Um novo boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS) trouxe dados alarmantes sobre a saúde mental da população jovem. De acordo com a agência, metade de todos os casos de transtornos começam aos 14 anos, sendo que a maioria não são detectados e tratados.
Outra estatística bastante preocupante aponta o suicídio como terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos.
A divulgação destes números pela OMS também faz parte da campanha que aborda “os jovens e a saúde mental em um mundo em transformação”. Esse foi o tema escolhido em 2018 para o Dia Mundial de Saúde Mental, lembrado em 10 de outubro. A proposta é conscientizar a sociedade e reconhecer os problemas mentais da faixa etária que compreende os 10 aos 19 anos.
Para a organização, o uso nocivo de álcool e drogas ilícitas é um dos principais hábitos que podem desencadear comportamentos de risco entre os adolescentes.
Dentre esses fatores está o sexo desprotegido, responsável por aumentar as chances de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e da gravidez precoce.
Transtornos alimentares também são preocupantes, pois costumam vir acompanhados de ansiedade, depressão e outros distúrbios mentais, geralmente relacionados a sentimentos de angústia, culpa e tristeza.
Por trás de todo esse cenário, a pressão social e o estresse gerado pelas mudanças na fase da adolescência podem ser determinantes ao trazer prejuízos à saúde mental dos jovens.
Conscientização ajuda a prevenir
Falar sobre aspectos da saúde mental e deixar de lado o preconceito ajuda a prevenir os transtornos. De acordo com a OMS “as consequências de não abordar as condições de saúde mental dos adolescentes se estendem à idade adulta, prejudicando a saúde física e mental e limitando futuras oportunidades”.
No Brasil, campanhas como o Setembro Amarelo ajudam na promoção desta conscientização. Essa iniciativa em particular foi criada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), organização que atua na prevenção do suicídio, disponibilizando um canal gratuito para pessoas que precisam conversar sobre suas angústias.
Da mesma forma, é importante que existam intervenções nas escolas e comunidades, ensinando as pessoas a conquistarem a resiliência mental, ou seja, a capacidade de lidar com situações adversas do mundo atual.
Saiba identificar os sinais e sintomas
O sentimento de tristeza durante a maior parte do dia e de maneira frequente é um dos sinais mais característicos da depressão. Além disso, o desinteresse e a falta de prazer em atividades cotidianas podem servir de alerta. Há também os sintomas físicos, que podem incluir fadiga e alterações no sono.
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Mas quando se fala em saúde mental, não é apenas a depressão que merece destaque. Os transtornos de ansiedade também têm levado uma boa parcela da população jovem aos consultórios médicos. Os diagnósticos podem variar entre ansiedade generalizada, síndrome do pânico, fobia social ou até mesmo virem acompanhados de outros distúrbios, como a própria depressão.
Pessoas com ansiedade costumam apresentar irritabilidade, estresse, medo irracional, apreensão e sensação de agitação. A preocupação excessiva aliada a pensamentos negativos constantes também são frequentes nestes casos.
De maneira geral, é importante buscar ajuda profissional sempre que estes sintomas comecem a trazer prejuízos ao cotidiano. Ao notar qualquer pensamento ou comportamento suicida, a consulta médica é fundamental.