É pelo sistema digestivo que você retira toda a energia que seu corpo usa. O alimento que você come percorre alguns centímetros da sua boca até seu estômago, onde grande parte dele é digerido.
Depois do estômago, a comida vai para o intestino delgado e, depois, para o grosso. Esse é o caminho longo. Os dois intestinos, juntos, podem ter de 6 a 8 metros de comprimento, enrolados aí dentro da sua barriga. Grande parte da absorção de nutrientes acontece dentro dele, mas esse órgão é capaz de muito mais.
Para entender, é importante aprendermos um pouquinho sobre o sistema nervoso central.
Índice — Neste artigo, você encontrará:
O Sistema Nervoso Central (SNC) desempenha um papel fundamental na regulação e coordenação de uma ampla variedade de funções no corpo humano.
Extremamente complexo, composto pelo cérebro e pela medula espinhal, é responsável por inúmeras atividades que afetam nossa experiência diária e o funcionamento do organismo como um todo.
Uma das funções mais evidentes é a transmissão de sinais de dor. Quando tocamos algo quente, por exemplo, receptores de dor na pele enviam sinais para o SNC, que rapidamente responde, gerando a sensação de dor.
Essa resposta imediata é indispensável para nossa sobrevivência, pois nos impulsiona a retirar a mão do objeto quente, evitando danos mais graves.
Além disso, o SNC controla o movimento do corpo. A partir de comandos do cérebro, transmitidos através da medula espinhal, somos capazes de realizar uma variedade de atividades motoras, desde movimentos complexos dos braços até o equilíbrio proporcionado pelas pernas.
A fala, a capacidade de sentir gostos e cheiros, assim como a visão, são outras funções sensoriais e motoras reguladas por esse sistema.
No âmbito emocional, o SNC também exerce influência significativa. As emoções, como a alegria, a tristeza, a excitação e a tranquilidade, são coordenadas por complexas interações entre diferentes regiões do cérebro.
Acredita-se que desequilíbrios nos neurotransmissores, substâncias químicas responsáveis pela transmissão de sinais entre os neurônios, no SNC estejam associados a condições como depressão e ansiedade.
Esses desequilíbrios podem afetar a comunicação entre as células nervosas, contribuindo para sintomas emocionais e comportamentais.
Apesar de sua abrangência, o SNC não controla todas as funções corporais. Por exemplo, o controle da digestão não é uma responsabilidade direta do SNC, mas sim do Sistema Nervoso Entérico.
Este sistema, localizado no trato gastrointestinal, regula processos como a motilidade intestinal e a liberação de enzimas digestivas, desempenhando o papel na digestão e absorção dos alimentos.
O sistema digestivo é como um segundo cérebro em seu corpo. Ele é extremamente comprido e possui em torno de 500 milhões de neurônios. Não é nem perto dos 86 bilhões de neurônios presentes no cérebro, mas ainda é um número consideravelmente alto.
O intestino é o único órgão do corpo que funciona perfeitamente bem sem os comandos do cérebro. É por isso que o sistema neuronal do intestino é chamado de Sistema Nervoso Entérico, ou SNE.
Esses neurônios fazem o estômago produzir ácidos estomacais quando você começa a mastigar, são eles que decidem quando a comida está digerida o bastante para ir do estômago para o intestino e também são eles que dizem para os músculos intestinais se moverem.
A maior parte destes neurônios se encontra nas paredes do intestino. Eles coordenam os movimentos do órgão e, só no fim do caminho, quando a vontade de evacuar aparece, é que o cérebro (e o SNC) retoma o controle.
Por anos, cientistas vêm estudando o SNE para descobrir sobre a conexão entre ele e o cérebro. Uma das principais descobertas envolve o microbioma intestinal, ou flora intestinal, que é o conjunto de bactérias vivendo nos intestinos.
O microbioma humano é um ecossistema complexo e diversificado composto por trilhões de microrganismos, principalmente bactérias, que coexistem em simbiose com o corpo humano.
Essa comunidade microbiana é essencial em vários aspectos da saúde e da doença, e a compreensão de sua complexidade tem evoluído rapidamente nas últimas décadas.
Historicamente, as bactérias foram consideradas como a maior causa de morte da humanidade devido às infecções que causam.
No entanto, a descoberta e o desenvolvimento de antibióticos no século passado representaram uma revolução na medicina, proporcionando uma ferramenta eficaz para combater muitas infecções bacterianas. Esses medicamentos salvaram inúmeras vidas e transformaram a prática da medicina.
É importante ressaltar que nem todas as bactérias são prejudiciais. Na verdade, a maioria delas é essencial para a nossa sobrevivência e saúde.
O corpo humano abriga uma quantidade impressionante de microrganismos, com cerca de 30 trilhões de células humanas e surpreendentes 39 trilhões de bactérias. Isso significa que, em termos numéricos, nosso corpo contém mais bactérias do que células humanas.
O equilíbrio do microbioma é delicado e pode ser influenciado por vários fatores, como dieta, estilo de vida, uso de antibióticos e outros medicamentos.
Alterações no microbioma foram associadas a uma variedade de condições de saúde, incluindo distúrbios gastrointestinais, obesidade, diabetes e até mesmo condições neurológicas.
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Embora o SNE tenha a capacidade de funcionar de maneira autônoma, ele está longe de ser isolado do SNC. Uma das principais vias de comunicação entre esses sistemas é a flora intestinal, composta por milhões de bactérias que residem no intestino.
Essas bactérias desempenham um papel vital na manutenção da saúde intestinal e, surpreendentemente, também influenciam a comunicação entre o intestino e o sistema nervoso.
A interação entre as bactérias intestinais, o intestino e o SNE ocorre através de vários mecanismos. O SNE envia sinais ao SNC por meio de hormônios, do sistema imunológico e do nervo vago, que é uma espécie de canal de comunicação direta entre o cérebro e os órgãos internos.
Essa comunicação bidirecional significa que o que acontece no intestino pode ter impactos significativos no restante do corpo, incluindo o cérebro.
O termo "enfezado", relacionado ao mau humor devido à prisão de ventre, ilustra como a constipação pode afetar o humor das pessoas, destacando a influência do estado intestinal nas emoções. No entanto, essa influência vai além do humor diário.
Estudos recentes indicam que o microbioma intestinal pode ter certa influência em várias condições de saúde mental, como ansiedade, depressão, esquizofrenia e até mesmo autismo.
As descobertas indicam que o sistema nervoso central e o entérico influenciam muito um ao outro, além de apontar que a flora intestinal é muito importante neste processo. Aprender a controlar e identificar os causadores destas influências pode abrir um novo caminho para o tratamento de doenças psiquiátricas.
Em um futuro não muito distante uma opção de tratamento para depressão, por exemplo, pode ser alterar a flora intestinal, o que pode ser feito de maneiras tão simples quanto inserir um iogurte diferente na alimentação. Enquanto não descobrimos exatamente como fazer isso, lembre-se de tratar seu segundo cérebro.
Coma bastante fibra, alimente-se bem e cuide da sua saúde intestinal. Assim ela pode cuidar de você também.
O intestino tem tantos neurônios que quase pode ser considerado um segundo cérebro de nosso corpo. O sistema nervoso entérico é capaz de influenciar nosso humor ao ponto de ter efeitos sobre doenças como a depressão e a ansiedade.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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