Saúde

Interação medicamentosa: quais os riscos e como evitar?

Publicado em: 14/07/2020Última atualização: 27/07/2022
Publicado em: 14/07/2020Última atualização: 27/07/2022
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Ao ouvir interação medicamentosa, grande parte das pessoas acredita que se trata apenas da perda do efeito de um medicamento. Porém, nem todo mundo sabe que há diversas relações possíveis entre medicamentos — que incluem cortar, aumentar ou diminuir o efeito destes, por exemplo.

No artigo a seguir você descobre mais informações sobre o assunto, o que é, quais as interações mais comuns e como evitar. Confira!

O que é interação medicamentosa? 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define a interação medicamentosa como “evento clínico em que o efeito de um medicamento é alterado pela presença de outro fármaco, de alimento, de bebida ou de algum agente químico”. 

Ou seja, a interação medicamentosa nada mais é do que o que ocorre quando um medicamento tem seus efeitos aumentados, reduzidos ou anulados por algum fator. Portanto, é preciso dar atenção ao uso em conjunto de: 

  • Medicamentos X medicamentos;
  • Alimentos X medicamentos;
  • Substâncias químicas (como álcool ou tabaco) X medicamentos.

É importante ressaltar que uma interação pode não acometer todos os indivíduos da mesma maneira. Além disso, é difícil prever exatamente quais efeitos e reações o uso de duas substâncias que têm potencial de interagir entre si irá causar em uma pessoa. 

Ademais, não se conhece extensamente as predisposições ou fatores que protegem uma interação de ocorrer, ou seja, os fatores que podem determinar se ela irá acontecer ou não. 

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Quais as interações medicamentosas mais comuns?

De forma geral, a possibilidade de interação medicamentosa é mais elevada para aquelas pessoas que fazem o uso de vários medicamentos ou que costumam automedicar-se.

É extremamente comum observar casos de interação entre medicamentos como o paracetamol e a dipirona e isso ocorre pois são fármacos considerados pouco perigosos quando usados com prescrição médica. 

A seguir, listamos as principais interações entre remédios e com alimentos, confira: 

Entre remédios 

As interações medicamentosas mais comuns entre dois medicamentos são:

  • Anticoncepcionais têm seu efeito diminuído ou anulado quando tomados com antibióticos
  • Antibióticos podem perder seu efeito se forem engolidos com antiácidos; 
  • Vitamina K tende a diminuir a resposta de anticoagulantes orais;  
  • Antiácidos diminuem ou retardam o efeito de anti-inflamatórios.
As interações medicamentosas entre remédios são comuns.

Com alimentos 

Já as interações medicamentosas mais comuns entre remédios e alimentos são: 

  • O leite tende a anular o efeito das Tetraciclinas; 
  • Açúcares e gorduras podem dificultar a ação de medicamentos antidiabéticos. O mesmo vale para a mistura entre sal e remédios para combater a hipertensão;
  • Anti-inflamatórios devem ser tomados juntamente com as refeições para evitar irritação no estômago.

É importante ressaltar que grande parte dos medicamentos devem ser tomados com o auxílio de água mineral, ao menos que haja recomendação médica para que o remédio seja administrado de outra forma. 

Isso acontece pois existem algumas bebidas (inclusive sucos e chás) que, quando consumidas com medicamentos, podem provocar interação medicamentosa ou causar desconfortos estomacais.

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Quais os riscos da interação medicamentosa?

Grande parte dos casos de interação medicamentosa não costuma ser grave e os (as) pacientes acabam nem descobrindo que consumiram substâncias, alimentos ou medicamentos capazes de interagir entre si.

No entanto, a interação pode apresentar riscos à saúde do (a) paciente, sendo que os principais estão relacionados à toxicidade de um medicamento — ou seja, quando uma substância aumenta o potencial tóxico de outra.

Além disso, a redução ou anulação do efeito de um fármaco também pode trazer riscos à saúde, visto que o fármaco não desempenha o efeito necessário no organismo do (a) paciente. 

Como mencionado anteriormente, a administração de antiácidos com antibióticos é um exemplo disso e quando ocorre, os antibióticos com efeito anulado ou reduzido, não desempenham seus papéis e, consequentemente, não combatem os agentes infecciosos adequadamente. 

Remédio com bebida alcoólica é perigoso?

No geral, sim. A bebida alcoólica pode diminuir, aumentar ou anular o efeito dos medicamentos, ou seja, cada medicamento irá interagir de uma maneira diferente com a bebida. 

