O hipotireoidismo é uma condição caracterizada pela produção insuficiente de hormônios pela glândula tireoide. Esses hormônios têm um papel importantíssimo em uma série de funções corporais, incluindo a regulação da frequência cardíaca, temperatura corporal e metabolismo.
A tireoide é uma glândula localizada no pescoço, na região popularmente conhecida como pomo de Adão ou gogó. É muito comum ela ser comparada ao formato de uma borboleta ou de um escudo.
Conhecer mais sobre essa parte essencial do organismo é importante para poder identificar quando tudo não está ocorrendo da forma como deveria.
Quando há uma deficiência dos seus hormônios, o organismo pode experimentar uma série de sintomas e impactos negativos em seu funcionamento geral.
Dessa forma, o funcionamento correto de órgãos vitais, o crescimento e desenvolvimento durante a infância e adolescência, o peso, o humor, ciclo menstrual e várias outras funcionalidades do corpo ficam prejudicadas.
No texto a seguir, explicamos como isso acontece e quais as causas.
Índice — Neste artigo você verá:
O hipotireoidismo, ou tireoide hipoativa, é uma doença em que a tireoide, uma das principais glândulas do organismo, não funciona corretamente. Entre as alterações que acometem a glândula, essa é a mais comum.
Nessa condição, ela acaba produzindo de forma reduzida os hormônios T3 e T4 (triiodotironina e tiroxina), importantes em diversas funções. Com a produção insuficiente, é como se o organismo estivesse com menos “combustível”, funcionando de forma mais devagar.
Essa lentidão acaba sendo bastante prejudicial à saúde, pois compromete a forma como órgãos vitais trabalham, deixando a frequência cardíaca mais lenta, por exemplo.
A resposta do organismo é uma tentativa de poupar as energias, já que ele entende que não há recursos (hormônios) suficientes para manter todas as atividades normalmente.
Também é uma doença associada ao ganho ou dificuldade de perder peso devido à retenção de líquidos e ao metabolismo, que se torna mais lento, sendo um dos sintomas perceptíveis da condição.
Entretanto, o que provoca o hipotireoidismo é algo que varia bastante. Pode ocorrer por ser uma doença congênita, autoimune, por medicação, por deficiência de iodo e até mesmo decorrente da gravidez.
De modo geral, é uma doença mais comum entre as mulheres, pessoas com mais de 60 anos e em quem tem histórico familiar da doença. No entanto, também pode se manifestar em crianças e adolescentes.
No CID-10, o Código Internacional de Doenças, o hipotireoidismo é encontrado por diferentes códigos, de acordo com a causa, sendo eles os seguintes:
O hipotireoidismo e o hipertireoidismo são desordens que acometem o funcionamento da tireoide, sendo doenças diferentes por provocarem efeitos opostos.
Enquanto no hipotireoidismo há uma baixa secreção de hormônios, no hipertireoidismo ocorre uma liberação em excesso.
No hipertireoidismo, a pessoa afetada tem uma tireoide hiperativa, que torna o metabolismo muito mais acelerado, pois fornece uma quantidade muito superior de hormônios do que o organismo precisa.
As duas condições devem ser diagnosticadas e supervisionadas por um médico endocrinologista.
Além de ser dividido pelas causas, o hipotireoidismo é também classificado de acordo com a forma que as glândulas secretam os hormônios, que são do tipo primário, secundário e terciário.
Se tratando de uma avaliação laboratorial, a doença pode ser dividida ainda entre;
Aqui o paciente apresenta uma tireoide incapaz de produzir a quantidade de hormônios suficiente para o funcionamento correto do organismo.
Dessa forma, ao realizar o exame de sangue, terá níveis baixos do hormônio T3 e T4 e níveis altos de TSH. Os níveis altos de TSH representam uma tentativa da hipófise de fazer com que a tireoide funcione corretamente, mas as doses secretadas não dão conta disso.
