Saúde

Cisto: o que é, tipos (ovário, pilonidal, útero) e tratamento

Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 26/10/2020
Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 26/10/2020
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O que é cisto?

A palavra "cisto" vem do grego Kystis, que significa quisto, saco. É uma espécie de saco fechado que armazena um conteúdo líquido, semi-sólido ou pastoso, sendo caracterizado de forma geral como um tumor benigno, ou seja, não cancerígeno.

Comumente surge na pele, mas também pode se desenvolver dentro de qualquer outro tecido do corpo. Além disso, alguns parasitas podem formar cistos dentro dos músculos.

Seu crescimento é lento e pode surgir por meio de uma infecção, obstrução de glândulas sebáceas ou ao redor de corpos estranhos em contato com a pele. Podem ser também resultados de anormalidades, como é o caso do cisto pilonidal.

De modo geral, os cistos não requerem tratamento. Em situações que exigem mais cuidado, os médicos podem usar aspirações por agulhas ou remoção cirúrgica para tratá-los.

Nos casos em que o cisto é preenchido com pus, o quadro denomina-se abscesso.

Índice neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é cisto?
  2. Cisto no ovário
  3. Cisto de Baker
  4. Cisto pilonidal
  5. Cisto na pele
  6. Cisto na mama
  7. Cisto na mandíbula
  8. Cisto aracnoide
  9. Cisto de Bartholin
  10. Cisto nas pálpebras (Calázio)
  11. Cisto renal
  12. Outros tipos
  13. Causas
  14. Fatores de risco
  15. Sintomas
  16. Quando devo procurar um médico?
  17. Como é feito o diagnóstico?
  18. Qual o tratamento para o cisto?
  19. Complicações
  20. Cistos podem causar câncer?
  21. Como prevenir os cistos?
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Tipos de cistos

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Cisto no ovário

Bastante comum, o cisto ovariano é uma bolsa com conteúdo líquido que pode se formar dentro, fora ou sobre o ovário. Essa condição surge quando ocorre algum descontrole hormonal e raramente atrapalha a ovulação. Comumente afeta mulheres que já atingiram a idade adulta e possuem doença inflamatória pélvica ou são portadoras de endometriose.

Nesses casos, a cirurgia só é indicada se o cisto apresentar 10 cm ou mais, com áreas sólidas e líquidas.

Existem alguns tipos de cisto no ovário, entre eles:

  • Cisto Folicular: ocorre quando o folículo maduro retrocede ou quando a ovulação não acontece;
  • Cistoadenoma: pode atingir mais de 10 cm de diâmetro e se desenvolve no tecido do ovário;
  • Cisto de Corpo Lúteo: surge do folículo ovulatório, que secreta progesterona após a liberação do óvulo;
  • Cisto Hemorrágico: ocorre quando há sangramento da parede do cisto para o interior dele mesmo;
  • Cisto Dermoide: costuma ser formado por elementos da derme e epiderme, como ossos, dentes, pelos, entre outros;
  • Cisto Endometrioide: é formado quando um pequeno pedaço de tecido endometrial sangra, desprende-se e cresce no ovário.

Cisto no ovário e gravidez

Normalmente, os cistos no ovário se desenvolvem sozinhos e a intervenção médica é desnecessária, uma vez que podem causar no máximo um pequeno desconforto, sem interferir na ovulação. Algumas mulheres convivem durante anos com o cisto, sem nem saberem que o tem.

Porém, há casos que podem ser preocupantes quando o assunto é gravidez. Dependendo do tamanho do cisto, existe o risco de até mesmo um aborto. Cistos malignos podem trazer riscos para a mãe e o feto, devendo ser acompanhados por um especialista durante toda a gestação.

Cisto no ovário e ovário policístico são a mesma coisa?

Enquanto o cisto no ovário se caracteriza por apresentar uma única bolsa com conteúdo líquido, a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença na qual os ovários aumentam de tamanho e apresentam várias bolsas cheias de material líquido ou semi-sólido, sendo uma das principais causas da dificuldade para engravidar.

Também conhecida como Síndrome de Stein-Leventhal, a SOP ainda apresenta transtornos físicos e desequilíbrios hormonais, sendo, simultaneamente, sua causa e consequência.

Cisto de Baker

Basicamente é causado pelo acúmulo do líquido contido no interior das articulações (líquido sinovial), numa pequena bolsa atrás do joelho, provocando inchaço. Essa condição está relacionada a problemas nas articulações, um incômodo comum para quem tem artrite ou já sofreu alguma lesão na qual comprometeu a cartilagem do joelho.

