Saúde

Carboxiterapia: veja para que serve, riscos e se funciona

Publicado em: 31/12/2018Última atualização: 25/11/2022
Publicado em: 31/12/2018Última atualização: 25/11/2022
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A busca por cuidados com a aparência não é novidade, tanto que o mercado de estética investe há anos em recursos que atendam as demandas e desejos de modificar o corpo — seja reduzindo algumas medidas, evitando o envelhecimento ou remodelando uma região.

Em meio ao desejo de ter um corpo mais próximo àquele almejado, os tratamentos estéticos ganham mercado e investem em tecnologias — e são elas que se destacam: com resultados cada vez mais promissores e recursos cada vez menos invasivos, os tratamentos não cirúrgicos movimentam a indústria.

No ano de 2016, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a escolha por métodos menos invasivos — ou seja, tratamentos não cirúrgicos — representou mais de 47% dos atendimentos e procedimentos realizados por especialistas de estética.

A aplicação de dióxido de carbono não é exatamente recente, pois na medicina já é usada há alguns anos. Mas agora tem ganhado outra finalidade: mudar a aparência estética.

Com menos dor, menos tempo de recuperação e resultados cada vez melhores, a carboxiterapia agora ocupa a agenda de profissionais especialistas em beleza.

Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é carboxiterapia?
  2. Origem da carboxiterapia
  3. Para que serve e quando fazer?
  4. Carboxiterapia emagrece?
  5. Carboxiterapia capilar
  6. Aparelho de carboxiterapia
  7. Como funciona?
  8. Quais os efeitos da aplicação de gás carbônico?
  9. Como é a aplicação (profundidade)?
  10. Carboxiterapia dói?
  11. Qual profissional aplica carboxiterapia?
  12. Quantas sessões realizar?
  13. Cuidados antes e após a carboxiterapia
  14. Carboxiterapia funciona?
  15. Resultados: antes e depois
  16. Preço
  17. Riscos e efeitos colaterais
  18. Contraindicações: quem não pode fazer?

O que é carboxiterapia?

Aplicações de gás carbônico medicinal com uma agulha fina: isso é basicamente tudo o que você precisa para reduzir gorduras, celulite, estrias e cicatrizes da pele.

Essa é a carboxiterapia, que deriva da técnica criada em 1932, em que se aplicava gás carbônico no tecido subcutâneo para tratamentos medicinais.

Hoje, o procedimento se destaca pela sua diversidade de utilizações, pelos baixos riscos e efeitos colaterais, além dos bons resultados que proporciona.

Realizado em consultórios, a carboxiterapia é feita com a injeção de pequenas quantidades de gás carbônico em camadas diversas da pele.

A profundidade depende do objetivo, por exemplo, para reduzir medidas, é entre a camada da pele e a de gordura, mas se for para tratar estrias, é diretamente na cicatriz.

O gás promove a circulação sanguínea na região, estimula a produção de colágeno e auxilia na eliminação de células de gordura.

Em média, são necessárias entre 10 e 15 sessões, mas é possível que os resultados comecem a aparecer logo após a primeira aplicação.

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Origem da carboxiterapia

Apesar do uso estético no Brasil ser recente, a aplicação de gás carbônico debaixo da pele tem um histórico mais longo. Foi em 1932 que a terapia à base de CO2 (gás carbônico) começou a ser usada nos ambulatórios e centros de saúde na estação termal francesa de Royta.

Na época, os pacientes que sofriam com distúrbios do fluxo sanguíneo (arteriopatias periféricas) eram indicados aos tratamentos que consistiam em banhos secos ou imersão da área do corpo afetada em água e gás carbônico.

Em 1983, cerca de 402 mil pessoas já haviam passado por tratamentos na estação Royat e os resultados foram considerados seguros e promissores, indicando que a oxigenação promovida pelo CO2 podia, efetivamente, auxiliar na recuperação das doenças.

Com o passar dos anos, a prática foi testada também para fins estéticos, sendo que em 2001 já havia o 1º curso em nível superior de carboxiterapia ligado à cirurgia estética, na Universidade de Siena, na Itália.

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Para que serve e quando fazer?

A aplicação do gás carbônico subcutâneo com finalidade estética pode ser usado para auxiliar a amenizar ou tratar condições como:

Celulite

A carboxiterapia pode ser recomendada para o tratamento de celulite, devido ao estímulo da circulação sanguínea promovida pelo gás e pela ação oxidativa (ou seja, redutora) de células de gordura.

