Saúde

Autoexame da mama: entenda o porquê só ele não basta

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 08/10/2020Última atualização: 16/05/2022
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 08/10/2020Última atualização: 16/05/2022
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Com a chegada do mês de outubro, é normal ver uma maior circulação de informação sobre o câncer de mama. Muita gente já conhece e até participou de alguma forma do Outubro Rosa, que é dedicado à conscientização da prevenção e diagnóstico do câncer de mama em fases precoces. 

Apesar de a campanha ter um impacto grande no cuidado de si, ainda há muita desinformação em relação à doença, à prevenção e aos cuidados necessários. E isso inclui o autoexame da mama. Ele ainda é uma importante medida de autocuidado, mas não é suficiente e não substitui outros exames.

O que é o autoexame da mama?

O autoexame da mama é um procedimento bem simples e que ainda é importante para auxiliar na detecção do câncer de mama. Apesar disso, é importante saber (ou reforçar) que só ele não basta. 

E isso já é apontado pelas entidades e órgãos de saúde, como o Ministério da Saúde, que indicam que o método tem suas limitações. Por isso, o autoexame deve sempre ser acompanhado por outros métodos e avaliações médicas.

O autoexame, que consiste na palpação feita pela própria paciente, idealmente em frente ao espelho, continua sendo uma orientação válida, mas como só é possível sentir nódulos ou alterações já maiores (com mais de 1cm), a detecção precoce acaba não sendo possível. 

Além disso, um agravante é que muitas mulheres, por não identificarem nenhuma anormalidade no autoexame, acabam dispensando outros cuidados médicos, achando que eles não são necessários. 

O resultado é que os casos são descobertos mais tardiamente, o que reduz as chances de cura ou agrava o processo de tratamento.

Por isso, é válido sim fazer o autoexame das mamas, desde que ele seja parte dos cuidados. 

E as recomendações, em geral, são bem conhecidas. O ideal é fazer 1 semana depois da menstruação, escolhendo um dia específico do mês. Isso, porque é comum haver alterações decorrentes do inchaço menstrual, o que pode atrapalhar a palpação.

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Só o autoexame da mama é suficiente?

Não. O autoexame deve ser acompanhado de outras avaliações médicas. Apesar de a campanha Outubro Rosa e outras vias de informação ainda indicarem o autoexame, ele tem sido cada vez menos preconizado. 

Ou, quando há a orientação de palpar as mamas, ela geralmente vem acompanhada da indicação de combinar os outros exames clínicos. Isso é importante, pois as mulheres, ao fazerem o autoexame, só conseguem perceber alguma alteração mais avançada, como em tamanhos de 2cm, como indica o especialista em oncologia Gilberto Amorim.

Ou seja, o autoexame não deixa de ser recomendado, pois, de acordo com o oncologista:

"Ainda é uma importante ferramenta para a detecção do câncer, sobretudo em regiões de difícil acesso aos cuidados médicos, em que a mamografia ainda é precária. Mas o diagnóstico precoce, que é o ideal, só é possível enquanto a lesão ainda é impalpável”. 

Então ainda é preciso fazer o autoexame? Sim! Apesar de não ser suficiente, ele permite o autoconhecimento da mama, de modo que se pode identificar alterações na pele, no bico do seio, além de algum caroço na axila, retração, entre outros. Também permite que a mulher explore o próprio corpo e crie uma rotina de cuidados consigo mesma.

Em relação aos exames físicos, eles devem ser feitos, de forma geral, uma vez por ano ou conforme orientação médica. E ginecologistas e mastologistas podem fazê-lo. Ou seja, sempre dá para aproveitar as idas à consulta ginecológica regular para manter a avaliação em dia.

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Quais exames devem ser feitos para detectar o câncer de mama e com qual frequência?

De acordo com o médico oncologista Gilberto Amorim, “a recomendação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica é que mulheres na faixa etária acima de 40 anos devem realizar a mamografia anualmente. Eventualmente, exames complementares adicionais, como ultrassom e ressonância, conforme a indicação médica, podem ser necessários”.

Isso, então, é uma orientação geral, para aquelas mulheres sem histórico familiar mais complicado, como câncer de mama e de ovários. O oncologista aponta que, nesses casos, especialmente em mulheres com diagnóstico em idade mais precoce, a orientação pode ser a de fazer esses exames antes dos 40 anos, por volta dos 30 ou 35, dependendo do caso.

