Quando pensamos em gelatina sendo aquela opção industrializada, colorida e fácil de ser consumida como sobremesa ou suco, a resposta é não, gelatina não é um alimento saudável.
Antes de falarmos o porquê essa não é a melhor opção para sua alimentação, é bom esclarecer que, nutricionalmente, a gelatina não é considerada um alimento, e sim um produto alimentício.
Isso porque não contém na sua formulação nenhum ingrediente que seja considerado alimento de verdade. Dessa forma, seu valor nutritivo é muito baixo, sendo considerado uma fonte de “calorias vazias”.
A gelatina que encontramos no mercado é basicamente composta por açúcar, gelatina (obtida através da extração do colágeno de tecidos animais), adoçantes artificiais, reguladores de acidez e inúmeros corantes e aromatizantes artificiais que conferem aquele colorido e doçura tão atrativos.
Assim, olhando essa lista de ingredientes, já é possível imaginar os malefícios do seu consumo em excesso. Os riscos estão associados, sobretudo, aos componentes artificiais. Entre eles:
O principal ingrediente das gelatinas industrializadas é o açúcar. O excesso do consumo desse componente pode levar ao aumento de peso ou à obesidade.
O aumento do peso pode estar relacionado também à resistência insulínica, condição patológica que está associada ao desenvolvimento de diabetes, aumento de gordura abdominal e doenças cardiovasculares.
E nem a opção zero açúcar (diet) está a salvo. Isso porque essa versão possui alto teor de adoçantes artificiais, também conhecidos como edulcorantes, e os mesmos corantes e aromatizantes que são prejudiciais.
O excesso de edulcorantes artificiais pode estimular a compulsão alimentar e a vontade de comer doces. Além disso, o consumo desses componentes não é recomendado para crianças e gestantes.
Lembrando que a opção diet deve ser a escolha somente para pessoas que possuem restrição do consumo do açúcar, como pacientes diabéticos.
Os corantes são aditivos alimentares utilizados pela indústria com o objetivo de deixar os produtos mais atrativos ao consumidor. Seu consumo em excesso ou em longo prazo pode desencadear reações alérgicas, irritação gástrica, problemas de pele e suscetibilidade ao câncer.
Adultos e principalmente crianças intolerantes a corantes podem desenvolver sintomas alérgicos. Os corantes que mais relacionados a isso são o Carmim e a Tartrazina, que conferem coloração vermelha e amarela, respectivamente, aos alimentos.
Por outro lado, algumas crianças podem apresentar alergia à gelatina sem relação com esses componentes. Nesses casos, uma herança genética de um gene comum em pessoas de origem oriental é o causador da alergia.
Em uma pesquisa com 11 tipos de gelatinas industrializadas realizada pela Pro Teste Associação de Consumidores mostrou que todas possuíam o corante amarelo crepúsculo na sua formulação. Esse corante está associado com hiperatividade, déficit de atenção e outros distúrbios de comportamento em crianças suscetíveis. Além disso, ele foi proibido pela legislação de alguns países europeus, no entanto, seu uso ainda é permitido no Brasil.
Não. Muitas pessoas consomem gelatina industrializada com a ideia de que ela traz benefícios para a pele, unhas e cabelo, graças ao colágeno presente na sua composição. No entanto, isso não passa de um mito, uma vez que a quantidade de colágeno presente é mínima, podendo ser considerada insignificante frente às necessidades do nosso corpo.
Mas então eu devo excluir essa opção do meu cardápio? Não. Se consumida em pequenas quantidades ela não oferece riscos potenciais à saúde.
Ao comprá-la, esteja atento à lista de ingredientes descrita na embalagem e dê preferência aos produtos com menos açúcares e aditivos químicos.
Para quem gosta do produto, há formas mais saudáveis de consumi-lo. Uma ótima opção é preparar em casa, utilizando gelatina incolor, suco natural de frutas ou iogurtes. Isso porque essa versão não possui corantes artificiais, edulcorantes e açúcar.
Acrescentar pedaços de frutas também a torna mais saborosa e enriquece nutricionalmente. Outra opção é utilizar o ágar-ágar, extraído de algas marinhas, mais especificamente das algas vermelhas. Ele pode ser encontrado facilmente em lojas de produtos naturais e é vendido em pó ou em folhas.
Além de não conter substâncias artificiais, essa opção possui uma boa quantidade de proteínas, fibras e sais minerais, como fósforo, potássio, cloro e iodo.
Por ser rico em fibras, o ágar-ágar contribui para o aumento da sensação de saciedade, além de ajudar no funcionamento do intestino. Por ser extraída de fontes vegetais, é uma boa escolha para pessoas vegetarianas e veganas.
Modo de preparo: hidrate a gelatina incolor e depois misture com a água e o suco de uva. Acrescente os pedaços de maçã e leve à geladeira até endurecer.
Você pode preparar sua gelatina com o suco de fruta de sua preferência. Se preferir por adoçar, opte pelo mel ou açúcar mascavo.
Modo de preparo: dissolva o ágar-ágar na água e leve ao fogo baixo. Ferva por cerca de 1 minuto. Desligue o fogo e acrescente o suco de uva. Leve à geladeira até endurecer.
A gelatina é um produto fácil de ser encontrado e, muitas vezes, ela faz parte da alimentação por ser considerada saudável. Porém, assim como outros alimentos ou produtos alimentares industrializados, é preciso dar atenção aos ingredientes e à ingestão recomendada.
Apesar das quantias de açúcar, calorias e corantes, dá para comer gelatina com moderação. Além disso, dá para trocar o produto por versões mais saudáveis e nutritivas!
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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