Os supositórios são, geralmente, associados aos casos de prisão de ventre. Mas há outros usos, como a aplicação de medicação vaginal.
Independente do problema, a sua utilização é bastante eficaz, pois consegue promover uma ação mais localizada e sem tantos impactos ao organismo.
Por exemplo, usar o supositório gera menos efeitos danosos do que usar laxantes.
Índice — Neste artigo você encontrará as seguintes informações:
Ao falarmos de supositórios, estamos nos referindo a um medicamento farmacêutico com formato cônico ou cilíndrico. O supositório é introduzido nos orifícios do corpo, como uretra, vagina ou ânus.
Uma vez inserido, ele começa a amolecer e liberar a substância medicamentosa que está em seu interior. Sua ação é pode ser sistêmica (em todo o corpo) ou localizada.
Em geral, o mais comum é o supositório de glicerina, usado para tratar problemas de evacuação. Mas há também os vaginais ou uretrais, que podem ser usados para tratar infecções, por exemplo.
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O supositório serve para diversos tratamentos, sendo sua ação motivada pela substância contida. Os mais comuns são: supositório anal de glicerina, que serve principalmente para prisão de ventre, o uretral, indicado para disfunção erétil e o vaginal para diversos tratamentos, em especial para condições vaginais.
As substâncias contidas podem exercer efeitos sistêmicos (geral) ou localizados.
Os de efeito geral aliviam desde uma enxaqueca até uma alergia, enquanto os localizados podem causar uma ereção prolongada, como nos casos do supositório uretral, e até tratar uma infecção, como os vaginais.
O supositório de glicerina é indicado para pessoas em tratamento ou em prevenção da constipação intestinal (prisão de ventre), que podem levar a gases, dores abdominais e inchaço na barriga.
Ele também é prescrito para quem irá passar por uma colonoscopia e pode ser útil para facilitar as evacuações em caso de hemorroida inflamada.
Quando os supositórios possuem efeitos sistêmicos, com administração via retal, as principais vantagens são:
Exemplos de supositórios indicados para produzir ação sistêmica são:
Existem 3 tipos de supositórios em si: retal, vaginal e uretral. No interior destes três tipos pode haver diversas soluções medicamentosas. O mais popular é o supositório anal de glicerina.
O supositório de glicerina é um medicamento composto por laxantes. Ele é feito para esvaziar o intestino em casos de gases ou fezes presas, podendo ser administrado em adultos e crianças, inclusive bebês, segundo a recomendação do médico.
Já o supositório vaginal é indicado para uma condição vaginal, como uma infecção fúngica, ou para qualquer outro tratamento que seja inviabilizado a inserção medicamentosa por outras vias (oral, retal), como tratamentos hormonais, secura vaginal ou controle de natalidade.
Por último, mas não menos importante, temos o supositório uretral. Este tipo é comumente utilizado em casos de disfunção erétil (dificuldade em manter a ereção por tempo o suficiente para uma relação sexual).
A composição dos supositórios varia de acordo com seu tipo, função e fabricante.
No entanto, a maioria dos supositórios com a função anti-hemorroidas possuem componentes emolientes (hidratantes à base de água e óleo), calmantes, protetores, anestésicos locais, vasoconstritores (substância que induz a contração dos vasos sanguíneos), adstringentes (composto que reage com as proteínas e contrai os tecidos, combatendo diversas moléstias inflamatórias) e analgésicos.
Como o próprio nome diz, o supositório de glicerina é à base de glicerina. Tal substância é muito utilizada na indústria farmacêutica por possuir ação umectante, ou seja, ele umedece e dilui as fezes.
Existem ainda os supositórios de mesalazina, que contém ação anti-inflamatória atuante no intestino, e o vaginal com progesterona, que possui o objetivo de aumentar as chances da mulher engravidar.
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A glicerina é um laxante, por isso, facilita a evacuação. Sua ação promove o aumento de água no intestino, fazendo com que os movimentos peristálticos (que empurram o bolo fecal) sejam estimulados.
Como a substância ainda é lubrificante, ajudando a amolecer as fezes, todo o processo de evacuação é facilitado.
Depois de inserido no ânus, o produto se dissolve e estimula o intestino. Em geral, leva entre 20 e 30 minutos para fazer efeito, mas pode ser mais imediato também.
Por mais instintivo que possa parecer, é sempre importante saber a maneira correta de se utilizar o supositório. Se ele estiver muito macio, tome cuidado, pois ele está derretendo antes de ser inserido.
Se for o caso, coloque-o na geladeira por 30 minutos ou escorra água fria por cima antes de abrir a embalagem de alumínio. Isso ajudará o deixado mais frio e consequentemente mais duro, o que facilita na sua colocação.
