As manchas possuem tom acastanhado (marrom), em diferentes intensidades, e forma irregular. Além disso, elas podem aparecer dos dois lados da face, de maneira simétrica.
Tal disfunção é um distúrbio crônico, que deve ter tratamento e prevenção contínuos, pois, mesmo quando apresenta melhora, pode piorar facilmente ao faltar com os cuidados.
Não se trata de uma condição exclusivamente feminina, entretanto, o número de homens que sofrem com o melasma é bem menor em relação às mulheres, numa proporção de 9 mulheres para 1 homem.
É importante ressaltar que o melasma não tem nada em comum com o melanoma (câncer de pele), compartilhando apenas alguns fatores de risco. Portanto, o melasma é benigno.
O código da doença do CID (Código Internacional de Doenças) é L81.1, em Outros distúrbios de pigmentação.
A pigmentação da pele é feita através de uma substância chamada melanina, que é produzida por uma célula chamada melanócito. Essas estruturas ficam localizadas na camada inferior da epiderme, parte mais superficial da pele. A melanina, além de ser responsável pela pigmentação, auxilia na proteção contra a radiação solar.
O melasma ocorre quando existe uma hiperproliferação ou hiperfunção do melanócito, produzindo mais melanina do que o necessário, processo chamado de hipermelanose. A melanina em excesso fica alojada dentro da pele, o que provoca as manchas.
Essa condição não apresenta nenhum risco à saúde, porém, por causar desconforto estético, é uma queixa frequente nos dermatologistas.
O melasma pode ser classificado de acordo com dois fatores: quanto ao local de depósito da melanina e à localização das manchas. Entenda:
Como dito anteriormente, a hiperprodução de melanina causa o acúmulo da mesma, que fica alojada em algum lugar dentro da pele. Assim, as manchas podem ser:
O melasma também pode ser classificado de acordo com o seu local de aparecimento:
Não há conhecimento sobre a verdadeira causa do melasma. Sabe-se apenas que ele aparece por conta da alta quantidade de melanócitos na pele, e que os principais desencadeadores são o sol e o calor. Hormônios também parecem ter um papel importante no desenvolvimento do melasma. Entenda:
As radiações ultravioleta e infravermelha parecem estar relacionadas ao aumento da quantidade de melanócitos ativos na pele. Essas radiações vem do sol e outras fontes de calor, assim como fontes luminosas. Ou seja, até mesmo as lâmpadas em ambientes internos e calor (mormaço) podem ajudar no desenvolvimento do melasma.
Uma das principais suspeitas de causas do melasma são as alterações hormonais das mulheres em idade reprodutiva, que fazem uso de contraceptivos orais, gestantes e mulheres na menopausa. Isso porque, quando os níveis de estrogênio estão elevados, a produção de melanina é aumentada.
De acordo com o Dr. João Carlos Pereira, responsável técnico pelo portal Derm, o estrogênio parece ser o elemento chave para o aparecimento das manchas, sendo o sol e o calor apenas catalisadores.
Quando o melasma ocorre durante a gravidez, ele pode receber o nome de cloasma gravídico.
A poluição das grandes cidades traz malefícios para a pele em geral, porém estudos analisam a possibilidade de ser, também, um fator desencadeador do melasma. Isso porque, em um artigo publicado em 2010 no Journal of Investigative Dermatology, descobriu-se que mulheres que viviam em centros urbanos da Alemanha apresentavam mais hiperpigmentação do que moradoras da zona rural.
Foi comprovado que a poluição ajuda no envelhecimento precoce da pele, além de deixá-la mais debilitada e desidratada, o que pode contribuir para um maior risco de qualquer problema de pele.
Estudos atuais, como os citados no capítulo Disorders of Pigmentation, publicado no livro Skin of Color, em 2013, consideram uma tendência genética na formação do melasma. Além disso, características étnicas também podem ter um papel importante nessa condição.
