De acordo com estudos e taxas divulgadas por centros de fertilização, cerca de 40% dos casos em que há dificuldade ou incapacidade de gravidez são decorrentes de alterações na saúde do homem.
Sendo que, nesses casos, a maioria está relacionada com a produção deficiente de espermatozoides. Em relação às mulheres, os problemas que mais afetam a capacidade reprodutiva têm relação com os fatores tubários, fatores ovarianos, endometriose, fatores uterinos, fatores cervicais e até psicológicos.
Muitas pessoas podem ser indicadas às terapias medicamentosas, visando estimular ou ajustar a produção hormonal. Entre as opções está o Gonal F, medicamento à base da substância ativa alfafolitropina, indicado para quadros específicos de deficiência hormonal relacionada ao FSH.
Saiba mais sobre a medicação e suas indicações de uso:
Gonal F é um dos medicamentos à base da substância ativa alfafolitropina, comercializado pela indústria farmacêutica Merck.
A solução é injetável, sendo disponibilizada em canetas pré-carregadas, que após orientação médica podem ser administradas por autoaplicação, ou em frascos-ampola com pó liofilizado. Ambos são de aplicação na forma subcutânea.
O Gonal F é a medicação referência, aprovada pela ANVISA, com registro na categoria de Hormônio Gonadotrófico.
Esses são hormônios naturalmente produzidos pelo organismo, mais especificamente na hipófise. A região cerebral produz 3 tipos de hormônios relacionados às atividades das gônadas e órgãos sexuais, que são o FSH (hormônio folículo estimulantes), LH (hormônio luteinizante) e o LTH (hormônio prolactina).
Para muitas mulheres, sobretudo as que querem engravidar ou entender mais sobre o ciclo menstrual, esses hormônios já são familiares. Isso porque eles fazem parte da regulação do ciclo menstrual também, participando da fase folicular, da ovulação e, se há fecundação, do desenvolvimento da gravidez e lactação.
Especificamente o FSH, nas mulheres, age promovendo a proliferação de células foliculares ovarianas e também estimulando a secreção de outro hormônio chamado estrógeno. Nos homens, este hormônio também tem importantes funções, participando da espermatogênese, ou seja, produção de espermatozoides.
Como a substância Alfafolitropina é uma formulação do hormônio FSH humano, produzida em laboratório por meio de uma tecnologia recombinante de DNA, o uso do medicamento é, de forma geral, para tratar algumas condições relacionadas à fertilidade, tanto em mulheres quanto em homens.
No caso FSH recombinante, o preparo ocorre pela expressão de DNA e seus códigos, resultando em em substâncias semelhantes às produzidas pelo corpo, capazes de simular a ação hormonal.
Dessa forma, o tratamento que utiliza mecanismos relacionados ao hormônio folículo-estimulantes (FSH) é usado há bastante tempo para a estimulação ovariana ou fertilização in vitro.
O medicamento Gonal F é usado para tratar algumas condições relacionadas ao controle natural da reprodução, podendo ser indicado para mulheres ou homens que tenham vontade ter filhos(as) biológicos(as), mas apresentam alguma disfunção.
Segundo a bula, os quadros indicados são:
Em pacientes mulheres que não estão ovulando (quando não há liberação de um óvulo) ou que não respondem ao tratamento com citrato de clomifeno (medicação indicada para tratamento da infertilidade da mulher decorrente de anovulação), o Gonal F é usado para estimular a ovulação.
Em procedimentos de reprodução assistida, quando há impossibilidade ou problemas para a fecundação natural, o Gonal F pode ser indicado para que haja a produção de vários folículos.
A liberação dos óvulos depende dos folículos, que são estruturas que sofrem estímulos dos hormônios e se desprendem do ovário a cada ciclo menstrual. Esse processo de liberação folicular é chamada de ovulação. Por isso, os folículos são fundamentais para que uma fecundação seja efetivada.
Os procedimentos de reprodução assistida podem ser, por exemplo, fertilização in vitro (fecundação é feita em laboratório e os embriões são colocados no útero), transferência intrafalopiana de gametas (colocação de gametas nas trompas de falópio) ou transferência intrafalopiana de zigotos (colocação de zigotos nas trompas de falópio).
