Saúde

Embolia pulmonar: é grave? Veja o que é, causas e tratamento

Publicado em: 12/03/2019Última atualização: 23/06/2023
Publicado em: 12/03/2019Última atualização: 23/06/2023
Desenho de um corpo humano com os pulmões em destaque e o fundo azul.A embolia pulmonar tem cura e pode não ser perigosa se tratada corretamente.
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Uma falta repentina de ar pode ter muitas causas e uma delas é a embolia pulmonar, uma condição tratável, mas que pode ter consequências drásticas caso as providências não sejam tomadas a tempo.

No CID-10 (10ª revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), a condição aparece no código I26, que inclui, além da embolia pulmonar, condições como infarto, tromboembolismo pulmonar (de artéria e de veia) e trombose.

Isso acontece porque os sistemas cardiovascular e pulmonar têm uma relação anatômica bastante íntima, de modo que problemas sanguíneos ou do coração podem ter impacto direto nos pulmões, e vice-versa.

Entenda mais sobre essa doença, como prevenir-se e tratá-la no texto a seguir!

Índice — Neste artigo, você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é embolia pulmonar?
  2. O que causa?
  3. Quais são os fatores de risco para embolia pulmonar?
  4. Sintomas
  5. Como diagnosticar a embolia pulmonar?
  6. Embolia pulmonar é grave?
  7. Tratamento
  8. Como prevenir a embolia pulmonar?

O que é embolia pulmonar?

A embolia pulmonar é uma condição caracterizada pela obstrução dos vasos circulatórios (veias e/ou artérias) pulmonares, o que costuma ser causado pela presença de algum material anormal na circulação.

É mais comum que o problema seja causado por coágulos sanguíneos (êmbolos), originários do sistema venoso profundo, das veias pélvicas, renais, dos membros ou até mesmo do coração. Embora seja mais raro, a obstrução também pode ser provocada por fragmentos ósseos, gordura, ar ou outros elementos.

Esse processo pode comprometer o fluxo sanguíneo adequado, afetando a oxigenação dos tecidos pulmonares e levando ao surgimento de diversos sintomas que devem servir como sinais de alerta para procurar ajuda médica imediata.

Leia também: Trombose (venosa, cerebral): veja o que é, causas e sintomas 

Embolia ou tromboembolia?

Esse quadro, no entanto, não deve ser confundido com a tromboembolia, tipo específico de embolia. Nesses casos, os coágulos sanguíneos são chamados de trombos e surgem como consequência de uma trombose venosa profunda (TVP).

tromboembolia pulmonar, mais especificamente, surge quando os trombos se deslocam e viajam pela corrente sanguínea até os pulmões, obstruindo os vasos sanguíneos, processo que é considerado uma complicação da TVP.

O que é embolia pulmonar maciça?

A embolia pulmonar maciça é quando o coágulo sanguíneo acaba obstruindo 50% ou mais do fluxo sanguíneo da artéria pulmonar. Quando esse quadro acontece, o atendimento médico deve ser imediato, pois o risco de morte súbita é maior.

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O que causa?

A embolia, como explicado acima, é causada pela obstrução das veias pulmonares. Mas o que faz com que o sangue coagule dentro do nosso corpo?

Um dos principais motivos para a formação dos coágulos é a inatividade física. Se uma pessoa passa muito tempo sentada, por exemplo, o sangue pode ter dificuldade para circular normalmente, sobretudo nos membros inferiores, onde precisa enfrentar a gravidade para retornar ao coração e aos pulmões.

Por isso, é relativamente comum que a embolia aconteça em pessoas que viajam longos trajetos sem movimentar consideravelmente o corpo ou em pacientes que precisam ficar acamados por muito tempo.

Na maioria dos casos, vários coágulos estão envolvidos no desenvolvimento da doença, mas a obstrução não ocorre necessariamente com todos de uma vez. A embolia chega ao seu estado mais crítico quando o sangue não consegue mais fluir, levando a uma severa falta de oxigênio nos tecidos e causando um infarto pulmonar.

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Quais são os fatores de risco para embolia pulmonar?

Existem diversos fatores de risco que podem contribuir para o surgimento da embolia pulmonar. Confira os principais:

Cirurgias

Procedimentos cirúrgicos, especialmente aqueles envolvendo o quadril, a pelve ou o joelho, aumentam a chance de desenvolver coágulos sanguíneos. Isso geralmente ocorre devido ao período de recuperação, quando o(a) paciente passa por uma fase de inatividade prolongada, aumentando as chances de desenvolver coágulos.