Em geral, o melasma acontece mais facilmente em:
Em geral, o único sintoma do melasma é a manifestação de manchas acastanhadas na pele. Não há coceira, ardência ou dor.
As manchas costumam aparecer nas maçãs do rosto, testa, nariz, lábio superior (maxilar) e nas têmporas. Possuem formato irregular e, muitas vezes, apresentam um pontilhado pigmentar no contorno. Podem aumentar e diminuir de tamanho e intensidade, de acordo com a convivência com fatores desencadeadores.
Ao sentir qualquer desconforto como ardência, coceira e dores, deve-se consultar um dermatologista o mais rápido possível.
Ao consultar um dermatologista com queixas de manchas na pele, o médico pode avaliar a mancha com um instrumento chamado lâmpada de Wood, uma lâmpada fluorescente capaz de detectar discromias (alterações de cor) na pele.
A irradiação luminosa penetra profundamente na pele e é absorvida pelos grânulos de melanina nos níveis em que eles se encontram. Assim, é possível determinar se o melasma é dérmico ou epidérmico, uma vez que as manchas dérmicas ficam enegrecidas nessa luz, enquanto as epidérmicas não aparecem tão claramente.
Infelizmente, o melasma não tem cura. Por isso, o tratamento é voltado para o controle e prevenção de novas manchas. Os cuidados devem ser contínuos, pois se trata de uma condição crônica que tende a piorar se for deixada sem atenção.
O tratamento pode ser feito de 4 maneiras:
A principal maneira de prevenir novas manchas é evitar o sol e o calor. Se isso não for possível, deve-se andar sempre protegida contra os raios ultravioletas e infravermelhos. Por isso, recomenda-se usar protetor solar diariamente.
O dermatologista pode recomendar um protetor solar com um filtro que melhor se adequa à pele do paciente. Fatores que influenciam a escolha do médico são a etnia e o tipo de pele (seca, oleosa etc.), pois peles diferentes tem necessidades diferentes.
Em geral, o filtro solar indicado tem alta proteção contra os raios UVB (FPS) e UVA (PPD), e deve ser reaplicado várias vezes ao dia (a cada 2 ou 3 horas). As fórmulas podem conter, também, ativos clareadores e antioxidantes, que ajudam a manter a saúde da pele.
Alguns protetores comumente indicados são:
Atenção!
Nem todos os protetores solares podem ser usados por gestantes. Consulte sempre seu dermatologista e obstetra para ter certeza de quais produtos estão liberados para o uso, pois produtos não recomendados podem causar danos à gestação.Embora não exista um jeito de livrar-se completamente das manchas, cremes clareadores ajudam a disfarçar um pouco. Isso quer dizer que a mancha não vai sumir completamente, mas fica mais “apagada” no rosto, trazendo mais uniformidade para a pele.
Os resultados começam a aparecer após 2 ou 3 meses de tratamento e nem sempre são satisfatórios. A melhora é lenta e gradual, ou seja, é preciso paciência para gerar resultados.
Fatores que influenciam a eficácia do tratamento com cremes são o tempo de existência do melasma, tratamentos anteriores sem sucesso, profundidade da mancha e tempo de exposição solar.
Os cremes mais usados são aqueles que possuem como ativos a hidroquinona, ácido retinóico (tretinoína), ácido kójico, ácido glicólico, ácido azelaico, arbutin, entre outros. Alguns exemplos de cremes que o dermatologista pode recomendar são:
Em alguns casos, o médico também pode indicar uma receita que deve ser enviada a uma farmácia de manipulação. Esse creme manipulado é requisitado quando o médico acredita que as opções existentes no mercado não se adequam ao caso do paciente.
Atenção!
Nunca utilize dermocosméticos sem antes consultar seu dermatologista, pois ele é o profissional que poderá indicar o tratamento mais adequado.
O peeling é um tipo de tratamento semi-invasivo, no qual as camadas danificadas da epiderme são eliminadas através do uso de ácidos. Essa remoção estimula a renovação das células, melhora a textura e a circulação local, clareia as manchas e ainda atenua rugas finas. Além disso, também estimula a produção do colágeno, principal proteína para firmeza da pele.
