

Câncer de pele não melanoma

O câncer de pele não melanoma pode apresentar tumores da camada da epiderme de diferentes tipos. 

Os mais frequentes são o carcinoma basocelular (uma lesão de crescimento lento e com origem nas camadas basais da epiderme) e o carcinoma epidermoide (tumor que surge na camada mais superficial da pele, especialmente nas regiões do corpo mais expostas à radiação solar).

Hipertensão arterial

O tratamento com Imbruvica pode causar aumento súbito da pressão arterial e, em pessoas que já apresentam um quadro de hipertensão, pode ocorrer um agravamento.

Nesses casos, poderão ser indicados, por orientação médica, medicamentos anti-hipertensivos ou feitas alterações na medicação consumida pelo(a) paciente, a fim de controlar a pressão sanguínea.

Reações alérgicas

Sinais de reação alérgica como inchaço no rosto, lábios, boca, língua ou garganta, dificuldade de engolir ou respirar, erupções cutâneas com coceira (urticária) e vermelhidão na pele pode surgir.

Na presença de qualquer um desses sinais, a indicação é suspender o uso da medicação e procurar atendimento médico.

Outras reações adversas

Diversas outras reações adversas foram identificadas através de estudos clínicos ou relatadas durante o período de pós comercialização do medicamento. Confira a seguir, em níveis de ocorrência, quais sãos essas reações:

Reações muito comuns

Ocorrem em mais de 10% dos pacientes que utilizam esse medicamento:

  • Pneumonia;
  • Infecção do trato respiratório superior (nariz, seios da face ou garganta);
  • Infecção de pele;
  • Neutropenia (redução da contagem de neutrófilos no sangue);
  • Trombocitopenia (baixo índice de plaquetas no sangue);
  • Cefaleia (dor de cabeça);
  • Hematomas;
  • Dor nas articulações;
  • Espasmos musculares (contração involuntária dos músculos);
  • Dor musculoesquelética (dor nos ossos, músculos, tendões, ligamentos e articulações);
  • Febre;
  • Edema periférico (inchaço nos membros inferiores);
  • Bronquite;
  • Diarreia;
  • Náusea;
  • Estomatite (aftas na boca e/ou garganta);
  • Dor abdominal;
  • Constipação (prisão de ventre);
  • Erupção cutânea;
  • Dor musculoesquelética.

Reações comuns

Ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam esse medicamento:

  • Sepses (infecção generalizada);
  • Sinusite;
  • Infecção do trato urinário;
  • Câncer de pele não melanoma (tumor de pele);
  • Carcinoma de células basais (tipo de câncer de pele que começa nas células basais);
  • Carcinoma de células escamosas (Câncer causado por um crescimento descontrolado de células escamosas anormais);
  • Neutropenia febril (diminuição de neutrófilos no sangue com febre);
  • Leucocitose (aumento no número de células brancas do sangue);
  • Linfocitose (aumento no número de um tipo de células brancas do sangue, os linfócitos);
  • Doença pulmonar intersticial (distúrbio respiratório crônico);
  • Sinusite (infecção dos seios da face);
  • Hiperuricemia (níveis de ácido úrico elevada no sangue);
  • Neuropatia periférica (alteração de sensibilidade, fraqueza ou dor, principalmente em mãos e pés);
  • Tontura; 
  • Visão turva;
  • Petéquia (ponto vermelho na pele ou mucosas, causado por uma pequena hemorragia de vasos sanguíneos);
  • Urticária (irritação cutânea); 
  • Eritema (vermelhidão na pele); 
  • Onicólise (descolamento das unhas).

Reações incomuns

Ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam esse medicamento:

  • Reativação de Hepatite B; 
  • Hematoma subdural (acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio);
  • Angiodema (inchaço da pele); 
  • Paniculite (inflamação do tecido adiposo embaixo da pele); 
  • Taquiarritmia ventricular (alteração do ritmo cardíaco).