Conheça abaixo a maneira mais indicada de inserção para cada grupo:
Nos casos de intestino preso, para que o supositório tenha o efeito desejado, é preciso que a pessoa adulta beba no mínimo 6 copos de água durante o dia, pois isso ajuda a amolecer as fezes.
Antes de introduzir o supositório, é adequado lavar bem as mãos, para que nenhuma bactéria entre em contato com a região íntima.
Deve-se abrir a embalagem, molhar o supositório com água limpa e depois introduzi-lo, empurrando com os dedos. Depois da introdução, deve-se contrair os músculos da região anal, para assim manter o dispositivo no local.
O produto leva de de 15 a 30 minutos para iniciar o seu efeito.
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Para introduzir o supositório no bebê, este deve estar de barriga para cima. Levante as pernas da criança e introduza o supositório em seu ânus, lembrando-se de inserir pela parte mais estreita do supositório.
Diferentemente dos adultos, não é necessária a completa introdução, sendo que os pais podem inserir apenas metade do produto e ficar segurando por alguns minutos, pois em breve este pequeno estímulo já será suficiente para criança eliminar as fezes.
O limite da dose é um por dia, durante o tempo receitado pelo médico pediatra.
Para mulheres que já tenham usado absorvente interno ou coletor menstrual, pode ser que o processo seja bastante intuitivo. No entanto, é recomendável seguir as instruções do médico ou do manual do fabricante à risca. Se mesmo assim você não sabe o que fazer, siga as etapas abaixo:
O primeiro passo sempre é a higienização. Após lavar e secar as mãos, limpe as áreas externas e as regiões ao redor da vagina com um sabonete neutro. Não lave o interior da vagina.
Enxágue bem toda a região vaginal para certificar-se que todo o sabão foi retirado. Seque bem a região com uma toalha de algodão limpa e não esfregue, dê apenas leves batidas.
Depois que as mãos e a vagina se encontram prontas, prepare o supositório. Retire o aplicador da embalagem para descobrir se ele já está com o supositório inserido ou não. Se ele estiver vazio, carregue-o.
A maioria dos aplicadores de supositório possuem marcadores de quantidade. Isso é de extrema utilidade na hora de inserir o creme supositório no aplicador, pois evita que a mulher erre na dose.
Para encher o aplicador. é necessário conectar o tubo do creme ao aplicar, encaixando-o com firmeza. Pressione o tubo até que a dose correta esteja no aplicador.
Depois disso, guarde o creme em local seco e arejado, pois se trata de uma material que derrete quando entra em contato com temperaturas elevadas. Caso more em locais quentes, guarde-o na geladeira.
Com a higienização e o supositório prontos, é a hora de posicionar-se. Fique em pé, com as pernas abertas e os joelhos espaçados. Se preferir, alie isso a apoiar um dos pés em um pequeno banco, no vaso sanitário ou em uma banheira.
Também é possível deitar-se de costas e ficar com os joelhos para cima e as pernas abertas.
Qualquer uma destas posições permitem o fácil acesso a abertura vaginal e são ideais para a inserção do supositório.
Utilize a mão com que você possui mais destreza (direita para destros e esquerda para canhotos) para introduzir o supositório na vagina com mais precisão. A outra mão deve ser responsável por abrir os lábios da vulva.
Por ser um método invasivo, é comum ficar tensa, com isso os músculos ficam ainda mais resistentes à invasão.
No entanto, é necessário que a mulher tente relaxar o máximo possível, para conseguir inserir tranquilamente o supositório.
É necessário inserir o aplicador empurrando o máximo possível, assim o medicamento entrará profundamente na vagina.
Quando o aplicador estiver com pelo menos metade para fora, pressione o êmbolo até que todo o medicamento seja administrado.
Depois que tiver certeza que inseriu todo o medicamento, retire o aplicador e o lave bem, com água corrente e sabonete neutro, se ele for reutilizável. Caso contrário, descarte-o.
Lave bem as mãos e as seque. Depois de inserido, o supositório pode precisar de até uma hora para se dissolver completamente, então não é incomum que ocorram pequenos vazamentos.
No entanto, em hipótese alguma deve ser inserido um absorvente interno, pois ele absorverá o medicamento que deveria estar atuando no organismo.
Boas dicas são utilizar o supositório apenas durante a noite, caso o médico não tenha especificado o horário. Utilizar absorventes externos pode ser uma boa medida de precaução para os possíveis vazamentos.
Antes de inserir o supositório, é necessário urinar. Como sempre, é imprescindível a correta higienização das mãos. Após, basta seguir estas etapas:
Alongue o pênis desde sua base até o fim de sua extensão. Insira a cânula (pequeno tubo) do aplicador dentro da uretra (abertura localizada na ponta do pênis) suavemente. Em caso de dor, pare e recomece o processo.
