O que é eletroencefalograma?
Eletroencefalograma (EEG) é um exame de monitoramento não-invasivo que registra a atividade elétrica do cérebro. É realizado com eletrodos fixados no couro cabeludo por meio de uma pasta condutora de eletricidade. Objetiva registrar a atividade cerebral para detectar possíveis anormalidades neurológicas.
Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
- O que é eletroencefalograma?
- Pra que serve o exame?
- Pra quem é indicado?
- Tipos de eletroencefalograma
- Como se preparar para o exame?
- Como é feito o exame?
- Eletroencefalograma dói?
- Riscos
- Duração do exame
- Recomendações pós-exame
- Contraindicação
- Resultados
- O que pode alterar o resultado?
- Complicações
- Qual o preço do eletroencefalograma?
Pra que serve o exame?
O teste é mais usado para poder detectar uma variedade de doenças psiquiátricas e neurológicas, tanto as infecciosas quanto degenerativas, como:
- Epilepsia;
- Problemas com perda de consciência ou demência;
- Encefalites (inflamação ou infecção do cérebro);
- Tumores cerebrais;
- Lesões cerebrais;
- Hemorragia (sangramento excessivo);
- Cefaleia ou outros tipos de enxaqueca;
- Edema cerebral (inchaço parcial ou inteiro);
- Apneias e outros distúrbios do sono;
- Excesso de álcool ou drogas.
Além disso, o EEG também detecta o grau de certos comas ou morte cerebral, condição na qual o cérebro perde sua funcionalidade. Ajuda ainda a detectar quando uma pessoa tem deficiência física ou problemas na saúde mental, que incluem problemas no cérebro, medula espinhal ou sistema nervoso.
Pra quem é indicado?
O eletroencefalograma pode ser realizado em qualquer pessoa, sendo indicado em casos de suspeita de anormalidade na atividade cerebral, indícios de epilepsia e indícios de disfunção da consciência.
Como a atividade cerebral não muda com idade ou sexo, esse exame pode ser realizado em todas as fases da vida. Pode ser realizado também durante a gravidez, por não ser invasivo.
Tipos de eletroencefalograma
É importante notar que não existe apenas um tipo de EEG e que cada um tem as suas especialidades. Entenda:
EEG rotineiro (normal)
São colocados eletrodos no couro cabeludo do paciente e registrado suas atividades cerebrais durante algumas atividades. O eletroencefalograma rotineiro pode durar de 20 a 40 minutos e o paciente pode ser solicitado a fechar e abrir os olhos, realizar exercícios respiratórios como aspirar e expirar rapidamente (hiperventilação), ou pode ser colocada uma luz pulsante na frente do paciente, a fim de ver a alteração da atividade cerebral.
EEG em sono ou vigília
EEG em sono é um procedimento no qual a pessoa passa a noite no hospital, usado para detectar possíveis distúrbios do sono (apneias, narcolepsia). Já o exame em vigília é usado para diagnosticar ações espontâneas no comportamento do cérebro (epilepsia, demências, tumor cerebral).
O paciente pode ser privado de dormir uma noite antes da realização do exame, a fim de garantir que durma durante as horas suficientes para captar as atividades cerebrais no eletroencefalograma em sono (também chamado de EEG privado de sono).
EEG em sono com foto
O EEG com foto ou vídeo serve para ter mais informações sobre a atividade cerebral, assim o médico pode saber o que acontece antes, durante e depois de uma possível convulsão. Ajuda também a perceber a área do cérebro afetada durante um ataque.
É realizado num período que geralmente varia entre 3 e 7 dias, em que eletrodos são colocados no paciente durante o sono e vigília (acordado). O vídeo é gravado pelo computador e mantido sob vigilância.
EEG com mapeamento cerebral
O mapeamento cerebral é um novo recurso utilizado pelos médicos. Nesse exame os eletrodos colocados no couro cabeludo e os sinais são transmitidos para o computador, que os transforma em um mapa de cores e sinais a partir da atividade cerebral.
É usado para perceber lugares específicos do cérebro quando alguma alteração foi detectada. Ainda existem diversos estudos para melhorar a utilização do mapeamento cerebral.
EEG Ambulatório
Nesse exame, os eletrodos são conectados a um pequeno aparelho portátil de EEG que pode ser preso à roupa. As atividades do paciente podem acontecer normalmente enquanto é gravado, porém é necessário um cuidado para não molhar o aparelho.
O exame ambulatório funciona a partir da monitoração da atividade cerebral ao longo do dia. Nessa modalidade, menos eletrodos são colocados e o resultado pode ser inferior ao rotineiro ou do feito no hospital.
