O transtorno de personalidade narcisista (CID F60.8) é caracterizado por um grande senso de auto-importância, ou seja, a pessoa acredita ser mais relevante do que as outras, necessita de excessiva admiração de si mesma, além de precisar da atenção das pessoas com quem convive.
Pessoas com esse transtorno demonstram falta de empatia e frequentemente têm problemas em seus relacionamentos, pois se importam apenas com os seus sentimentos e podem ser companhias ofensivas se não receberem reconhecimento da maneira que esperam.
No entanto, apesar de parecerem confiantes, pessoas com personalidade narcisista geralmente são vulneráveis e têm uma autoestima frágil e, por conta disso, têm necessidade de serem bajuladas o tempo todo, além de rebaixarem outras pessoas para que se sintam bem.
A estimativa é que esse transtorno representa menos de 1% da população geral, correspondendo entre 2% e 16% na população clínica.
Para saber mais sobre o transtorno de personalidade narcisista, sintomas, diagnóstico e tratamentos, continue acompanhando o artigo!
Índice - Neste artigo, você vai encontrar:
As causas do transtorno de personalidade narcisista podem ser biológicos, ambientais e psicológicos, mas ainda não foram descobertos motivos específicos para o problema.
De acordo com alguns estudos, disfunções biológicas no organismo podem ter relação com o desenvolvimento do transtorno.
Acredita-se que pessoas com personalidade narcisista tenham uma menor quantidade de substância cinza (corpos de neurônios) na parte do cérebro relacionada à empatia e regulação emocional.
Além disso, algumas pesquisas indicam que condições genéticas podem influenciar o aparecimento do problema, como características hereditárias (herdadas por familiares).
Geralmente, o narcisismo tende a desenvolver-se no início da vida adulta, porém, sua origem pode estar ligada a fatores ambientais da infância, como o tratamento recebido pelos responsáveis.
Meninas ou meninos que sofreram críticas excessivas ou supervalorização são mais propensas a desenvolver o quadro clínico.
A dificuldade em lidar com as responsabilidades e cobranças na vida adulta pode ter relação com o desenvolvimento do transtorno de personalidade narcisista
A sensação de não ser suficiente e a baixa autoestima podem fazer com que o (a) narcisista crie um bloqueio defensivo, em que necessita ser aprovado pelas outras pessoas para se sentir bem.
Os principais sinais e comportamentos de uma pessoa com transtorno de personalidade narcisista são
Leia mais: Transtorno obsessivo-compulsivo: o que é como tratar o TOC?
A diferença entre ter os traços e ter a personalidade narcisista está no quanto isso atrapalha na vida do (a) paciente. A personalidade narcisista dificulta as relações interpessoais, no ambiente de trabalho e o (a) paciente pode desenvolver ansiedade e depressão.
Por outro lado, os traços narcisistas são comuns em adolescentes, porém, não indica uma patologia, não traz prejuízos no convívio social e pode ser ajustado com o tempo.
O diagnóstico é realizado por um (a) médico (a) psiquiatra. O (a) profissional levará em consideração os critérios solicitados para o diagnóstico segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-V).
É importante salientar que estes (as) pacientes podem ter outras condições que fazem com que elas procurem ajuda médica, como depressão e ansiedade.
Não há atualmente um tratamento específico que cure o transtorno de personalidade narcisista.
Assim como outros distúrbios mentais, existem recursos como terapias e o uso de medicamentos que visam apenas a melhora dos sintomas.
A adesão desses (as) pacientes ao tratamento é baixa, pois eles têm dificuldades em perceber os prejuízos de seus comportamentos. Contudo, o tratamento psicoterápico é essencial. A administração medicamentosa varia de acordo com cada quadro clínico.
A principal forma de tratar pessoas com o transtorno de personalidade narcisista é por meio da psicoterapia.
Esse recurso, conhecido como terapia psicológica, tem como principal ferramenta a fala, em que por meio de conversas que abordam questões emocionais, o (a) profissional e o (a) paciente descobrem juntos as origens e formas de tratar problemas. Existem diferentes tipos de terapia. Entre elas estão:
Tem como objetivo analisar o padrão de comportamento da pessoa, identificar as origens e razões para esse comportamento e indicar técnicas que substituam as condutas negativas por positivas.
A terapia de grupo tem como objetivo o contato do(a) paciente com pessoas que apresentam condições semelhantes às suas, sendo um local para expor angústias, pensamentos e experiências. É uma forma de estimular uma melhor relação do(a) paciente com outras pessoas.
A terapia familiar é realizada em conjunto com os membros da família. Ela tem como objetivo explorar os conflitos existentes entre os familiares e identificar maneiras de resolver esses problemas e tornar a convivência mais harmoniosa.
Apesar de existirem diversos tipos de terapias, de maneira geral, elas visam a melhora dos relacionamentos interpessoais e a melhor compreensão dos próprios sentimentos.
Não existem medicamentos específicos para o transtorno narcisista. Porém, é comum que pacientes apresentem outras condições psicológicas, como ansiedade e depressão. Nesse caso, o tratamento pode recorrer aos remédios.
Vale lembrar que deve haver, um diagnóstico específico para a orientação farmacológica!
A convivência com pessoas narcisistas, seja no trabalho, nas amizades ou até mesmo na família, pode ser desafiadora. Em geral, quem sofre com o transtorno não recorre à ajuda médica de forma espontânea, o que dificulta ainda mais o convívio.
Para lidar com esse tipo de personalidade, existem alguns cuidados que podem ajudar. Entre eles:
Pessoas narcisistas, apesar de se mostrarem confiantes, muitas vezes são vulneráveis e sensíveis emocionalmente. Dessa forma, é preciso ter cuidado e paciência em meio às conversas e ter calma e evitar conflitos, já que o (a) narcisista acredita estar sempre certo (a).
Além disso, vale tentar não diminuir o complexo de superioridade criado por ele(a), mas sim, incentivar, de maneira progressiva, a pensar também nas outras pessoas.
É importante impor limites ao narcisismo desde o começo de qualquer relação. Geralmente, pessoas com esse transtorno tendem a ser manipuladoras e, dessa forma, irão incentivar seu círculo de convivência a pensar como ela.
Assim, é relevante que a pessoa explicitar, desde o início, suas condições e vontades de forma franca e confiante.
Vale também não ter medo de contrariar a pessoa que sofre com o transtorno, deixando claro que existem opiniões diferentes da dela.
Ter um distanciamento emocional de pessoas narcisistas é um dos pontos que podem auxiliar num convívio minimamente agradável. Isso envolve evitar demonstrar fraquezas, importante para que o (a) narcisista não tire vantagem de tal vulnerabilidade.
Antes de fazer elogios, deve-se sempre ponderar e realizar esse tipo de comentário apenas quando o (a) narcisista merecer.
Além disso, para quem convive com pessoas que têm esse quadro clínico, sessões de terapia também podem ajudar para que não se torne uma vítima narcisista.
O transtorno de personalidade narcisista (CID F60.8) recebe esse nome como referência à história de Narciso, e pessoas com essa característica costumam a ter o ego inflado, exaltando suas próprias qualidades.
Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais, procure ajuda psiquiátrica ou psicológica!
Para mais conteúdos sobre saúde mental, continue acompanhando o site e redes sociais do Minuto Saudável!
Esp. Thayna Rose
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.