A disfagia é uma doença caracterizada pela dificuldade de engolir, ou seja, fazer a deglutição de alimentos ou de líquidos. É um problema comum e que pode estar em diversas doenças, além de ser um problema temporário para pessoas que são submetidas a operação da coluna cervical por via anterior.
O problema traz a sensação de que a comida ou o líquido estão presos na boca, garganta ou no esôfago. Estima-se que 6 a cada 10 pessoas são afetadas com o problema, principalmente pessoas idosas.
Acredita-se que metade dos pacientes que sofreram AVC sofrem da disfagia. O número é um pouco menor, mas não menos preocupante, quando se trata de pacientes com câncer de pescoço e de cabeça. De 52 a 82% dos pacientes com doença degenerativas correm o risco de possuírem disfagia.
Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
Antes disso, é importante entender como é que ocorre o processo normal de deglutição. O processo é complexo e é separado em três fases, denominadas:
Inicia com o processo da mastigação, em que transforma o bolo alimentar maleável e com tamanho próprio para ser engolido. A língua se move de forma para empurrar o bolo alimentar para a faringe. Esse processo é feito com contração voluntária dos músculos do rosto e da cavidade oral.
Após o bolo alimentar chegar na faringe, o processo se torna involuntário. É importante ressaltar que a faringe é uma via comum para o ar que respiramos, ou seja, é impossível respirar e engolir ao mesmo tempo.
Essa é a última fase da deglutição. Ela consiste em fazer a passagem do alimento pelo esôfago. No início e no fim do órgão existem dois músculos em forma de anel que impedem que o conteúdo presente no estômago volte à boca. Após passar pela faringe, o anel chamado esfíncter esofagiano se abre permitindo a passagem da comida ao esôfago. Após essa passagem, o anel é fechado para que o bolo alimentar não possa voltar à orofaringe.
Nesse mesmo momento, o anel que está posicionado embaixo do esôfago se abre para que o bolo alimentar passe para o estômago. Esses movimentos ocorrem por conta de contrações musculares sincronizadas levando a comida para baixo.
A disfagia acontece quando ocorre algum problema em alguma das fases citadas acima.
Existem quatro tipos específicos de disfagia que são denominados:
Esse tipo de disfagia é caracterizado pelas alterações que ocorrem na fase oral e faríngea da deglutição, geralmente causada por doenças neurais. A disfagia orofaríngea é causada mais comumente pelo AVC.
Geralmente, o problema maior é engolir líquidos, não substâncias sólidas. Exames conhecidos como videofluoroscopia e videodeglutograma podem auxiliar na definição das consistências mais seguras ao engolir, causando menor risco de pneumonia de aspiração.
Algumas doenças causam dilatação na aurícula esquerda sendo capaz de comprimir o esôfago, trazendo dificuldades para engolir.
Esse tipo de disfagia é a mais comum por conta de uma obstrução mecânica (situação na qual a passagem de alimentos ou líquidos pelo intestino é dificultada ou bloqueada). Em alguns pacientes é possível distinguir uma causa mecânica de uma anormalidade na mobilidade no esôfago através de um histórico cuidadoso.
Em caso de tratamento de torcicolo com a toxina botulínica, a disfagia pode acontecer por conta da penetração da toxina nos músculos da faringe perto dos locais de aplicações da toxina.
Além desses tipos de disfagias citadas, existe ainda a disfagia funcional que é a dificuldade de engolir sem que haja algum motivo para justificar o problema. Isso acontece raramente e só pode ser considerado depois de todos os outros tipos já citados serem descartados.
Existem diversas causas para a disfagia. Problemas neurológicos, musculares, esofagianos e anatômicos são apenas algumas delas.
O sistema nervoso central é o responsável por controlar a deglutição e seus processos, tanto a parte voluntária quanto a involuntária. Dificuldades podem ser sentidas ao engolir, pois tanto o ato de mastigar quanto a movimentação correta da língua e dos músculos na hora de deglutição são alterados pelas doenças neurológicas.
As doenças que podem causar isso, são:
Para que o estômago receba os alimentos de forma sincronizada, o esôfago precisa trabalhar bastante os seus músculos. Existem doenças que podem afetar a musculatura e causar distúrbio no transporte do bolo alimentar.
As doenças são conhecidas como:
Quando há algum obstáculo entre a faringe e o esôfago, a deglutição se torna mais difícil. Esse impedimento pode ser devido a reduções do calibre interno do esôfago causadas por inflamações, desenvolvimento de cicatrizes ou até mesmo tumores, tanto benignos quanto malignos.
Algumas dessas causas são conhecidas como:
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Alguns medicamentos podem causar a disfagia, como, antibióticos e até mesmo antiinflamatórios.
