Saúde

Parestesia: o que é e o que causa?

Publicado em: 23/02/2018Última atualização: 24/08/2023
Publicado em: 23/02/2018Última atualização: 24/08/2023
Imagem dos tornozelos de uma mulher. Ela está com as mão em volta da perna.A Parestesia é uma sensação de formigamento que pode afetar diversas partes do corpo.
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A parestesia é definida como a sensação de queimação, picadas, cócegas e até mesmo formigamento em determinada região. Isso pode acontecer nos membros, como braços, pernas, mãos e pés, além de afetar a boca e a orelha, em alguns casos.

Essa terminologia agrupa diversos distúrbios nervosos, que se manifestam de formas distintas. Dentro desse grupo se encontram:

  • Anestesia: perda da sensação de determinada área ou membro;
  • Disestesia: corresponde a sensação de queimação e formigamento;
  • Alodinia: dor que o(a) paciente sente frente a um estímulo;
  • Hiperestesia: aumento da dor frente a todos os estímulos.

A parestesia oral, ou seja, que acomete a boca, ocorre geralmente após algum procedimento ortodôntico, como remoção do siso ou aplicação de anestesia.

Em alguns casos raros, pode haver a parestesia definitiva, caracterizado pelo rompimento total de um nervo da face, que ocorre durante o procedimento ortodôntico.

Para saber mais sobre a parestesia, como: quais são os fatores de risco e os sintomas, continue acompanhando o artigo!

Índice — Neste artigo, você encontrará:

  1. Causas
  2. Tipos
  3. Parestesia e paralisia: qual a diferença?
  4. A parestesia oral é culpa do dentista?
  5. Fatores de risco
  6. Sintomas
  7. Como é feito o diagnóstico da parestesia?
  8. Parestesia tem cura?
  9. Qual o tratamento?
  10. Como prevenir a parestesia?

Causas

Existem diversas causas para a parestesia, no entanto ela está sempre relacionada a algum dano nos nervos, que pode ser temporário ou permanente.

Na parestesia oral, ocorre um dano no nervo alveolar, e as causas podem ser divididas da seguinte maneira:

  • Mecânica: geralmente está relacionada a um trauma, compressão ou estiramento do nervo, em que ocorre a ruptura parcial ou total dele, com isso, desenvolve hemorragias, hematomas e edemas;
  • Patológica: acontece com o aparecimento de um tumor, que comprime os nervos da região, danificando as fibras sensitivas e causando o prejuízo sensorial;
  • Física: ocorre pela exposição ao excesso de calor ou frio, geralmente de algum tipo de procedimento, como a crioterapia, que é realizada em um ambiente frio;
  • Química: envolve a aplicação de anestésicos ou outra substância;
  • Microbiológica: tem origem de uma injeção ocasionada pela necrose pulpar, por exemplo.

No caso dessa parestesia crônica, os danos nos nervos podem ser denominados como radiculopatia e neuropatia.

Radiculopatia

A radiculopatia ocorre quando a raiz dos nervos ficam comprimidos, irritados ou inflamados. Isso pode ocorrer caso você tenha:

  • Hérnia de disco, que coloca muita pressão sobre um nervo;
  • Um estreitamento do canal que transmite o nervo da medula espinhal para uma extremidade;
  • Qualquer massa que comprime o nervo que existe na coluna espinhal.

Mesmo assim, ainda existem duas variações da radiculopatia: a lombar e a cervical. Elas se diferenciam pela área que afetam e os sintomas que causam. Confira abaixo.

Radiculopatia lombar

A radiculopatia lombar normalmente afeta as pernas e os pés, causando a parestesia. Em casos severos, ela está relacionada à compressão do nervo ciático, um grande nervo que começa na parte inferior da medula espinhal, o que pode trazer a sensação de fraqueza para as pernas.

Radiculopatia cervical

A radiculopatia cervical, por outro lado, afeta a sensação de força nos braços. Normalmente, é causada por uma pressão direta exercida sobre alguns dos nervos da coluna. Seus principais sintomas são:

  • Dor crônica no pescoço;
  • Parestesia nas extremidades superiores;
  • Fraqueza dos braços;
  • Fraqueza das mãos.

