A colonoscopia é um exame que consiste na visualização do interior do intestino grosso e da parte final do intestino delgado, em imagens coloridas que podem ser gravadas. Feito através de um endoscópio inserido pelo ânus, ajuda a verificar a existência de lesões nas paredes intestinais.
Esse procedimento torna possível a prevenção do câncer intestinal, pois é capaz de remover pólipos e estancar pequenos sangramentos nas paredes do cólon. Também pode ser usado para remover amostras de lesões suspeitas que são enviadas para análise (biópsia).
O exame é realizado através de um endoscópio chamado colonoscópio. O aparelho passa pelo reto e pelo intestino grosso, até chegar na porção distal do íleo, ou seja, a parte final do intestino delgado. Esse colonoscópio possui uma câmera na ponta, que mostra o interior do órgão em uma TV, onde o médico pode examinar o estado das paredes intestinais.
Em geral, o exame é realizado sob sedação e anestesia local. Assim, assegura-se de que o paciente não sinta desconfortos durante o processo, além de torná-lo mais colaborativo. Trata-se de um procedimento seguro que não necessita internamento, na maioria dos casos.
O médico especializado nesse exame é chamado colonoscopista. Outros profissionais habilitados para realizá-lo são endoscopistas e coloproctologistas. O gastroenterologista é o médico responsável pelo laudo.
O exame endoscópico do cólon é usado, frequentemente, para a prevenção de câncer intestinal em pessoas maiores de 50 anos. Nesse caso, recomenda-se realizar uma colonoscopia a cada 10 anos ou, caso haja histórico familiar de câncer, em um intervalo de 3 a 5 anos.
Em pessoas mais jovens, o exame pode ser requisitado em caso de:
Na presença de pólipos, o colonoscópio é capaz de removê-los total ou parcialmente. Ele também pode retirar amostras para fazer a biópsia de lesões suspeitas.
A preparação para a colonoscopia pode ser bem desagradável para alguns pacientes, uma vez que consiste em uma dieta especial e no uso de medicamentos laxativos.
Para que o colonoscopista seja capaz de visualizar a mucosa intestinal sem interferências, é preciso fazer uma limpeza do cólon. Sendo assim, o médico deve entregar um kit com instruções de como fazer isso. Em geral, esse processo é feito em casa e não apresenta perigo.
O paciente deve entrar em uma dieta líquida, pobre em fibras e gorduras, durante cerca de 1 a 3 dias antes da realização do exame. Nesse período, deve-se tomar medicamentos laxativos para acelerar o esvaziamento do cólon. É possível que o médico receite um laxante mais forte para ser tomado especialmente no último dia antes do exame.
A diarreia causada pelos medicamentos pode ser desagradável para o paciente, mas precisa acontecer para assegurar que não haja restos de fezes no intestino durante a colonoscopia. O ideal é que o paciente reserve esses dias anteriores ao exame em casa, pois precisará ir ao banheiro com frequência.
O consumo de líquidos é indispensável durante esses dias, uma vez que a diarreia causa desidratação. O paciente pode tomar sucos de frutas coados (exceto sucos com coloração avermelhada, como suco de uva ou morango), chás e café puro, mas o mais importante é a água. Não se deve tomar leite, refrigerantes, bebidas alcoólicas e quaisquer líquidos com coloração avermelhada.
O médico responsável pode passar outras instruções para casos específicos.
Lembre-se sempre de checar as instruções e tirar suas dúvidas com o médico.
O paciente deve também pedir o acompanhamento de um amigo ou familiar no dia do exame, pois o efeito da sedação pode demorar para passar.
A maior parte das medicações não apresenta problemas ou obstáculos para o exame e, por isso, não há necessidade de descontinuação. É de extrema importância que o paciente conte ao médico todas as medicações que usa, para que sejam feitos os ajustes necessários.
Medicamentos como insulina podem sofrer reajustes, especialmente por conta da dieta limitada que altera o nível de glicose no sangue. Já os medicamentos a base de ferro devem ser descontinuados, uma vez que podem atrapalhar a visualização.
No que tange drogas que agem na coagulação, há a necessidade de atenção redobrada. Durante o exame, o médico pode fazer a retirada de pólipos e amostras de lesões, o que causa ferimentos que podem sangrar. Medicamentos anticoagulantes, como heparina e varfarina, são contraindicados em pacientes que irão realizar o exame. Já drogas como ácido acetilsalicílico, clopidogrel e anti-inflamatórios não precisam ser parados antes do exame.
O procedimento começa com a sedação do paciente, que é colocado deitado de lado em uma maca. Em geral, essa sedação vem acompanhada de uma anestesia local, para que o paciente não sinta desconforto durante o processo.
Quando o paciente está propriamente sedado, o médico introduz o colonoscópio pelo ânus. O aparelho injeta gás carbônico para insuflar as alças intestinais e abrir passagem. Assim, ele progride lentamente através do reto e do cólon, até alcançar o final do intestino delgado.
Caso o médico encontre pólipos ou lesões suspeitas no caminho, ele pode fazer a retirada dos mesmos, além de coletar material para biópsia, que pode demorar uns dias para entregar um laudo oficial.
Em geral, esse processo dura entre 20 minutos e 1 hora. Já o efeito da sedação pode demorar bastante para passar, de modo que pode haver sonolência durante o resto dia. Assim, quando o exame acabar, o paciente não deve dirigir, trabalhar ou operar máquinas. Por isso, ele só deve ser liberado do hospital ou clínica na presença de um acompanhante.