O Gonal F pode ser indicado para estimulação do desenvolvimento folicular quando a mulher apresenta ausência de ovulação decorrente da baixa taxa de hormônios folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) pela glândula pituitária.
Nesses casos, o Gonal F é usado em combinação com outro medicamento hormonal chamado alfalutropina.
Homens também podem ser tratados com Gonal F. Nos quadros em que há infertilidade devido à baixa produção hormonal, o medicamento é usado em combinação com a Gonadotrofina coriônica humana (hCG) para estimular a produção de espermatozoides.
Nas mesmas condições, também podem ser utilizada para homens diagnosticados com hipogonadismo hipogonadotrófico congênito ou adquirido. Esse quadro, nos homens, caracteriza-se pela produção insuficiente ou inadequada de hormônios (testosterona) ou espermatozoides.
A substância ativa alfafolitropina, após a aplicação, distribui-se pelo espaço extracelular, sendo que após a administração repetida, triplica sua acumulção no organismo e atinge um equilíbrio em, aproximadamente, 3 a 4 dias.
De forma geral, a bula indica que, nas mulheres, a principal ação do medicamento é o desenvolvimento de folículos de Graaf maduros (ou seja, que estão na última fase de maturação).
Em homens, o tratamento associado ao hCG resulta em indução à espermatogênese (produção de espermatozoides).
Pacientes em tratamento com Gonal F podem receber orientação e treinamentos médicos para utilizarem a medicação em casa, pois, em geral, são necessárias aplicações diárias.
A caneta facilita a administração da solução subcutânea, sendo fabricada para tornar o processo mais cômodo e seguro.
Porém, somente após receber orientações de profissionais de saúde é possível realizar aplicações em casa.
A bula orienta que a dosagem seja sempre checada no marcador, certificando que a quantidade de unidades está de acordo com a prescrição médica. Somente o(a) profissional poderá determinar qual a posologia, hora e frequência de aplicação.
Também é bastante importante seguir as orientações quanto aos locais de aplicação, fazendo a correta higienização com álcool antes do procedimento.
De modo geral, após verificar que a dosagem está correta e higienizar as mãos e o local de aplicação, basta realizar uma prega cutânea com uma das mãos e, segurando com firmeza a caneta com a outra mão, inserir toda a agulha na pele.
Após isso, é preciso apertar todo o botão de regulagem de dose, fazendo com que o medicamento seja injetado. Sem soltar o botão, é necessário manter a agulha por mais 10 segundos inserida na pele e, em seguida, pode-se retirá-la cuidadosamente.
Para garantir que todo o medicamento necessário foi aplicado, é preciso confirmar no indicador de dosagem que o marcador se encontra em “0” (zero).
A agulha (que é descartável e facilmente trocada) também deve ser removida da caneta e descartada em local apropriado. Para isso, basta desrosquear com cuidado.
Caso haja erros de administração ou qualquer outra dúvida, a equipe médica responsável deve orientar quanto aos procedimentos necessários.
Assim como qualquer outra medicação ou tratamento, o uso de Gonal F pode desencadear efeitos adversos incômodos ou graves.
A presença de qualquer sintomas deve sempre ser informada aos profissionais que acompanham o tratamento, pois somente a análise médica pode avaliar a necessidade de interromper ou dar continuidade ao tratamento.
O uso do Gonal F pode desencadear efeitos adversos graves, ainda que alguns sejam raros, tanto em homens quanto em mulheres. Entre eles está a reação alérgica, manifestada com erupções cutâneas, pele vermelha, urticária, inchaço na face com dificuldade de respirar.
Além desses, algumas reações graves são relatadas apenas em mulheres em tratamentos, como a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana (OHSS). O quadro causa dor na região inferior do abdômen que se manifesta com náuseas ou vômitos.
A ocorrência é de frequência comum e é decorrente de cistos grandes que aparecem quando há reação exagerada dos ovários ao tratamento.
A OHSS pode tornar-se grave com um nítido aumento do volume dos ovários, diminuição da produção de urina, aumento de peso, dificuldade em respirar e/ou possível acumulação de líquidos no abdômen ou tórax.
