A vulvodínia é uma condição médica que causa desconforto na região da vulva. Essa doença pode causar sintomas como dor e ardência local, e acomete cerca de 16% das mulheres.
Não existe cura para essa condição, mas seguir corretamente o tratamento pode diminuir ou até mesmo eliminar os sintomas. Confira mais detalhes abaixo!
Índice - neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
A vulvodínia é uma condição caracterizada por fortes dores e ardências na região íntima da mulher, que podem ser específicas, ocorrendo apenas no clitóris, nos lábios ou no vestíbulo (parte externa), ou generalizadas (em toda a região).
A Escola Americana de Obstetrícia e Ginecologia define a vulvodínia como uma dor na vulva, que dura 3 meses ou mais, e que pode surgir de repente ou começar a se manifestar gradualmente.
Os sintomas podem ocorrer de forma espontânea (sem motivos aparentes), durante o sexo vaginal, com toques e estímulos (no exame ginecológico, por exemplo) ou até mesmo praticando exercícios físicos, como andar de bicicleta ou a cavalo.
A condição pode causar dores intensas e grandes limitações às mulheres, mas como não é causada por infecções, alterações anatômicas ou traumas, o quadro tende a ser de difícil diagnóstico.
Os pesquisadores e médicos ainda encontram dificuldades em dar parâmetros de tratamento à vulvodínia, que varia para cada paciente.
A vulvodínia pode ser classificada de 2 formas de acordo como se manifesta ou pelas regiões que afeta.
No tipo espontâneo, os sintomas surgem e persistem sem motivo aparente, já no tipo provocado, os sintomas ocorrem após toques, estímulos ou movimentos que afetem a região da vulva, como sexo ou exercícios físicos.
Também é possível classificar a vulvodínia como generalizada, em que a dor se espalha por toda a região externa da vagina, ou localizada, quando ocorre em pontos específicos, como clitóris ou lábios vaginais.
A causa exata da vulvodínia ainda não é conhecida, mas existem pesquisas que a relacionam às condições psicológicas, como depressão e ansiedade, ou também em acontecimentos na infância, como abuso sexual ou estresse crônico.
Por isso, os quadros emocionais podem estar intimamente relacionados com os sintomas e manifestações.
Além disso, a vulvodínia pode estar relacionada a doenças autoimunes ou problemas nos nervos, que afetam o correto processamento da dor.
O que se aponta é que alguns fatores estão associados ao surgimento dessa condição, entre os quais podemos citar:
A dor é o sintomas mais comum, mas também podem ocorrer:
A vulvodínia é uma condição que tem um diagnóstico de exclusão, ou seja, o ginecologista descarta primeiramente as causas mais comuns. Para isso, o seu médico pode questionar os sintomas, seu histórico médico e sexual, assim como possíveis alergias, infecções ou doenças anteriores.
A partir daí, o profissional examina a vulva e a vagina cuidadosamente, a fim de descobrir quais são os pontos de dor e a intensidade, que pode ser de leve a grave.
Não. Porém, o tratamento pode diminuir ou até mesmo eliminar os sintomas, permitindo que a mulher tenha uma vida normal.
O tratamento para vulvodínia deve ser definido de acordo com cada situação, podendo aliar diferentes terapias.
Entre as opções, o recomendado é, geralmente, primeiro fazer a utilização de remédios para dor, além de mudar algumas práticas na alimentação, buscar auxílio psicológico e complementar o tratamento com uma fisioterapia específica.
É muito importante realizar o tratamento multidisciplinar acompanhado pelo ginecologista responsável, afinal de contas, a vulvodínia é uma condição que afeta a qualidade de vida da paciente, que precisa ser bem atendida para melhorar a situação.
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Em alguns casos, é necessário que a paciente faça uso de medicamentos ou produtos para auxiliar no alívio dos sintomas, desde que recomendados pelo médico.
Entre as opções que podem promover melhorias no quadro de dor e irritação estão os analgésicos, para as dores e irritações, e os calmantes, para controlar ansiedade, por exemplo.
Essa modalidade terapêutica visa fortalecer os músculos pélvicos femininos (próximos ao quadril), para que a mulher possa ter um controle maior sobre as contrações e relaxamento, podendo amenizar as dores.
Através de técnicas respiratórias, massagem de pontos específicos e estimulação elétrica, a fisioterapia pélvica busca relaxar os músculos da região e auxiliar no retorno às atividades sexuais e diárias da mulher.
As dores da vulvodínia podem estar associadas a componentes físicos, sexuais e emocionais. Sendo assim, o acompanhamento psicológico busca trabalhar aspectos emocionais que possam causar ou desencadear as dores.
A reeducação alimentar é um dos componentes para tratar a vulvodínia. Ele consiste em diminuir ou eliminar alimentos que possam agravar os sintomas dessa condição.
Entre algumas das opções a serem repensadas são: alimentos com grande potencial alergênico (lactose, glúten), cafeína, alimentos processados ou embutidos, e alimentos ácidos, como limão.
