De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a eclâmpsia ainda é a maior causa de morte materna no Brasil, que são aquelas que acontecem durante a gestação, o parto ou até 40 dias após o nascimento do bebê.
Entre outras causas, estão também a hemorragia durante o parto, infecções hospitalares e aborto inseguro.
Quer saber mais sobre esse assunto? Então confira o texto abaixo:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
Tanto se fala sobre isso, mas, às vezes, os termos médicos são difíceis de entender. Afinal de contas, o que é eclâmpsia?
De maneira bem simples, a eclâmpsia é o agravamento da pré-eclâmpsia que está relacionada ao aumento da pressão e ao excesso de proteína presente na urina durante a gestação.
É uma condição rara, que se manifesta por meio de convulsões e estados de coma.
Felizmente essa doença tem tratamento e prevenção.
Porém, se a gestante não for tratada ou atendida a tempo, é possível que a eclâmpsia leve ao óbito o bebê, a mãe ou, em casos mais graves, os dois.
Por isso, a importância de sempre realizar os exames pré-natais e, em casos de dúvidas, buscar orientação do(a) obstetra que acompanha a gestação.
Embora a eclâmpsia possa surgir a partir da 20ª semana de gravidez, ela é mais comum no último trimestre, durante o parto, ou até mesmo, no período pós-parto.
A pré-eclâmpsia é uma condição caracterizada pelo aumento da pressão e dos níveis de proteína na urina durante a gestação. Esse quadro, quando agravado, pode levar a gestante à eclâmpsia que é caracterizada por convulsões. Ou seja, a primeira, quando não é tratada corretamente tende a conduzir à segunda.
Assim, as grávidas que estão com pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial) devem seguir as orientações médicas para evitar quadros de eclâmpsia (convulsões e até estados de coma).
Eclâmpsia tardia, também conhecida como eclampsia puerperal, é uma complicação que pode acontecer durante o parto ou em até 4 semanas após o mesmo (esse tempo de recuperação do organismo feminino é chamado de puerpério, dando origem a um dos nomes dessa condição). Essa doença é muito rara, mas pode ser fatal para a mãe.
A eclâmpsia tardia provoca convulsões, hemorragias no cérebro, falência dos rins, do fígado e do coração e até estados de coma, em casos mais severos. Se a gestante não tiver o atendimento correto nessas situações, ela pode inclusive falecer.
Essa complicação pode acontecer tanto com mulheres que tiveram uma gestação saudável quanto com aquelas diagnosticadas com pré-eclâmpsia durante a gravidez.
Um dos fatores que mais dificulta o diagnóstico correto é que os sintomas (dores intensas na cabeça e no estômago, aumento dos reflexos e distúrbios visuais) são facilmente confundidos com outras complicações.
Quando isso acontece, é necessário que a mulher faça testes de imagem, como a tomografia, para descartar outras suspeitas.
A pressão ideal durante a gestação varia conforme fatores como o histórico médico e o quadro clínico atual da grávida. Comumente, se a mulher está saudável, o valor de referência para que a gestante seja considerada com quadros de pré-eclâmpsia é um acréscimo de 3cm na pressão máxima e 1,5cm na mínima.
Além disso, a pré-eclâmpsia pode ser considerada quando a pressão estiver superior a 140/90 mmHg (14 por 9).
Mesmo com esses números de referência, o ideal é conversar com o(a) obstetra que está acompanhado a gestação. Esse (essa) profissional está apto(a) para estimar a pressão arterial ideal para a paciente, tendo como base o histórico médico da mesma.
Embora isso ainda não tenha sido bem definido pela medicina, acredita-se que a principal causa da eclâmpsia é a falta de irrigação sanguínea na placenta.
Quando percebe essa complicação, o organismo da gestante aumenta a pressão arterial do sangue para ele consiga chegar até a placenta, causando quadros de convulsões (eclâmpsia).
Alguns fatores podem contribuir para que isso aconteça:
Se não for tratada a tempo, a gestante diagnosticada com eclâmpsia pode ter algumas complicações como lesões cerebrais, dificuldade para respirar devido a retenção de líquido nos pulmões e a síndrome de Hellp (caracterizada pela alteração na circulação de sangue, diminuição de glóbulos vermelhos e plaquetas).
O neném também pode ser prejudicado, principalmente quando há a necessidade de adiantar o parto. Nesses casos, ele(ela) pode não ter se desenvolvido corretamente, o que tende a provocar problemas futuros (como doenças respiratórias).
Os principais sintomas que surgem durante a eclâmpsia são:
Quando a gestante já foi alertada pelo(a) médico(a) em relação à pré-eclâmpsia, esses sinais podem indicar que uma convulsão está se aproximando.
Também há casos assintomáticos, que acontecem quando a grávida não apresenta nenhum sintoma. Esse é o tipo mais perigoso, já que pega a gestante de surpresa.
Os exames e o acompanhamento pré-natal são a melhor forma de evitar essas situações.
O tipo de tratamento ideal para a eclâmpsia irá depender de outros fatores como o tempo gestacional e o desenvolvimento do neném.
Se a gestação estiver com mais de 32 semanas ou o bebê estiverem correndo risco de morte, pode-se até mesmo fazer uma cirurgia cesariana de emergência.
Nas gestações com mais de 37 semanas e o diagnóstico de eclâmpsia, é comum que a equipe médica opte por induzir as dilatações do canal vaginal para que o parto aconteça o quanto antes possível.
Em casos mais brandos ou quando a gestação não estiver tão avançada, o indicado é usar medicamentos anticonvulsivantes indicados pelo(a) obstetra que acompanha a situação.
Vale ressaltar que a maioria dos casos de eclâmpsia requer internação hospitalar, para os estados de saúde da mulher e do bebê sejam avaliados corretamente.
A forma mais eficaz de prevenir a eclâmpsia é fazer o acompanhamento pré-natal.
Por meio das consultas, o(a) obstetra que acompanha a gestação pode solicitar exames, medir a pressão gestante e, em casos mais graves, até receitar medicamentos para baixar a pressão sem prejudicar a gravidez.
Também é importante que a mulher seja honesta com esse(essa) profissional, apresentando o seu histórico médico e o seu quadro clínico atual.
Ou seja, para a prevenção da eclâmpsia e de outras complicações, deve-se conversar com o(a) obstetra sobre seus problemas de saúde e esclarecer todas as dúvidas.
Algumas atitudes da gestante (principalmente se houver o diagnóstico de pré-eclâmpsia), também podem ajudar: repousar quando for possível, reduzir a quantidade de sal da dieta e medir a pressão com frequência são algumas dicas.
A eclâmpsia é uma complicação séria mas que felizmente pode ser tratada.
Os exames pré-natais são a principal forma de prevenção, por isso, é importante que se faça o acompanhamento obstétrico conforme o(a) médico(a) orientar. A redação do Minuto Saudável traz muitas outras informações sobre gravidez. Acompanhe as nossas postagens!!!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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