Doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico ataca as células saudáveis do próprio organismo, em que o corpo não consegue fazer a distinção entre células normais do corpo e células invasoras.
Para combater e aliviar os sintomas proporcionados por algumas dessas doenças, existem medicamentos específicos e, entre eles, o MabThera.
Continue lendo e saiba mais sobre o medicamento:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
MabThera é um dos nomes comerciais do princípio ativo Rituximabe, um anticorpo monoclonal, ou seja, produzido em laboratório.
É um medicamento utilizado no tratamento de algumas doenças causadas pelo crescimento anormal dos linfócitos B (célula do sistema imunológico), como a Leucemia linfoide crônica e a Artrite reumatoide.
Sua administração é via infusão intravenosa e é fabricado pela Roche, empresa farmacêutica.
Ele pode ser usado sozinho, ou seja, em monoterapia, ou associado a outros medicamentos, de acordo com a condição clínica e a prescrição médica.
O MabThera serve para tratar doenças provocadas pelo crescimento anormal de algumas células do sistema imunológico, chamadas Linfócitos B. Ele atua em doenças como Linfoma não Hodgkin, Artrite reumatoide, Leucemia linfoide crônica, Granulomatose e Pênfigo vulgar. De forma específica, o fármaco serve para:
O Linfoma não Hodgkin é um tipo de câncer que se origina nas células do sistema linfático. Ele acontece quando uma célula saudável se torna cancerosa.
O sistema linfático faz parte do sistema imunológico e tem células espalhadas por todo o corpo. Por isso, o problema pode ocorrer em qualquer região.
O MabThera atua em pacientes com:
A Artrite reumatoide é uma doença crônica autoimune que consiste na inflamação das articulações do corpo, causando dor, inchaço e vermelhidão.
Ela ocorre quando o organismo ataca algumas células saudáveis do próprio corpo e, por isso, é chamada de autoimune.
O MabThera é indicado para adultos com Artrite reumatoide ativa que tiveram resposta inadequada ou intolerância a outras terapias de inibição do fator de necrose tumoral (TNF), quando combinado ao medicamento Metotrexato.
A Leucemia linfoide crônica é uma doença rara, causada pelo aumento anormal do número de células brancas — de defesa — no sangue.
Ela ocorre quando a medula óssea produz um excesso de células que, posteriormente, transformam-se em glóbulos brancos (linfócitos), porém, com funcionamento ineficaz.
Esses glóbulos anormais se multiplicam de forma exagerada, causando o mal funcionamento de alguns órgãos e interferindo até mesmo na produção de células saudáveis.
No caso de Leucemia linfoide crônica, o Mabthera é indicado para pacientes que:
A Granulomatose com poliangiite — também chamada Granulomatose de Wegener — é uma doença rara, que provoca a inflamação dos vasos sanguíneos.
A inflamação causa a redução no fluxo de sangue, afetando, em geral, vasos pequenos e médios e também os tecidos do nariz, pulmões e rins. Apesar disso, pode prejudicar qualquer órgão.
O Mabthera é utilizado no tratamento desse problema quando combinado com glicocorticoides — hormônios esteroides.
Da mesma forma que a Granulomatose, a Poliangiite microscópica é uma doença que causa a inflamação dos vasos sanguíneos, podendo prejudicar qualquer órgão do corpo.
É uma doença autoimune, em que o organismo faz com que suas próprias células ataquem a parede dos vasos sanguíneos.
No caso da Poliangiite microscópica, o MabThera é utilizado para o tratamento quando combinado com glicocorticoides.
O Pênfigo vulgar é uma doença autoimune grave, em que há o aparecimento de bolhas na pele e mucosas.
Ocorre quando o sistema imunológico desencadeia, erroneamente, reações de defesa contra os tecidos da pele, o que ocasiona a formação de lesões.
O Mabthera é utilizado em conjunto a corticoides para pacientes que sofram com Pênfigo vulgar de nível moderado a grave.