Em quadros raros, podem ocorrer complicações resultantes da OHSS como torção dos ovários ou formação de coágulos de sangue, que ainda podem resultar em eventos tromboembólicos independentes da OHSS.
Nesses casos, as complicações podem causar dor no peito, falta de ar, acidente vascular cerebral (derrame) ou ataque cardíaco.
Entre os efeitos colaterais listados na bula que podem ocorrer de forma comum estão:
Já as reações adversas muito comuns listadas na bula são:
A bula destaca que alguns efeitos colaterais são relatados de forma comum e muito comum nos homens. Os muito frequentes incluem as reações no local de injeção, como dor, vermelhidão, manchas roxas, inchaço e/ou irritação.
Já os frequentes, ou comuns, que podem ocorrer são o inchaço das veias acima e por trás dos testículos (varicocele), desenvolvimento dos seios (ginecomastia), acne ou aumento de peso.
A bula do medicamento indica que pode haver aumento do peso como efeito secundário ao tratamento. Assim, devido à Síndrome de Hiperestimulação Ovariana (OHSS), mulheres podem engordar — inclusive rapidamente.
É possível que haja, também, ganho ou perda de peso por fatores secundários ao tratamento, como alterações de apetite, ansiedade ou retenção de líquidos.
Vale mencionar que cada organismo pode reagir de formas diferentes aos tratamentos e substâncias. Assim, toda reação ou sintoma que surja após o uso, imediato ou tardio, do Gonal F deve ser informado à(ao) profissional que acompanha o quadro.
Na bula não há menção quanto à sonolência ou letargia causadas pelo uso de Gonal F. É importante, no entanto, dar atenção a outros fatores que podem estar desencadeando o sono excessivo.
Conforme as indicações da bula, o Gonal F deve ser armazenado sob refrigeração entre 2°C e 8°C, ao abrigo da luz. É bastante importante que o medicamento não seja congelado ou exposto a temperaturas muito elevadas.
Dentro do prazo de validade, a caneta pode ser guardada abaixo de 25ºC por até 28 dias, desde que protegida da luz, e descartada após esse tempo.
Após a data de fabricação, a substância tem validade de 24 meses. Por isso, antes de usar Gonal F, é imprescindível consultar o lote (data de fabricação) que consta na embalagem.
O Gonal F pode variar de preço de acordo com a quantidade de unidades e posologia. Em média, seu preço variar a partir de R$189*.
O valor aproximado de cada apresentação é de:
Não. O Sistema Único de Saúde oferece alguns centros especializados em reprodução humana assistida, em que é preciso, de modo geral, cadastrar-se na fila e aguardar os outros encaminhamentos.
Porém, nem todos os medicamentos indicados para o tratamento são fornecidos pelo SUS, como é o caso da Alfafolitropina.
No entanto, assim como qualquer outra medicação de alto custo, é possível que a pessoa com indicação médica para o tratamento recorra às vias judiciais para tentar o custeio do tratamento. Nesses casos, é indicado que pacientes busquem apoio jurídico para conhecer os procedimentos necessários.
Entre as exigências para a judicialização de medicamentos está a entrega de alguns documentos, que incluem laudo médico, receituário e o orçamento de 3 farmácias diferentes.
Pacientes que vão abrir uma solicitação judicial para o Gonal F (alfafolitropina), ou outras medicamentos de alto custo, podem contar com o auxílio da assessoria de cotação de medicamentos de alto custo, do grupo Consulta Remédios.
Para isso, basta acessar o link e preencher os dados. De forma simples e personalizada, pacientes recebem orçamentos para a condução do processo judicial.
Alterações no sistema reprodutor podem levar à dificuldade de gravidez, retardando ou impedindo que homens e mulheres tenham filhas ou filhos biológicos.
Nesses casos, o correto diagnóstico é bastante importante para que tratamentos possam ser devidamente recomendados. Algumas opções medicamentosas podem ser utilizadas, visando tratar as alterações em mulheres e homens, o que, por fim, favorece a fecundação.
É o caso do Gonal F, medicamento injetável à base da substância ativa Alfafolitropina, produzido e comercializado pela indústria farmacêutica Merck.
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PORTARIA Nº 426/GM Em 22 de março de 2005, Ministério da Saúde.
Dra. Francielle Mathias
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