É por meio da redução de células de gordura que o aspecto da celulite é melhorado. Com a oferta de oxigênio, ocorre a mais degradação de concentração de lipídios, fazendo com que haja uma redução desse tecido.

Como consequência da redução de medidas há a redução da celulite.

Em geral, são necessárias entre 5 e 10 sessões — entre 1 e 2 vezes por semana — para que a celulite seja visivelmente reduzida, inclusive nos casos em que há muitos furinhos na pele.

Flacidez da pele

A flacidez ocorre pela falta de colágeno e elastina, proteínas que dão firmeza e sustentação à pele. Quando faltam no organismo, a pele fica com aparência frágil, fina e pouco elástica — ou seja, flácida.

Com a carboxiterapia, o tecido é estimulado devido à dilatação dos vasos sanguíneos, o que melhora a oxigenação da região e, em algumas partes do corpo, pode promover também a degradação das células de gordura.

Juntos, esses feitos dão mais densidade ao tecido da derme, deixando-o resistente, elástico e com aparência mais hidratada.

Estrias

Estrias são cicatrizes que surgem na pele após as fibras de colágeno serem rompidas, devido à extensão exagerada e à fragilidade do tecido.

Apesar dos cuidados com a pele, nem sempre é fácil evitar o surgimento das marcas — que são bem comuns na adolescência e na gravidez.

A carboxiterapia para estria injeta gás carbônico diretamente na cicatriz, promovendo a oxigenação e aumentando a produção de colágeno.

O colágeno faz com que a região seja suavizada e as marcas fiquem mais regulares em relação à superfície da pele.

Em média, são necessárias cerca de 4 sessões até os resultados serem percebidos — mas vale lembrar que são aquelas cicatrizes vermelhas e roxas as que respondem melhor à terapia, pois são mais recentes.

Leia mais: Estrias: o que causa, como evitar e tratamentos

Varizes (microvasos)

Varizes são veias que se dilatam devido ao funcionamento incorreto de válvulas — estruturas que auxiliam o sangue a fluir na direção correta.

É importante ressaltar que nem todas as varizes podem ser minimizadas ou tratadas com a carboxiterapia. Somente aqueles vasinhos finos (microvasos), pequenos e com coloração arroxeada ou avermelhada.

Grandes varizes, com saliências muito intensas ou com cores mais próximas ao verde devem ser tratadas com médicos.

Quando aplicado diretamente na variz, o CO2 auxilia na restauração da parede dos vasos sanguíneos, incentivando o sangue a circular novamente no local, fazendo as microvarizes sumirem imediatamente.

Olheiras

A região debaixo dos olhos pode ficar escura e incomodar bastante. As olheiras têm diversas causas, como o estresse, o cansaço e as condições biológicas.

Não importa exatamente o motivo, mas quem deseja suavizar a região escurecida pode encontrar na carboxiterapia uma boa opção.

A oxigenação promovida pela carboxiterapia faz a circulação reduzir o aspecto escurecido debaixo dos olhos.

Além disso, o colágeno, que também é estimulado pela terapia, ajuda a reduzir marcas de expressão e a flacidez — que tende a aumentar com a idade e o estresse.

Gordura localizada

O excesso de tecido adiposo localizado — ou seja, aquelas gordurinhas na cintura, braços ou coxas — é resultado do acúmulo de células adipócitas. Ao aplicar gás carbônico no tecido, ocorre a vasodilatação e a melhoria do fluxo sanguíneo da pele.

A ação gera a melhoria do metabolismo, o que favorece a quebra das moléculas de gordura, ou seja, a eliminação de medidas.

Geralmente, são realizadas entre 1 e 2 sessões por semana, sendo que entre a 5ª e a 10ª é possível perceber reduções significativas de medidas.

Mas vale lembrar que, sobretudo para quem deseja eliminar gorduras localizadas, a alimentação adequada e os exercícios físicos devem ser aliados ao tratamento.

Também é importante saber que o tratamento não é eficaz para o emagrecimento, pois visa a redução do tecido localizado de gordura, ou seja, concentrações difíceis de eliminar.

Rugas

A idade e as condições estressantes podem provocar rugas, que são modificações (geralmente não desejadas) na pele, como sulcos ou pregas.

Relacionadas à redução de fibras de colágeno e elastina, que prejudicam a elasticidade e a sustentação do tecido, as rugas podem ser suavizadas com a aplicação do gás carbônico.

