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Lucentis: tem no SUS? Veja indicação e forma de aplicação

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 21/05/2020Última atualização: 15/09/2020
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 21/05/2020Última atualização: 15/09/2020
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A retina é uma das membranas da parte posterior do olho. Sua função é transformar o estímulo luminoso em nervoso e enviá-lo ao cérebro, de modo que as imagens sejam formadas.

Essa parte tão importante de nosso corpo é, também, muito sensível. Dessa forma, lesões nessa região podem trazer problemas sérios. 

Por isso, muitas vezes é necessária a intervenção de medicamentos diferentes dos tradicionais colírios. É o caso do remédio Lucentis. Confira, a seguir, mais informações sobre as indicações dessa medicação e outras curiosidades:

O que é a injeção de Lucentis?

O medicamento Lucentis é comercializado em uma versão injetável, para aplicação intraocular (dentro do olho). Ele tem como princípio ativo o Ranibizumabe, que atua como um anticorpo e reduz o crescimento e vazamento de sangue de vasos no olho — condições responsáveis por doenças oculares que diminuem a visão.

De maneira geral, essa injeção é utilizada sempre em casos que envolvem lesões na retina, as quais podem ser oriundas desde doenças como diabetes até casos de distúrbios degenerativos.

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Para que serve a injeção de Lucentis?

A injeção do medicamento Lucentis é indicada para o tratamento de lesões na retina (parte de trás do olho sensível à luz). O uso deve ser para casos de doenças causadas por vazamento e/ou crescimento anormal dos vasos sanguíneos, que podem provocar diminuição da visão.

Alguns exemplos são distúrbios como:

  • Forma úmida da degeneração macular relacionada à idade (DMRI);
  • Neovascularização coroidal (NVC) — processo patológico que consiste da formação de novos vasos sanguíneos na coroide (membrana que envolve o olho);
  • Edema macular diabético (EMD);
  • Edema devido ao bloqueio das veias da retina (OVR), no qual fluidos acumulam-se na parte de trás dos olhos.
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Como atua o princípio ativo Ranibizumabe conforme a bula?

A bula explica que o princípio ativo Ranibizumabe é parte de um anticorpo — proteínas que reconhecem e se conectam especificamente a outras proteínas únicas do organismo.

Sendo assim, o Ranibizumabe liga-se de forma seletiva a uma proteína chamada fator de crescimento endotelial vascular humano A (VEGF-A), que está presente na retina. 

Quando isso acontece, essa substância reduz tanto o crescimento quanto o escape de sangue de vasos no olho. Isso pois é esse vazamento sanguíneo que contribui para diversas doenças oculares, levando à necessidade de utilizar medicamentos como o Lucentis.

Como se aplica o Lucentis?

O medicamento Lucentis deve ser sempre administrado em ambiente hospitalar, clínicas médicas ou salas de cirurgia ambulatoriais, por um(a) oftalmologista.

Trata-se da aplicação de uma injeção dentro do olho (intraocular). Antes disso, é utilizado um colírio que pode matar os germes no olho e na pele ao redor do olho, em seguida se aplica outro colírio com o objetivo de anestesiar o local.

Ele é injetado como uma aplicação única e, de acordo com a bula, a dose usual é de 0,05 mL (o que corresponde a 0,5mg de princípio ativo). A agulha deve ser inserida a 3,5mm a 4,0mm posterior ao limbo da cavidade vítrea (líquido gelatinoso que preenche a maioria do interior do globo ocular).

O local da injeção deve ser alternado para as aplicações seguintes. Além disso, o intervalo entre as doses (injetadas no mesmo olho) não deve ser menor do que um mês.

O tempo de duração do tratamento deve ser de acordo com as recomendações da equipe médica responsável. Mas, em muitos casos, é comum que seja necessário utilizar o medicamento a cada 4 a 6 semanas.

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Quais os cuidados após a aplicação de Lucentis?

De acordo com as indicações da bula, após realizar a aplicação do Lucentis, algumas vezes podem ocorrer infecções graves ou distúrbios no olho.

Sendo assim, é necessário ficar atento(a) com relação a possíveis reações e — principalmente — sinais de infecção, que incluem vermelhidão do olho, dor no olho, sensibilidade à luz e/ou alterações na visão.

Além disso, algumas pessoas podem ter uma maior pressão ocular por um curto período logo após a injeção. Também há casos de que essa pressão tem longa duração. Dessa forma, é essencial contar com o monitoramento da equipe médica após cada injeção.

Por fim, a bula reforça que se você notar qualquer alteração depois da administração de Lucentis, busque auxílio do(a) médico(a) imediatamente.

Quais os efeitos colaterais de Lucentis?

Como qualquer medicação, o Lucentis apresenta alguns possíveis efeitos colaterais. Vale lembrar que eles podem não se manifestar ou, até mesmo, pode ser que pacientes apresentem mais de um. Confira o que está na bula:

Reações graves

A bula do Lucentis traz recomendação quanto a possíveis reações adversas que podem ser graves e que, caso se manifestem, é necessário buscar ajuda médica imediatamente:

  • Sinais de inflamação ou infecção no olho — tais como vermelhidão, dor, sensibilidade à luz e/ou alterações na visão;
  • Ver flashes de luz com moscas volantes (vendo pontos ou teias de aranha), progredindo para uma perda de visão ou visão borrada;
  • Sinais de derrame — tais como fraqueza ou paralisia dos membros ou face, dificuldade em falar ou entender.