EEG prolongado
Durante o exame, podem ocorrer casos em que o paciente tem um ataque epiléptico ou outros tipos de complicações, que podem estar relacionados com a alteração das ondas elétricas do cérebro. Nessas situações, o médico responsável pelo exame pode prolongar o mesmo por algumas horas, dependendo da gravidade da complicação. Este caso é chamado de EEG prolongado ou EEG prolongado por hora.
Como se preparar para o exame?
Pacientes que utilizam remédios que afetam o sistema nervoso central, como anticonvulsivantes, estimulantes ou antidepressivos, podem ser recomendados a descontinuar a utilização durante um ou dois dias antes do exame ser realizado (procure orientação médica).
É recomendado também que não seja ingerido alimentos ou bebidas que contenham cafeína.
O paciente deve se certificar de lavar, pentear e secar o cabelo antes do exame, pois ajuda os eletrodos a se fixarem mais facilmente.
Dependendo da finalidade do exame, o paciente ainda pode ser orientado a não dormir na noite anterior para poder obter resultados mais precisos durante o sono. Por isso, o paciente não deve dirigir e é recomendado pedir que alguém o leve ao local do exame. É importante, também, ir bem alimentado.
Haverá complicações para a realização do exame se o paciente:
- Estiver com prótese de cabelo (megahair);
- Tiver aplicado de tintura no cabelo em menos de 7 dias;
- Apresentar curativos pós-cirurgia na região da cabeça;
- Tiver ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 24 horas;
- Tiver ingerido cafeína nas últimas 12 horas.
Como é feito o exame?
O EEG é indolor, rápido e seguro. O paciente é convidado a se deitar (ou sentar) em uma maca reclinável. O médico neurofisiologista primeiramente mede a cabeça do paciente e marca com um lápis especial alguns pontos onde serão inseridos os eletrodos.
Então os eletrodos são conectados, com uma pasta, no couro cabeludo para fazer o registro das atividades cerebrais. A pasta, além de fixar os eletrodos, permite uma melhor captação dos sinais elétricos do cérebro.
Os eletrodos estão conectados a um computador que traduz essas atividades cerebrais em forma de ondulações que podem ser registradas em gráficos digitais ou em folhas de papel.
Crianças
Em crianças que apresentam comportamento reativo à realização do exame, são utilizados recursos como a sedação. Neste caso, o procedimento é feito durante o sono induzido, e depois a criança é acordada para a realização do EEG em vigília.
Gravidez
Por não ser um exame invasivo, o eletroencefalograma pode ser realizado por mulheres grávidas ou lactantes.
Epilepsia
Em pacientes com epilepsia, a convulsão tende a ser induzida para poder verificar o grau da mesma. Para isso, utiliza-se exercícios de respiração (hiperventilação) e luzes piscando.
Eletroencefalograma dói?
O eletroencefalograma é um exame indolor, porém pessoas com o cabelo comprido podem se sentir incomodadas com a pasta utilizada.
Riscos
Na maior parte dos casos, o exame não apresenta riscos. Depois do exame, o paciente pode se sentir sonolento devido à falta de sono, o que pode acarretar em acidentes de trânsito ou de trabalho. Ele pode preferir que alguém o busque no hospital. Contudo, poderá realizar suas atividades cotidianas normalmente.
Duração do exame
A duração do exame depende da sua finalidade. Enquanto o tipo rotineiro pode ser rápido, dependendo das necessidades do paciente, o EEG em sono ou vigília requer que o paciente passe mais tempo no hospital. Entenda:
- EEG rotineiro: 20 a 40 minutos;
- EEG em sono ou vigília: De 8 a 12 horas;
- EEG ambulatório: A duração pode depender da recomendação do médico.
Na maioria dos casos, o exame tem curta duração.
Recomendações pós-exame
Após os dados serem captados, os eletrodos são retirados. Esse procedimento é indolor, porém o couro cabeludo pode apresentar alguns resquícios da pasta utilizada. É recomendado que o cabelo seja lavado.
Depois da realização do exame, recomenda-se que o paciente vá para sua casa e descanse, pois a privação do sono deixa as pessoas muito irritadas e incapazes de realizar ações cotidianas.
O eletroencefalograma não possui efeitos colaterais, porém os cuidados são redobrados em pacientes que foram sedados. Nesses casos, é recomendado ir ao local acompanhado, pois o paciente não terá condições para dirigir ou voltar para casa sozinho.
Pacientes que realizaram a privação de remédios regulares devem esperar a autorização do médico ou enfermeiro responsável para fazer continuidade dos medicamentos.