Neuropatia

A neuropatia, por outro lado, ocorre quando o nervo sofre machucados diversas vezes, de forma crônica. Algumas causas para a neuropatia incluem:

  • Trauma;
  • Lesões por movimento repetitivo;
  • Doenças autoimunes (como artrite reumatoide);
  • Condições neurológicas (como esclerose múltipla);
  • Problemas no rim ou no fígado;
  • Derrame;
  • Diabetes;
  • Tumores no cérebro ou perto dos nervos;
  • Hipotireoidismo;
  • Distúrbios da medula óssea ou do tecido conjuntivo;
  • Deficiências na vitamina B1, B6B12 e niacina;
  • Alta ingestão de vitamina D;
  • Infecções, como a doença de Lymeherpes zóster ou HIV;
  • Medicamentos, como os utilizados na quimioterapia;
  • Exposição a substâncias tóxicas, como metais pesados.
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Tipos

Existem, de modo geral, três tipos de parestesia, que podem variar de acordo com o local e/ou duração dos sintomas. Entenda a diferença entre elas a seguir.

Temporária

A parestesia temporária é caracterizada pela sensação de formigamento de alguma região do corpo e normalmente acontece quando você fica com as pernas ou braços cruzados por muito tempo. 

Nesses casos, uma pressão constante é aplicada sobre um nervo, o que faz com que ele perca um pouco da comunicação e cause uma sensação de formigamento ao voltar ao seu estado natural.

Crônica

Nesses casos, há a possibilidade de estar acontecendo algo sério com o funcionamento normal dos nervos e sistema circulatório. Normalmente, é causada por problemas relacionados à idade, como inflamações crônicas, irritação dos nervos, artritesíndrome do túnel do carpo.

Oral

Pode ser causada por um procedimento cirúrgico, e geralmente envolve a dormência da língua, lábios e do queixo. De maneira geral, não existem grandes complicações, com a possibilidade de recuperação e desaparecimento dos sintomas de forma natural.

No entanto, em alguns casos a parestesia pode ser definitiva, o que ocorre se houver o rompimento total de um nervo que fica na região do queixo. Esse tipo de lesão pode ser causada durante um erro no procedimento.

Leia mais: Odontologia Estética: quais os procedimentos mais comuns? 

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Parestesia e paralisia: qual a diferença?

Muitas pessoas confundem a parestesia com a paralisia, que são duas coisas bem diferentes entre si, enquanto a parestesia diz respeito à perda de sensibilidade em uma região, a paralisia se trata da perda dos movimentos voluntários de uma parte do corpo.

A parestesia oral é sempre culpa do dentista?

Cirurgias na boca requerem incisões, cortes e agulhadas em proporções milimétricas e todas as estruturas se encontram muito próximas. Portanto, por mais experiente e competente que seja o cirurgião, ele está sujeito a cometer erros.

Um erro por parte do profissional pode ser fator determinante para a parestesia ocorrer, mas, como em toda cirurgia, o paciente deve estar ciente da minuciosidade do procedimento e dos riscos envolvidos.

Sendo assim, antes de realizar qualquer cirurgia, é importante conversar com o profissional sobre os riscos de qualquer problema acontecer. Ainda que o procedimento seja simples, a transparência é essencial.

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Fatores de risco

Por não se tratar necessariamente de uma doença, mas sim de um sintoma, qualquer pessoa pode ser afetada pela parestesia temporária. Mesmo assim, o risco de desenvolver a condição aumenta com a idade e também com alguns fatores, como:

  • Movimentos repetitivos que comprimem os nervos, como digitar, tocar um instrumento ou praticar esportes de impacto;
  • Alta ingestão de álcool e/ou uma alimentação desequilibrada que leve à deficiência vitamínica, especialmente das vitaminas B12 e folato;
  • Diabetes tipo 1 ou 2;
  • Doenças autoimunes;
  • Condição neurológica prévia.

Sintomas

Os principais sintomas de parestesia podem ocorrer nas mãos, braços, pernas e pés, envolvendo:

  • Sensibilidade ao frio e ao calor;
  • Dor;
  • Sensação de dormência;
  • Formigamento;
  • Fisgada;
  • Coceira.

Porém, é necessário considerar que elas se subdividem em temporária ou crônica, com isso, os seus sintomas variam. Na temporária, os sintomas não passam muito da sensação de formigamento e dormência. Entretanto, no caso da parestesia crônica, alguns sintomas como fraqueza, queimação e sensação de frio ou calor podem aparecer.

Além disso, a parestesia crônica pode causar dor que se manifesta por meio de pontadas. Isso pode levar à perda de sensibilidade do membro afetado, o que pode tornar o ato de caminhar difícil.

Imagem das mãos e antebraços de um idoso. Ele segura um pulso com a outra mão, como se estivesse com dor.
Caso você se identifique com um ou mais desses sintomas, não deixe de buscar ajuda profissional adequada! Apenas o médico pode diagnosticar e orientar o melhor tratamento.

