Saúde

Hepatite E: causas, transmissão e como identificar sintomas

Publicado em: 09/07/2022Última atualização: 09/07/2022
Publicado em: 09/07/2022Última atualização: 09/07/2022
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A hepatite E (CID 10 - B17.2), é uma condição infecciosa viral que causa a inflamação do fígado e costuma ser aguda e autolimitada, ou seja, dura por um tempo curto e determinado. 

Casos crônicos da doença são extremamente raros, porém, podem ocorrer com pacientes imunossuprimidos.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de 20 milhões de infecções pelo vírus HEV no mundo por ano, sendo que a maioria deles ocorre em países das regiões da Ásia Meridional e Oriental.

Além disso, a infecção é mais comum em áreas de baixa e média renda e em locais com baixo acesso a recursos como água, saneamento básico, higiene e serviços de saúde.

Continue acompanhando o artigo para descobrir mais sobre a doença, o que causa, transmissão, seus perigos durante a gestação e como prevenir. Confira!

O que causa hepatite E?

O agente causador da hepatite E é o vírus HEV, um vírus do tipo RNA que pertence à família Caliciviridae. 

O HEV possui um tempo de incubação (período entre o contato com o microrganismo e o primeiro aparecimento dos sintomas) de cerca de 15 a 60 dias, com média de 40 dias. 

O vírus possui 4 genótipos reconhecidos, sendo que os de número 1 e 2 infectam apenas humanos e os de número 3 e 4 infectam humanos e alguns animais como porcos, javalis e cervos.

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Como acontece a transmissão de hepatite E?

A condição tem transmissão fecal-oral e ocorre principalmente pelo consumo de água contaminada. Além disso, também pode ser transmitida por meio do consumo de carne mal cozida, produtos derivados de animais infectados e verticalmente, ou seja, da gestante para o bebê no momento do parto. 

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Grupos de risco

Os grupos de risco para a infecção são:

  • Indivíduos que moram em áreas com baixo saneamento;
  • Pessoas entre 15 e 40 anos de idade;
  • Pessoas que visitaram ou irão visitar países onde a condição é comum.

Hepatite E e gestação

A hepatite E em gestantes pode ter consequências graves. É possível que isso aconteça pois as alterações hormonais e de imunidade que ocorrem durante a gestação, em conjunto com a alta carga viral do HEV, deixam a gestante mais vulnerável. 

A hepatite E pode ser fulminante em gestantes?

Sim, a hepatite E pode ser fulminante em gestantes. Se a infecção pelo vírus HEV ocorre entre o segundo e o terceiro trimestre de gestação, há grandes riscos de insuficiência hepática aguda, perda fetal e morte. 

Além disso, é estimado que entre 20% a 25% das grávidas podem ir a óbito se contraírem o vírus durante o terceiro trimestre da gestação.

A condição é especialmente perigosa para gestantes no segundo e terceiro trimestre.
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Sintomas

A grande maioria dos quadros da doença são assintomáticos, ou seja, não há a presença de sintomas. Os principais sintomas, quando há a apresentação destes, são:

Caso observe o aparecimento de quaisquer dos sintomas mencionados acima, procure auxílio médico imediatamente!

Leia também: Hepatomegalia: o que é? Veja sintomas, causas e prevenção

Como é feito o diagnóstico de hepatite E?

Com o exame clínico dos sintomas não há como diferenciá-la de outras formas da inflamação do fígado, portanto, é necessária a realização de exames para a confirmação do diagnóstico.

Entre os exames solicitados está o de anticorpos IgM contra o vírus HEV. Os anticorpos são detectados desde o momento do começo da infecção até cerca de 14 anos após.

Além disso, pode ser solicitado o exame de RT-PCR para a identificação do vírus em amostras de fezes ou de sangue. 

Tratamento

Não há um tratamento específico para a hepatite E. Por isso, o (a) médico (a) irá indicar o melhor curso de tratamento, como medicamentos para alívio dos sintomas e dietas específicas que visam a reposição de líquidos perdidos por vômito e diarreia. 

Ademais, os (as) pacientes diagnosticados com a doença devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas por no mínimo 6 meses e manter repouso. 

Hepatite E tem cura?

Sim, há a cura na maioria dos casos. Para isso, é necessário seguir as recomendações do (a) médico (a), além do internamento dos casos mais graves da doença.

Convivendo com a doença

Alguns cuidados podem ser tomados para melhor convivência com a doença, entre eles estão:

  • Manter a hidratação;
  • Seguir as recomendações médicas de medicamentos e dieta;
  • Não consumir bebidas alcoólicas;
  • Fazer repouso.

Como prevenir a hepatite E?

Para prevenir a infecção pelo vírus da hepatite E é necessário empregar medidas que visam melhorar o saneamento básico, além de levar informações a respeito da higiene à população. Além disso, algumas ações devem ser tomadas, como: 

  • Higienizar as mãos com frequência, principalmente após utilizar o banheiro e antes de manusear alimentos;
  • Higienizar alimentos que são consumidos crus, de preferência com água tratada, clorada e fervida;
  • Cozinhar adequadamente os alimentos antes de comer;
  • Lavar utensílios como pratos, copos e talheres;
  • Empregar medidas de higiene, como desinfetar ambientes, objetos e mesas, em locais como escolas, creches, lanchonetes e restaurantes;
  • Não banhar-se próximo a riachos, chafarizes, enchentes ou esgotos;
  • Não construir fossas perto a nascentes de rios e poços.  

É importante ressaltar que a vacina contra o vírus da hepatite E foi autorizada na China em 2011 e, até o ano de 2022, está disponível apenas no país asiático. 

Higienizar bem os alimentos é uma maneira de prevenir a infecção.

Leia também: Hepatite aguda grave: o que é, sintomas e tratamento 

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Higienizar as mãos com frequência e manter outras medidas de prevenção ajuda a prevenir o surgimento de diversas infecções. No caso de dúvidas, entre em contato com um (a) médico (a) hepatologista.

Gostou do conteúdo? No Minuto Saudável você encontra mais informações sobre outros tipos de hepatite, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. 

Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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