Reações muito comuns

As reações muito comuns são aquelas que aparecem em mais de 10% dos(as) pacientes que realizam o uso do medicamento:

  • Inflamação do olho;
  • Sangramento do olho;
  • Alteração visual;
  • Dor no olho;
  • Visão de pontos ou teias de aranha (moscas volantes);
  • Vermelhidão nos olhos;
  • Irritação do olho;
  • Sensação de ter cisco no olho;
  • Aumento da produção de lágrimas;
  • Inflamação ou infecção nas bordas do olho;
  • Olho seco;
  • Vermelhidão ou coceira do olho;
  • Aumento da pressão dentro do olho.

Reações comuns

As reações comuns são aquelas que aparecem em 1% a 10% dos(as) pacientes que realizam o uso do medicamento:

  • Visão de flashes de luz com moscas volantes e sombras progredindo para uma perda de visão;
  • Diminuição da nitidez da visão;
  • Inchaço de uma parte do olho (úvea, córnea);
  • Catarata;
  • Arranhões na córnea (parte da frente do olho);
  • Sangramento no olho ou local da injeção;
  • Pus no olho com coceira, vermelhidão e inchaço (conjuntivite);
  • Sensibilidade à luz;
  • Desconforto do olho;
  • Inchaço da pálpebra;
  • Dor na pálpebra;
  • Visão borrada;
  • Inflamação da córnea.

Lucentis ou Eylia?

Os medicamentos Lucentis e Eylia são do tipo “biológicos” e têm as mesmas indicações de uso. Apesar de terem diferentes princípios ativos, o mecanismo de ação é o mesmo.

https://minutosaudavel.com.br/eylia/

Sendo assim, apesar de sua semelhança, não são medicamentos idênticos. Ou seja, não devem ser utilizados em conjunto, nem como substitutos um do outro. Caso seja necessária uma mudança de medicação, isso deve ser feito com orientação médica.

Isso pois o Lucentis e o Eylia apresentam fórmulas e orientações distintas, o que precisa ser analisado antes da indicação para o(a) paciente.

É aprovado pela ANVISA?

Sim. O medicamento Lucentis está registrado sob o número 100681056 na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Com isso, trata-se de uma medicação aprovada para comercialização e uso, com segurança e eficácia comprovadas a partir de testes específicos.

Valor: qual o preço de Lucentis e onde comprar mais barato? 

O preço* do Lucentis pode variar conforme a localidade e disponibilidade do medicamento. A versão comercializada também pode interferir no valor.

Uma dica para saber onde comprar o remédio mais barato, é utilizar o site Consulta Remédios. Ele compara preços de diferentes estabelecimentos e te ajuda a encontrar o melhor para você.

Agora, confira a faixa de preço do Lucentis:

*Preços consultados em março de 2020. Os valores podem sofrer alterações.

Tem genérico?

Não. O Lucentis é um medicamento do tipo biológico e, por isso, não tem versões alternativas ou genéricas.

Além disso, vale destacar que, caso seja criada uma outra versão desse remédio, também será classificada como biológica.

Tratamento gratuito: Ranibizumabe tem no SUS?

Não. O Ranibizumabe (princípio ativo do Lucentis) não está presente na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) de 2020.

Também não é classificado, atualmente, como uma medicação de dispensa excepcional. Por isso, no momento não é disponibilizado pelo SUS.

Como orçar Lucentis?

Quando não há disponibilidade de uma medicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pacientes com laudo médico podem fazer um requerimento judicial para receber o tratamento custeado pelo Governo Federal ou Plano de Saúde —se for o caso.

Para isso, é necessário abrir um processo de acordo com as requisições estipuladas. Entre elas está a entrega de documentos que incluem: 

  • Laudo médico;
  • Exames;
  • Requerimento padrão;
  • Orçamento de 3 farmácias.

Para realizar o orçamento de forma facilitada, é possível contar com o auxílio da assessoria em cotações judiciais para aquisição de medicamentos.

Ao acessar o link, basta realizar o seu cadastro informando alguns dados pessoais e o medicamento necessário. Por fim, basta clicar em “solicitar cotações” e aguardar o retorno.


Existem diversos tipos de lesões na retina, dentre elas, há aquelas causadas por crescimento e vazamento de sangue de vasos no olho. O que pode estar associado a problemas de saúde como diabetes ou condições degenerativas. Por isso, medicamentos como o Lucentis são muito importantes para evitar maiores danos aos pacientes.

Gostou desse conteúdo? Continue acompanhando o Minuto Saudável para mais informações sobre medicamentos, doenças, bem-estar e saúde em geral!

Imagem do profissional Francielle Mathias
Este artigo foi escrito por:

Dra. Francielle Mathias

CRF/PR: 24612CompletarLeia mais artigos de Dra. Francielle
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