No decorrer do tempo, a articulação do joelho vai se desgastando, possibilitando o surgimento de inflamações e o aumento do líquido sinovial. Quando sua quantidade torna-se excessiva, ele é empurrado para a região posterior da articulação, formando uma herniação, conhecida por cisto de Baker.

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Cisto pilonidal

Cisto pilonidal é uma variante relativamente comum do cisto dermoide. Ele é formado por uma bolsa revestida por células epiteliais, que contém glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e fragmentos da pele, como pelos. Está localizado próximo à divisão das nádegas, alguns centímetros acima do ânus e é mais comum em homens com idade entre 15 a 30 anos.

Uma das causas desse cisto é a presença de pelos que atravessam a pele e ficam na camada subcutânea. Por ser um corpo estranho, ocasiona uma reação inflamatória. Além disso, permanecer muito tempo sentado também contribui para a formação de cistos na região.

Cisto na pele

Conhecido também como cisto sebáceo, o cisto na pele tem poucos centímetros, apresenta formato arredondado e pode surgir em qualquer região do corpo. É como se fosse uma pequena bolinha que se forma sob a pele, sendo possível tocá-la, pressioná-la e até movê-la de lugar. Esse tipo de cisto não costuma provocar dor, exceto em casos de infecção.

O cisto sebáceo pode surgir quando ocorre um aumento de conteúdo cístico nas glândulas sebáceas, próximo ao folículo piloso, localizado na derme ou na epiderme. Quando inflamados, podem ser dolorosos e devem ser retirados por meio de cirurgia.

A glândula sebácea produz uma matéria oleosa, chamada sebo, para lubrificar e impermeabilizar a pele e os cabelos. Cistos podem se desenvolver se a glândula ou seu duto, a passagem por onde o óleo sai, fica danificado ou bloqueado. Isso geralmente acontece por causa de algum trauma na região (arranhões, cortes, feridas) ou condições da pele, como a acne.

Doenças genéticas, como a síndrome de Gardner ou síndrome do nevo basocelular (SNBC), também são consideradas causas contribuintes.

Os lugares mais comuns de aparecer um cisto como esse são:

  • No rosto: devem ser tratados por um dermatologista, a fim de evitar uma infecção;
  • Nas costas: na maioria das vezes precisam de tratamento cirúrgico por serem maiores que os localizados em outras regiões;
  • Na cabeça: geralmente são benignos, mas após retirá-los com cirurgia, o médico poderá analisá-los para verificar a possibilidade de ser um câncer.

Leia mais: Cisto Sebáceo: como tratar e quais remédios usar?

Cisto na mama

Pequena alteração mamária benigna, os cistos na mama são bastante comuns e, no geral, não apresentam sintomas nem requerem tratamento. Tratam-se de um acúmulo de líquido, que gera maior sensibilidade ou provoca uma pequena dor localizada.

Geralmente os cistos na mama são pequenos e surgem próximo ao período menstrual, tornando as mamas doloridas. Nesses casos, não costumam ser palpáveis, mas podem ser detectados por meio de ultrassonografia, sem representarem problemas clínicos.

Em casos de cistos maiores que provocam dor constante ou interferem na realização de exames, como a mamografia, pode ser necessária a remoção por meio de agulha. Esses só serão motivo de preocupação quando estiverem associados a um componente sólido chamado “vegetação”, que se encontra dentro do acúmulo de líquido.

Cisto na mandíbula

Também conhecido como ceratocisto, é um tumor benigno, porém com aspecto agressivo. É resultante de restos celulares nos dentes e afeta frequentemente a mandíbula posterior.

Cisto aracnoide

Este tipo de cisto tem natureza congênita, ou seja, se forma ainda na fase fetal, devido a um defeito da válvula das membranas aracnoides, nas quais auxiliam na passagem do líquido cefalorraquidiano (líquido presente dentro do cérebro).

Na grande maioria dos casos, os cistos aracnoides não apresentam sintomas, sendo desnecessária qualquer intervenção. Porém, há situações raras que resultam em dores de cabeça, tonturas e uma acumulação excessiva do fluido cérebro-espinhal.

Cisto de Bartholin

As glândulas de Bartholin emitem líquido que atua como um lubrificante nas relações sexuais. O fluido percorre pequenos tubos, chamados ductos, na vagina. Se os ductos ficam bloqueados ou são danificados, eles podem encher de líquido e expandir-se, formando um cisto.