A disfagia pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas as pessoas que mais sofrem com o problema são os idosos, pois possuem mais chances de desenvolver problemas relacionados às principais causas da doença.
Tosse e regurgitação nasal são sintomas que podem surgir durante a deglutição. Isso é resultado de uma anormalidade. Quando há dor ao engolir, a disfagia pode ser chamada de odinofagia. Dor no tórax pode surgir em alguns pacientes.
O médico responsável por cuidar dos pacientes com disfagia é o gastroenterologista e também o otorrinolaringologista. Antes de realizar a bateria de exames, o médico analisará o histórico de vida do paciente e de seus familiares.
O profissional pode solicitar uma endoscopia digestiva que irá diagnosticar as possíveis causas da disfagia. Pode ser solicitado também uma esofagografia com bário ou a manometria esofágica além de uma videoendoscopia da deglutição.
A esofagografia consiste em engolir uma solução de bário que cobre o esôfago permitindo que ele tenha melhor resolução no raio-X. Assim, fica mais fácil para o médico detectar mudanças no órgão e as atividades musculares realizadas pelo esôfago.
Nesse tipo de exame é inserido um tubo com gravador de pressão no esôfago que mede as contrações musculares durante o ato de engolir.
A endoscopia é feita com um instrumento fino, iluminado e flexível que é passado para baixo de sua garganta para que o médico possa ver o esôfago. A garganta também pode ser avaliada com o endoscópio e tubo iluminado enquanto o paciente tenta engolir.
A principal função do tratamento da disfagia é evitar o engasgamento e a desnutrição dos pacientes. O tratamento pode ser feito de duas formas, clínico ou cirúrgico. Se for feito clinicamente, exige o acompanhamento fonoaudiológico juntamente com o uso de medicamentos.
O tratamento com o fonoaudiólogo é feito para que a qualidade de vida do paciente, previna possíveis complicações e para que ele consiga engolir melhor os alimentos e as bebidas consumidas.
Exercícios com ajuda da fonoaudiologia podem ser realizados para auxiliar na coordenação dos músculos da deglutição ou a reestimular os nervos que acionam o reflexo da deglutição.
Pode ser necessário o uso de um tubo específico para esticar o esôfago, fazendo com que ocorra a dilatação. Isso pode ser feito através da endoscopia com um balão especial anexado para expandir a largura do esôfago.
Nesses casos ainda pode ser recomendado a cirurgia para que haja a limpeza (desobstrução) do caminho esofágico. Além disso, o uso de medicamentos pode ser indicado para diminuir a acidez que há no estômago. Os medicamentos geralmente precisam ser tomados por um longo período.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Aliviar os sintomas e realizar algumas alterações pode garantir que a qualidade de vida do paciente com disfagia melhore bastante.
Trocar os hábitos alimentares, fazendo com que sejam várias refeições durante o dia em menores quantidades. Comer mais devagar e dividir o alimento em mais pedaços pode facilitar e aliviar os sintomas.
Algumas pessoas podem ter dificuldade na deglutição com líquidos finos, como café, suco, e também alimentos pegajosos, como caramelo ou pasta de amendoim.
Experimente alimentos com diferentes texturas para descobrir a que melhor se adequa a sua rotina.
Evitar bebidas alcoólicas, cafeína e tabaco pode fazer com que a azia não seja piorada.
É preciso ficar atento aos sinais de engasgo, aspiração do alimento para o pulmão que podem causar pneumonia aspirativa, além do risco de desnutrição e desidratação. Os pacientes podem perder o prazer em se alimentar por conta dos diversos problemas que podem ser acarretados se houver a disfagia.
O trajeto correto é que o alimento passa da faringe para o esôfago, que são duas estruturas que estão localizadas na garganta. Quando há desvio no trajeto e o alimento ou saliva vai à laringe ou até a traquéia, o organismo reage tossindo como resposta de proteção, causando o engasgo.
A tosse e o engasgo são estratégias de defesa do organismo contra a entrada de corpo estranho na via respiratória.
Nunca ofereça água. Deixar tossir é a melhor forma de expulsar o alimento que entrou no canal da respiração.
A maioria da disfagia orofaríngea é curada com procedimentos cirúrgicos ou com medicamentos.
A melhor forma de prevenir o problema é se alimentar em uma velocidade confortável e, de preferência, sentado. Outra dica é focar na consistência da comida sem que coisas externas possam tirar a distração do alimento.
A disfagia é um problema comum que pode acontecer em qualquer pessoa, e pode ser sintoma de algumas doenças. Compartilhe com seus colegas e amigos para que mais pessoas tenham informações sobre a disfagia.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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