Nesses quadros, é comum que a doença seja progressiva e com o passar do tempo, se não tratada, o risco de complicações é maior.
Também chamado de pré-hipotireoidismo, o paciente apresenta níveis normais de hormônios tireoidianos (T3 e T4), mas níveis elevados de TSH.
Nesses casos, a tireoide já não está em perfeito estado, mas ainda é capaz de produzir hormônios na quantidade suficiente devido aos níveis altos de TSH.
É o hipotireoidismo em que a pessoa já nasce com a disfunção. Pode ocorrer na criança por malformação da tireoide durante a gestação, por problemas na síntese de TSH e excesso ou deficiência de iodo, por exemplo.
Esse tipo é perigoso, pois se não diagnosticado e tratado precocemente pode causar danos às funções cerebrais da criança.
O hipotireoidismo é uma doença causada pela baixa produção e secreção de hormônios tireoidianos, como o T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
São vários os fatores que podem desencadear a condição, como cirurgias, medicamentos, doenças autoimunes, gestação e malformações no período intrauterino (congênito).
Entenda melhor os principais fatores que provocam essa doença são:
É muito comum relacionarem o hipotireoidismo ao ganho de peso, sendo recorrente que pessoas acima do peso ou com dificuldades em emagrecer busquem investigar se possuem alguma alteração na tireoide.
Então, entender de que forma a doença interfere no metabolismo é um dos passos mais importantes para compreender essa questão dos quilinhos a mais. Quem tem hipotireoidismo sofre um prejuízo na ação do metabolismo, que se torna mais lento.
Contudo, quando falamos dessa alteração, estamos nos referindo à condição ainda não diagnosticada e tratada corretamente. Por isso, é possível dizer que o hipotireoidismo engorda, mas não ao ponto de ser o único fator determinante em um aumento extravagante de peso.
Ou seja, com o metabolismo lento, o paciente com hipotireoidismo não vai conseguir queimar as calorias da mesma forma que uma pessoa que está com o organismo funcionando perfeitamente.
A partir do tratamento iniciado e o sucesso da reposição hormonal, um ganho de peso persistente pode estar relacionado a outros fatores, como os hábitos alimentares, frequência de atividades físicas ou outras condições clínicas.
Um dos primeiros sinais que podem surgir é o aumento do tamanho da tireoide, o que nem sempre é visível.
O paciente com essa doença geralmente apresenta várias dessas manifestações, o que precisa ser confirmado com um diagnóstico laboratorial.Com a progressão da doença, outros sintomas vão surgindo. São eles:
A intensidade e gravidade dos sintomas depende do grau de alteração das dosagens hormonais.
Leia mais: Como acontecem as disfunções na tireoide?
O diagnóstico é feito pelo clínico geral ou endocrinologista, que analisa os sintomas e solicita exames para confirmar a doença.
Alguns grupos de risco, como mulheres mais velhas e gestantes, podem ser orientados a realizar exames rotineiros de prevenção e diagnóstico precoce.
É fundamental para avaliar os níveis de hormônios tireoidianos. Quando o TSH está elevado e os níveis de T4 estão baixos, confirma-se o hipotireoidismo.
Em casos leves ou iniciais (subclínicos), o TSH pode ser alto enquanto o T4 permanece normal, exigindo uma análise cuidadosa dos resultados pelo médico.
Em crianças recém-nascidas, a doença é investigada através do teste do pezinho, uma triagem obrigatória que deve ser feita ainda nos primeiros dias de vida do bebê (entre o 3º e 5º dia após o parto).
Infelizmente, não possui cura definitiva, mas seu tratamento pode ser eficaz e é essencial para controlar os sintomas. O hipotireoidismo é uma condição crônica que exige que o paciente tenha acompanhamento médico e tratamento com reposição hormonal ao longo da vida.
Em alguns casos, as doses de reposição hormonal são reduzidas aos poucos, mas ainda assim não são quadros considerados como curados. A boa notícia é que a doença pode ser totalmente controlada.