Com a aplicação, a circulação é otimizada e a produção de colágeno resulta em marcas mais suaves na pele.

Além disso, o estímulo das fibras promove a manutenção da sustentação da região, evitando a flacidez local — que geralmente está associada às marcas da derme. Ou seja, mais colágeno, menos marcas.

Em geral, a partir de 3 sessões já é possível perceber melhorias na pele, sendo indicado entre 5 e 10 realizações para que os resultados sejam efetivos.

Pós-cirurgia plástica

A carboxiterapia pode ser uma opção após a realização de cirurgias plásticas ou para a correção estética de cirurgias de origem médica, suavizando cicatrizes ou melhorando a circulação sanguínea das regiões próximas ao corte.

Devido ao estímulo das fibras colágenas, o tecido da pele tende a ser recuperado, diminuindo marcas e flacidez que podem permanecer após as cirurgias.

Carboxiterapia emagrece?

Diretamente, não. A carboxiterapia é bastante eficaz para reduzir medidas, mas para diminuir o peso em geral, a técnica não é a mais indicada.

Para quem se submete ao tratamento para gordura localizada, é possível ver alguns resultados desde as primeiras sessões — como alguns centímetros a menos na cintura ou quadris. O que não é exatamente um emagrecimento.

Mesmo nesses casos, o ideal é aliar o procedimento com a alimentação equilibrada e as atividades físicas. Juntos, esses hábitos promovem melhores respostas ao tratamento.

Já quem deseja emagrecer, a aplicação de CO2 pode ser indicada após o cliente atingir o peso desejado — para reduzir aquelas gordurinhas localizadas mais difíceis de eliminar.

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Carboxiterapia capilar

O processo é basicamente o mesmo: injetar pequenas concentrações de gás carbônico para estimular a região. Mas, quando é feita no couro cabeludo, o objetivo é outro: fazer nascer mais cabelo.

Quando a pessoa sofre com queda acentuada de cabelo, calvície ou herança genética, a carboxiterapia capilar pode auxiliar. Em média, são necessárias entre 10 e 20 sessões de cerca de 40 minutos em períodos quinzenais ou mensais.

Mas, ao contrário do procedimento feito na pele, os resultados tendem a ser mais demorados, pois ocorre apenas o estímulo da região, maior nutrição e oxigenação. Os fios precisam, ainda, crescer — e isso leva o tempo natural do crescimento.

Aparelho de carboxiterapia

O aparelho utilizado para a carboxiterapia é simples e consiste em um cilindro de gás carbônico medicinal (99,9% de pureza) conectado à agulha descartável de cerca de 0,3mm.

A liberação do gás é controlada, ou seja, a velocidade do fluxo, a quantidade de CO2 e o tempo de aplicação são regulados com alta precisão. Ao total, cada sessão pode injetar entre 600mL e 2000mL (2L) de gás, aproximadamente.

Alguns aparelhos podem, ainda, trabalhar com a emissão de pequenas correntes elétricas que estimulam a pele e ajudam a minimizar as dores das aplicações.

Como funciona?

O processo básico da carboxiterapia consiste na oxigenação da região que recebe a agulhada.

Vale lembrar que o gás carbônico não é tóxico, sendo uma substância natural do metabolismo humano (ações oxidativas das células) e eliminado pela respiração.

Como o CO2 possui grande capacidade de difusão, o corpo consegue absorvê-lo e eliminá-lo rapidamente, fazendo com que, após a aplicação, apenas o efeito de vasodilatação se mantenha no corpo.

Mas para entender os mecanismo que provocam os benefícios desejados, é preciso saber que os processos de troca gasosa (oxigênio e gás carbônico) estão diretamente relacionados com a circulação sanguínea.

Isso porque o corpo precisa de oxigênio para funcionar corretamente, sendo que uma proteína presente nas células do sangue, chamada hemoglobina, é a principal responsável pelo transporte.

Quando a hemoglobina se liga a uma molécula de oxigênio, ambas transitam pela corrente sanguínea até chegarem ao tecido que necessita de oxigenação. Ao liberar essa molécula, uma outra, de gás carbônico, se liga à proteína. Agora o destino são os pulmões, onde o gás carbônico será liberado.

Esse processo é constante e permite manter os gases em equilíbrio. Mas a carboxiterapia abala esse equilíbrio e nosso organismo tem um sistema bastante inteligente para reajustá-lo por meio do controle do fluxo sanguíneo.