Mas Gilberto Amorim destaca que “a mamografia é o principal exame capaz de fazer a detecção precoce do câncer de mama”. 

Dessa forma, ela é uma fundamental ferramenta para reduzir complicações decorrentes do câncer de mama, logo que quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de cura.

Qual a importância da detecção precoce do câncer de mama? Afeta as chances de cura?

Não é novidade que a detecção precoce é fundamental para a taxa de cura do câncer. É por isso que cada vez mais o foco das campanhas e informações está na importância da prevenção e diagnóstico precoce

Gilberto Amorim aponta que:

“No câncer de mama em estágio 0 ou estágio 1, as chances de cura são de mais de 90%, chegando a 95%. No estágio 2, as taxas ainda são altas, podendo ultrapassar 80% e até 85%. Nos estágios mais avançados, pacientes podem obter a cura, mas as taxas são menores”.

Ou seja, quanto antes for feita a detecção, melhor a resposta ao tratamento. 

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Dá para prevenir o câncer de mama?

Existem diversos cuidados que podem — e devem — ser tomados ao longo da vida para reduzir os riscos à saúde, e alguns deles acabam participando da prevenção do câncer de mama.

O oncologista Gilberto Amorim indica que:

“A prevenção se faz basicamente com hábitos saudáveis, com alimentação, exercícios físicos, reduzir a ingestão de álcool, ter filhos mais cedo e amamentá-los, reduzir ou abolir a reposição hormonal após a menopausa”.

Essas dicas são bastante conhecidas, pois ajudam no funcionamento do organismo em geral, permitindo que haja uma vida mais equilibrada. e mais bem-estar.

Afinal, também não é nenhuma novidade de apostar em hábitos alimentares saudáveis, realização de atividades físicas e manter o controle do estresse diário são medidas simples e que podem evitar vários malefícios.

No entanto, nem sempre é simples colocar essas dicas em prática. O oncologista Gilberto aponta que a alimentação, por exemplo, modificou-se negativamente nos últimos anos.

“Muito sódio, açúcar refinado, produtos industrializados. A boa alimentação não é uma redução absoluta da possibilidade do câncer de mama, mas é capaz de reduzir os riscos de dele e de outros tipos”.

Além disso, há relação direta com outras doenças cardiovasculares, manutenção da glicemia, colesterol e pressão sanguínea, por exemplo.

“As atividades físicas demonstram ter um papel protetor e preventivo do câncer, reduzindo os casos e as recidivas. Bebida alcoólica e tabagismo também têm impacto, de forma que reduzir ou abolir a ingestão de álcool pode proteger contra câncer e outras doenças também”, aponta o especialista em oncologia.

Ou seja, prevenir por meio de uma vida balanceada e com medidas simples é uma forma completa de cuidar do corpo e da mente.


Seja no Outubro Rosa ou em qualquer outra época do ano, prevenir e manter os exames clínicos em dia é a melhor forma de cuidar de si.

O Minuto Saudável te ajuda com dicas, informações e orientações para ter uma vida mais equilibrada!

Fontes consultadas

Gilberto Amorim (CRM 567834/RJ) — Graduação em medicina pela UFRJ; Residência de Oncologia Clínica no INCA; Especialista em cancerologia clínica pela SBOC e pela Sociedade Brasileira de cancerologia; Coordenador nacional de oncologia mamária da Oncologia Dor; Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - Editor Chefe do Manual de Condutas da SBOC 2007; Coordenador do Manual de Condutas de Câncer de mama da SBOC 2011-2013; Editor do manual de condutas de Neo adjuvância de câncer de mama de 2017; Ex-Membro do GBECAM - Grupo de Estudos em Câncer de Mama, OSCIP ligada a pesquisa clínica em câncer de mama; Membro Voluntário do Conselho Científico da Femama, Instituto Oncoguia e Fundação Laço Rosa.

Imagem do profissional Gilberto Amorim
Este artigo foi escrito por:

Dr. Gilberto Amorim

CRM/RJ: 567834CompletarLeia mais artigos de Dr. Gilberto
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