Saúde

Imunossupressão: o que é, quais são as doenças e tratamentos

Publicado em: 18/10/2021Última atualização: 18/10/2021
Publicado em: 18/10/2021Última atualização: 18/10/2021
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Conhecida popularmente como imunodeficiência (termo não mais utilizado), a imunossupressão é uma condição que abrange centenas de doenças. O(a) paciente imunocomprometido(a) é suscetível a uma série de complicações, pois seu sistema imunológico é incapaz de combater infecções e inflamações sozinho.

Vários cuidados e tratamentos precisam ser tomados e feitos para resguardar a saúde do(a) portador(a) de imunossupressão e evitar mais complicações.

No artigo a seguir, você entenderá um pouco mais sobre como a condição surge, tipos e como é o processo de diagnóstico e tratamento. Confira!

O que é e o que causa a imunossupressão?

Imunossupressão é uma condição que compromete e enfraquece o sistema imunológico. Seus portadores tendem a ficar doentes com mais frequência e não respondem bem quando estão com algum problema de saúde. Isso porque os glóbulos brancos, células responsáveis pela proteção contra corpos estranhos, têm sua produção e capacidade reduzida. 

Pacientes com diagnóstico de imunossupressão podem contrair a condição de duas formas: hereditariamente, ou seja, quando há histórico familiar ou em casos de casamento consanguíneo (casamento entre pessoas da mesma família), e após contrair alguma doença, como infecções virais, bacterianas, fúngicas, entre outras.

Os primeiros sinais podem ser observados desde o nascimento. Quando quadros de infecções se tornam frequentes e há dificuldade de recuperação, isso pode ser um indicativo de que a criança é imunocomprometida.

Por ser facilmente confundida com doenças infecciosas ou respiratórias características da infância, a imunossupressão pode ser diagnosticada, em alguns casos, tardiamente. Portanto, é essencial procurar um(a) médico(a) pediatra a qualquer sinal de sintomas adversos e, especialmente, se esses sintomas se tornarem corriqueiros.

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Tipos de imunossupressão

Existem duas classificações de imunossupressão. Confira na lista abaixo as características de cada uma e como são contraídas:

1. Primária

Comum em pacientes com histórico familiar ou que são fruto de casamento consanguíneo (entre pessoas da mesma família), o tipo primário da doença pode facilitar o surgimento de centenas de complicações. Alguns sinais, como infecções constantes e dificuldade de recuperação das mesmas podem indicar, já na infância, que a criança é imunossuprimida.

Como dito anteriormente, tende a ser confundida frequentemente com doenças pediátricas comuns. Portanto, é essencial investigar a fundo para evitar complicações futuras e, até mesmo, em alguns casos, a morte do(a) paciente.

O comprometimento da imunidade humoral (conferida pelos anticorpos), celular (imunidade de memória) e em ambas, dos fogócitos (protegem o corpo de organismos estranhos e combatem infecções) e das proteínas do complemento (responsáveis pela resposta inflamatória) são as principais causas de imunossupressão primária.

2. Secundária ou adquirida

Se desenvolve ao longo da vida por conta do uso de alguns medicamentos ou após contrair alguma infecção ou doença. Além disso, é mais comum do que as condições imunossupressoras primárias. Pacientes portadores(a) de HIV e diabetes são alguns exemplos de imunossuprimidos.

Doenças crônicas, sérias (como câncer), desnutrição e, em casos raros, radioterapia, são alguns dos principais causadores da condição de classificação secundária (adquirida).

3. Comum variável (ICV)

Nessa classificação, o(a) paciente portador(a) possui baixa produção de anticorpos, mas os linfócitos não possuem comprometimento. É considerada secundária, ou seja, é adquirida ao longo da vida, especialmente por pessoas com mais de vinte anos de idade.

Sintomas respiratórios, tosse crônica (em alguns casos com sangue) e diarreia crônica são alguns dos sintomas característicos de pacientes com imunossupressão comum variável. 

2. Combinada Grave (SCID)

De origem primária, a classificação tem como característica o comprometimento tanto dos anticorpos quanto dos linfócitos. Pneumonia, candidíase e infecções causadas por vírus antes dos seis meses de idade são fortes sinais de que a criança é imunocomprometida. 