Pressione o botão lentamente para liberar o supositório, mantendo o aplicador dentro do pênis por 5 segundos. Depois, mova suavemente o aplicador para trás e retire do pênis enquanto ele ainda estiver elevado.
Certifique-se que todo medicamento já passou. Caso reste algo no aplicador, repita o procedimento.
Massageie o pênis, como em uma leve masturbação, por 10 segundos, pois isso ajuda o medicamento a ser dissolvido. Alguns indivíduos acham conveniente sentar, ficar em pé ou até mesmo caminhar por 10 minutos, com o pênis ereto.
Este medicamento começa a agir cerca de 5 a 10 minutos após sua inserção, sendo possível ter relações de 10 a 30 minutos após o uso do medicamento. Lembre-se de sempre utilizar preservativo durante as relações sexuais.
Os supositórios são envoltos por uma camada de gelatina, glicerina ou manteiga de cacau. Quando inseridos no corpo, o calor do organismo dissolve essa proteção e então os componentes internos são absorvidos.
Contudo, existem alguns fatores que podem influenciar na absorção destes fármacos. São eles:
Quando o reto está sem a matéria fecal, ele contém apenas 2 ou 3 mL de líquido em seu interior.
Apesar de não possuir microvilosidades (filamentos responsáveis pela absorção, secreção e adesão celular), o reto é altamente vascularizado, tanto com vasos sanguíneos quanto linfáticos.
Assim, a absorção dos componentes do supositório se dá de maneira rápida, pois alcança a circulação facilmente.
Quanto menor o supositório, mais rápido ele será absorvido pelo organismo.
Um fármaco à base de gordura possui mais resistência para se dissolver nos líquidos circundantes do que um fármaco que já é à base de água.
Quando um medicamento é introduzido no organismo por via oral, ele passa pelo fígado, que metaboliza parte de droga e diminui sua eficácia. Já quando o fármaco é administrado por via retal, esta etapa é evitada, fazendo com que sua eficácia seja maior quando comparada a via oral.
Para uma rápida absorção, o reto deve estar vazio pois, quando possui matéria fecal, ele se distende, fazendo com que o supositório não fique próximo o suficiente das paredes retais para uma rápida absorção.
É sempre importante usar supositórios somente com orientação médica. Isso porque o(a) especialista vai poder indicar o medicamento mais adequado para cada caso.
Com a receita em mãos, é possível encontrar o produto em farmácias ou comparadores de preço online. A faixa de preço varia entre R$ 5 e R$10 reais.
Entre as opções há:
Como existe mais de um tipo de supositório, as complicações variam de um para o outro. Confira abaixo:
No supositório de inserção vaginal, a mulher pode vir a sentir:
Em casos onde a mulheres desenvolva uma reação alérgica, os principais sintomas são:
Já com o supositório de glicerina, as reações que podem surgir são:
Com o supositório uretral, existem dois grupos de complicações:
Os supositórios são contra indicados para pacientes com:
Avise seu médico se você:
A utilização de supositórios gera alguns constrangimentos e muitas dúvidas sobre o tema. Conheça abaixo as dúvidas mais comuns:
Os supositórios de glicerina são bem eficazes por meio da estimulação da parte terminal do intestino. Em alguns casos, a prisão de ventre é decorrente de outros fatores que estão dificultando a passagem das fezes até o final do intestino. Isso faz com que nem sempre o supositório resolva o problema.
Nesses casos, é importante buscar orientação médica, evitando o uso de laxantes de orientação.
Não. O produto é indicado para tratar prisão de ventre em crianças e adultos, estimulando o esvaziamento intestinal de forma não agressiva.
No entanto, há casos particulares que não devem ser tratados com o supositório, como em hemorragia retal não diagnosticada, apendicite e obstrução intestinal.
Ainda assim, o uso pode trazer efeitos colaterais, como cólicas e até diarreia.
Sim, quando prescrito pelo médico. Independente da maneira que é administrado, o supositório não deixa de ser um medicamento e como tal só deve ser usado quando prescrito pelo médico.
Sim, ele pode. A versão que os pediatras indicam para ser utilizada em bebês é mais fina e comprida que a versão para adultos, pois sua anatomia é feita exclusivamente pensando nos pequenos.
Depende. O tempo de ação varia conforme a composição dos supositórios, mas a maioria leva de 15 a 60 minutos.
É relativo. Algumas pessoas não relatam qualquer incômodo na hora de inserir o supositório, enquanto outras reclamam de uma leve dor.
Não se deve utilizar lubrificantes para facilitar a inserção, pois eles podem alterar o pH da região íntima e causar alguma reação química junto ao medicamento.
O uso do supositório pode ser algo incômodo para muitas pessoas. No entanto, sempre que o médico indicar sua aplicação, é preciso seguir corretamente as maneiras de uso.
Se você conhece alguém que está com dúvidas sobre o tema, compartilhe este texto!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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