No entanto, interromper o tratamento pode fazer com que os sintomas voltem.
O principal tratamento do hipotireoidismo é a reposição hormonal. Após o diagnóstico, o paciente é orientado pelo médico a tomar comprimidos de uso diário para que esses níveis de hormônios estejam normalizados.
O hormônio usado é a levotiroxina, uma versão sintética do tetraiodotironina (T4). Entre as opções estão o Euthyrox, Levoid, Synthroid e Puran T4. A dose de hormônio necessária para cada paciente é determinada pelos níveis de TSH no sangue.
Após indicação do medicamento, é indispensável também o acompanhamento médico para que seja possível avaliar a forma como o organismo do paciente está respondendo. Quando são acima do necessário, as dosagens podem também causar efeitos colaterais.
Alguns dos sintomas que podem ocorrer diante de doses elevadas incluem insônia, tremores, aumento do apetite e variações na frequência cardíaca.
Doses baixas também podem comprometer o tratamento, fazendo com que os sintomas do hipotireoidismo persistam.
De maneira geral, quando o tratamento é encaminhado de forma adequada, o paciente começa a melhorar dentro de uma a duas semanas. O medicamento usado para o tratamento é oral e deve ser tomado todos os dias pela manhã, em jejum.
O ideal é esperar, no mínimo, 30 minutos para tomar o café da manhã, para que o hormônio possa ser absorvido pelo organismo sem interações.
Leia mais: Levotiroxina sódica: como funciona o remédio para tireoide
Não existe uma dieta específica para os pacientes com hipotireoidismo, mas existem algumas recomendações importantes para prevenir a saúde e funcionamento da tireoide. Por isso, pacientes com essa doença devem ter alguns cuidados com a dieta.
Uma delas é evitar alimentos bociogênicos. Alguns alimentos podem causar o bócio, condição em que a tireoide tem seu tamanho alterado, por isso devem ser consumidos com moderação por quem tem a doença ou possui histórico familiar.
Entre esses alimentos estão os alimentos à base de soja, o nabo, repolho e couve, por exemplo. O recomendado é que os pacientes consumam de uma a duas vezes por semana.
Existem também alimentos que apresentam nutrientes benéficos à saúde da tireoide e por isso devem fazer parte da dieta de quem possui hipotireoidismo.
São eles os que possuem iodo, zinco, ômega 3 e selênio. Algumas opções são:
O hipotireoidismo é uma doença que pode ser controlada com o uso de medicamentos para reposição hormonal já citados.
Dessa forma, os pacientes com esse diagnóstico podem levar uma vida normal. No entanto, quando não recebem o diagnóstico e o tratamento, algumas complicações podem ocorrer:
Outras complicações possíveis:
Leia mais: Novas possibilidades para o tratamento da infertilidade
De modo geral, não há muito o que possa ser feito para prevenir o hipotireoidismo, pois alguns dos fatores que provocam a doença não podem ser controlados, como o surgimento de doenças autoimunes e quadros de hipotireoidismo congênito.
Mas a condição causada pela deficiência de iodo, no entanto, é um dos casos que podem ser prevenidos com a ajuda de suplementos.
Na gestação, o hipotireoidismo não pode exatamente ser prevenido, mas o diagnóstico precoce é decisivo para diminuir os riscos de complicações para a gestante e para o bebê. Por isso, é importante a realização de exames e acompanhamento médico.
Realizar exames preventivos e conferir como está a produção desses hormônios é fundamental para controlar a doença e evitar complicações.
Assim, quem sofre com alterações da tireoide pode levar uma vida normal, graças ao tratamento medicamentoso que garante um controle da produção da tireoide.
Agora que você já sabe o que é o hipotireoidismo, conhece os sintomas e como a doença ocorre, que tal compartilhar essas informações com mais pessoas? Também não deixe de acompanhar as postagem do Minuto Saudável!
Kayo Vinicius Ferreira Forte
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