A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica a desnutrição infantil como uma das maiores ameaças ao sistema de saúde mundial. Esse problema é, também, uma das principais causas para o alto índice de morte em crianças — especialmente em países subdesenvolvidos.
Inclusive, como sinal do enfrentamento a esse grave distúrbio, tem-se o Dia Mundial de Combate à Desnutrição Infantil na data de 29 de agosto. Uma forma de simbolizar a necessidade combater essa realidade, preservando a saúde e a vida de milhares de crianças.
Na sequência, você pode entender melhor o que caracteriza esse transtorno, o que ele pode causar à saúde e como funciona o tratamento para uma criança desnutrida:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
A desnutrição é caracterizada pela falta de nutrientes no organismo, os quais podem ser específicos (como ferro ou zinco) ou inespecíficos — quando ocorre a falta de calorias, por exemplo. Dentre suas causas, está uma dieta pobre no sentido nutricional, que não supre as necessidade da criança.
Porém, outros fatores também pode causar ou favorecer a desnutrição, tais como:
Outra questão que também está envolvida na desnutrição infantil são os fatores sociais e econômicos. Os maiores índices desse problema são relatados em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, de forma que a escassez de alimento e falta de auxílio governamental é uma realidade — o que não possibilita suprir às necessidades básicas das crianças.
Os tipos de desnutrição infantil são os mesmos que podem acometer os adultos, uma vez que estão atrelados ao tipo de deficiência nutricional. Sendo assim, os 3 tipos são: Marasmo, Kwashiorkor e Marasmo-Kwashiorkor. Entenda melhor o que cada um deles significa:
Além disso, a desnutrição pode ser classificada como primária: quando é causada, exclusivamente, por falta de ingestão de nutrientes na alimentação. Ou, secundária, quando algum fator externo influencia esse distúrbio — como doenças pré-existentes, por exemplo.
O nanismo não é considerado um tipo de desnutrição infantil. Porém, essa nomenclatura é utilizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) na classificação antropométrica em casos de desnutrição.
A classificação antropométrica é aquela que se caracteriza pelas medidas das dimensões corporais (peso, altura, circunferências e dobras cutâneas). Ela serve como uma referência para que os profissionais da saúde possam ter esse parâmetro de crescimento.
Ou seja, se uma criança está com sinais de desnutrição, o(a) médico(a) pode comparar suas medidas corporais com os valores de referência da classificação. Assim, será possível analisar se ela está dentro do que seria considerado saudável para sua faixa etária.
Cabe destacar que, nesse caso, a nomenclatura “nanismo” (grave ou moderado) indica que a criança apresenta problemas de crescimento devido à desnutrição.
A base nutricional é um fator que está relacionado, de forma geral, com o funcionamento do organismo como um todo. Sendo assim, casos de desnutrição podem causar diversas outras complicações à saúde da criança — além dos sintomas comuns dessa condição.
Dentre as doenças que podem ser causadas nas crianças que sofrem com esse distúrbio, estão:
Dessa forma, além dos sintomas que a desnutrição provoca na criança, que afetam diretamente sua qualidade de vida, ainda podem ocorrer outras complicações. O que deixa claro o porquê dessa condição levar à morte de tantas crianças anualmente no mundo.
Popularmente, as pessoas costumam cometer o erro de dizer que uma criança está desnutrida simplesmente por estar magra. Mas, como mencionado, a desnutrição é uma condição que se caracteriza pela carência nutricional (seja de vitaminas ou por déficit energético).
Então, apenas é possível dizer que uma criança está desnutrida quando ela apresenta tais falhas em sua nutrição. Quando isso acontece, é preciso acompanhamento médico.
Sendo assim, embora a dificuldade em ganhar peso seja um dos sintomas da desnutrição, esse fator também pode estar associado a outras questões. O fato de uma criança ser magra não é um sinônimo de doença — isso pode estar relacionado ao seu biotipo, por exemplo.
O diagnóstico da desnutrição infantil deve ser feito por um(a) médico(a), o que inclui uma junção da análise clínica no consultório e resultados de exames de sangue, urina e fezes.
Ainda, alguns sintomas dessa condição podem favorecer o diagnóstico familiar e médico:
Sendo assim, a partir do aparecimento desses sintomas, é indispensável procurar ajuda médica a fim de evitar maiores complicações à saúde da criança. Portanto, é a partir do diagnóstico que será possível prescrever o tratamento apropriado.