Quando o corpo percebe uma maior concentração de CO2 em determinada região, os vasos sanguíneos são ajustados para levar mais oxigênio à região e eliminar rapidamente o gás carbônico. Com mais CO2, o tecido fica mais nutrido e saudável.

Há também outro processo fundamental para os resultados da carboxiterapia: como ocorre uma distensão do tecido (um estufamento), as fibras se retraem para recuperar a alteração. A retração estimula a produção de colágeno e melhora os sinais de flacidez.

Quais os efeitos da aplicação de gás carbônico?

Após ser aplicado, os principais efeitos do gás carbônico no organismo são:

Estimula a circulação

É importante considerar que a carboxiterapia promove uma agressão ao organismo devido à injeção do gás carbônico e devido à perfuração da agulha. Assim, o corpo responde imediatamente às agressões, de modo a controlar ou evitar danos.

Um dos primeiros processos gerados é a vasodilatação no local, ou seja, aumento do calibre dos vasos sanguíneos, fazendo com que mais oxigênio chegue ao tecido.

Ocorre também processos para cicatrizar ou restaurar os tecidos da pele devido à agressão da agulha e à distensão provocada pelo estufamento subcutâneo.

Esses mecanismos provocam, portanto, o aumento do fluxo sanguíneo, neovascularização (surgimento de novos vasos sanguíneos) e maior concentração de componentes (como os leucócitos, que geram a cicatrização dos tecidos).

Liberação de oxigênio no tecido

A hemoglobina é uma proteína existente no interior das hemácias (células sanguíneas), sendo responsável pelo transporte de oxigênio pelo corpo.

Porém, a proteína tem cerca de 200 vezes mais afinidade com o gás carbônico do que com o oxigênio. Ou seja, a elevação do CO2 em determinada região faz com que o sangue oxigenado migre para o local (hiperoxigenação) e ocorra a troca gasosa.

Esse mecanismo de equilíbrio de gases nos tecidos, bioquimicamente chamado de efeito de Bohr, resulta em maior oferta de oxigênio e melhor nutrição tecidual.

Redução da gordura (lipólise)

O gás injetado provoca o aumento da pressão na região do corpo, que estimula algumas substâncias, como a catecolamina, e desencadeia estímulos às enzimas responsáveis pela lipólise (degradação das células de gordura).

Essas enzimas agem degradando, murchando ou eliminando o volume das células, provocando a redução de medidas locais.

Mas há, ainda, outro mecanismo capaz de reduzir medidas: o rompimento da membrana dessas células de gorduras.

Estudos de 2011, publicados na revista científica Cirurgia Plástica Estética, apontam que é sobretudo a ação mecânica do gás que promove a liberação das células de gordura. Ou seja, não é somente a ação química (efeitos) do CO2, mas também a força com que o gás entra no tecido.

A pressão da injeção rompe a ligação da gordura com o tecido, fazendo com que ela seja eliminada.

Recuperação do tecido

Devido ao trauma que ocorre no local, provocado tanto pela perfuração da agulha quanto pela ação de inflar a camada subcutânea, inicia-se um processo inflamatório. Para solucionar os danos, o corpo envia células chamadas fibroblastos, que são componentes de formação da pele.

Os processos de recuperação resultam na produção de colágeno e outras substâncias ligadas à reparação do tecido.

Assim, ocorrem melhorias na espessura da derme, recuperação da lesão e reorganização de fibras colágenas dando mais integridade e força ao tecido.

Como é a aplicação (profundidade)?

A quantidade de gás injetado depende do objetivo do tratamento. Em geral, eliminar ou reduzir gordura localizada e celulite demanda maiores concentrações de CO2.

O profissional vai avaliar todos os aspectos e definir a profundidade de aplicação que pode ser separada em 3 planos de injeção:

  • Superficial: a agulha é posicionada em uma angulação de 45º, fazendo com que o gás seja depositado na parte superficial da pele, promovendo a nutrição e a oxigenação — ideal para tratar cicatrizes, flacidez e marcas de pele.
  • Profundo: com a agulha inclinada a 25º ou menos, o procedimento estimula a produção de elastina e colágeno (neocolagênese) — indicado para estrias e rugas.
  • Hipodérmico: a agulha fica alinhada entre 45º e 90º e atinge o tecido adiposo — indicado para a redução de medidas e de celulites.