Peelings seriados podem trazer bons resultados para o melasma, porém não dispensa o tratamento com cremes clareadores, que deve ser contínuo, de acordo com o recomendado pelo dermatologista.
Outros tipos de peeling e técnicas parecidas também podem trazer benefícios, como o peeling físico e a dermoabrasão. É bom lembrar que peelings superficiais são mais seguros que peelings mais profundos. Por isso, os resultados são melhores em melasmas epidérmicos.
Atenção!
O procedimento só deve ser realizado por um profissional qualificado, como um dermatologista ou esteticista. Evite utilizar técnicas de peeling caseiro, pois não há comprovação de sua eficácia e até mesmo segurança, podendo, ao invés de melhorar, piorar a saúde da pele.
Em último caso, quando nenhuma das alternativas anteriores funciona para melhorar a aparência do melasma, o dermatologista pode indicar um tratamento à laser. Trata-se da técnica que dá melhores resultados, mas também a mais complicada de se realizar. Por isso, é necessário um bom profissional que saiba escolher o tratamento mais adequado ao paciente.
Os tipos de laser mais utilizados nesse tratamento atualmente não:
Mesmo o tratamento com laser não dispensa o tratamento contínuo com os cremes. Além disso, é preciso fazer acompanhamento com o dermatologista, pois não é um tratamento definitivo.
Se, após o tratamento com laser, o paciente perceber a pele muito irritada, mais escura ou apresenta algum outro problema, deve contatar o dermatologista o mais rápido possível.
Ao realizar o tratamento para melasma, é preciso ser realista: a condição é crônica e pode apresentar períodos de melhora e de piora. O portador de melasma também deve ser paciente, uma vez que o tratamento é lento e demora para apresentar resultados. Por isso, é preciso focar na possibilidade de melhora, ao invés de ansiar pela eliminação total das manchas.
Deve-se tomar cuidado com pessoas (sites, empresas, entre outros) que oferecem soluções milagrosas que não apresentam riscos. Muitas vezes, essas “soluções” não funcionam, não foram provadas cientificamente e não se sabe o potencial de danos que elas podem causar.
Por se tratar de uma condição crônica, o melasma é algo com o qual o paciente deve conviver pelo resto da vida. Por isso, ela deve tomar todas as medidas necessárias para prevenir o aparecimento de novas manchas, assim como tratar as manchas existentes seguindo as recomendações do dermatologista.
Algumas dicas para a convivência com o melasma são:
O melasma, em si, não causa complicações mais graves para a saúde do paciente. O que acontece, muitas vezes, é uma piora na saúde mental, em decorrência do desconforto estético causado pela doença.
Por isso, ter melasma pode desencadear problemas de baixa autoestima, depressão, ansiedade e outros transtornos mentais. Um estudo publicado no Journal of Dermatological Treatment revela que muitas mulheres hispânicas sentiam emoções negativas sobre a própria condição, mas não compartilhavam isso com ninguém. Algumas pessoas inclusive evitavam as pessoas e situações nas quais as manchas poderiam ficar expostas.
É de extrema importância que pacientes com problemas emocionais devido ao melasma procurem ajuda psicológica ou psiquiátrica, para evitar maiores complicações.
Prevenir a melasma pode ser difícil, pois muitos não sabem que tem predisposição para desenvolver a condição e só descobrem depois que as manchas aparecem. Entretanto, as medidas de prevenção do melasma são medidas de prevenção, também, do melanoma (câncer de pele), e devem ser tomadas por todos, independente de predisposição genética.
Algumas dicas para prevenir são:
O melasma é uma condição bastante desagradável para várias mulheres, porém, com o tratamento, ele pode melhorar. Para que mais pessoas saibam sobre o melasma e os possíveis tratamentos, compartilhe esse texto com seus amigos!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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