Se não tratada adequadamente e com acompanhamento médico, a condição pode levar a óbito.

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Quais doenças causam imunossupressão?

A imunossupressão pode ser desencadeada por diversas doenças e infecções, entre as mais comuns estão:

  • HIV: doença viral contraída por meio de relação sexual desprotegida, pelo compartilhamento de seringas, agulhas e alicates com sangue infectado, transfusão de sangue de pacientes diagnosticados com a condição ou através da amamentação (quando a mãe é portadora);
  • Diabetes: desencadeada pela absorção e produção insuficiente de insulina (hormônio responsável pela regulação de glicose no organismo);
  • Câncer: causado pelo crescimento anormal e desenfreado de células malignas no organismo. Pode acometer diversos órgãos, como pele, olhos, mama, próstata e intestino, por exemplo;
  • Desnutrição: condição causada pelo consumo insuficiente de vitaminas e minerais importantes para a manutenção do organismo e de seus processos. Compromete o sistema imunológico, deixando-o vulnerável a uma série de doenças, vírus, bactérias e outros microrganismos.
O sistema imunológico de uma pessoa diagnosticada com imunossupressão possui dificuldade em combater infecções.

Sintomas comuns em portadores de imunossupressão

Os sintomas podem variar de acordo com a classificação. Além da frequência com que aparecem, é preciso se atentar a sinais característicos que podem indicar que a(o) paciente é imunossuprimida(o). Infecções virais e bacterianas persistentes e que, frequentemente, levam a complicações, são suficientes para acender o sinal de alerta. O trato respiratório é um dos mais comprometidos, portanto, fique atento a gripes e resfriados e sua manifestação, pois nesse tipo de paciente, pode haver evolução para doenças como pneumonia.

Candidíase, otites, gengivite e afta persistente e reincidente também podem ser indicativos. Febre, perda de peso e de apetite repentinas são sintomas muito observados em pacientes com diagnóstico da condição.

Se você possui algum dos sintomas relatados acima, procure o mais rápido possível ajuda médica e não se automedique! 

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Quais são os tratamentos?

O tratamento varia de acordo com o diagnóstico (primário ou secundário) e com o quadro atual da(o) paciente.

Além do tratamento medicamentoso e com terapias das doenças causadoras da imunossupressão e de sintomas característicos, o(a) médico(a) pode recomendar outros métodos, como reposição de anticorpos por via intravenosa ou subcutânea de acordo com a necessidade do(a) portador(a). Nos casos mais graves, terapias genéticas e um transplante de medula óssea podem ser recomendados.

Uma rotina de cuidados, com alimentação balanceada e saudável e hábitos de higiene também são complementos importantes ao longo não apenas do tratamento, mas de toda a vida do(a) paciente. Dependendo do tipo de condição do paciente, o acompanhamento com vários tipos de especialidades médicas.

Algumas vacinas podem ser aplicadas em pessoas imunocomprometidas com o objetivo de ajudar a fortalecer o sistema imunológico, mas apenas em casos onde a doença diagnosticada não compromete a produção de glóbulos brancos (anticorpos). Vacinas que levam microrganismos atenuados (vivos mas enfraquecidos), como sarampo e rotavírus, podem desencadear infecções nesse tipo de paciente, por isso não são recomendadas. Além disso, para criar uma barreira protetora ao redor do(a) imunocomprometido(a), os familiares mais próximos devem se vacinar conforme o calendário nacional de vacinação.

Portanto, para saber qual a melhor alternativa para você, é preciso consultar seu(a) médico(a). A automedicação e o diagnóstico tardio podem desencadear uma série de complicações e a progressão da condição.


Apesar de ser uma condição que requer uma série de cuidados, a(o) paciente com imunossupressão pode levar uma vida relativamente normal. Além de tratamento medicamentoso, de terapias específicas, os hábitos de higiene também são muito importantes para a manutenção da saúde e bem-estar físico e mental.

Para mais informações sobre doenças e saúde, acesse a categoria de Saúde do Minuto Saudável!

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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