São feitas aplicações rápidas — sendo que cada picada leva geralmente menos de 5 segundos — e múltiplas — para o tratamento de estrias, por exemplo, pode ser preciso injetar gás em cada cicatriz individualmente (quanto mais estrias, mais picadas).

Em seguida, faz-se uma massagem manual — com movimentos e pressão específicos — para auxiliar na dispersão do gás sob a pele, otimizando seus efeitos.

A sessão demora de acordo com o tamanho da região tratada, normalmente dura entre 30 e 50 minutos para áreas grandes (como pernas e glúteos) ou entre 20 e 30 minutos para regiões pequenas (como a face).

Em geral, é indicado associar outras terapias, como a drenagem linfática, massagens ou outras terapias estéticas, conforme orientação profissional.

Leia mais: Para que serve a drenagem linfática?

Carboxiterapia dói?

Em geral, sim. A injeção de gás pode causar ardência e dores em intensidades diferentes durante a sessão, ocasionadas pela distensão dos tecidos. Normalmente, o incômodo é passageiro e ocorre apenas durante o procedimento.

Como o procedimento consiste em picadas, ainda que superficiais, pode gerar dor ou desconforto quando a agulha é inserida na pele. Mas a sensibilidade de cada cliente e a área de aplicação interferem bastante na sensação de dor.

A ardência pode ser minimizada pela temperatura do gás. Por isso, alguns profissionais trabalham com gás levemente aquecido, tornando o procedimento menos desconfortável para o paciente.

O local de aplicação tende a contribuir com a dor, sendo que regiões com menos camadas adiposas podem ser mais sensíveis. Porém, outros fatores interferem, como a própria habilidade do profissional e a quantidade e velocidade que o CO2 é injetado.

Por isso, nas técnicas para reduzir medidas — que aumentam a velocidade do gás para a quebra das células de gordura —, a dor pode ser mais intensa.

Para minimizar o sofrimento —  ainda que ele seja passageira —  podem ser utilizadas pomadas anestésicas que auxiliam a amortecer a pele e suavizar o desconforto, conforme orientação do profissional.

Qual profissional aplica carboxiterapia?

A carboxiterapia pode ser feita em clínicas de estética, mas o profissional devidamente habilitado para o procedimento precisa ter formação em medicina, enfermagem, fisioterapia, biomedicina ou farmácia.

É importante que o profissional ainda tenha especialização dermatologia, fisioterapia estética, estética dermatologia ou cirurgia plástica, por exemplo.

Profissionais formados em estética podem realizar procedimentos não invasivos, ou seja, que não perfuram a pele.

Quantas sessões realizar?

A quantidade de sessões deve ser avaliada pelo profissional responsável, assim como o tempo de intervalo entre cada aplicação. No geral, é comum a realização entre 10 e 20 sessões, sendo que alguns resultados já podem ser vistos entre a 1ª e 3ª sessão.

Cada cliente pode ser indicado a manter uma frequência diferente, de acordo com o organismo, com o local de aplicação e com o objetivo, mas sempre respeitando pelo menos um intervalo de 48h entre cada aplicação.

Em geral, clientes com celulites, flacidez e gorduras localizadas podem ser indicadas à aplicação 2 vezes por semana, enquanto nos casos de estrias se deve respeitar um intervalo de 15 dias, aproximadamente.

Como os resultados não são definitivos, é preciso manter sessões de manutenção. A frequência vai depender da análise do profissional e do quadro do cliente.

Em geral, após pelo menos 3 meses a manutenção pode ser iniciada, realizando aplicações 1 vez ao mês ou conforme orientação do especialista.

Cuidados antes e após a carboxiterapia

Em geral, o procedimento não afeta a rotina antes ou após a aplicação. Bastam alguns cuidados para que seja possível marcar uma sessão no meio da semana e não prejudicar o trabalho ou a ida à academia.

Recomendações antes da sessão incluem não usar cremes, óleos ou produtos capazes de de penetrar na pele, e usar roupas confortáveis e que não comprimam o local de aplicação.

Após o procedimento, é importante o uso de protetor solar de alto fator (acima de 50), evitar a exposição ao sol e ter atenção ao local de aplicação, não coçando ou arranhando.

É possível, e até recomendado, manter a rotina de atividades físicas ou sessões de drenagem linfática, conforme orientação do profissional.

Carboxiterapia funciona?

A técnica tem sido amplamente defendida por profissionais e centros de estética. Junto com a popularização da carboxiterapia, relato de clientes também indicam que o procedimento apresenta bons resultados.