Câncer

Pacientes com câncer possuem um risco maior de desenvolver embolia pulmonar, pois pedaços do tumor podem se desprender do seu local de origem e obstruir as artérias pulmonares.

Leia também: Metástase: o que causa e como é feito o diagnóstico? 

Fraturas na perna

Fraturas em ossos longos, como os da perna, podem fazer com que a gordura presente na medula desses ossos entre na corrente sanguínea, causando entupimento dos vasos circulatórios.

Obesidade

obesidade potencializa os riscos para o surgimento de coágulos sanguíneos nas partes inferiores do corpo, aumentando as chances de desenvolver embolia pulmonar.

Sedentarismo

Um dos fatores de risco para o surgimento de coágulos nas partes inferiores do corpo é ficar muito tempo sentado e sem se mover, algo que pode ocorrer até mesmo em pessoas com uma vida ativa e saudável. O sedentarismo, portanto, potencializa o surgimento de coágulos.

Leia também: Dicas para evitar o sedentarismo e ter mais saúde 

Tabagismo

fumo causa a inflamação dos vasos sanguíneos, o que, por sua vez, pode aumentar significativamente a formação de coágulos na corrente sanguínea.

Idade

Pessoas acima dos 60 anos têm uma propensão maior a desenvolver coágulos sanguíneos nas partes inferiores do corpo. Além disso, os riscos de desenvolver embolia dobram, por década, a partir dos 40 anos. 

Reposição hormonal de estrogênio ou testosterona

A reposição hormonal via oral pode aumentar consideravelmente os riscos de trombose venosa, aumentando a possibilidade do surgimento de coágulo.

Outras causas

Alguns fatores de risco são considerados temporários, pois afetam os pacientes apenas durante um certo período, como nos casos de imobilização, infecções, gravideztratamento quimioterápico, uso de cateteres endovenosos e viagens longas.

Além dos citados, os fatores de risco permanentes também incluem:

Sintomas

A embolia nem sempre causa os mesmos sintomas, que podem variar de uma pessoa para outra, de modo que o diagnóstico precoce é fundamental para definir o tratamento adequado e para reduzir os riscos de complicações.

Caso o(a) paciente apresente coágulos muito grandes, isto é, que causem uma obstrução muito significativa na passagem de sangue, os primeiros sintomas podem ser a sensação de desmaio (síncope) iminente. Caso aconteça, o corpo pode começar a tremer, como em uma convulsão.

Nesses casos, a pressão arterial pode cair a níveis baixíssimos (choque) e a pele pode ficar com a cor azulada (cianose), indícios de que o(a) paciente está em risco de apresentar morte súbita.

Em quadros menos graves, mas que também demandam atenção médica urgente, podem ser relatados os seguintes sintomas:

  • Dispneia, com falta de ar de início súbito e intenso;
  • Dor torácica (no peito), que piora ao respirar profundamente ou tossir;
  • Tosse;
  • Presença de sangue no escarro (hemoptise);
  • Arritmia cardíaca;
  • Instabilidade cardiovascular grave;
  • Aumento da frequência respiratória (taquipneia);
  • Aumento da frequência cardíaca (taquicardia);
  • Inchaço (edema) nos pés e panturrilhas;
  • Eritema (vermelhidão na pele);
  • Ruídos respiratórios anormais ou redução dos ruídos respiratórios;
  • Sinais de hipertensão pulmonar, com visível distensão da veia jugular;
  • Hipotensão (pressão arterial baixa);
  • Níveis baixos de oxigênio no sangue (hipoxemia);
É importante ressaltar que nem todos esses sintomas poderão ser identificados em todos os quadros de embolia pulmonar. A gravidade e a combinação de sintomas podem variar de uma pessoa para outra, além de serem influenciados por outras doenças e condições coexistentes.
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Como diagnosticar a embolia pulmonar?

O diagnóstico de embolia pulmonar não pode ser realizado apenas com a análise clínica dos sintomas, sendo necessária a realização de exames para identificar os coágulos (tamanho e localização) e a gravidade da condição.

O processo é geralmente iniciado pela suspeita clínica, com base nos sintomas e fatores de risco conhecidos. Em seguida, a avaliação médica irá determinar a probabilidade do quadro de embolia e, a partir disso, serão solicitados exames complementares, como radiografia de tórax e exames laboratoriais, que ainda não são suficientes para um diagnóstico preciso.

Para confirmar ou excluir a presença de embolia pulmonar, são solicitados exames bastante específicos, como cintilografia pulmonar perfusional, angiotomografia computadorizada helicoidal de tórax ou angiografia pulmonar por cateter. 