Normalmente, o cisto de Bartholin não apresenta dor ou sintomas, e pode curar-se espontaneamente. Porém, quando o líquido fica infectado, a região fica inchada, dolorida e avermelhada, podendo liberar pus.

Cisto nas pálpebras (Calázio)

O cisto nas pálpebras é causado por inflamação e obstrução da glândula meibomiana, que está localizada na pálpebra superior ou inferior, e é responsável por produzir as lágrimas.

As causas associadas com a obstrução da saída da glândula variam entre fatores hormonais, até a falta de higiene na região dos olhos. A alimentação, especialmente o excesso de carboidratos, também é um fator a se considerar.

Cisto renal

O cisto renal se caracteriza por ser uma bolsa revestida com líquido ou ar, localizada em um ou dois rins. Geralmente a alteração apresenta tamanho inferior a 3 cm, sendo provocada por fatores hereditários ou adquiridos (não herdados).

Dentre os vários tipos que podem se desenvolver nessa região estão:

  • Cistos solitários, que contêm fluidos e, às vezes, sangue (raro);
  • Cistos causados por bloqueios tubulares;
  • Cistos formados devido a dilatações dos vasos sanguíneos (geralmente presentes em pessoas com doenças vasculares renais);
  • Cisto renal simples, preenchido apenas por líquido e de forma regular (mais comum).

Nos cistos adquiridos, os cistos renais são comuns em pessoas a partir dos 50 anos e ainda mais frequentes naquelas com idade superior aos 60.

Frequentemente, os cistos renais não causam sintomas. Porém, em raros casos, o paciente pode apresentar dor lombar, hemorragia e infecções.

Outros tipos de cistos incluem:

  • Cisto testicular;
  • Cistos cisticercais;
  • Cisto na corda vocal;
  • Cisto dentígero;
  • Cisto dermoides;
  • Cisto coloide;
  • Cisto glial;
  • Cisto epididimal;
  • Cisto de Tarlov (coluna vertebral);
  • Cisto mucoide;
  • Cisto periapical;
  • Cisto paratubário (na tuba uterina);
  • Cisto pilar (cisto do escalpo cabeludo);
  • Cisto hidático;
  • Cisto radicular;
  • Cisto sinovial (articulações e tendões nas mãos/pés);
  • Cisto peritoneal (no revestimento da cavidade abdominal);
  • Cisto pineal.

Causas

Existem diversas causas para o surgimento de cistos, que podem variar de acordo com o seu tipo. Entre as principais estão:

  • Condições genéticas;
  • Tumores;
  • Infecções;
  • Erros no desenvolvimento embrionário;
  • Defeitos celulares;
  • Condições inflamatórias crônicas;
  • Bloqueios de condutas no corpo;
  • Parasitas;
  • Lesões.

Fatores de risco

Os cistos podem ocorrer em pessoas de todas as idades e origens étnicas. Por existirem diversos tipos, é difícil listar fatores específicos, sendo que sua evolução está diretamente ligada às causas subjacentes de sua formação.

Porém, casos de infecções, tumores, condições inflamatórias crônicas e certas doenças hereditárias podem levar ao desenvolvimento de cistos.

Sintomas

Cistos menores e localizados em partes internas do corpo podem não produzir sintomas. Entretanto, existem aqueles que podem ser sentidos, como o cisto epidérmico. Nesses casos, podem ser reconhecidos como nódulos ou colisões, na maioria das vezes indolores.

Alguns cistos também produzem sintomas relacionados ao lugar onde estão localizados, como os cistos no fígado e nos rins, por exemplo. Se os cistos surgem devido a uma infecção grave, tumor ou doença crônica, os sintomas dependem da localização, tipo e extensão da doença.

Quando devo procurar um médico?

Ao notar qualquer anormalidade, inchaço, dor ou vermelhidão, procure ajuda médica. O profissional poderá recomendar testes de diagnóstico adequados para determinar a causa do cisto. Crescimentos fora do comum podem tratar-se de câncer, e, quanto antes removê-lo, maiores serão as chances de cura.

Como é feito o diagnóstico?

Muitos especialistas são capazes de diagnosticar os cistos, tudo depende do lugar onde estão localizados, da sua causa subjacente, composição e tamanho. Tais profissionais incluem: obstetra, ginecologista, otorrinolaringologista, cirurgião, ortopedista, gastroenterologista, dermatologista, infectologista.

Os exames mais utilizados para o diagnóstico são:

  • Ultrassom;
  • Raios-X;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ressonância magnética.

Em algumas situações, a biópsia por agulha pode ser utilizada, a fim de determinar se um tecido maligno está associado a estrutura do cisto.

