Dr. Emerson Barbosa
Esp. Cassiele Azevedo
O cenário de saúde mental no mundo todo já era preocupante, mas a pandemia do novo coronavírus ampliou ainda mais esse problema. Nesse contexto, com tantos desafios e problemas, saber identificar o papel do (a) psiquiatra e do (a) psicólogo (a) é fundamental para quem precisa de ajuda.
Ao mesmo tempo que muita gente perdeu familiares e amigos, o aumento do estresse, da angústia e da tristeza passou do nível normal. Por isso, o número de buscas por antidepressivos e tratamentos psicológicos e psiquiátricos disparou.
Pensando nisso, convidamos a psicóloga Cassiele Azevedo e o psiquiatra Emerson Rodrigues Barbosa para responder algumas perguntas e esclarecer melhor o assunto. Confira!
Índice - Neste artigo, você vai encontrar:
Antes de mais nada, vale reforçar que sentimentos são naturais do ser humano, mesmo a tristeza, ansiedade, angústia, todos! Tanto a terapia quanto o tratamento psiquiátrico são indicados para cuidar da saúde mental, principalmente quando deixa de ser normal e se torna um quadro persistente.
Mesmo que você tenha amigos e familiares próximos que te escutem e apoiem (esse grupo recebe o nome de rede de apoio e também é fundamental para a melhora do paciente), isso não quer dizer que você não precise de um atendimento profissional.
Por um lado, a psicologia estuda o comportamento humano e as questões mentais como um todo (psicológico), estimulando o paciente a ter uma consciência mais ampla sobre si, superando traumas, acolhendo sentimentos, etc.
Enquanto isso, a psiquiatria é uma área de especialização da medicina que trata transtornos e doenças mentais, principalmente do ponto de vista do corpo em si (orgânico) podendo receitar medicamentos antidepressivos e ansiolíticos quando julgar necessário.
Sendo que, em muitos casos, o trabalho das duas áreas se complementam no processo terapêutico do (a) paciente.
A prevenção da saúde mental é tão importante quanto a da saúde física, para nossa qualidade de vida e bem-estar. Eventualmente, há situações que podem prejudicar nosso funcionamento social, profissional e em outras áreas de nossa vida.
Porém, quando isso acontece com maior frequência é importante buscar atendimento especializado, como de um (a) psicólogo (a). Portanto, a psicoterapia pode ser procurada especialmente quando:
Além disso, o (a) psicoterapeuta / psicólogo (a) é um (a) profissional com uma escuta especializada que utiliza ferramentas e técnicas para auxiliar o paciente nas suas questões, trabalhando de maneira acolhedora, ética e sigilosa, sem realizar qualquer julgamento sobre o (a) paciente.
A psiquiatria é a área da medicina responsável por prevenir, diagnosticar e tratar doenças e distúrbios mentais. O profissional pode prescrever medicamentos que agem diretamente no funcionamento do corpo, buscando reduzir os impactos dessas doenças na qualidade de vida do (a) paciente. Um tratamento psiquiátrico combinado ao tratamento psicoterapêutico é indispensável em muitos casos.
O atendimento por profissional de saúde mental deve ser buscado sempre que o nível de sofrimento for significativo e generalizado. Um (a) bom (boa) psiquiatra saberá indicar a melhor opção terapêutica, seja ela medicamentosa ou psicológica.
As demandas são trazidas na psicoterapia pelo próprio paciente, que ao longo do processo terapêutico vai trabalhando e elaborando essas temáticas. Porém, é possível abordar temas relacionados à infância, relações e vínculos afetivos, sentimentos, pensamentos, limites próprios, dificuldades, mudanças de comportamento, traumas e dores emocionais.
De maneira geral, na consulta psiquiátrica são abordadas:
Além disso, o psiquiatra observa como o (a) paciente se comporta durante a consulta e se isso é condizente com o que ele (ela) relata. Em alguns casos, pode ser solicitado exames de sangue e de imagem também.
Também nesse caso, o psiquiatra irá acompanhar o tratamento farmacológico (resultado do tratamento, efeitos colaterais, p.ex) e psicoterápico, pois cada caso é único e não existe um tipo de terapia que seja bom para tudo.
Então, se o (a) psiquiatra avaliar que aquela terapêutica (farmacológica ou psicoterápica) não está sendo eficaz para aquele paciente, ele (ela) indicará uma mudança.
Nem sempre o psiquiatra irá receitar medicamentos, se ele julgar que o melhor para o paciente será somente o acompanhamento com psicoterapia assim ele fará.
Do mesmo modo que cada pessoa é única, não é possível estimar quanto tempo vai levar um tratamento, seja psiquiátrico ou psicoterapêutico.
De um lado, a psicoterapia é um processo e, como tal, cada caso deve ser avaliado individualmente, sem definir um tempo pré-estabelecido para o acompanhamento. Pode ser necessário fazer anos de acompanhamento ininterruptos ou em períodos específicos da vida, pois trabalha-se com o ser humano que está sempre em constante mudanças.
Porém, há algumas modalidades de atendimento na psicologia que o tempo pode ser previsto, como em psicoterapia breve, orientação e reorientação profissional, avaliação psicológica.
Já do ponto de vista da psiquiatria, existem casos em que só é necessária uma consulta, como em um primeiro episódio depressivo. Mesmo assim, após a melhora completa do (a) paciente, ainda é feito acompanhamento por cerca de um ano.
Entretanto, para os casos mais graves, como transtorno bipolar, TOC e esquizofrenia, o (a) paciente precisa de acompanhamento durante a vida toda.
Como a psicologia trabalha com o ser humano, há profissionais que atuam em todas as fases da vida.
Por isso, vale ressaltar que a psicoterapia pode ser iniciada em qualquer fase da vida, trabalhando com as mais complexas questões decorrentes do indivíduo, do contexto e das suas relações. Assim como acontece com o psiquiatra, sendo que a única diferença será na escolha do tratamento de acordo com a necessidade e a faixa etária do (a) paciente.
Na maioria dos casos, como transtorno depressivo e transtornos ansiosos, a prescrição de medicamentos facilita a abordagem do (a) psicólogo (a). Em contrapartida, a terapia ajuda a prevenir futuros episódios e tratar sintomas residuais de episódios depressivos, por exemplo.
O tratamento é sinérgico e a ajuda é mútua, hoje em dia não se reconhece mais essa barreira entre "orgânico" e "psicológico". Sabemos que terapia muda estrutura e funcionamento cerebral e medicamentos modificam comportamentos e emoções. Portanto, é um trabalho conjunto em prol do bem-estar e da qualidade de vida do (a) paciente.
Leia também: Tratamento psicológico e psiquiátrico: qual a diferença? | MS (minutosaudavel.com.br)
Sendo assim, o cuidado com a saúde mental deve ser contínuo e sempre que algum sentimento fugir do normal, é importante buscar ajuda profissional. Além disso, o processo de encontrar psicólogos e psiquiatras com quem você se sinta à vontade é fundamental para que o tratamento seja eficiente.
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O conteúdo deste artigo foi feito a partir das respostas dos profissionais parceiros do Minuto Saudável:
Dr. Emerson Barbosa
Esp. Cassiele Azevedo
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