Como é feito o diagnóstico da parestesia?

A parestesia temporária é diagnosticada pelo próprio paciente, pois ocorre naturalmente e desaparece da mesma forma. Já a crônica, depende de um diagnóstico médico.

Os especialistas mais indicados para se consultar quando existe a suspeita deste tipo de problema são o neurologista, o ortopedista ou então o endocrinologista.

Durante a consulta, mencione atividades de risco, como as que demandam movimentos repetitivos e liste qualquer tipo de medicamento do qual você faz uso.

O médico vai considerar todos os seus relatos para chegar a um diagnóstico. Também é possível que ele realize um exame físico completo, além de exames neurológicos, de sangue e outros testes laboratoriais.

Se ele suspeitar de algum problema com o pescoço ou coluna vertebral, pode recomendar exames de imagem, como raio-X, exames de tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Entretanto, se a parestesia se apresenta na boca, o médico correto a se consultar é o dentista. Como as causas da parestesia oral normalmente envolvem os procedimentos odontológicos pelo qual você passou, ele é quem pode dizer se o nervo foi afetado ou não.

Assim como nos casos de parestesia persistente, você deve relatar ao dentista o que está sentindo e em quais lugares está sentindo. Baseado no seu histórico, ele deve chegar a algum diagnóstico mais preciso. Também é possível que o dentista peça alguns testes de imagem para verificar a integridade do nervo.

Parestesia tem cura?

Felizmente, a parestesia tem cura! Nos casos de parestesia temporária, ela normalmente passa por si só, sem a necessidade de tratamento. Quando os casos são crônicos, tratar a doença que está causando a parestesia é o tratamento indicado.

Entretanto, existem alguns casos de parestesia oral que são irreversíveis, levando à dormência permanente da boca. Esses casos, vale lembrar, são muito raros, ou seja, tem poucas chances de acontecer.

Leia mais: Neuropatia: o que é, o que causa e tratamentos 

Qual o tratamento?

O tratamento, como dito anteriormente, vai depender de como a parestesia afeta o portador. Se for a parestesia temporária, aquela que afeta a maior parte das pessoas, ela vai embora sem muito esforço e não precisa de um tratamento direcionado.

Nos casos da crônica e da oral, os tratamentos podem variar de acordo com a causa da doença que tem a parestesia como sintoma, como por exemplo no caso da parestesia causada por radiculopatia ou neuropatia, em que o médico pode optar por terapias não cirúrgicas, como medicação, repouso e fisioterapia.

Em casos que necessitem de cirurgia, o tipo de procedimento a ser realizado vai depender bastante da área afetada. Nos dias atuais, existem diversas técnicas minimamente invasivas de descompressão medular.

Além disso, tratamentos alternativos também podem ser utilizados como forma de complementar os tratamentos médicos regulares, como é o caso da acupuntura e da laserterapia, que usa um aparelho que emite luzes de laser infravermelho, podendo ajudar na recuperação sensitiva da região que está dormente.

Medicamentos para parestesia

Como a parestesia pode ser um sintoma de outra condição, os medicamentos, geralmente, serão utilizados para tratar a causa da parestesia ou aliviá-la. Os principais medicamentos utilizados podem envolver corticoidesvitaminas do complexo B.

Além disso, medicamentos feitos em farmácias de manipulação também podem ser indicados pelo médico. Mas vale o alerta para que, em caso de suspeita dessa ou outra condição, um profissional seja consultado, para que haja um diagnóstico e orientações adequadas, levando em conta cada caso.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual fármaco, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Como prevenir a parestesia?

Quando falamos da parestesia temporária, a melhor forma de prevenir é evitar posições que possam pressionar os nervos.

No caso da parestesia oral, não há uma prevenção eficaz. O melhor a fazer é conversar com o cirurgião dentista sobre os riscos da cirurgia e ver qual a opção ideal para você, além de optar por profissionais especializados e experientes.

Já nos casos em que a parestesia é causada por uma doença primária, o melhor método preventivo são os bons hábitos de saúde, como manter uma rotina de exercícios e uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes.


A parestesia é um sintoma incômodo, mas normalmente inofensivo. Entretanto, se for recorrente ou contínuo, pode ser um indicativo de algum problema maior. Mantenha-se sempre atento aos sinais do corpo e, sempre que tiver dúvidas, consulte um médico.

E para mais conteúdos como esse, continue acompanhando o portal Minuto Saudável e nos siga nas redes sociais.


Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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