Por ser um exame feito enquanto o paciente está sedado e anestesiado, é incomum que ele sinta alguma dor durante o procedimento. Entretanto, vale lembrar que o colonoscópio libera gás carbônico dentro do intestino, o que pode levar o paciente à cólicas e necessidade de liberar flatos (soltar pum) por algum tempo após o exame.
Os resultados do exame devem ser avaliados por um gastroenterologista ou coloproctologista, que poderá classificá-lo em normal, anormal ou inconclusivo. Saiba mais abaixo:
Quando não é encontrada nenhuma anormalidade nas paredes intestinais, o resultado será considerado normal. Caso você não tenha qualquer outro fator de risco — fora a idade — para desenvolver câncer intestinal, o médico provavelmente pedirá que você repita o exame em 10 anos.
O resultado é considerado anormal quando, no decorrer do exame, foram encontrados pólipos ou lesões suspeitas no interior do cólon, como hemorroidas, úlceras, divertículos ou inflamações.
Embora a maior parte dos pólipos não representem riscos maiores, alguns podem se tornar lesões pré-cancerosas, ou seja, com grandes possibilidades de evoluir para uma neoplasia maligna. Os tecidos recolhidos durante o procedimento são enviados para análise.
Caso o médico encontre poucos pólipos menores que um centímetro de diâmetro, não é necessária a realização de uma nova colonoscopia por cerca de 10 anos. Entretanto, quando o tamanho ultrapassa 1 centímetro e a quantidade se mostra grande, o médico pode pedir que você volte a realizar o exame em 3 ou 5 anos, dependendo dos fatores de risco envolvidos.
Quando há a remoção de um ou mais pólipos cancerígenos, o médico pode pedir um acompanhamento e a repetição do exame em cerca de 3 meses.
Se você tiver pólipos ou tecidos anormais que não foram removidos durante o exame, seu médico pode recomendar que você faça um novo exame com um outro médico que tenha maior experiência na remoção de pólipos grandes.
Caso o médico tenha dúvidas sobre a qualidade da visualização, ou quando há resíduos fecais que impossibilitam parte do exame, pode haver a necessidade de repeti-lo em pouco tempo. Quando há, também, algum bloqueio que impede o avanço do colonoscópio, o médico irá recomendar uma colonoscopia virtual.
Algumas ações normais do cotidiano podem mostrar alterações nas imagens do exame, o que pode confundir o médico e entregar um laudo impreciso. São elas:
Após o procedimento, o paciente fica em observação por, em média, 30 minutos. Depois desse tempo, caso não apresente maiores dificuldades, ele é liberado para ir para casa acompanhado de um familiar ou cuidador.
É comum ter cólicas e liberar flatos nas horas que procedem o exame. Para ajudar a liberar os gases, é recomendado que o paciente caminhe, com a ajuda de um acompanhante.
O efeito da sedação pode demorar para passar. Por isso, a pessoa não deve ir para casa desacompanhada, dirigir ou operar máquinas. É importante que o paciente, ao sair do hospital ou clínica, fique em repouso e não faça atividades que exijam muito esforço ou cuidado com o corpo, pois os reflexos podem ficar um pouco alterados pelo resto do dia.
Em geral, o paciente pode voltar a comer normalmente após o exame. Algumas vezes, como no caso de extração de pólipos e outros procedimentos que podem machucar as paredes intestinais, o médico pode passar uma dieta especial até que o intestino esteja recuperado.
Caso o paciente não tenha histórico de câncer intestinal na família, ele precisará voltar a realizar o exame após 10 anos. Já quando há histórico familiar, o recomendado é voltar a cada 3 ou 5 anos.
A colonoscopia definitivamente não deve ser realizada em caso de:
Há, também, contraindicações relativas, ou seja, fica a critério do médico decidir por uma colonoscopia ou não. Nesses casos, as vantagens e desvantagens devem ser cuidadosamente consideradas, e o exame deve ser feito cautelosamente. São elas:
Caso o paciente esteja fazendo tratamento com anticoagulantes, o exame deve ser adiado para outra ocasião.
Uma vez que a colonoscopia é um exame seguro, as complicações surgem muito raramente, porém podem tomar proporções graves. Em um procedimento normal, o risco de qualquer complicação é muito baixo. Já nos procedimentos que envolvem a retirada de pólipos e biópsias, o risco sobe um pouco, porém a taxa de mortalidade continua a ser extremamente baixa (0,007%).
Com a retirada de pólipos e outros tecidos estranhos, pode haver sangramento que não estanca sozinho. Nesses casos, deve-se contatar o médico, que, em geral, é capaz de resolver o problema com facilidade.
Mais raramente, ocorre a perfuração do intestino. O paciente é submetido à cirurgia para solucionar o problema.
Efeitos colaterais dos remédios laxativos ou da sedação são mais comuns. Esses podem ser facilmente contornados com a ajuda de outros medicamentos indicados pelo médico.
Algumas vezes, pode acontecer de o paciente ter uma sedação prolongada, ou seja, permanecer desacordado por mais tempo do que o esperado. Geralmente, o médico consegue resolver isso na própria sala de exame.
Dificilmente pode haver a transmissão de doenças, uma vez que o aparelho costuma ser esterilizado após cada procedimento.
O paciente deve entrar em contato com o médico caso tenha os seguintes sintomas depois do exame:
A colonoscopia é um exame simples que pode ajudar a prevenir o câncer intestinal, assim como captá-lo logo em seu início, aumentando as chances de cura. Esse artigo busca informar o paciente sobre o procedimento, que é seguro e raramente apresenta complicações.
Se você ou algum conhecido sente receio em relação à colonoscopia, compartilhe esse artigo para que mais pessoas possam compreendê-la melhor e até mesmo evitar doenças futuras.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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