A dor de ouvido é uma condição comum e as causas são diversas. É difícil conhecer alguém que nunca tenha passado por um episódio, ainda que tenha sido na infância.
Às vezes, as causas são condições mais corriqueiras, como sensibilidade devido ao frio intenso. Outras, há relação com infecções por vírus ou bactérias. Por isso, investigar as causas é fundamental para evitar diagnósticos equivocados.
Para saber o que causa, os tipos e como tratar a dor de ouvido, continue acompanhando o artigo!
Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
A dor de ouvido, ou otalgia, é um sintoma comum de diversas condições relacionadas ou não ao aparelho auditivo. Pode afetar apenas um ou os dois ouvidos e as dores são descritas como queimação, pontadas ou pressão, que podem ser constantes ou oscilar.
Esses sintomas podem ser causados por diferenças na pressão dos ouvidos médio e externo, infecções ou inflamações, dentro ou fora do ouvido. Muitas vezes, o problema se resolve sozinho em pouco tempo. Entretanto, há casos nos quais o problema continua a se desenvolver e se faz necessária a ajuda médica.
Para entender as causas da dor de ouvido, é preciso compreender quais são e como funcionam suas estruturas básicas. São elas:
A parte externa do ouvido é formada pela orelha, também chamada pavilhão auricular, que coleta e encaminha o som para dentro do canal auditivo. O canal auditivo externo, por sua vez, direciona as ondas sonoras para o ouvido médio.
Na entrada do ouvido médio, há uma membrana fina chamada tímpano. Sua função é transmitir as vibrações do ar para os menores ossos do corpo humano: o martelo, a bigorna e o estribo.
Esses ossos vibram e servem como um amplificador do som, que é, então, transmitido para o ouvido interno, através da janela oval.
É também no ouvido médio que se encontra a entrada de uma estrutura chamada trompa de Eustáquio ou tuba auditiva.
No ouvido interno, encontra-se a cóclea, uma estrutura que se parece com a concha de um caracol. Nela, há um líquido e células ciliadas que se movem com as ondas sonoras e enviam impulsos elétricos para o cérebro. Esses impulsos são, então, recebidos e interpretados pelo cérebro, gerando a compreensão dos barulhos.
Nessa parte há, ainda, algumas estruturas relacionadas ao equilíbrio. Danos nessas partes podem facilmente causar labirintite.
A tuba auditiva, ou trompa de Eustáquio, é uma passagem que vai do ouvido médio ao começo da garganta, e sua função é permitir que o ar penetre no ouvido médio.
A entrada de ar é de extrema importância para que a pressão do lado de dentro do tímpano (ouvido médio) seja igual à pressão atmosférica, o que protege a integridade da membrana e garante que o processo de audição no ouvido médio não seja prejudicado.
Essa estrutura se encontra fechada na maior parte do tempo, e se abre nos momentos de bocejo, espirro, mastigação, entre outros que envolvem a mandíbula.
A dor de ouvido pode ser causada por inúmeras condições, sendo mais comuns as infecções virais ou bacterianas nas secreções naturais do ouvido (cera). Algumas vezes, ela pode ser causada pelo simples acúmulo de muco na garganta.
Entenda melhor as causas da dor de ouvido:
O barotrauma é uma condição na qual se sente desconforto devido à pressão desigual no ouvido. Isso acontece quando há algum bloqueio na tuba auditiva (trompa de Eustáquio), ou quando a pressão externa muda abruptamente e o ouvido demora a se adaptar.
Essa diferença causa desconforto e uma perda auditiva parcial temporária. Algumas pessoas sentem um pouco de dor na área do tímpano, que pode estar sendo empurrado para dentro ou para fora por conta da pressão.
Essa condição é extremamente comum durante mergulhos, decolagens e pousos de aviões. Em outras situações, o barotrauma pode ser causado pela produção excessiva de muco na garganta e nariz. Isso ocorre devido a alergias, como rinite e sinusite, gripes, resfriados e outros tipos de infecção.
As infecções no ouvido mais comuns são, na verdade, provenientes de outras infecções comuns. Elas acontecem quando os vírus ou bactérias, de infecções na garganta ou resfriados, sobem pela tuba auditiva. Assim, o tímpano fica inflamado.
Essas infecções são chamadas otites e, quando não tratadas, podem provocar dor acentuada no ouvido e perda da audição. Nesses casos, é de extrema importância a visita ao médico.
