A azia é um desconforto gástrico bastante comum. Pode ocorrer esporadicamente, após a ingestão de algum alimento, mas também pode acontecer com mais frequência, de acordo com a alimentação cotidiana, uso de remédio a até mesmo gestação.
Quer entender melhor as causas e fatores desencadeantes? Confira o texto:
A azia, que é conhecida também como pirose, é uma sensação de queimação perto do peito, que geralmente vem acompanhada de um gosto amargo na garganta ou na boca. Os sinais podem se acentuar logo após uma refeição ou quando a pessoa está deitada ou inclinada.
Ocorre quando o conteúdo presente no estômago volta para o esôfago — que é um tipo de tubo, entre a boca e o estômago, que transporta os alimentos.
O esôfago tem uma válvula (esfíncter) que libera e bloqueia a passagem do alimento e do suco gástrico.
Quando essa válvula não funciona corretamente, o ácido retorna pelo esôfago, podendo causar irritação da mucosa e sensação de queimação — isso e a azia.
Ela pode vir acompanhada de sensação de ardor e dor no peito, desconforto geral na parte superior do abdômen e dor de estômago logo após comer.
Em alguns casos, o desconforto parece subir do estômago até a garganta, sendo que algumas pessoas também apresentam regurgitação, náuseas e tosses.
Geralmente, não indica um problema de saúde grave. Mas, se for frequente ou atrapalhar a alimentação, pode ser um sintoma de outras doenças. Por isso, é importante buscar ajuda médica para ver se está tudo bem com o organismo.
Estima-se que pelo menos 20 milhões de brasileiros adultos sofram com a azia.
Quando o sintoma é frequente pode ser um sinal de que há algo errado com organismo.
Veja abaixo, detalhes do que pode causar azia.
O Refluxo do ácido gástrico ocorre quando o conteúdo do estômago sobe para o esôfago.
Algumas pessoas podem apresentar uma condição chamada de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que afeta o sistema digestivo. Nesses casos, geralmente a pessoa sente uma sensação de queimação no peito mais de duas vezes por semana.
Normalmente, o problema é resolvido com medicamentos e mudanças no estilo de vida como perder peso e refeições mais leves.
A hérnia de hiato ocorre quando a parte superior do estômago se projeta pelo músculo que separa o abdome e o tórax – conhecido como diafragma. Esse músculo tem uma pequena abertura (hiato) pelo qual o esôfago passa antes de se conectar ao estômago.
Na hérnia de hiato, o estômago sobe por essa abertura e chega ao peito. Por causa disso, pode permitir que o alimento e o ácido voltem para o esôfago, causando a azia. Medicamentos geralmente podem aliviar esses sintomas. Em alguns casos mais graves, é necessária a cirurgia para amenizar o problema.
Quem fuma tem mais chances de desenvolver azia e refluxo do ácido gástrico. O tabagismo e a nicotina enfraquecem o esfíncter inferior do esôfago, que é um músculo entre o esôfago e estômago que previne a volta do conteúdo estomacal. Por isso, quem sofre muito com azia deve deixar o vício.
Pessoas obesas têm mais riscos de apresentar a doença porque o excesso de gordura abdominal aumenta a pressão contra o estômago. Isso favorece o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago e causa a azia.
Alguns remédios como a aspirina e o Ibuprofeno, por exemplo, irritam o esôfago e podem causar azia. Geralmente, o(a) médico(a) pode pedir para trocar de medicação, se o sintoma persistir.
Sim. A azia costuma ser um sintoma frequente durante a gravidez. Algumas mulheres sentem o incômodo por minutos e há casos que duram até horas.
Estima-se que entre 17% e 45% das gestantes já tiveram azia em algum momento da gestação.
O problema piora ainda mais quando as mulheres já tinham problemas, como gastrite ou refluxo, antes da gravidez.
O desconforto costuma ocorrer em gestantes porque há uma pressão no esfíncter esofágico inferior, que separa o esôfago do estômago. Isso facilita que o ácido passe do estômago para o esôfago, causando os sintomas.
Também pode ocorrer por questões hormonais. A progesterona, por exemplo, causa um relaxamento muscular, o que aumenta o risco do desconforto.
A boa notícia é que não causa maiores problemas para as futuras mamães. Mas, se o sintoma persistir ou atrapalhar a alimentação e o ganho de peso, é importante se consultar com um(a) obstetra para averiguar se está tudo bem com a saúde do bebê e da mulher.
A azia pode vir acompanhada de queimação na garganta quando o ácido chega até a boca. Muitas vezes, causa um gosto amargo na boca. Nesses casos, pode ocorrer devido a um refluxo.
A sensação de azia ou queimação é frequente nas primeiras horas após uma refeição, principalmente quando a pessoa se deita.
O diagnóstico ocorre, geralmente após uma endoscopia, que examina por meio de imagens o sistema digestivo.
Quando não é tratado, pode evoluir para problemas mais sérios, como úlceras no esôfago, que a longo prazo pode aumentar os riscos de câncer no sistema digestivo. Por isso, é fundamental um acompanhamento médico.
O consumo de alguns alimentos aumentam a probabilidade da azia aparecer. A dieta para evitar o sintoma deve ser focada na ingestão de alimentos que não estimulam demais o estômago a produzir suco gástrico.
Além disso, alguns alimentos causam o relaxamento do esfíncter esofagiano inferior. E se o músculo estiver relaxado, facilita a passagem do conteúdo gástrico para o esôfago.
Veja abaixo quais alimentos evitar:
Além de evitar consumir esses alimentos, é importante não comer exageradamente durante a refeição e não tomar líquidos enquanto se alimenta para não distender o estômago.
Outra dica que contribui para evitar o problema é evitar se deitar nas primeiras três horas após comer — isso porque a posição favorece o refluxo, agravando os sintomas.
Também é importante evitar pular refeições para não aumentar o suco gástrico no estômago e sempre que possível comer devagar para ajudar a digerir melhor os alimentos.
Além disso, vale incluir na dieta alimentos como maçã, banana, iogurte e itens integrais para diminuir a acidez estomacal e, consequentemente, a azia.
A azia pode ser desencadeada por diversas motivos, envolvidos sobretudo com a alimentação, mas também tendo relação com gravidez e até excesso de peso.
Por isso, saber as causas do problema são importantes para poder tratá-lo corretamente. O Minuto Saudável traz outros dicas para você manter a saúde em dia!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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