Fitness

Estudos indicam por que devemos evitar tomar energético

Publicado em: 24/11/2018Última atualização: 24/11/2018
Publicado em: 24/11/2018Última atualização: 24/11/2018
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Bebidas energéticas podem sim ser boas aliadas ao trabalho após uma noite mal dormida. Contudo, é possível que a bebida não seja tão segura quanto parece. Especula-se que os energéticos sejam causadores de problemas no fígado e coração, além de influenciar nas dores de cabeça e, inclusive, nos índices de ansiedade e depressão.Tudo isso por conta da cafeína, o principal e mais importante componente dos energéticos, que proporciona o efeito energético da bebida. Portanto, o risco não está somente no consumo de energéticos, mas também no de café.No Brasil, anualmente são consumidas 21,5 milhões de sacas de café em média, equivalente a 1,07 milhões de toneladas do produto, e muitas pessoas extrapolam a dose máxima diária pois não conseguem “funcionar” sem a bebida.Segundo o Food and Drugs Administration (FDA), órgão estadunidense de controle de alimentos, drogas e medicamentos, a dose diária máxima de cafeína é de 400mg, o equivalente a aproximadamente 3 xícaras de café coado.Ao ser ingerida até essa dosagem, a cafeína não traz muitos efeitos negativos — na verdade, traz efeitos positivos para a maioria das pessoas saudáveis.A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central (SNC) e age aumentando o estado de alerta, aliviando a fadiga e melhorando a concentração e o foco.Nos atletas, pode aumentar a resistência e acelerar a perda de peso, suprir temporariamente o apetite e levar o corpo a produzir calor e energia ao digerir os alimentos.Se consumido com moderação, o café  pode ajudar a reduzir o risco de diversos tipos de câncer, inclusive.Mas, novamente, se consumido sem exageros, o que não é o caso para muitos brasileiros. Existem pessoas que tomam mais de 6 xícaras por dia, extrapolando os limites, e é aí que o energético entra na história.Uma única lata de energético, que contém por volta de 350mL, pode conter até 300mg de cafeína, 3/4 da dose máxima recomendada. A partir daí, basta que a pessoa tome uma única xícara de café para ultrapassar o limite recomendado.
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Como a cafeína em excesso age no organismo?

Tomar mais de 400mg de cafeína — ou 3 xícaras de café —  por dia pode trazer alguns malefícios. Mesmo que não tenha nenhum efeito perceptível no sono, essa quantidade pode levar a batimentos cardíacos irregulares, pressão alta, nervosismo, irritabilidade e ansiedade, gerando problemas para a saúde cardiovascular como um todo.Além disso, a cafeína também aumenta a secreção do principal hormônio do estresse no corpo, o cortisol, mais conhecido por alimentar respostas de luta ou fuga em situação de ameaça ou crise.Esse hormônio é produzido pelas glândulas suprarrenais quando estimulado pelo hipotálamo e pela glândula pituitária, que, em situações de estresse ou perigo, fazem o corpo manter a atenção e responder mais rapidamente.O aumento súbito de cortisol faz com que a pressão sanguínea suba, o coração bata mais rápido e que o nível de energia se eleve.Todo esse mecanismo era bastante vantajoso para os seres humanos primitivos, pois os permitia escapar de predadores. Hoje, porém, poucas pessoas têm de se preocupar em fugir de uma onça na floresta.Mesmo assim, uma boa parcela da população ainda vive em um estado de constante estresse bioquímico, com esse sistema de alarme do corpo ligado durante todo o dia — ou seja, altos níveis de cortisol constantemente.O grande problema é que isso pode resultar em vários problemas para a saúde, como ansiedade, depressão, problemas de memória e concentração, dificuldades para dormir, ganho de peso e doenças cardíacas.Apesar das respostas do cortisol à cafeína serem reduzidas em pessoas que consomem a substância diariamente, elas não são eliminadas e a elevação crônica dos níveis desse hormônio no organismo pode trazer complicações para saúde em longo prazo.Dentre os possíveis efeitos prejudiciais se encontram respostas prejudicadas do sistema imune e do Sistema Nervoso Central (SNC), déficits de memória e mudanças no funcionamento do lóbulo frontal do cérebro e sistema límbico (áreas do cérebro envolvidas em fatores como a resolução de problemas, julgamento, motivação, atenção, memória, aprendizagem, emoções e empatia).No caso de pessoas com risco de doenças cardiovasculares, o efeito adverso mais grave do consumo excessivo de cafeína é a capacidade de elevar a pressão arterial, acentuando os riscos ao organismo.Tudo isso foi comprovado em um estudo controlado publicado em 2005 na revista Psychosomatic Medicine.
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Os efeitos do energético no corpo

Outro estudo que mostra o problema de altas ingestões de cafeína, mais especificamente quando falamos dos energéticos, foi realizado no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston, Estados Unidos. Ele sugere que os energéticos podem fazer com que os vasos sanguíneos fiquem menos eficientes.Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram 44 estudantes de medicina saudáveis e não fumantes próximos aos 20 anos de idade. Eles testaram o efeito de uma determinada bebida energética, com 750 mL, nas células que revestem os vasos sanguíneos, chamadas de células endoteliais — a quantidade pode parecer exagerada, mas ela está realmente disponível no comércio.A função dessas células foi testada antes do consumo da bebida e depois de 90 minutos do energético ser ingerido.Após esse tempo, foi constatado que o diâmetro interno dos vasos sanguíneos diminuiu consideravelmente, ou seja, os vasos sanguíneos dos participantes se contraíram como resposta à ingestão do energético.Os pesquisadores responsáveis pelo estudo especulam que o efeito negativo da bebida sob os vasos sanguíneos seja proveniente não só da cafeína, mas da ação da taurina, do açúcar e de outras ervas que normalmente compõem essas bebidas.A pesquisa apontou, então, que a combinação de substâncias energéticas e açúcar não traz benefícios comprovados para a saúde.Nesse caso, conclui-se que, como tudo na vida, o consumo de cafeína também deve ser feito com moderação. Dessa forma, aproveita-se todos os benefícios da bebida sem trazer grandes riscos para a saúde.
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Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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