Existem dois tipos de otites:
Uma infecção potencialmente grave que pode causar dor de ouvido é a otite externa maligna, que pode surgir por meio de uma otite externa em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.
Algumas partes do ouvido podem ser facilmente lesionadas, podendo provocar dor. Uma lesão comum é a perfuração do tímpano com objetos, como hastes flexíveis.
A sinusite pode causar dores por toda a cabeça, sobretudo na região que envolve os olhos e proximidades. Por isso, a dor pode se estender ao ouvido. Porém, há ainda outra dor relacionada à sinusite, decorrente de uma complicação.
Em quadros agudos, a sinusite pode desencadear a infecção no ouvido, conhecida como otite. Isso porque o acúmulo de secreção retido na região nasal pode causar inflamações, dor e sensações de ouvido trancado.
As gripes podem estar relacionadas às dores de ouvido decorrentes da infecção por vírus. Nesses casos, os agentes chegam aos tecidos e geram inflamação no canal auditivo.
Outras possíveis causas são:
O maior grupo de risco para a dor de ouvido são as crianças. Existem dois motivos pelos quais esse sintoma é mais comum nesse grupo:
Por ser um sintoma propriamente dito, a dor de ouvido costuma vir acompanhada de outros sintomas causados pelo problema inicial.
Quando se trata de barotrauma desencadeado por alergias, outros sintomas comuns podem surgir, como: espirros, tosse, congestão nasal, etc.
Acompanhada de infecções, pode haver dor de cabeça, dor de garganta, tosse, espirros, febre, entre outros. Nesses casos, o tímpano pode apresentar sinais como vermelhidão e inchaço.
Portanto, os sintomas gerais que podem acompanhar a dor de ouvido são:
Bebês e crianças muito pequenas tem dificuldades para expressar que estão com dor de ouvido. Por isso, os pais devem ficar atentos a alguns sinais de que talvez haja algo de errado no ouvido da criança. São eles:
Atenção! Caso a criança apresente pescoço travado (duro), cansaço demasiado e falta de reação, consulte um médico imediatamente!
Em geral, as dores de ouvido são tratadas simultaneamente com outras condições que causam o sintoma e, por isso, muitas pessoas não vão ao médico por conta da dor de ouvido em si, mas sim por causa de outros problemas.
Entretanto, existem alguns casos nos quais a dor de ouvido é a queixa maior e, então, o paciente pode não saber quando é necessário procurar um(a) médico(a).
O ideal é que a ajuda profissional seja procurada quando a dor de ouvido não apresenta melhoras em poucos dias, quando piora nas primeiras 48 horas ou quando vem acompanhada de sintomas mais graves, como os de infecções bacterianas.
O médico deve ser procurado principalmente na presença de sintomas como mau cheiro no ouvido e secreções como pus, sangue e outras que não sejam a cera natural. Nesse caso, deve-se consultar um(a) otorrinolaringologista, cuja especialidade é justamente a medicina da região que engloba ouvido, nariz e garganta.
Quando há queixa de dor de ouvido ao clínico geral ou ao otorrinolaringologista, a primeira coisa que o médico faz é examinar o ouvido com um aparelho chamado otoscópio.
Esse aparelho ilumina a região do canal auditivo e permite que se identifique se há alterações no tímpano, nas paredes do ouvido externo, entre outros.
Dependendo do que for achado, o médico pode pedir outros exames para verificar a existência de vírus ou bactérias no organismo, causando uma infecção.
Além disso, o profissional pode examinar outras partes do corpo em busca de sinais de infecções. Ele pode olhar a garganta, apertar gentilmente o pescoço em busca de linfonodos inchados, além de usar um estetoscópio para ouvir o funcionamento dos pulmões.
Se necessário, também pode haver a realização de testes de audição. Em raros casos, é feito a coleta do líquido do ouvido para análise, especialmente quando a condição não responde ao tratamento.
Exames de imagem, como radiografias ou tomografias computadorizadas, são realizados apenas sob suspeita de tumores e outros problemas que possam estar danificando estruturas próximas aos ouvidos.
Sim. Felizmente, a maioria dos casos de dor de ouvido apresentam melhora em poucos dias. Já aquelas que possuem alguma causa mais complexa, como infecções ou problemas na articulação temporomandibular, podem precisar de tratamentos mais prolongados.
