Tique nervoso: o que é, tipos e tratamentos

Tipos de tique nervoso

Como citado anteriormente, os movimentos abruptos e imprevisíveis e sons produzidos pelas cordas vocais são sintomas característicos de tique nervoso. O cacoete, como também é conhecido, acomete várias regiões do corpo. Confira na lista abaixo uma explicação detalhada dos dois tipos existentes e suas principais características: 

1. Motores

A principal característica dessa classificação são os movimentos de duração curta e que podem ser tanto simples quanto complexos. Sacudir as pernas ou piscar os olhos numa frequência acima do normal são alguns exemplos de movimentos simples; já o movimento complexo é aquele que desencadeia uma sequência de movimentos repetitivos simples. Por se tratarem de movimentos imprevisíveis, os tiques motores podem ser reprimidos pela pessoa apenas por um curto período de tempo.

2. Vocais

Já no tique de classificação vocal, sons ou palavras são emitidos repentinamente. Chiados, tosse e, em alguns casos, até palavrões podem ser ditos de forma involuntária. Assim como a classificação motora, a vocal consegue ser reprimida apenas por um tempo.

3. Transtorno de tique provisional

O paciente que apresenta tique nervoso por até um ano recebe o diagnóstico de tique provisional. Nessa classificação estão incluídos tanto os tiques vocais quanto motores. Geralmente não requer intervenção medicamentosa, apenas acompanhamento médico regular. Caso o uso de medicamentos seja necessário, é possível tratar e diminuir os sintomas com o tempo.

4. Transtorno de tique persistente

Considerado crônico, o tique persistente é atribuído a pacientes que possuem os sintomas vocais e motores há mais de um ano. Geralmente requer intervenção medicamentosa e acompanhamento médico e psicológico frequente. Quando alcançado o quadro crônico, não há mais possibilidade de cura.

A Síndrome de Tourette só é diagnosticada depois de mais de um ano de sintomas. A condição, que surge na infância e se estende por boa parte da vida do(a) paciente, provoca tanto contrações motoras quanto sons vocais repetitivos, constantes e imprevisíveis. Falas em voz alta e, até mesmo, palavrões e gemidos, são característicos. Assim como o quadro crônico, a doença não possui cura, mas pode ser amenizada com acompanhamento médico, psicológico, intervenção medicamentosa e tratamento psicoterápico, como a terapia comportamental de exposição e prevenção de resposta.
 

Por que acontece?

Além de ser comum em pacientes com predisposição genética, ou seja, com casos entre familiares, o tique nervoso atinge pacientes crianças com diagnóstico de algumas doenças, como TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade). Em adolescentes e adultos, o tique nervoso é comum em pacientes com depressão, portadores de transtorno bipolar e em pessoas que utilizam entorpecentes.

Portanto, os sons e movimentos imprevisíveis têm predisposições genéticas e estão ligados a fatores psíquicos, autoimunes e neurobiológicos. Pacientes que estão sob estresse e ansiedade também tendem a desenvolver o comportamento por um tempo.

A melhor forma de prevenir o tique nervoso é manter uma rotina equilibrada, ter momentos de lazer e boas noites de sono. No caso das crianças, o mais indicado é não repreender ou debochar das contrações involuntárias e conversar com os(as) pedagogos(as) e professores(as) da escola, para que estejam cientes da condição.

Tratamento

Quanto mais cedo o tratamento for introduzido, menores as chances da condição progredir para um quadro crônico ou para a Síndrome de Tourette. 

Casos leves e pouco recorrentes requerem apenas acompanhamento médico. Na maioria das vezes, não é preciso intervir com medicamentos.

Para quadros constantes, além de acompanhamento psicológico, o(a) médico(a) pode recomendar uso de medicamentos específicos, como antipsicóticos. Caso a(o) paciente tenha alguma condição que desencadeia os tiques, o(a) médico(a) também pode recomendar o uso de medicamentos para o tratamento dessa condição prévia. 

Não há cura para pacientes com diagnóstico crônico ou com Síndrome de Tourette. Os medicamentos e procedimentos receitados para ambos os casos irão ajudar a diminuir os impulsos e amenizar os desconfortos. Quando não tratados de forma adequada  e com acompanhamento médico, o quadro pode piorar e se tornar cada vez mais frequente. Nesse caso, intervenção cirúrgica e aplicação de toxina botulínica podem ser recomendadas.

O acompanhamento médico já nas primeiras manifestações de tique nervoso são essenciais para evitar a progressão da condição para um quadro crônico ou para a Síndrome de Tourette. Quanto mais cedo houver o diagnóstico, maiores são as chances do tratamento ser eficaz.

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Fontes consultadas:

• Tique nervoso e cacoete: há esperança e tratamento — Dr. Diego de Castro ;
• Tiques Nervosos: entenda os sintomas e causas da síndrome de Tourette — Canal Tech;
• Transtorno de tique e síndrome de Tourette em crianças e adolescentes — Manual MSD;
• Tiques Incontroláveis  — Drauzio Varella;
• Síndrome de Tourette e outros distúrbios em crianças e adolescentes —  Manual MSD; 
•  O que são e como ocorrem os tiques nervosos? — Super Interessante.