O princípio ativo Rituximabe é um anticorpo monoclonal, ou seja, produzido em laboratório, que atua contra células específicas do organismo humano.
Ele se liga aos receptores dos Linfócitos B, estimulando a destruição dessas células, que fazem parte do desenvolvimento de algumas doenças combatidas pelo MabThera.
Tanto o MabThera quanto o MabThera SC são medicamentos utilizados para tratar algumas doenças que têm relação com o sistema imunológico. Apesar disso, ambos têm algumas diferenças entre si.
A primeira é em relação à forma de administração: enquanto o MabThera é de uso via infusão intravenosa, o MabThera SC tem administração via subcutânea.
Outra divergência é em relação à indicação, pois MabThera atua no combate de diferentes doenças e o MabThera SC é indicado apenas para o tratamento de uma, o Linfoma não Hodgkin.
Além disso, a concentração do medicamento também varia. Pois MabThera apresenta duas posologias: 100mg/10mL e 500mg/50mL. Já no caso do MabThera SC, a concentração é de 1.440mg/11,7mL.
A administração do medicamento MabThera precisa ser realizada em ambiente adequado e sob supervisão médica. Existem algumas etapas para a aplicação, que podem ser divididas em:
Antes de realizar a infusão intravenosa, é indicado administrar uma pré-medicação no(a) paciente, formada por analgésicos (reduz a percepção de dor) e antipiréticos (previne ou reduz a febre), juntamente com um anti-histamínico (anti-alérgico).
Medicamentos Glicocorticoides, ou seja, hormônios esteroides, também devem ser administrados antes da aplicação.
Além disso, existem fármacos diferentes para serem utilizados de acordo com o quadro clínico de cada pessoa.
Em casos de pacientes com Leucemia Linfoide Crônica, é recomendado a aplicação de fármacos uricostáticos (diminuem os níveis de ácido úrico no organismo) 48 horas antes de iniciar o tratamento com MabThera.
Isso para diminuir o risco do desenvolvimento da Síndrome Lise Tumoral, quando ocorrem complicações relacionadas ao tratamento do tumor.
Em alguns casos, a equipe médica poderá recomendar o uso de Prednisona 30 minutos antes da infusão, para diminuir as reações na infusão.
Leia mais: Ácido úrico baixo: o que pode ser? Quais são os sintomas?
Para pacientes que sofrem com Artrite Reumatoide ou Pênfigo Vulgar, é indicada a administração do fármaco Metilprednisolona IV, 30 minutos antes da aplicação de MabThera.
O objetivo é diminuir as chances de reações relacionadas à infusão.
Pessoas que apresentam Granulomatose com poliangiite ou Poliangiite microscópica, a bula indica fazer o uso de alguns fármacos de forma paralela ao tratamento com MabThera.
As recomendações são:
A administração de Metilprednisolona IV entre 1 a 3 dias do início do tratamento. Após isso, o uso de Prednisona durante e após o tratamento com MabThera.
Para a realização da primeira administração, a bula recomenda fazer a infusão em uma velocidade de 50mg a cada 1 hora. Já nas infusões posteriores, é possível iniciá-las em uma velocidade de 100mg por hora.
A velocidade pode ser aumentada de forma progressiva, de acordo com a orientação médica.
Para aplicação, é necessário que o(a) profissional de saúde dilua a dose recomendada de MabThera em soro fisiológico ou glicosado e faça a administração lentamente na circulação sanguínea.
A dose para cada paciente varia de acordo com seu quadro clínico e características físicas, como peso e altura.
Não. MabThera não é quimioterapia.
A classificação do Mabthera é a de medicamento imunoterápico.
Fármacos imunoterápicos são aqueles que atuam ajudando o sistema imunológico do corpo a identificar as células causadoras de doenças.
Isso, pois alguns tumores podem desenvolver mecanismos para passarem despercebidos pelo sistema imunológico humano.