É importante ressaltar que nem todo(a) paciente irá apresentar tais efeitos colaterais. Portanto, o acompanhamento médico e atenção a qualquer sintoma apresentado, é indispensável durante o tratamento com Imbruvica.

Segundo indicações da bula, o medicamento possui indicação terapêutica relativamente nova no país. Ainda que as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis e a utilização seja feita de forma correta, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis e desconhecidos. 

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Engorda?

Não há relatos de que o medicamento Imbruvica engorde. O que consta nos efeitos colaterais do medicamento é o inchaço, que pode dar a impressão de que o(a) paciente engordou.  

Os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer costumam ser contraditórios. Algumas pessoas podem perder peso, devido à falta de apetite, náuseas e diarreia, causados pela medicação.

Por outro lado, podem ganhar peso devido à indisposição para as atividades físicas, compensação nos alimentos devido à ansiedade ou diminuição no metabolismo devido à medicação quimioterápica.

Portanto, o medicamento Imbruvica não engorda, mas a doença de maneira geral pode causar alterações no peso.

Qual o valor e onde comprar?

O valor do Imbruvica varia entre R$41.550 e R$43.900, a caixa com 90 cápsulas duras, e cerca de R$52.900 a R$65.180 caixa com 120 cápsulas*.

Ele pode ser comprado em farmácias físicas e online, como o Consulta Remédios, no qual é possível fazer um orçamento e comparar os preços.

*Valores consultados em Novembro de 2019 no Consulta Remédios. Os valores podem sofrer alteração sem aviso prévio.

O SUS fornece Imbruvica?

Segundo a Secretaria da Saúde do Paraná, o SUS não fornece diretamente medicamentos oncológicos. 

De acordo com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), quem fornece essa medicação são os hospitais credenciados no SUS e habilitados em oncologia, os quais são ressarcidos pelo Ministério da Saúde.

Atualmente, a Rede de Atenção Oncológica está formada por estabelecimentos de saúde habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) ou como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON).

Para solicitar o medicamento é preciso recorrer às vias judiciais, abrindo um processo de judicialização de medicamentos. O processo será analisado por órgãos competentes e, caso seja concedido o custeio do tratamento, pacientes têm o direito de retirá-los gratuitamente pelo SUS.

Além disso, é necessário apresentar uma cotação medicamentosa. Para facilitar esse processo, é possível acessar a Assessoria em cotações judiciais para a obtenção de medicamentos de alto custo. De modo simples e rápido, você recebe um orçamento para o Imbruvica.

Posso conseguir pelo plano de saúde?

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os planos de saúde devem fornecer o medicamento Imbruvica (registrado pela Anvisa), para pacientes em tratamento contra o câncer.

A resolução foi publicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no Diário Oficial da União, em janeiro de 2018. Portanto, é possível solicitar o Imbruvica sempre que houver prescrição médica.

Existem centros do doação de Imbruvica?

Não. A doação de medicamentos de alto custo do SUS é proibida pelo Ministério da Saúde devido aos riscos do uso das substâncias. 

Essa prática faz com que se perca o controle da validade, estocagem e manuseio da medicação. Além disso, há a possibilidade de pessoas obterem o medicamento e fazerem uso sem a devida prescrição médica.

A doação não é proibida, mas não é recomendada. A orientação de especialistas é que caso o(a) paciente não tenha condições de adquirir o Imbruvica, solicite através da Secretaria da Saúde ou plano de saúde por meio de requerimento, para fazer o tratamento de forma segura. 


Os medicamentos de alto custo são uma forma de atenuar os sintomas causados por doenças graves e aumentar as chances de sobrevivência dos (as) pacientes.

Para saber mais sobre saúde e medicamentos, continue acompanhando o Minuto Saudável!

Fontes Consultadas

Imagem do profissional Francielle Mathias
Este artigo foi escrito por:

Dra. Francielle Mathias

CRF/PR: 24612CompletarLeia mais artigos de Dra. Francielle
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