Porém, é importante reforçar que cada organismo reage de um jeito diferente, por isso, o recomendado é procurar uma nutricionista para realizar um tratamento ideal para você.
Os tratamentos voltados para vulvodínia são utilizados para o alívio dos sintomas, já que a condição não pode ser curada. A indicação de medicamentos depende bastante do quadro da paciente e, por isso, o acompanhamento médico é fundamental.
Entre as opções estão:
Os cremes e pomadas podem ser indicados para aliviar ardências e irritações na região externa da vagina.
Entre as opções está Lidocaína, que é um anestésico de uso tópico intravaginal, que age diminuindo a sensibilidade local. Possui uma ação de longa duração, agindo profundamente nas mucosas.
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Antidepressivos com propriedades sedativas podem auxiliar na redução dos sintomas desencadeados pelos quadros emocionais.
O uso desses medicamentos costuma ser eficaz no tratamento de dores crônicas sem causas claras, pois eles modificam a maneira como os neurotransmissores do cérebro transmitem os sinais de dor.
Entre as opções está o Cloridrato de Amitriptilina.
Indicados para alívio das dores e sensibilidade da região externa, além de diminuir as sensações de pontada e desconforto, os analgésicos podem ser receitados para amenizar o desconforto.
Entre as opções está a Gabapentina.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Algumas dicas podem ajudar as pacientes a lidarem melhor com a vulvodínia:
Conhecer o próprio corpo é bastante importante para as pacientes que convivem com a vulvodínia. Tocar a região íntima, saber o que dá prazer e descobrir a sensibilidade da região vaginal pode ser fundamental para que a mulher mantenha uma via sexual saudável.
Como a condição pode gerar dores no sexo, tocar o próprio corpo ajuda a perceber quais áreas causam dor ou não, evitando a manifestação dos sintomas e tornando o sexo confortável.
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Alguns tecidos, como o jeans, pode causar dor devido ao atrito com a vulva. Evitar o uso desses materiais pode ajudar a diminuir o desconforto. Além disso, tecidos leves evitam que a região íntima fique abafada e gere desconforto.
É comum encontrarmos nos sabonetes íntimos uma substância chamada propilenoglicol, que ao entrar em contato com a vagina pode causar dores e ardência. Por isso, uma boa alternativa é procurar sabonetes que sejam neutros, livres desse componente.
O látex presente nas camisinhas comuns, podem agravar os sintomas da vulvodínia. Entretanto, existem opções sem esse componente, possíveis de serem encontradas em farmácias ou mesmo na internet. É importante testar e conversar com o seu médico para saber qual opção será melhor para você!
O recomendado é sempre utilizar calcinhas de algodão, pois são as que causam menos dor.
Além disso, dormir sem calcinha também é uma ótima opção para que tem vulvodínia. Isso porque, quando deixamos a região pubiana livre de tecidos sintéticos e muito justos, diminuímos a chance de infecções.
A depilação com cera pode agredir a região da vulva e com isso causar ainda mais dor e incômodo local.
Por isso, quem opta pela depilação, o recomendado é retirar os pelos com um barbeador elétrico ou até mesmo com lâminas, dependendo de como seu organismo irá reagir a cada uma das alternativas.
Fazer banhos de assento com camomila ou flogo-rosa (recomendação médica indicada para dor, ardor, prurido e corrimento) auxiliam no alívio da dor e da ardência. Porém, é importante se certificar da higiene da bacia a ser utilizada e de não utilizar água quente.
Assim como os sabonetes íntimos, os lubrificantes também possuem a substância propilenoglicol. Por isso, uma boa opção é fazer a utilização do óleo de coco no lugar do lubrificante.
O produto, além de impedir os sintomas da vulvodínia, previne a candidíase por ter propriedades antifúngicas.
É importante ressaltar que a vulvodínia não é sexualmente transmissível e não apresenta prognósticos ruins.
Apesar de não ter cura, diversos tratamentos estão disponíveis a fim de minimizar a dor e a irritação e, se feitos corretamente, trazem mais conforto e qualidade de vida à paciente.
A condição em si não acarreta nenhuma disfunção no organismo, mas tem impactos na rotina impedindo que a vida sexual seja mantida e até mesmo atividades comuns. A vulvodínia às vezes pode se tornar frustrante para a paciente, pois o tratamento e o diagnóstico são difíceis.
A doença não é apenas dolorosa, ela pode acabar sendo um peso emocional na vida de muitas mulheres em suas relações íntimas. Além disso, muitas delas não procuram ajuda médica por vergonha de falar sobre o assunto e pelo estigma acerca da doença.
É muito importante buscar tratamento com profissionais qualificados para essa condição, afinal de contas qualidade de vida e saúde são fundamentais para alcançar a felicidade.
Como as causas da vulvodínia não são bem compreendidas, as formas de prevenção devem incluir os cuidados básicos com a saúde, sobretudo a íntima e a emocional. Algumas dicas incluem:
Por isso, se você conhece alguém que sofre com algum desses sintomas, compartilhe esse artigo para que outras pessoas saibam quais recursos buscar para tratar a vulvodínia.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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