Dessa forma, a imunoterapia auxilia o corpo a identificar essas células doentes.
Assim como outros medicamentos, o MabThera pode causar efeitos colaterais em algumas pessoas.
Vale lembrar que cada paciente reage de forma diferente ao uso da medicação, dessa forma, nem todos(as) terão efeitos colaterais.
As reações podem ser divididas de acordo com a doença tratada:
Para casos de Linfoma não Hodgkin e Leucemia linfoide crônica, as reações muito comuns são:
Já os sintomas comuns são:
Entre as incomuns estão:
Para pacientes que sofrem com artrite reumatoide, os efeitos colaterais muito comuns são:
Já as reações comuns são:
As reações incomuns, mas que podem ocorrer, são:
Nos casos de pacientes que façam o uso do medicamento para o tratamento de Granulomatose com poliangiite e Poliangiite microscópica, as reações que podem ocorrer são:
Em casos de Pênfigo vulgar, as reações que podem ocorrer em alguns(as) pacientes, são:
O preço do MabThera pode variar de acordo com a região geográfica e estabelecimento de compra.
Ele pode ser encontrado em farmácias físicas e online e seu preço é de aproximadamente*:
Caso haja a necessidade de comparar preços, é possível utilizar o site do Consulta Remédios, que indica os valores de medicamentos em diferentes farmácias de cada região.
*Preços consultados em março de 2020. Os valores podem sofrer alterações.
Não. O princípio ativo Rituximabe não tem medicamentos genéricos.
Os remédios registrados atualmente na Anvisa que utilizam Rituximabe como princípio ativo não recebem a nomenclatura de referência e genérico. Esses, são nomes utilizados para medicamentos sintéticos.
Os medicamentos de Rituximabe, incluindo o MabThera, são caracterizados como biológicos.
Fármacos biológicos são aqueles produzidos a partir de células vivas, utilizando recursos da biotecnologia.
Esses recursos permitem que a ação da substância seja mais específica e direcionada às moléculas que têm relação com o desenvolvimento de doenças.
Por serem produzidos a partir de organismos vivos, não há como realizar a produção idêntica entre um medicamento e outro, como ocorre com o referência e o genérico.
Apesar disso, cópias podem ser legalmente produzidas, desde que comprovadas a similaridade na eficácia, qualidade e segurança.
Essas cópias são nomeadas como medicamentos biossimilares.
Sim. O princípio ativo Rituximabe faz parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), ou seja, da lista de medicamentos distribuídos pelo SUS.
Para casos em que, por algum motivo, a medicação não possa ser repassada e o(a) paciente não tenha condições de arcar com os custos do tratamento, há como solicitar a cobertura pelo Estado.
Para isso, é necessário abrir um processo judicial, apresentando alguns documentos como o laudo médico e orçamento em 3 farmácias diferentes.
Sim. O MabThera teve seu registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no ano de 1998.
O fármaco faz parte da classe terapêutica de anticorpos monoclonais antineoplásicos CD20, ou seja, que tem como finalidade inibir o crescimento e disseminação de tumores malignos.
Para casos em que o SUS não forneça a medicação, existe a possibilidade de solicitar a cobertura do tratamento pelo Estado, por meio de uma ação judicial.
Nesse caso, é necessário apresentar alguns documentos. Entre eles:
Para a realização do orçamento, é possível obter auxílio na assessoria de cotação de medicamentos de alto custo, que faz uma cotação personalizada.
Basta acessar o link, preencher os dados necessários e aguardar o retorno.
Doenças autoimunes têm origem em uma falha no funcionamento do sistema imunológico, que resulta em respostas de defesa contra o próprio corpo.
Para combater e aliviar os sintomas de alguns tipos desse problema, existem medicamentos como o MabThera.
Quer saber mais sobre medicamentos e tratamentos? O Minuto Saudável tem conteúdos completos do assunto para você! Leia mais e continue informado(a)!
Dra. Francielle Mathias
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