O tratamento da dor de ouvido depende da causa. Muitas vezes, o incômodo é apenas momentâneo e se resolve rapidamente, sem necessitar de intervenção medicamentosa. No entanto, ainda assim, alguns cuidados básicos, como evitar vento frio e fortalecer a imunidade, são necessários.
Em outros casos, o uso de medicação é indicada, eliminando a infecção e amenizando os sintomas. Podem ser usados remédios analgésicos, antitérmicos (em caso de infecções com febre) e anti-inflamatórios.
Os medicamentos em gotas ou pomadas de uso tópico têm ação local. Eles podem agir inibindo o crescimento de bactérias ou agentes infecciosos e facilitando a eliminação das secreções.
Há opções que agem como anestésicos, reduzindo as dores e incômodos. Esses medicamentos são pingados ou aplicados diretamente no canal do ouvido.
Os remédios sistêmicos são, em geral, comprimidos ou xaropes que auxiliam na eliminação da infecção. Podem ser também anestésicos ou anti-inflamatórios, capazes de acelerar a recuperação do organismo.
O melhor remédio para dor de ouvido depende do que está provocando a dor. Podem ser receitados medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos, limpadores de cera e até antibióticos. Por isso, cabe ao médico avaliar qual a melhor opção para o paciente, visando reduzir os sintomas e eliminar infecções mais rapidamente.
Os analgésicos auxiliam a amenizar as dores e desconfortos. Alguns podem ter ação anti-inflamatória e auxiliar no processo de recuperação.
Entre eles estão:
Antibióticos são receitados quando há confirmação da presença bacteriana. Entre os que podem ser utilizados estão:
Os removedores de cera são medicamentos de uso tópico, que devem ser aplicados diretamente no canal auditivo. Eles facilitam a limpeza dos ouvidos, eliminando a cera excessiva. Entre eles:
Atenção! NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um(a) médico(a). Somente ele(a) poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico.
Leia mais: O que é automedicação, causas e quais são as consequências?
Sim, mas não para todos. As cirurgias para dor de ouvido são indicadas quando há relação com inflamações recorrentes ou alterações estruturais da região.
Por exemplo, as otites, inflamações persistentes e de grande extensão, podem ser tratadas cirurgicamente. Porém, somente uma avaliação criteriosa pode determinar a efetividade da cirurgia.
Ao ter dor de ouvido, a primeira coisa que muitos fazem é tentar limpar o ouvido com hastes flexíveis ou outros objetos. Isso não deve ser feito, uma vez que o objeto pode empurrar a cera novamente para dentro do ouvido e, pior ainda, machucar ou até mesmo perfurar o tímpano.
Também não devem ser aplicados líquidos não-medicamentosos no canal auditivo. Algumas receitas de remédios caseiros citam diversos óleos, chás e líquidos que prometem algum tipo de cura.
Entretanto, não há provas de que esses líquidos são eficazes e que não são prejudiciais ao canal auditivo. Por isso, é indicado evitar essas receitas. Caso queira utilizar remédios ou medicamentos naturais, converse com um especialista em fitoterapia.
O paciente não deve demorar para ir ao médico se perceber piora nos sintomas ou passar mais de 3 dias sem qualquer melhora.
Na maioria dos casos, não há complicações associadas à dor de ouvido, exceto aquelas relacionadas a infecções em geral. Entretanto, um tipo específico de infecção no ouvido pode trazer consequências graves.
A otite externa maligna é uma evolução da otite externa que acomete, principalmente, pessoas com o sistema imune enfraquecido, como crianças, idosos, pessoas fazendo quimioterapia, que tomam imunossupressores e diabéticos.
Nessa infecção, a bactéria avança sobre o canal auditivo e causa danos aos tecidos adjacentes. Além disso, pode trazer danos para o osso temporal, mandíbula, e até mesmo nervos do crânio.
Por se tratar de um sintoma, a melhor maneira de prevenir a dor de ouvido é evitar as doenças que a causam. Essa prevenção pode ser feita por meio de medidas simples como a adoção de hábitos higiênicos que ajudam no combate a vírus, bactérias e fungos, evitando, assim, a contaminação.
Algumas medidas que ajudam a evitar infecções são:
É recomendado que pacientes alérgicos tenham sempre seus remédios antialérgicos consigo, para qualquer eventualidade.
A dor de ouvido é um problema comum e que pode acometer qualquer pessoa, de qualquer idade. Entretanto, é necessária a opinião e investigação de um(a) profissional de saúde para determinar as verdadeiras causas da dor e recomendar o tratamento mais adequado.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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