No entanto, outros procedimentos mais comuns também podem ser úteis no diagnóstico, como ecocardiografia e a ultrassom com efeito Doppler.

Além disso, deve-se fazer o diagnóstico diferencial em paralelo à investigação do quadro clínico. Isso ocorre devido ao fato de outras doenças apresentarem sintomas semelhantes, sendo necessário diferenciar a embolia pulmonar de condições como pneumonia, COVID-19, insuficiência cardíaca congestivapneumotórax, pericardite aguda, sepse, arritmia cardíaca, entre outros.

Embolia pulmonar é grave? Tem cura?

A embolia pulmonar pode ser considerada uma condição grave devido à alta taxa de mortalidade, que pode variar entre 6% e 15%.

Apesar disso, a embolia pulmonar tem cura, podendo ser tratada com medicamentos anticoagulantes capazes desobstruir as artérias pulmonares. Em quadros mais complexos, pode ser necessária a realização de algum procedimento cirúrgico.

Tratamento

O tratamento para embolia pulmonar envolve três protocolos, com diferentes abordagens e com aplicações que dependem da gravidade do quadro apresentado pelo(a) paciente. Existem as medidas de suporte, o tratamento anticoagulação e as estratégias de reperfusão (retomada do fluxo sanguíneo).

Em casos mais graves, os pacientes podem necessitar de medidas de suporte devido à má oxigenação, podendo ser necessária a execução de ventilação mecânica.

O tratamento anticoagulação visa a dissolução dos êmbolos ou trombos, desobstruindo as vias sanguíneas e evitando o surgimento de novos coágulos. 

Nesse processo, fármacos como a heparina, varfarina ou fondaparinux podem ser utilizados por até seis meses, período que pode variar dependendo dos fatores de risco apresentados pelos pacientes.

A chamada trombólise, por sua vez, é uma opção terapêutica que ajuda a dissolver e evitar novos coágulos, além de reduzir a probabilidade de complicações. Casos mais graves podem demandar até mesmo a realização de procedimentos como trombólise dirigida por cateter ou embolectomia cirúrgica.

As estratégias de reperfusão, no entanto, precisam ser usadas com cautela, considerando a relação risco-benefício, principalmente quando há probabilidade acentuada de sangramento.

É importante lembrar que, passado o tratamento mais intenso para evitar o óbito por embolia pulmonar, será necessário dar continuidade aos procedimentos anticoagulação por pelo menos três meses, com o intuito de prevenir a reincidência do problema.

Como prevenir a embolia pulmonar?

De modo geral, a profilaxia para embolia pulmonar, tromboembolismo pulmonar (TEP) e trombose venosa profunda (TVP) envolve medidas para prevenir a formação de coágulos sanguíneos, o que pode envolver mudanças de hábitos, cuidados fisioterapêuticos e tratamento medicamentoso.

A movimentação é essencial para evitar a formação de trombos e êmbolos, sendo bastante indicada a realização de exercícios, elevação dos membros inferiores, massagens, e outras práticas que favoreçam uma melhor circulação sanguínea.

Além disso, recomenda-se tentar retomar as caminhadas precocemente após a realização de cirurgias ou períodos de imobilização, evitando períodos maiores de sedentarismo.

Um esquema de administração de heparina também pode ser utilizado quando algum risco for identificado. Geralmente, o uso profilático da substância pode envolver a aplicação de doses a cada 24, 12 ou 8 horas, dependendo do esquema de tratamento montado pelo profissional de saúde. A varfarina, no entanto, costuma ser reservada a grupos de alto risco.

É importante apontar que medicamentos mais conhecidos e comuns como a aspirina e o dipiridamol não demonstraram eficácia na prevenção dos coágulos, apesar de serem popularmente conhecidos por “afinar o sangue”.

Recomenda-se também o uso de meias de compressão mecânica da panturrilha, tratamento alternativo também para quem não pode usar heparina. Essas peças costumam ser uma opção segura e eficaz para manter o fluxo venoso, sendo contraindicadas apenas nos casos de TVP ativa. 


A embolia pulmonar é causada quando há alguma obstrução nas artérias pulmonares, comprometendo o fornecimento de oxigênio para esse órgão. Essa obstrução é mais comumente causada por um coágulo sanguíneo, mas também pode ter outras causas. A condição tem cura, mas depende do diagnóstico e tratamento precoces para diminuir a probabilidade de óbito.

Para saber mais sobre doenças, processos de diagnóstico e tratamentos, continue acompanhando os artigos do Minuto Saudável e siga nossos perfis nas redes sociais.


Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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