Contraindicação
Existem poucas contraindicações, que podem ser classificadas entre:
Absolutas
Pelo fato do exame não ser invasivo, não existem contraindicações absolutas. A atividade cerebral não muda durante toda a vida do paciente, por isso o exame pode ser realizado por todas as idades, desde recém-nascidos a idosos.
Relativas
O exame pode ser contraindicado a pessoas que tenham seborreia excessiva, infecções de pele no couro cabeludo ou pediculose (piolho).
Resultados
Os resultados tendem a vir quando o exame é encerrado ou no dia seguinte. Estes devem ser levados ao médico rapidamente, para que ele faça a avaliação correta.
Existem vários tipos de ondas cerebrais:
- Alfa: Quando o paciente está acordado e com os olhos fechados, mas mentalmente em alerta, o cérebro produz essas ondas. Elas vão embora quando o paciente abre os olhos ou está concentrado;
- Beta: Estão presentes quando o paciente está alerta ou toma certos medicamentos, como o benzodiazepínicos;
- Delta e Theta: Aparecem quando a pessoa está dormindo e, algumas vezes, em crianças acordadas.
Normais
Durante a vigília, os resultados normais geralmente apresentam ondas cerebrais de alta frequência e baixa amplitude. No sono, elas podem variar consideravelmente em frequência e amplitude, dependendo do estágio.
Em adultos acordados, são produzidas ondas alpha e beta. São registrados, nos dois lados do cérebro, padrões semelhantes de atividade elétrica. Além disso, não há alterações anormais na frequência e amplitude das ondas.
Quando usadas luzes pulsantes, espera-se resposta da região occipital (córtex visual), mas não há alterações nas ondas cerebrais.
Os resultados normais não impedem que haja diagnósticos de epilepsia (convulsões) no futuro.
Anormais
Nos resultados anormais, a pessoa apresenta ondas com frequência e amplitude alteradas durante a vigília. Além disso, ao dormir, pode apresentar ondas não condizentes com seu estágio do sono.
Alterações na amplitude e frequência das ondas, chamadas picos, podem indicar lesões, tumores, infecções, AVC, e epilepsias.
Caso a pessoa apresente diferenças nos padrões de atividade elétrica dos dois lados, pode significar problemas em um dos lobos.
Dependendo da área afetada, pode-se rastrear tipos de convulsões e onde se inicia. Além disso, quando as alterações afetam o cérebro inteiro, podem significar intoxicação por drogas, encefalite, distúrbios metabólicos.
Ao identificar ondas delta e theta em adultos acordados, pode apontar uma lesão ou doença cerebral. No entanto, medicamentos podem causar essa alteração.
Quando não há atividade elétrica, configura-se perda da função cerebral. Isso pode ocorrer por falta de oxigênio e fluxo sanguíneo, comas ou sedação por drogas. Nesses casos, a representação gráfica é uma linha reta.
O que pode alterar o resultado?
Algumas situações podem fazer com que os resultados do exame não sejam totalmente precisos. São elas:
- Excesso de atividade física;
- Jejum;
- Infecções no couro cabeludo;
- Certos tipos de medicação como anticonvulsivantes, estimulantes ou antidepressivos;
- Estar inconsciente por uso abusivo de drogas ou bebidas alcoólicas;
- Hipotermia (baixa temperatura corporal);
- Cabelo sujo, oleoso ou uso de sprays e cremes (o que pode prejudicar a aderência da pasta utilizada);
- Ingestão de bebidas ou alimentos que contenham cafeína (tais como café, refrigerante de cola, chá).
A duração do exame também pode influenciar no resultado do exame, pois em 20 minutos não pode apresentar alguma alteração significativa.
Complicações
Normalmente, não ocorrem complicações na aplicação e realização do eletroencefalograma.
Em pacientes com tendência a epilepsia, pode ocorrer uma crise no decorrer do exame, principalmente quando feita a foto-estimulação. Porém, se isso ocorrer, o paciente será atendido imediatamente e estará em um local com assistência médica. Em geral, em pacientes não epilépticos, nada ocorre.
Qual o preço do eletroencefalograma?
O valor para a realização do exame depende muito do plano de saúde ou do tipo de EEG. O preço pode variar de 70,00 a 500,00 reais, sendo o EEG com mapeamento cerebral o exame com valor mais elevado.
Para fazer o exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é necessário autorização e liberação da Secretaria Municipal e Estadual de Saúde.
O eletroencefalograma é um exame muito comum e indolor. Compartilhe com seus amigos para que fiquem cientes sobre tudo o que ocorre na realização desse exame.
Qualquer dúvida, entre em contato conosco que responderemos!
Referências
http://www.webmd.com/epilepsy/electroencephalogram-eeg-21508#3
http://www.nhs.uk/conditions/EEG/Pages/Introduction.aspx