O fígado é o órgão que mais pode ser comprometido pela interação de medicamentos e álcool, visto que as bebidas alcoólicas e grande parte dos medicamentos são metabolizados por ele. 

Um exemplo disso é a interação entre o álcool e o paracetamol — combinação proibida perante os riscos de hepatite medicamentosa. Outras combinações e seus riscos são:

  • Dipirona e álcool: os efeitos da bebida alcoólica podem ser aumentados;
  • Ácido acetilsalicílico e álcool: como o ácido acetilsalicílico irrita a mucosa estomacal, há riscos de sangramentos estomacais;
  • Álcool e antibióticos como Metronidazol; Trimetoprim-sulfametoxazol, Tinidazole, Griseofulvin: a interação pode levar à intoxicação do organismo, causando vômito, palpitações, cefaleia (dor de cabeça), queda de pressão, dificuldade respiratória e até a morte);
  • Álcool e antibióticos como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e isoniazida: a bebida pode inibir a ação dos medicamentos e/ou levar a danos no fígado;
  • Antidepressivos e álcool: os efeitos do medicamento podem ser reduzidos e o seu potencial sedativo pode ser aumentado;
  • Ansiolíticos e álcool: os efeitos sedativos podem ser aumentados, acarretando em casos moderados a graves que incluem coma e morte;
  • Anticonvulsivantes e álcool: os efeitos adversos podem ser agravados, havendo risco de intoxicação. Além disso, o medicamento tende a ser menos eficaz contra as crises de epilepsia.

A interação medicamentosa pode ser benéfica?

Alguns casos de interação medicamentosa podem ser benéficos e incluem o possível aumento da ação de uma substância ou a anulação de seus efeitos adversos. 

Um exemplo é o consumo de alguns antibióticos junto às refeições. Como os medicamentos desse tipo tendem a causar reações como azia, excesso de gases, diarreia e enjoos, a administração em conjunto com alguns alimentos, pode reduzir seus efeitos adversos. 

Outro exemplo é a administração combinada de anti-hipertensivos e diuréticos, na qual o último promove o aumento do efeito do primeiro. 

Leia também: Polifarmácia (polimedicação): o que é e riscos para a saúde 

Como saber se há risco de interação medicamentosa?

A melhor forma de saber se o medicamento que você está utilizando pode apresentar alguma interação medicamentosa com outros medicamentos, substâncias ou alimentos é lendo a bula.

A bula traz todas as informações fundamentais para o uso consciente de um medicamento e as possíveis interações medicamentosas podem ser encontradas no tópico “o que devo saber antes de tomar esse medicamento?”.

Caso não tenha guardado a bula física do medicamento não se preocupe! Ela pode ser encontrada facilmente na internet em sites como o da plataforma Consulta Remédios e o do bulário eletrônico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Caso continue com dúvidas após ler a bula, entre em contato com um (a) médico (a) ou com um (a) farmacêutico (a). 

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Como evitar?

Alguns cuidados podem ser tomados como forma de evitar as interações medicamentosas e seus possíveis riscos à saúde. Confira mais sobre cada um deles a seguir:

Converse com profissionais em saúde

Ao consultar médicos (as), farmacêuticos (as) ou outros profissionais da saúde, sempre os informe a respeito de todos os medicamentos dos quais faz uso. 

As substâncias de uso pontual, como cloretos, extratos, cápsulas vitamínicas ou de reposição hormonal, entre outros, também devem ser informadas ao profissional. 

Além disso, como visto ao longo do texto, a interação medicamentosa pode ser acarretada por fatores externos como o álcool e o tabaco, portanto, o (a) médico (a) também deve estar ciente do uso ou não dessas substâncias. 

Leia a bula 

Como visto anteriormente, a bula é o lugar ideal para verificar as possíveis interações medicamentosas. Portanto, leia a bula antes de administrar qualquer medicamento.

Não pratique a automedicação

Além de poder camuflar os sintomas e adiar um diagnóstico correto, a automedicação pode colocar em risco a saúde dos (as) pacientes. 

Utilizar medicamentos de forma orientada é a melhor maneira de evitar qualquer dano ou evento adverso. Portanto, consultar profissionais em medicina e farmácia é indispensável.

Leia mais em: O que é automedicação, causas e quais são as consequências?


Lembre-se de sempre ler a bula antes de administrar um medicamento, além de, fazer o uso destes somente mediante prescrição e orientação médica. 

Continue acessando o site e as redes sociais do Minuto Saudável e tenha mais informações sobre remédios e saúde.


Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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