Na sequência, entenda melhor quais são esses tratamentos e suas devidas indicações:
O tratamento para a desnutrição infantil pode variar conforme a gravidade do problema e a sua causa, que pode estar associada a questões alimentares ou outras doenças. Porém, em ambos os casos, é sempre imprescindível que um(a) nutricionista participe do processo.
De forma geral, podem ser indicados pela equipe médica os seguintes tratamentos:
Além disso, em alguns casos, pode ser necessário que a criança realize tratamento para sua saúde mental a fim de favorecer sua qualidade de vida. Isso, uma vez que o aparecimento de doenças como a depressão é comum em casos de desnutrição.
Também cabe destacar que, quando esse problema é causado por outras doenças, deve-se realizar corretamente o tratamento de tais patologias.
Quem deve determinar a dieta da criança desnutrida é um(a) profissional especializado em nutrição, uma vez que entenderá qual a necessidade individual do pequeno. A nova rotina alimentar precisa ser rica em vitaminas, minerais, lipídios e proteína.
Essa orientação se dá devido ao fato de que é a ausência desses nutrientes que costuma provocar a desnutrição. Sendo assim, deve-se consumir: frutas, verduras, grãos (feijão, linhaça, arroz), fontes de gordura boa (azeite, manteiga, abacate), carnes magras etc.
Como mencionado, a desnutrição não está relacionada simplesmente à magreza. Então, o foco não é o ganho de peso e sim suprir a carência nutricional.
Dessa forma, não é indicado o consumo exacerbado de açúcares e gorduras na dieta.
O apropriado é seguir as recomendações do(a) nutricionista, pois serão feitas com base nas necessidades individuais da criança. A partir disso, o tratamento poderá ser bem sucedido.
Quando a desnutrição está em estágio inicial e não é tratada logo ao aparecimento dos primeiros sintomas, a tendência é que o problema se agrave cada vez mais.
Conforme o avanço, esse distúrbio pode causar sérios prejuízos ao desenvolvimento infantil de maneira geral — como, por exemplo, prejudicar a formação motora, social ou cognitiva.
Também podem ocorrer deficiências no crescimento, além do maior risco ao aparecimento de outras doenças. Nesse caso, estão inclusas condições como falência dos órgãos e doenças crônicas (como a diabetes e hipertensão), o que impacta a expectativa de vida da criança.
Além disso, o agravamento do transtorno pode levar a casos severos de desnutrição, nos quais é necessária a intervenção do tratamento hospitalar. Porém, em determinados locais as crianças podem não ter acesso a essa terapia, ou o cuidado médico pode não obter sucesso.
Quando isso ocorre, infelizmente, a desnutrição pode resultar na morte da criança. O que está atrelado a fatores como, por exemplo, a falência dos órgãos (tais como o coração).
Basicamente, a prevenção da desnutrição está relacionada aos cuidados alimentares, que devem ocorrer antes mesmo da criança nascer, pois pode ocorrer desnutrição intrauterina. Ou seja, quando o feto não está recebendo (por parte da mãe) os nutrientes necessários.
Ao nascimento, tem-se a necessidade da amamentação, que é essencial para nutrir os bebês.
Sendo assim, os pequenos devem ter uma dieta balanceada conforme sua fase de desenvolvimento. Quando maiores, deve-se apostar nas comidas e bebidas que são fonte de vitaminas, minerais e energia ao corpo. Os responsáveis devem, ainda, garantir que a criança realize ao menos 3 refeições ao dia, conforme orientação pediátrica.
Manter a hidratação também é importante, então beber água deve fazer parte da rotina. Além de cuidados como baixo consumo de sódio, gordura e açúcar.
Por fim, é imprescindível que a criança tenha acompanhamento periódico com o(a) pediatra, a fim de garantir a integridade de sua saúde e possibilitar o diagnóstico precoce de doenças.
A desnutrição infantil é uma complicação séria de saúde e que, infelizmente, é responsável por ⅓ das mortes de crianças todos os anos. O que reforça a necessidade de ficar atento aos sintomas, bem como cuidar dos hábitos alimentares e da saúde dos pequenos.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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