Qual o tratamento para o cisto?

O tratamento irá depender da região, do tamanho, do nível de desconforto e da causa subjacente de cada cisto.

A maioria deles não requer medidas clínicas, porém, os médicos podem utilizar meios como:

  • Aspiração ou drenagem de fluidos, com o uso de agulha ou cateter;
  • Uso de medicamentos, como injeções de cortisona, a fim de reduzir um cisto inflamado;
  • Remoção cirúrgica.

Em quais casos a cirurgia é indicada?

No caso da detecção de células cancerosas ou quando a drenagem não funciona, a remoção cirúrgica ou biópsia podem ser solicitadas. Além disso, cistos internos e difíceis de serem alcançados, bem como aqueles que são muito dolorosos, grandes ou desconfortáveis, podem exigir cirurgia.

Os cistos associados a agentes infecciosos interferem nas funções normais do corpo e também fazem parte dessa lista.

Tratamento caseiro

Apesar de a maioria dos cistos desaparecerem ao longo do tempo, algumas medidas caseiras podem auxiliar no tratamento. Colocar uma compressa de água quente sobre o cisto, por exemplo, pode ser uma ótima alternativa, já que a medida acelera o processo de cicatrização e auxilia a drenagem.

Existem ainda diversas opções de remédios caseiros para o tratamento de alguns tipos de cistos, como o óleo de árvore de chá, óleo de rícino e aloe vera.

Vale lembrar que o acompanhamento médico é essencial. O recomendável é sempre se aconselhar com o profissional da saúde, antes de iniciar qualquer tratamento.

O que não fazer

Espremer ou estourar um cisto pode piorar sua causa subjacente, causando seu aumento ou até mesmo infecção.

Complicações

Normalmente os cistos são benignos e não prejudiciais. Entretanto, o cisto torna-se realmente preocupante quando é considerado maligno e cancerígeno.

Além disso, se um cisto cresce demais, o mesmo pode prejudicar o funcionamento dos órgãos, necessitando a remoção imediata.

Cistos podem causar câncer?

Na grande maioria das vezes, cistos são tumores benignos e não costumam ter relação com o câncer. Porém, se forem maior que 10 cm e possuírem áreas sólidas e líquidas, podem representar uma situação de alto risco.

Do ponto de vista oncológico, somente os cistos com conteúdo sólido podem ser graves. No caso dos cistos localizados nas mamas, por exemplo, a grande maioria não é capaz de virar câncer. No entanto, dependendo do tamanho, podem apresentar potencial maligno.

Como prevenir os cistos?

A maioria dos cistos não pode ser evitada. Porém, nos casos relacionados a causas infecciosas, existem medidas que podem atuar na prevenção:

  • Cisto no ovário: mulheres que estão sujeitas a terem cistos ovarianos podem ser capazes de prevenir a formação de novos cistos fazendo o uso de anticoncepcionais hormonais;
  • Cisto nas pálpebras (calázio): a limpeza suave perto da linha do cílios ajuda a manter bloqueado os dutos de óleo, evitando o surgimento do cisto;
  • Cisto pilonidal: podem ser evitados se a pele for mantida limpa e seca na região afetada. Evitar ficar muito tempo sentado também é uma boa alternativa para impedir sua formação.

Cistos, na maioria das vezes, mesmo sendo chatos e desconfortáveis não são malignos, mas o acompanhamento médico é essencial para ficar sempre em dia com o seu corpo e se prevenir de qualquer complicação maior.

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Referências

http://www.emedicinehealth.com/cyst/page2_em.htm#what_are_cyst_risk_factorshttps://www.significados.com.br/cisto/http://www.medicinenet.com/cyst/article.htm&prev=searchhttp://www.mulherconsciente.com.br/noticias/um-cisto-no-ovario-pode-virar-cancer/https://pt.wikipedia.org/wiki/Cistohttp://g1.globo.com/bemestar/noticia/nodulos-cistos-e-polipos-bem-estar-explica-o-que-sao-e-quando-retirar-ou-conviver-com-eles.ghtmlhttp://www.healthline.com/health/sebaceous-cyst#overview1http://www.planetabebe.com.br/sop2.phphttp://www.oncoguia.org.br/conteudo/alteracoes-benignas-das-mamas/1381/34/http://www.ineuro.com.br/para-os-pacientes/cisto-aracnoide/http://www.medicalnewstoday.com/articles/160821.php?page=3http://www.pro-renal.org.br/renal_034.php
Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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