Mas é importante ressaltar que ainda não há constatação científica, assegurada por procedimentos metodológicos, de que a técnica é eficaz. Ou seja, os relatos e resultados são baseados nos resultados observados, constituindo a carboxiterapia como um procedimento experimental.

Resultados: antes e depois

O resultado após a carboxiterapia é uma pele mais firme, elástica e com aspecto fortalecido, independente da área tratada — olhos ou glúteos, por exemplo.

Em geral, entre a 1ª e 5ª sessão já é possível notar diferenças quanto a firmeza e preenchimento da região. Até a 10ª realização, as medidas e gordurinhas localizadas são reduzidas, e as celulites e estrias já apresentam suavização.

Lembrando que os resultados também não são permanentes e, às vezes, é necessário realizar o tratamento novamente. Mas, em média, o efeito dura por 2 anos.

No rosto (facial)

Na face, a carboxiterapia pode ajudar a suavizar rugas, linhas de expressão, flacidez, bolsas próximas aos olhos, olheiras e cicatrizes.

Também é possível fazer a aplicação no pescoço e papadas, reduzindo concentrações de gordura nos locais:

Na barriga

Na região abdominal, a carboxiterapia diminui medidas, afina a cintura, elimina estrias e celulites:

Nas pernas e bumbum

Nas pernas, quadris e bumbum, os usos mais recorrentes são nas estrias e celulites:

Preço: qual o valor da sessão de carboxiterapia?

Os preços variam conforme a clínica, o profissional e os objetivos do tratamento. Em média, cada sessão de carboxiterapia para o corpo custa entre R$ 80 e R$ 150, e para o rosto entre R$ 100 e R$ 170, lembrando que normalmente são necessárias ao menos 10 sessões.

Alguns centros de estética podem oferecer pacotes para o tratamento completo, portanto, pagar as aplicações individualmente tende a custar mais caro.

Riscos e efeitos colaterais

Os principais riscos apontados pelos profissionais esteticistas envolvem dores, dormência e ardência durante a aplicação, rupturas de pequenos vasos sanguíneos — causando hematomas — e sangramento, ainda que sejam raros.

Em geral, os hematomas (roxos) tendem a sumir rapidamente, mas, em alguns casos, há chances da região ficar escura e a mancha tornar-se permanente.

Além disso, como o procedimento perfura a pele — ainda que superficialmente —, há riscos de infecções se não houver higienização adequada.

Porém, vale ressaltar que apesar de ser utilizada há alguns anos, as terapias estéticas à base de gás carbônico não possuem aval científico e ainda se apresentam como método experimental, segundo nota do Conselho Federal de Medicina.

Portanto, apesar de haver poucos riscos associados e relatados, o conhecimento sobre a eficácia e as consequências do procedimento ainda não são estabelecidos cientificamente.

Além disso, o tratamento pode ter um custo elevado, considerando que serão cerca de 10 sessões ou mais. Mas o preço não pode ser o único — ou o principal — fator para escolher a clínica estética.

A habilidade e a capacitação do profissional são bem importantes para conseguir um bom resultado. Busque recomendações de pessoas que já tenham feito a carboxiterapia e converse diretamente com o profissional que vai fazer a aplicação.

Contraindicações: quem não pode fazer?

Apesar do tratamento ser menos invasivo do que cirurgias, por exemplo, há uma série de contraindicações. Por isso, antes de realizar o procedimento, converse com seu médico e com o dermatologista esteticista, informando sobre situações como:

  • Gravidez ou lactação;
  • Dificuldades de cicatrização;
  • Infecções ou alergias de pele;
  • Obesidade ou sobrepeso;
  • Doenças pulmonares;
  • Doenças cardíacas;
  • Câncer ou tumores;
  • Qualquer tipo de tratamento medicamentoso (contínuo ou pontual);
  • Anemias;
  • Alterações hepáticas;
  • Hipertensão;
  • Diabetes;
  • Trombose arterial.

A busca por mudanças no corpo é, cada vez mais, facilitada pelas tecnologias e pelo desenvolvimento na área de estética. A carboxiterapia é um procedimento de fácil aplicação e resultados rápidos que pode auxiliar a melhorar a aparência da pele e reduzir gorduras.

O tratamento, quando aliado à alimentação saudável e prática de atividades físicas fornece bons resultados à estética, desde que realizados com profissionais adequados e capacitados.

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Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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